terça-feira, 25 de novembro de 2014

Recesso

Essa postagem é apenas para comunicar que o blog está de recesso, por motivo de luto.
Voltamos para comentar os assuntos do dia-a-dia, logo, logo.

Abraços a todos. E obrigado pelas manifestações daqueles que tiveram conhecimento do falecimento de meu pai, no Rio, dia 22 último.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

De compliance, do futebol do Galo, da ridícula briga de ingressos para a decisão da Copa do Brasil, e outros pitacos.

Não é que não estejam acontecendo fatos importantes e merecedores de algum tipo de comentário nosso em nossa sociedade.
Acontece que a maior parte do noticiário continua vinculada aos escândalos e à corrupção em torno da Petrobrás e como as investigações correm em sigilo, ou em informações na maioria das vezes pinçadas e parciais, prefiro assistir, estarrecido, a evolução dos fatos.
Um comentário, entretanto, devo fazer. Ouvia há alguns dias, mais especificamente no início dessa semana, a opinião de Alexandre Garcia para o programa de jornalismo matinal da rádio Itatiaia.
Para o jornalista, o anúncio feito pela presidente da companhia e por seus colegas de diretoria, da criação de mais uma diretoria, responsável por verificar o correto cumprimento das leis conforme algumas versões, ou pela governança para outros, não era mais que jogo de cena.
Segundo Garcia, para verificar o cumprimento das leis já existiriam órgãos internos e externos de auditoria e fiscalização, além de outros órgãos externos, como o TCU, o Ministério Público da União, além da Controladoria Geral da República, etc.
Tudo bem e tudo certo. Mas todos sabemos que as leis e os regulamentos existem e estão aí para serem cumpridos.
Além disso, como o rumoroso caso do juiz flagrado dirigindo sem documentação hábil, parado em blitz no Rio e que não quis se submeter ao rigor das leis simplesmente por ser um magistrado tem suscitado, ninguém pode se comportar ao arrepio das leis, e ninguém pode alegar desconhecimento da legislação.
Ou seja, juízes não são impunes, embora possam acreditar nisso, e se decidem sobre a vida de qualquer cidadão, não são deuses, como asseverou a agente de trânsito que estava em serviço e foi presa pelo juiz sob a alegação de desacato.
Mas, era outro nosso tema. E embora não seja admissível que alguém ou alguma empresa descumpra a legislação, devemos considerar que uma empresa do tamanho e do porte da Petrobras, e com a quantidade de áreas de atuação e de atividades e de pessoas, trabalhando ou com algum tipo de relação com a companhia, acaba sim, adotando em suas entranhas uma série de comportamentos que ferem os preceitos regulamentares.
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Daí, ao contrário de Garcia, para quem a criação da diretoria seria mero jogo de cena, acredito que a criação da diretoria é medida correta de profilaxia, apenas achando curioso que tenha vindo tão tarde. Em hora tão inoportuna e pelos motivos que todos conhecemos.
Ora, no sistema financeiro, por determinação dos órgãos normativos e o Banco Central em especial, já desde há muito tempo foram tornadas obrigatórias a criação e o funcionamento de áreas não apenas voltadas para gestão, análise e avaliação de riscos, como também áreas destinadas a exercerem a atividade de "compliance" ou seja a obediência, a adequação das ações e comportamentos das instituições financeiras às normas vigentes.
E o tema é tratado com tamanho rigor que a Febraban tem até e disponibiliza uma cartilha para explicar e dirimir dúvidas sobre a função de compliance: o que é, seu alcance, etc.
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Como é fácil verificar-se, compliance é uma expressão que se origina do verbo comply do idioma inglês, onde tem o significado de obedecer, estar em conformidade ou de acordo com alguma norma.
E quantos de nós já não tivemos chances de testemunhar que, mesmo que no geral a preocupação em cumprir as leis esteja presente, algumas pessoas, algumas atividades, alguns atos sejam realizados, sem que o estrito cumprimento da norma seja respeitado.
Por isso, para mim, ao contrário da alegação de Alexandre Garcia, cuja opinião e lógica de raciocínio até entendo, já que a sensação é de que a criação da diretoria e seu anúncio chegou tarde, a questão que merece crítica é exatamente a de tal diretoria ainda não existir e integrar o organograma da Petrobras.
Nesse ponto, concordo com o jornalista, puseram a tranca depois que o ladrão já tinha se instalado no interior da empresa.

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Galo, Flamengo e Luxemburgo

Mais uma vez na noite de ontem, agora no Independência, o Flamengo enfrentou o time do Atlético e, mais uma vez, o placar mostrou um resultado vergonhoso para o time carioca. Nada que não me deixasse satisfeito, claro, especialmente por ver um time rubro-negro completamente entregue em campo, sem qualquer orientação e capacidade de reação, ao tempo em que via, no banco de reservas um técnico também sem qualquer reação.
Não tenho nenhuma simpatia por Luxemburgo e por sua arrogância. Não gosto de suas atitudes, muitas das quais me levam a questionar sua própria honestidade de propósitos.
Reconheço que já houve uma época em que ele foi um técnico vencedor e despontou em nosso futebol como um dos principais nomes para a função.
Mas é só. Sempre achei, e isso se confirmou quando quase conseguiu fazer o Atlético voltar à segunda divisão de nosso futebol, que ele é do tipo de técnico que ganha sozinho, empata com o time e não tem nenhuma responsabilidade quando o time perde.
Por força desse caráter diminuto, é que me deixa mais feliz verificar que ontem, flagrado pelas câmaras, o Luxa não esboçava qualquer reação, qualquer emoção, exceto desânimo e desolação.
Enquanto isso, o Atlético trucidava - essa é a expressão mais exata, o time carioca em campo. Especialmente no primeiro tempo, quando voava em campo, com o ataque trocando passes em tão grande velocidade que deixava atarantado os próprios locutores e analistas da cobertura esportiva.
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O placar elástico, foi bom também para mostrar que a vitória e classificação para a disputa da final da Copa do Brasil não foi um golpe de sorte, ou por acaso, como alguns jornalistas do Rio poderiam acreditar e chegaram a manifestar.
Aliás, a única parcela da torcida que ainda acredita - e até torce e não se convence de que Luxemburgo já deu o que tinha que dar. E como torce a crônica do Rio, que de especializada em futebol tem a credenciá-la apenas o fato de torcer. E muito. Sem qualquer constrangimento.
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Destacar algum nome no time do Galo ontem, seria até injusto, tamanha a força do futebol solidário que o Galo imprimiu. Mas não é possível não falar de Tardelli e suas investidas em velocidade, deixando a defesa do Flamengo completamente tonta. Não é possível não falar de Luan, o menino maluquinho, infernizando em campo tanto na frente, quanto no meio e até na defesa, já que tinha fôlego e disposição para vir ajudar na nossa retaguarda. Jemerson, mais  uma vez mostrou que veio para se tornar um dos maiores jogadores da defesa atleticana. Dátolo foi mais uma vez muito criativo e importante na armação das jogadas. Mas, para mim, o destaque ontem foi Douglas Santos.
Por todo o futebol, a confiança e tranquilidade que o jovem lateral mostrou, inclusive e principalmente indo à frente.
Para mim, embora tenha feito uma partida muito regular, achei que Marcos Rocha ficou aquém do que eu esperava. É preciso deixar isso bem claro. Ele jogou, como todo o time, muito bem. Mas, eu esperava mais desse que vem se constituindo em um de nossos mais importantes jogadores.
Já em relação a Donizete, embora não comprometesse, muito ao contrário, tenho de admitir que não consigo vê-lo em campo, jogando com um elenco de jogadores habilidosos, de velocidade e técnica.
Rafael Carioca mostrou o acerto de sua contratação e sua entrada ontem, e Dodô, mais uma vez mostrou a grande promessa que é e que já está se tornando realidade.
Que o Galo possa manter esse time e obter o mesmo resultado que o nosso adversário tem mantido, justo por ter uma estrutura mais equilibrada e estável.
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Ingressos e a ridícula briga pelos ingressos entre Atlético e eles

