A água acaba
A luz apaga
E a notícia estraga
O meu bom humor
Ouvido apurado
Fico atento ao grito
Do vizinho aflito
No elevador
E como um ladrão
Que escala a grade
O escuro invade
Nosso interior
A tevê desliga
A cerveja esquenta
O gelo derrete
Sorte não estar calor!
Alguém roga praga
Mas a gente inventa
Ouço até gemidos
De uma mão que afaga
Em meio aos ruídos
Do rala que rola
Sob o cobertor.
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