sexta-feira, 3 de maio de 2013

Os deuses do futebol e o futebol do Galo

E a noite que parecia favorável à paulicéia, terminou fazendo justiça ao melhor futebol do Galo. Se não ao melhor futebol do Atlético em todo o transcorrer do jogo, ao melhor futebol do time mineiro em toda a competição até esse momento.
Tudo bem, as partidas contra o São Paulo não foram, em nenhum momento, partidas fáceis. Afinal, a primeira delas no Independência, o Galo venceu, mas passou um sufoco no final. E ainda está na memória de todos os atleticanos presentes no Horto, a bola que, caprichosamente, Ganso chutou para fora, triscando a trave.
Depois veio o não jogo em São Paulo, em que o Atlético não precisava do resultado, nem de jogar com a mesma disposição que o São Paulo demonstrou, já que o time paulista sim, precisava vencer para se classificar. E venceu, e se classificou. Enquanto o Galo ..... bem, estamos todos esperando que o time entre em campo para disputar aquela partida até hoje.
Placar por placar, ficamos aqui em um suado 2 a 1, enquanto em São Paulo, sem qualquer esforço e suor, perdemos por 2 a zero.
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Mas, a verdade é que as oitavas de final da  Libertadores, fase em que tem início os terríveis mata-matas, é outra história. É outra disputa, outra competição. E estaria caindo na mesmice dizendo que deixa de ser mera competição para se tornar autêntica guerra.
E o São Paulo, mais uma vez, começou melhor. Encurralando o Galo, marcando pressão. Não dando espaços para o Atlético sair jogando.
E foi logo premiado com o gol.
Mas os deuses do futebol, que a tudo assistiam impassíveis, resolveram então intervir e voltar a colocar as coisas em seus devidos lugares.
Aloísio se machucou e teve de sair. Seu substituto, entrando frio em um jogo já vibrante, levou azar em algumas oportunidades. O São Paulo, que podia ampliar a vantagem no marcador, começou a perder ímpeto.
O Galo que começou falhando na marcação, mais uma vez, começou a se acertar.
Aí veio o lance que definiu o jogo: a expulsão de Lúcio. Porque com um jogador a mais, e um toque de bola refinado, o Galão da Massa começou a jogar seu futebol tradicional.
O gol de Ronaldinho, ao final do primeiro tempo, apenas veio comprovar o craque que é. O deslocamento de toda a defesa com um toque de cabeça, sutil, foi a pá de cal na empolgação do São Paulo.
Nem vou discutir se o Atlético mereceu ou não o gol, naquele momento.
Basta-me saber que ele fez o gol. E que Ronaldinho parece ter saído gritando Galo! É Galo! É Galo, como convém a todo aquele que tem sangue preto e branco correndo em suas veias, e o grito de Galo marcando o ritmo da batida de seu coração.
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O segundo tempo foi um primor de partida. Diante de um São Paulo que lutava bravamente, sem se entregar e com um Ganso fazendo jogadas que deixavam os locutores e comentaristas que torciam para o time paulista embevecidos (e eram todos os que transmitiam pela Fox Sports!) o Galo começou a trocar passes.
Com a bola passando de pé em pé, o time ia fazendo o tempo passar, esperando a brecha para decidir a partida.
Confesso que continuo não aprovando e não gostando, por achar arriscado, o jogador que está no meio campo, ficar atrasando a bola para o miolo da defesa. Mas, apesar dos riscos, a brecha que o time esperava surgiu. Com um primor de passe de Marcos Rocha, Tardelli colocou o Galo na frente.
Acho até necessário falar de Marcos Rocha, esse lateral que não marca muito bem, embora no segundo tempo de ontem, quando parece ter tido mais apoio, mais cobertura e mais confiança em seu companheiro Josué, melhorou também no fundamento.
Marcos Rocha, entretanto, é um excelente armador, e o passe e a visão de jogo que tem, justificam sua presença em campo. E algum sacrifício que Cuca tem feito para colocar algum volante apenas para lhe dar espaço para avançar.
Com a partida praticamente já liquidada, apenas mais um lance de gol que, infelizmente para nós, passou a centimetros de Rosinei.
Seria o gol que sacramentaria a passagem do Galo para a próxima fase.
Ou não?
Afinal, dia 8, um quarta feira, tem mais um jogo contra esse mesmo São Paulo, ferido.
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É verdade: caiu no Horto, tá morto.
Mas a partida de futebol tem 90 minutos. E o Galo tem que continuar bicando. Muito. Com vontade. E com o apoio da massa para que o lema possa prevalecer.
O que não podemos é esquecer que é outra partida e outra história. E que tudo pode acontecer.
O que já justifica cuidados.
Não tem nada ganho ainda.
Mas, que a noite de quarta possa ser a noite de Independência do Galo. E que o Galo saia mais vivo de lá, que nunca. 

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