Já tive oportunidade de ser entrevistado e me manifestar aqui mesmo em relação ao local destinado à torcida adversária quando o Atlético, como mandante, atua no Horto.
Nada contra o Atlético aproveitar a mística do Independência, onde como todos gritamos, se caiu no Horto, tá morto!
Mas, colocar a torcida adversária justamente em cima do local reservado à torcida do Galo na Veia, que é o sócio torcedor do time e que muitas vezes é o que mais caro paga para ver o time do Galo jogar, acho um despropósito.
Pior é quando o jogo é contra o time do Cruzeiro, já que a torcida das "Marias" joga moeda, milho, urina, água, cospe e até já jogou rojão apontado para atingir a nós atleticanos que nada podemos fazer. E que não só não temos como nos defender, nos protegendo, como não temos também para onde correr.
No último jogo com a presença da torcida do Cruzeiro no Independência, estava sentado próximo à uma moça, torcedora do Galão da Massa, que quase foi atingida pelo foguete disparado lá de cima, não se sabe por quem.
Então, se não há segurança para a torcida do time contrário ficar em outros locais do campo, já que a Polícia Militar tem dado demonstrações de que não tem mais a capacidade que sempre demonstrou no passado de separar as torcidas e evitar os piores confrontos, não há como não concordar em que a torcida do time contrário, qualquer que seja, fique no local, mas sem ter direito a se aproximar das grades que definem e limitam o final do espaço.
Não é por sacanagem. É por segurança mesmo.
Mas o resultado é que a capacidade de 10% da carga de ingressos para a torcida do time adversário, não pode ser respeitada.
No último jogo, isso redundou em uma grande discussão, e a carga de ingressos oferecida ao time do Cruzeiro não superou os 8,5%.
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Agora, no jogo de volta, no Mineirão, estádio que suporta uma capacidade maior de torcedores, por provocação e pirraça a diretoria do time do Cruzeiro que prometia colocar à disposição dos torcedores do Galo a mesma porcentagem, resolveu que vai destinar apenas pouco menos de 5% da carga. A preços de R$ 1000,00, o que é um absurdo.
Ridícula a atuação da diretoria que tenta vender a ideia de ser a mais bem estruturada e mais racional de nossos times de futebol.
Em minha opinião de um grau de infantilidade que mancha sua tradição. Ou coisa de quem está de TPM. Temeroso de Perder no Mineirão.

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Dia da Consciência Negra e feriado apenas nos estados do Rio e em São Paulo, aqui no Sudeste, mostra bem que ainda há muito que se fazer na luta de valorização da raça negra, de Zumbi.
E o futebol, como o caso recente de Aranha  e de outros jogadores não nos deixa esquecer, mais ainda.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Fase final do Brasileirão, com emoção e a Emoção de ver a operação Lava-Jato ter sequência

