quarta-feira, 29 de maio de 2013

PIB magro, e SELIC: nova reunião do COPOM e as apostas do mercado financeiro

Nova quarta feira de reunião do COPOM e decisão sobre a elevação da taxa básica de juros, de forma a se procurar controlar a inflação e fazer com que ela volte ao centro da meta.
Apostas do mercado financeiro, que até a semana passada indicavam uma elevação de 0,5% retrocederam nos últimos dias para o nível de 0,25%.
As expectativas são, agora, de pequenos aumentos de 0,25%, até que a taxa termine o ano em algo em torno de 8,5%.
Curioso é que os mesmos analistas alteram, a cada semana, suas projeções para o crescimento do PIB e da própria inflação esperada, tanto para o ano em curso quanto para o ano de 2014, conforme pesquisa de que participam, sob patrocínio do próprio Banco Central.
E mais curioso ainda é o fato de que enquanto reduzem as projeções de alteração da SELIC, elevam a projeção da taxa de inflação, como se tais projeções tivessem a finalidade de servir como um alerta do tipo: ou o BC eleva a taxa com maior ênfase, ou a inflação não cederá no ritmo desejado.
Já disse aqui em outras postagens, que a torcida pela elevação das taxas de juros faz todo sentido, já que é o mercado financeiro quem mais se beneficia de tal medida.
Por outro lado, também já comentei algo que, coincidentemente, li ontem em algum blog: tendo em vista a eleição no ano que vem, e o empenho da presidenta em conseguir sua reeleição, seria interessante talvez, dar agora uma puxada maior nos juros, para que a inflação pudesse ceder mais rapidamente, permitindo que, no ano que vem, novamente, as políticas de afrouxamento monetário pudessem ser aplicadas, criando um ambiente mais favorável ao Planalto.
A ver.
De minha parte, e com sinais de que a economia está começando a dar sinais de reação, como a elevação do otimismo do empresariado, creio que o COPOM deverá adotar medida mais cuidadosa, elevando a taxa de juros em 0,25%, de um lado, para sinalizar ao mercado que continua preocupado com a manutenção do sistema de meta inflacionária e seu cumprimento; de outra parte, para não abortar um surto de retomada que está se prenunciando, embora de forma lenta.
Afinal, o BC sabe que há um lapso temporal entre o instante da decisão de manipular a taxa de juros e o momento em que as consequências dessa medida surtam todo o seu efeito.
Pior: acaba de ser divulgado pelo IBGE o crescimento de apenas 0,6% do PIB no primeiro trimestre do ano, acarretando tremenda frustração no cenário econômico.
Anualizada, essa taxa indicaria um crescimento de parcos 2,4%, o que é suficiente para garantir a integração ao mercado de trabalho dos novos contingentes de trabalhadores que chegam, a cada ano, ao mercado. Entretanto, se assegura a manutenção do nível de emprego, o crescimento segue sendo bastante abaixo das necessidades de uma economia como a brasileira com tantos problemas a resolver.

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Se o mercado financeiro tivesse mantido suas previsões teria cravado o reajuste do BC.