O Santos não conseguiu vencer o time líder do Campeonato Brasileiro, mais uma vez, como era de se esperar, mesmo jogando em casa. Afinal, a vitória do Cruzeiro foi o terceiro resultado positivo do time mineiro, em três jogos seguidos e recentes todos, dois pela Copa do Brasil.
Diga-se de passagem que, pela Copa do Brasil, disputando a passagem para a vaga na final e, portanto, necessariamente tendo se doado muito mais em campo, o time do Santos não conseguiu mais que um empate. em três a três, depois de estar ganhando por 3 a um.
Vá lá que o terceiro gol cruzeirense no finalzinho já do jogo pode ser atribuído mais ao desespero do time praiano, que foi todo para a frente na busca de um gol salvador.
Independente disso, o Cruzeiro estava em campo para aproveitar exatamente algum tipo de falha do adversário, e o fato de o Santos estar todo na frente, avançando em desespero, não assegura que levaria o gol de empate.
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Já o São Paulo, depois de ter sido escandalosamente prejudicado pelo impedimento flagrante de Paulão no gol do Internacional, na partida que disputaram em antecipação ao calendário, e que terminou no empate de um tento, impôs-se ontem ao Palmeiras.
Com o resultado, praticamente o São Paulo assegura sua volta ao torneio da Libertadores, depois de ter ficado fora nesse 2014.
Luis Fabiano, mais uma vez, fez um gol importante e bonito.
Embora nada que se compara à beleza do gol de bicicleta de .... Paulão, o becão do Internacional. E que nunca primou nem pela categoria, nem pelo toque de classe, nem por fazer gols.
Mas, ontem, o gol de Paulão foi de tirar o chapéu e todo amante do bom futebol, de jogadas de efeito, deve ter ficado encantado.
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Já o Galo, no Independência, mais uma vez incorporou o espírito de Robin Hood, aquele que tira dos grandes e entrega aos pequenos.
Não vi o primeiro tempo, mas o que vi dos melhores momentos deu-me a impressão de que, mais uma vez, a posse de bola e o domínio na maior parte da partida não estava surtindo muito resultado. Certo que o Galo estava com o time todo de reservas, e que o gol do Figueirense foi injusto, considerado o que o time catarinense fez ao longo do jogo. Mas foi um belo gol, também em chute de rara felicidade.
Como também bonito foi o gol de Dodô, de sem pulo. Dodô que seja talvez a maior promessa dessa leva de garotos que Levir vem lançando no time principal do Galo.
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Quanto ao segundo tempo, embora mantendo a mesma posse de bola, o Atlético não mostrou objetividade e, ao final até deu algum espaço e chances ao time do Figueira que não soube aproveitar as chances.
De destacar algumas vaias que foram ouvidas nas ocasiões em que Alex Silva tocava a bola, o que, considerado seu estado físico - parece que estava com algum tipo de indisposição, revela uma postura da torcida que não ajuda o time.
Se ele estava com problemas físicos e foi mantido em campo, então a responsabilidade de não estar praticando o futebol que a torcida gostaria de ver não era do atleta, mas do técnico e da comissão que o acompanha.
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Ao final do jogo, Levir reconheceu ter sido o responsável pelo resultado, chamando a si a responsabilidade de ter dado menos apoio aos jovens jogadores vindos da base, que estavam em campo.
Mas, reconheçamos que estava em um dilema. Com o resultado contrário ao time, há que se evitar a possibilidade de a torcida começar a queimar um jogador com cobranças exageradas. E para preservar os mais inexperientes, Levir tirou jogadores que, estava se entregando e correndo. Fato que ele mesmo reconheceu.
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Com isso o Atlético fica fora do G4, cada vez mais congestionado. E não apenas pelo resultado do empate em casa, mas também por não estar no grupo dos quatro primeiros, frustra a torcida que o vem apoiando, mesmo em jogos como esse de domingo no pior horário que poderia ser definido pela madrasta Globo.
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Investigações da PF  na operação Lava-Jato

Enquanto isso, assistimos a algo inédito, que são as prisões de dirigentes e administradores das principais empresas de engenharia e construção de nosso país. Finalmente, dessa vez, parece que a Polícia Federal está trabalhando para valer, embora sob certo espalhafato, comum nesse tipo de ação.
Mas, já de há muito tempo, todo mundo fala e critica a impunidade e combate a questão da corrupção, crucificando, corretamente o corrupto. Mas deixando de fazer qualquer menção ao lado de lá da mesa, o do corruptor.
Que afinal de contas é o maior beneficiário do crime cometido, da impunidade que a todos incomoda.
Pois bem, ver agora as imagens de principais diretores de empresas, de construtoras e empreiteiras chegando puxando a malinha de rodinhas à sede da PF é a indicação de que algo está mudando nesse país. E para melhor.
Mesmo que algumas pessoas entendam esse tipo de mudança de forma contrária ao que ela revela. A mudança está acontecendo por causa da democracia e do fortalecimento da democracia no nosso país e não por qualquer outro motivo como, de forma equivocada, algumas pessoas de espírito autoritário ainda podem estar pensando.
Esses, na verdade, querem o golpe. Não aceitam a vontade da maioria, desejando a oportunidade de um terceiro turno, que o ministro Cardozo da Justiça, em boa hora, fez questão de abortar.
Embora possa existir dentro da própria PF delegados também favoráveis ao golpe, e agindo com interesses escusos, a Polícia está fazendo seu trabalho de forma a deixar em todos a certeza de que alguma coisa está mudando - E PARA MELHOR - em nosso país.
Esperamos apenas que prossigam as investigações e que, a próxima fase, que tratará dos políticos, também possa desenvolver-se na maior lisura e sem segundas ou terceiras intenções. De quem quer que seja.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Vantagem do Galo, mas nada decidido

O placar de 2 a zero é suficientemente conhecido do time e da torcida do Galo para que possamos sair comemorando antecipadamente o título.
Ainda assim, o resultado conquistado no Horto é muito importante, permitindo ao Atlético mais tranquilidade para enfrentar as duas próximas semanas.
Quanto ao Cruzeiro, a situação também não é muito diferente, especialmente em função do resultado de empate na partida entre São Paulo e Internacional, jogada ontem, que dá uma vantagem ainda maior ao time mineiro no campeonato brasileiro.
Porque não podemos nos esquecer que ambos os times, Atlético e Cruzeiro, estão disputando simultaneamente dois campeonatos difíceis, e que um resultado ruim do Cruzeiro no próximo fim de semana, quando volta a jogar na Vila Belmiro contra o Santos poderia ligar o sinal de alerta. Afinal, caso o São Paulo vencesse ontem, e o Cruzeiro tivesse um resultado negativo, a diferença entre ambos os times poderia levar o Cruzeiro a ter de optar por privilegiar uma competição, provavelmente a que teria mais chances de ser campeão, o Campeonato Brasileiro.
Mas, com diferença de 4 pontos, mesmo que perca para o Santos no domingo, a situação do time líder do campeonato permanece tranquila e, dependendo dos resultados do outro final de semana, o Cruzeiro já poderá entrar na partida do dia 26 com o time completo e com o título já conquistado.
Assim, resta ao Galo se preparar para o próximo confronto com todo o cuidado para que não venha a se tornar vítima da maldição que ele mesmo construiu, em relação ao placar de dois gols de vantagem.
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Quanto ao jogo de ontem, no Independência, o que se viu foi um Cruzeiro com muita posse de bola e muita troca de passes laterais, especialmente em sua defesa. Muita bola atrasada, o que facilitou muito o trabalho do time do Galo.
Inteligente, o time do Atlético preferiu, nesses instantes, voltar todo para seu próprio campo, fechando os espaços e fazendo marcação mais cerrada sobre os atacantes do time adversário.
Isso não significou que o Galão deixou de exercer a marcação de saída de bola, tentando encurtar os espaços e dificultar a vida dos defensores e armadores das jogadas do time de Marcelo Oliveira. O Atlético apertou a marcação, mas ao ver o toque de bola sem objetividade do Cruzeiro, preferia voltar todo para seu campo, forçando o time de azul a tentar lançamentos longos que na maioria das vezes foram interceptados por uma defesa muito bem postada.
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Em minha opinião, Jemerson foi o nome do jogo, constituindo-se no melhor jogador da partida. Seguro, tranquilo, sem enfeitar e querer fazer jogadas de efeito, deu uma demonstração de equilíbrio e maturidade. Que eu me lembre, não perdeu lance nenhum seja nas disputas com Ricardo Goulart, seja com Marcelo Moreno, seja com William, ou qualquer outro que caísse por aquele lado do campo.
Apenas uma vez, já no segundo tempo, depois que o placar indicava os 2 a zero, é que tentou sair jogando e perdeu a bola, ainda no setor de defesa do Atlético. De resto, fez um partidão.
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Mas se Jemerson brilhou, contou com a segurança e tranquilidade e orientação de Leonardo Silva, outro que jogou muito bem, mais postado na defesa, evitando em algumas ocasiões a subir até a área de Fábio, nas bolas altas.
Marcos Rocha foi o autor do cruzamento que resultou no primeiro gol, de Luan, que sinceramente, pelo lugar que ficamos no campo, não dá para comentar se houve ou não impedimento. Dizem os comentaristas e analistas de tevê que houve. Mas, pelo que ouvi falar, o impedimento seria difícil de ser visto pelo bandeira.
Já na lateral esquerda, Douglas Santos não me pareceu estar tão bem quanto em outros dias.
No meio campo, Josué e Leandro Donizete foram também importantes peças de contenção, ajudando em muito o trabalho de Jemerson e de toda  a defesa.
Já na parte ofensiva do time, parece que sentindo algum incômodo, Tardelli foi quem ficou devendo.
Ele e Marion, depois da saída do corredor e esforçado Luan, mais uma vez a representação em campo de toda a mística do time do Galo.
Curioso foi que Marion não entrou apenas sem ritmo. Entrou também sem pernas. Sem inspiração, sem gana. Em alguns momentos, quando perdia a jogada, pudemos vê-lo voltando caminhando para ajudar a defesa, enquanto do outro lado do campo, Carlos voltava como um foguete para fechar os espaços.
Exatamente os dois jogadores protagonizaram os lances que poderiam ter dado maior tranquilidade ao Galo para o jogo da segunda partida da decisão. No caso de Tardelli, o gol que perdeu foi menos por sua responsabilidade que do goleiro Fábio que fez grande defesa. No caso de Marion, não. Em uma arrancada em que tinha a oportunidade de tocar à frente para Carlos, que entrava completamente livre, preferiu seguir sozinho, perdendo a passada e se esborrachando no campo.
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Tudo bem, o Galo venceu a primeira e sai com vantagem. Vacinado, deverá jogar a final com toda atenção e o cuidado que o placar exige. Estou certo que Levir Culpi saberá armar o time para não ser surpreendido por um resultado contrário.
Outra questão interessante será verificar o comportamento da torcida do Cruzeiro, e verificar se também ela entoará o mantra que a torcida do Galo tantas vezes cantou no Mineirão, com êxito: Eu Acredito!
Seria cômico ver agora os cruzeirenses, que tantas vezes ironizaram a torcida do Galo copiar aquele comportamento.
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Uma palavra final sobre a Polícia Militar. Com um efetivo maior, ela deu demonstrações claras de que tem condições, desde que queira, de coibir qualquer problema de desentendimentos entre torcedores de ambos os times tanto fora, no entorno do estádio, quanto dentro do campo. Desta forma, desde que haja, como ontem, uma decisão de fazer um policiamento mais rigoroso e com mais homens, não há razão para que as partidas entre Atlético e Cruzeiro continuem privando uma torcida de estar acompanhando seu time no estádio.
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Tenho que admitir também que Kalil estava certo. Mesmo não tendo o conforto do Mineirão, nem deixando os jogadores mais à vontade, inclusive os jogadores do Galo, que sempre pedem que os jogos sejam transferidos para a Pampulha, o Independência representa a casa do Galo.
E as estatísticas indicam que o Atlético é um dos maiores, senão o maior mandante. O time que mais soube aproveitar as vantagens de jogar em casa.
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Que venha o dia 26. E que seja um jogo com a mesma tranquilidade fora do campo, como foi o de ontem.
E que dentro das quatro linhas o Galão possa conquistar esse troféu que ainda falta a sua coleção.



Enquanto isso, em Brasília...

Só para não deixar passar em branco: a oposição, comandada pelo senador tucano Aécio Neves, segue a reboque da própria oposição interna ao PT. O chamado fogo amigo, iniciado pela entrevista de Gilberto Carvalho, teve sequência com Marta Suplicy e sua carta de despedida.
Que aliás, diga-se também, foi tão deselegante quanto outras atitudes que Marta já teve a oportunidade de protagonizar.  No caso da carta de demissão, tanto na escolha do momento, quanto no conteúdo.
No exterior, Dilma faz cara de paisagem, como quem não está nem aí para as atitudes de sua desafeta.
Embora saiba que há, atrás de toda essa movimentação, o dedo de seu padrinho Lula, doidinho para que esses 4 anos passem rapidinho para poder tentar voltar ao poder.
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Já quanto a oposição, será isso mesmo. Não é do perfil de um murista convicto, como Aécio, assumir a frente das batalhas contra o dono da caneta, nem mesmo para criticar as manobras do governo para poder apresentar um resultado fiscal menos desastroso à sociedade, que o prometido.
Deixa que essa oposição o PSDB tem nomes melhores para fazer que a de seu presidente.


terça-feira, 11 de novembro de 2014

A falta que a Educação Financeira pessoal provoca

A liquidação da corretora Corval, no último mês de setembro, traz à luz um problema sério, passível de ter lugar no mercado financeiro: a questão da confiança e da quebra de confiança na relação cliente-Instituição financeira.
Nada a ver com a aplicação em si, diga-se de passagem, embora como dado em manchete da Folha de São Paulo no dia de ontem, em seu caderno sobre investimentos (Folhainvest), capaz de trazer algum abalo principalmente ao pequeno e médio investidor, obrigado a se fazer representar por uma dessas instituições por exemplo, para aplicar em títulos públicos do Tesouro Direto.
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No caso dos títulos do Tesouro Nacional, os papéis adquiridos pelo investidor são protegidos por um registro em seu nome na Central Depositária da Bolsa BM&FBovespa. 
Além disso, o Tesouro e a Bolsa mensalmente emitem um extrato com as informações dos papéis que constam registrados em nome do investidor, para que ele possa acompanhar suas aplicações.
Mas, como estamos no Brasil, o cliente dificilmente se preocupa em acompanhar as informações que lhe são prestadas, confiando na corretora que escolheu para agir como sua representante. 
Ocorre que nada assegura que a Instituição Financeira não irá, caso necessário ou se houver má intenção de sua parte, utilizar dos papéis em seu nome, transferindo os títulos do cliente para seu próprio nome. 
Essa transferência, diga-se de passagem, não é ilegal, sendo permitida pela Bolsa, desde que o cliente a tenha autorizado.
Aí é que se cria o espaço para que a corretora possa burlar a confiança do seu cliente, o que irá acarretar prejuízos.
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A informação tem de ser mais amplamente divulgada, o problema não é do papel, nem do Tesouro, mas da quebra da confiança, já que a instituição é que estava procedendo de má fé. 
Mas, fica o alerta: do extrato com informações que o cliente pode acessar a qualquer momento, não irá constar os títulos de propriedade do cliente que porventura tenham sido retirados. Com isso, atento a suas aplicações, o cliente tem como acompanhar se a corretora está abusando ou não de suas determinações. 
Por fim, uma outra informação: caso o cliente tenha suas aplicações registrada na Central Depositária, ele terá a garantia de que não sofrerá perdas, caso a instituição financeira venha a ter problemas como foi o caso da Corval.
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O alerta é importante: todos devem manter o mais estrito controle sobre suas aplicações. Afinal, como diz o ditado, o olho do dono é fundamental para a engorda do porco.
Mas, como promover uma mudança de cultura e de mentalidade, quando um tomador de crédito consignado sequer pergunta pela taxa de juros que está pagando, ou a CET, custo efetivo total do empréstimo que está tomando?
Qualquer correspondente de financeiras que realizam esse tipo de concessão de crédito pode nos informar que, desde que a prestação caiba na renda mensal, o empréstimo será efetivado. 
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Isso em um país que pratica as mais altas taxas de juros do mundo. E em vias de ver essa taxa crescer, por força da ação do BC e de sua diretoria reunida no COPOM, destinada a manter a inflação sob controle, ou no mínimo, dentro do intervalo da meta inflacionária.



quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Novamente, Minas Gerais dividida na final

Não bastasse termos assistido, há pouco tempo, uma verdadeira final de campeonato entre dois mineiros, Dilma e Aécio, disputando a presidência da República em um nível tão rasteiro que mais parecia jogo decisivo de futebol de várzea, Minas Gerais, mais especificamente, Belo Horizonte, será palco de mais uma disputa de título.
Agora, colocando frente a frente o time que tem apresentado o melhor futebol coletivo desde meados do ano passado, o time de azul, contra aquele que obteve as maiores conquistas internacionais.
Não só as maiores conquistas internacionais, Libertadores e Recopa, mas também o time que tem sido protagonista das páginas mais épicas que o futebol tem nos proporcionado testemunhar, nos últimos anos: o Atlético Mineiro, Galo forte e Vingador.
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E não me refiro a páginas épicas por ser atleticano, e como todo torcedor do Galão da Massa, acostumado a viver em constante sobressalto. A epopeia explica-se pelos resultados que o time vem obtendo desde o ano passado, quando no Independência, disputando jogo decisivo contra o Tijuana e com a partida já nos segundos finais do tempo de acréscimo, houve a marcação de um pênalte contra o Galo, que Victor defendeu com a ponta do pé.
Nascia ali, com aquele milagre a mística de São Victor, e a confiança de que estavam todos os anjos e santos ao lado do Atlético.
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Em sequência, o Galo teve de disputar outras duas finais, felizmente todas em casa, contra o Newell's e contra o Olímpia, em ambas tendo de reverter o resultado de dois a zero que lhe era extremamente desfavorável.
Em ambas o Galo conseguiu o placar necessário para assegurar a conquista do título de campeão das Américas.
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Pela Recopa, contra o Lanús, outro sofrimento, com o time argentino vindo jogar a segunda partida no Mineirão e saindo vencedor do confronto, pelo placar de 3 a 2. Como o Atlético havia ganho a primeira partida por um gol de diferença, fomos para a prorrogação, em que o Galo, conseguiu a façanha de marcar dois tentos, jogando mal e contando com a ajuda de gols contra dos argentinos.
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Depois duas partidas históricas: contra o Corínthians e contra o Flamengo, ambas com o jogo de ida terminando no fatídico dois a zero, na casa dos adversários.
Pior: em ambas as partidas no Mineirão, o Galo levou o primeiro tento, o que implicava a necessidade de conquistar uma vitória por um placar mínimo de 4 a 1.
E não deu outra.
Empurrado pela torcida e o mantra do EU ACREDITO, o Galo foi para cima dos paulistas, primeiro e dos cariocas, na noite de ontem, arrancando, na base da paciência e sem correria desatinada o placar necessário. E merecido, pela entrega, disposição, coragem. E, principalmente por acreditar que era possível. Pela Fé.
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Mas, além do jogo, um detalhe ontem chamou minha atenção, antes do início do jogo.
É que, enquanto a torcida esperava o início da partida, cantando que o Galo é o time da virada, o Galo é o time do amor, no banco, Alex Silva, o lateral reserva, acompanhava a cantoria, mostrando, antes de mais nada, tratar-se de um atleticano, "sangue bão".
Depois do jogo, ao ser entrevistado pelas emissoras de tevê, Josué, campeão mundial pelo São Paulo, jogador de seleção brasileira e campeão de inúmeras competições na Alemanha afirmava que era raro ver conquistas como as que o time do Galo era capaz de proporcionar.
Dessas que nos levam às lágrimas de emoção, quando não a um infarto indesejado.
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Do time do Cruzeiro, cujo jogo não acompanhei, apenas a certeza de que joga bem em qualquer local, tendo elenco, treinador e qualidade, motivos que justificam porque é o líder disparado do campeonato brasileiro.
Em relação ao jogo na Vila Belmiro, o alçapão do Santos, admito que o resultado elástico não foi surpresa para mim. Afinal, ainda trago na memória o jogo em que o Galo vencia por 4 a 1, e aconteceu o que parecia completamente impossível: o jogo terminou empatado em 4 gols.
É que a torcida empurra, o time cresce, encurrala e acaba se desguarnecendo na defesa.
Jogos com muitos gols, como esse do time de Marcelo Oliveira na noite de ontem, não são, parece-me exceção.
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Agora é esperar pela decisão mineira, tão ansiosamente aguardada. E, com a decisão, que os torcedores, ao contrário dos partidários das agremiações políticas que travaram a última disputa eleitoral, tenham mais calma, tranquilidade e, principalmente, capacidade de aceitar o resultado adverso.
Porque confesso que está passando do limite a choradeira do coitadinho do Aécio, de que foi vítima de ataques baixos por parte do partido contrário, como se ele tivesse feito uma campanha sem agressões e sem ataque.
Ora, quem é das Minas e mora aqui, sabe que sua irmã sempre foi sim, ao lado de Anastasia a pessoa de maior influência no governo, dêem a isso o nome de nepotismo ou não. Quem viveu em Minas, sabe que o estado se endividou, que a cidade administrativa foi um descalabro e desnecessária sua construção, a toque de caixa, apenas para criar uma nova área imobiliária de valorização e especulação.
Quem trabalhava ao lado da Assembléia sabe que os professores de Minas promoveram uma série de manifestações e paralisações, por não terem respeitados seus direitos e pagos o piso nacional de salários. Questão que o próprio Supremo acabou interferindo em causa dos trabalhadores.
Todos sabem que Aécio sempre pousou de frequentador de colunas sociais e eventos de culto à personalidade, por mais espalhafatosos que possam ser e mais fúteis.
Não fomos nós que estávamos dirigindo embriagados e nos recusamos a soprar o bafômetro nas noites de embalo do Rio.
E tampouco nós que temos a  pista, o direito de  pouso ou a chave do aeroporto das terras do titio.
Quanto a falar em corrupção, até prova em contrário, ele empata com Dilma, tendo feito parte de governos que têm tantas acusações e desvios quanto o da eleita.
***
Talvez saber perder seja o que mais o nosso menino do Rio esteja necessitando. Até para evocar a frase dita ontem, em Brasília, cujo significado é de que "É preciso saber perder, reconhecer a derrota. Como é preciso saber ganhar."
E, como minha mãe me ensinou, saber ganhar é, às vezes, muito mais difícil.
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Voltemos ao futebol. Que Minas saia ganhando, com a disputa entre nós e eles, quer racha a nossa capital ao meio. Que o futebol saia vitorioso e que agressões e vandalismos não tenham espaço para acontecer.
Afinal, trata-se apenas de uma disputa esportiva. Por mais apaixonante que seja. Apenas uma partida de futebol.
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Para concluir dois comentários:
Sobre Oldair Barchi, o capitão de nossa campanha campeã de 1971. Vindo do Vasco, como lateral esquerdo, Oldair foi deslocado para o meio campo, onde brilhou no nosso time, especialmente por sua liderança. Sua capacidade de bater faltas, é uma das recordações que trago de sua atuação.
Depois de encerrar a carreira, lembro-me muito vagamente de uma experiência como técnico, também no Galo, não sei se no time principal;
Não sabia de sua morte e rendo-lhe aqui minhas homenagens.

E se tem homenagem a Oldair, eu proponho que nós atleticanos façamos um movimento para cassar a homenagem, indevida em minha opinião, a esse que representa o mau jornalismo, o jornalismo marrom, na tevê brasileira: o tal do Milton Neves.
Esse é daqueles conterrâneos que servem para mostrar que Minas tem muitas mazelas. Muita coisa ruim.
E, saída da cabeça dele, e do pessoal da Globo, só mesmo a ideia funesta e equivocada de que campeonato por pontos corridos não tem emoção e deve ser banido.
Ao vê-lo falar, fica a impressão de que ninguém no resto do mundo, Europa, Espanha, Itália, Inglaterra, etc. sabe o que é o melhor para o futebol. Só esse mala!
Mas, como o direito de falar asneiras é da democracia, que ele continue falando todas que quiser, com toda a antipatia que lhe é peculiar.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Balança Comercial e crise internacional; Jô e a punição do Galo; de golpe e golpistas, inclusive, Gilmar Mendes

Pior resultado da balança comercial desde outubro de 1998, com saldo negativo de US$ 1,2 bilhão e um déficit acumulado de 1,9 bilhão de dólares tem entre suas causas a queda do preço de produtos como o minério de ferro, por força de redução das compras da China, e a queda de exportações, principalmente da indústria automotiva para a Argentina.
Dito de outra maneira, foram os produtos exportados e a queda de preços deles que constituem a explicação principal para o resultado, apenas servindo para confirmar a explicação questionada por vários economistas e analistas econômicos da oposição, para a queda do crescimento do PIB, do ímpeto e agora, das exportações brasileiras: a crise internacional.
Passadas as eleições, ao menos em seu segundo turno, parcela da midia impressa começa, agora, a reconhecer que a sobra de produtos em todo mundo, mercê de uma menor demanda; a deflação experimentada em outros países, pela mesma menor demanda; o aumento da oferta de produtos exportados do Brasil, nos anos recentes, além de  questões como a inflação que o país atravessa e o câmbio, que estimula ainda maior importação, são fatores que explicam a deterioração flagrante do saldo comercial.
Como consequência, afetam diretamente e tornam mais grave o resultado já negativo das contas de transações correntes.
Isso em um momento em que o excesso de capital tende a se reduzir, dificultando o financiamento de nossa conta corrente, principalmente se os Estados Unidos começarem a adotar política de elevação dos juros, dada a recuperação, embora lenta de sua economia.
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Mas, a leitura da situação e as explicações da presidenta nos debates, embora sujeita a críticas e não a isentando nem ao seu governo de responsabilidades na condução da política econômica e em seus tropeços, não estava de todo errada ao atribuir à situação internacional parcela da responsabilidade.
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Na contra-mão do resultado anunciado, o setor responsável pela exportação de carnes comemora o crescimento da venda de carnes, que registraram alta de volume e preços.
Desse volume de carnes exportado, cuja liderança é da carne de frango, o principal crescimento advém da carne bovina, o que se é bastante positivo do ponto de vista do setor externo, é uma notícia ruim para os consumidores nacionais.
Especialmente, a notícia do aumento do valor médio da tonelada da carne de boi, o que significa que vai ficar mais caro o churrasco nosso de cada fim de semana e o preço das refeições.
O que põe mais lenha na fogueira da inflação no país.


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Punição "duela a quien duela"

Não me  refiro ao pedido de afastamento do cargo do presidente da Transpetro, cujo nome foi envolvido no caso da delação premiada do escândalo da Petrobrás.
Nem da necessária medida da Polícia Federal, disposta a investigar os comentários que circularam nas redes sociais com comentários preconceituosos contra os nordestinos.
Tampouco, essa nota vai tratar dos que, em meio aos protestos organizados pela oposição para tentar virar o resultado do jogo eleitoral, no famoso terceiro turno, foram às ruas mostrar a verdadeira face dessa oposição e de sua origem autoritária, pedindo a volta da intervenção militar.
Trato do Galo e da punição a Jô, André e a Emerson Conceição, afastados sumariamente do elenco do clube e, provavelmente com os contratos rescindidos.
A justificativa da diretoria de futebol é a prática de atos de indisciplina gravíssima, no hotel em que o time estava hospedado em Curitiba (mulheres e orgia nos quartos?), capaz de levar á adoção da medida justo na semana em que o time tem pela frente um desafio de maior importância.
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No país em que todos se queixam da impunidade, o Atlético dá uma lição ao punir e comunicar a punição independente de que tipo de impacto tal medida possa surtir no elenco.
Junto à torcida, seguramente, a receptividade será muito boa, por força das péssimas atuações de Jô e do fato do atleta estar já abusando da paciência do torcedor, tantos atos de indisciplina vem cometendo. Quanto a André, cuja contratação nunca se justificou, com o atleta nunca conseguindo manter um ritmo regular de jogo, também não será sentida sua ausência pela torcida, exceto pelos que trabalham na noite.
Já Emerson Conceição, esse é melhor nem falar, tamanha a mediocridade de seu futebol, o que revela, por outro lado, a falha grotesca dos responsáveis por sua contratação.
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A lamentar, apenas, a oportunidade perdida de negociar Jô, ainda antes da Copa, quando alguns rumores davam conta de times alemães interessados em seu passe.
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E cai a máscara dos tucanos de oposição: saudades da época da ditadura

Pior é que a grande maioria dos que foram às ruas expressar-se a favor do golpe contra a democracia e o resultado soberano das urnas,  nem idade tinha para estar em meio a pessoas que nunca deixaram de manifestar seu preconceito e sua veia autoritária, já que incapazes de viverem sem serem tutelados.
E, justiça seja feita, embora se aproveitando da inexperiência e ingenuidade dos mais jovens, essa parte podre dos manifestantes que foram às ruas não representa nem mesmo o PSDB, onde despontam figuras como José Serra, Aloysio Nunes, Fernando Henrique Cardoso, e até mesmo o neto de Tancredo Neves, nomes de pessoas que lutaram ou foram artífices do fim do período de obscurantismo representado pela ditadura militar.
Que esses golpistas sejam identificados e que possam ser afastados do convívio de todos que sonham em construir uma sociedade democrática e livre.


Como cai a do ministro do Supremo

Comentar as opiniões de Gilmar Mendes ou repercutir seus comentários é um dos maiores desserviços que a midia pode trazer para nossa sociedade.
A título de fazer campanha pró PEC da bengala (que aumenta a idade limite do magistrado se aposentar de 70 para 75 anos), agride seus colegas do Supremo, alegando a possibilidade de que aquela Corte maior venha a se tornar bolivariana.
Agride ao Supremo e a seus colegas, ao Executivo, responsável pela nomeação de pessoas de reconhecida e ilibada reputação jurídica, ao Legislativo, que sabatina e aprova o nome do indicado para o cargo pelo Executivo.
Alegando que o Supremo pode se transformar em braço político do Executivo, mostra apenas o que ele é, de fato: o político na Corte. Caso de comprovação pelo próprio de que, nem sempre as características de reputação ilibada e conhecimento jurídico foram as principais razões da escolha de um membro da Corte.
No caso de Mendes, cada vez mais fica claro que sua indicação foi tão somente a de um partidário a quem o presidente da ocasião resolveu premiar por relevantes serviços - não necessariamente jurídicos, prestados.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Novo vexame do Galo e as agruras da Economia brasileira

Quando eu era pequeno as televisões, especialmente o canal 4, TV Itacolomi, transmitiam aos domingos os jogos de futebol do campeonato mineiro, então o único torneio importante de que participavam os times mineiros, Atlético, América e Cruzeiro.
Havia a Taça Brasil, de que o Cruzeiro foi campeão em 1966, mudando para sempre a forma que os times mineiros e gaúchos passaram a ser considerados, mas a Taça Brasil era um torneio de que participava apenas o campeão estadual. 
E o Galo, que foi bicampeão em 62/63, sempre acabava derrotado, e naquela época, lembro do temor que era enfrentar o Náutico de Pernambuco.
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Pois bem, digo isso a propósito da primeira vez, no ano de 1962, que tive paciência de ficar em frente à televisão para ver uma partida. Talvez por ser um ano de Copa do Mundo. Talvez por que o futebol acabou entrando de vez na minha vida, com a conquista do Brasil em terras do Chile. 
O jogo transmitido era Atlético e Pedro Leopoldo e o Atlético, de camisa alvinegra perdeu de 3 a 1. Mas conquistou ali, naquele dia, meu coração para sempre. E tornei-me mais um sofredor inveterado.
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Tudo isso me veio à mente durante a transmissão do jogo de ontem, em que, jogando com um uniforme que representa muito pouco da mística do time e que não diz nada à maioria da torcida; em um horário que não tem também nenhum encanto, criado e imposto para atender à programação de uma rede de televisão e não ao espetáculo; o Atlético entrou em campo com uma formação que prefere punir aos que estão jogando relativamente bem, apenas por ter cobrado mais raça dos companheiros, acarretando com essa decisão uma punição para toda sua apaixonada torcida.
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Resultado: com menos de 45 segundos de jogo, sem que tivesse tempo de se posicionar em campo, o Atlético viu o seu xará do Paraná ir ao ataque, a bola ser jogada na área e interceptada mal por Edcarlos, sobrar para o capitão do adversário e perigoso Marcelo, que cruzou novamente para o miolo da área, onde novamente foi rebatida de qualquer jeito, para cair no pé do jogador contrário. E daí, o chute em direção ao gol, o desvio na perna de Edcarlos enganando a Giovanni e a bola indo morrer mansamente no fundo do gol.
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O problema é que a partir daí, a partida viu o Atlético Mineiro crescer, tocar bola, ganhar o meio campo, levar um ou outro susto nos rápidos contra-ataques do clube paranaense, mas indiferente de ser o primeiro ou segundo tempo, foi só.
Objetividade zero. Gana e vontade de vencer, zero. Carlos a sensação, zero. Mais caído no chão que jogando em pé e levando perigo ao gol do adversário. O meio campo, sem qualquer inspiração. Edcarlos errando muito e transmitindo insegurança.
Para não me alongar muito: salvaram-se o goleiro, Leo Silva em seu retorno, Luan, sempre guerreiro. E Tardelli, jogando sozinho e sem ter com quem tramar qualquer jogada de perigo. Até se cansar. 
Além do lateral esquerdo, Douglas, sempre cumprindo seu papel, especialmente nas descidas ao ataque.
Tão pouco para um time que visa o G4 e que tenta superar-se mais uma vez na quarta em jogo de Copa do Brasil, que em dado momento comentei com minha mulher. Se não entendesse nada de futebol, como nos idos de 62 e visse esse time de branco, apagado, sem emoção e sem garra, jogando e perdendo, nunca iria me tornar o atleticano que me tornei.
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Detalhe imprescindível de ser dito: os jogadores que entraram no segundo tempo tampouco mostraram alguma coisa, Especialmente Marion, que entrou no lugar de Josué, mostrando que as promessas vindas da base, são ainda apenas promessas. E que Marcos Rocha estava certo em dizer que ainda sentem o peso da responsabilidade.
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Que venham a quarta feira e o Flamengo e a mística de que o Galo é o time da virada e o Galo é o time do amor. E o mantra "Eu acredito" possa, mais uma vez, dar ao time a força e disposição  que ele não tem sabido demonstrar em campo.
Pelo menos não ontem.


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As agruras da Economia

Dizem que de poeta, médico e louco, todos têm um pouco. 
Depois descobriram que nós brasileiros somos mais de 200 milhões de técnicos de futebol. 
Agora descubro, talvez tardiamente, que somos todos economistas.
E, enquanto alguns (derrotados nas urnas) reclamam das medidas que Dilma começou a adotar, apenas porque ela disse que não as adotaria.
A esse respeito, uma consideração: parece que esses críticos, derrotados, votaram não em ideias que consideravam corretas e necessárias, mas em pessoas. Porque, com Dilma vitoriosa e reeleita, ao começar a adotar aquilo que achavam que fosse necessário ser feito em nosso país, e o melhor, passam a criticar a presidenta, e até tais medidas. Ora, parece-me que gostariam então apenas de ver o circo pegar fogo!!!
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Está bem! Dilma está reproduzindo então o mesmo estelionato que muitos acusaram Lula de fazer em 2003 quando assumiu a presidência adotando um conjunto de medidas que todos classificavam como a continuidade da política conservadora de FHC.
É verdade e Lula adotou a política conservadora e o país melhorou os seus números, que estavam tão deteriorados ao final do governo tucano.
Agora é Dilma que está traindo seus eleitores. Pelo menos é o que parece. Mas então, os seus críticos deveriam estar era comemorando por estarem vitoriosos, mesmo que alijados do poder.
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Mas, daí a escutar as análises de jornalistas como Acir Antão, feitas hoje na Rádio Itatiaia, em seu programa matinal é uma coisa de doido. Não porque os problemas identificados por ele estejam incorretos. 
Como ele disse, ao iniciar o tema, andou lendo vários jornais e revistas nesse fim de semana e, claro, há uma unanimidade em relação aos problemas que o país está atravessando, divergindo as opiniões apenas em relação ao grau de importância de cada um deles.
Temos então a questão da inflação, dos preços que foram contidos, especialmente na energia e que terão de ser liberados, o problema de um déficit primário que renasce tal qual uma fênix e causa desconforto muito grande. 
Daí a necessidade de medidas como a elevação de alíquotas dos impostos que foram utilizados para que o governo pudesse, sem êxito, tentar estimular o consumo principalmente de bens duráveis, automóveis à frente. A volta da cobrança da CIDE, que incide sobre combustíveis, e que Acir Antão criticou.
Mas interessante é ouvir os argumentos. Para ele, tudo que o governo andou fazendo, teve como motivação a reeleição, mesmo aquelas medidas que, como se sabe, estão vigorando desde 2012, como aposta do governo, volto a insistir, sem êxito, para estimular a demanda agregada e tirar a economia do marasmo.
Para uma pessoa que tem um espaço na midia e que pode fazer comentários que irão forjar a cabeça e opinião de muitos ouvintes, o que é muito perigoso, todo o descalabro das contas públicas tem a ver com o número de funcionários empregados - "empreguismo" e com os muitos e inúteis ministérios, gastadores. Tudo para acomodar pessoas amigas. 
Ora, os gastos mais elevados no ano de 2014 têm como explicação gastos maiores em educação, por exemplo, programas de bolsas, o que todos os analistas reconhecem. Tudo bem que gastos com pessoal são importantes, porque não podem ser comprimidos, mas daí a culpar tais gastos como fez o radialista.
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Pior é que o radialista comenta que a questão dos combustíveis e dos impostos para a indústria automobilística é que é a responsável por tanto automóvel congestionando nossas ruas, passando a ideia de que, quando as classes populares tiveram acesso ao carro, e por força das medidas populistas de Dilma a paz que reinava nos núcleos urbanos foi embora. 
Não o disse, mas é como se culpasse o pobre de ter melhorado de vida e vir estragar a vida antes tranquila e idílica dos ricos.
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Valho-me de Delfim, para quem os maiores problemas são de ordem fiscal e de ordem estrutural da economia e do câmbio. 
Diz o ministro da Fazenda da época da ditadura que o governo destruiu a indústria e tem de reconstruí-la. E se isso não for feito, estarão ameaçados o crescimento econômico e a inclusão social até aqui conquistada.
E afirma textualmente: " Na minha opinião, um problema sério prejudicou Aécio. Ele foi apoiado por um grande número de pessoas com preconceito gigantesco. É o sujeito que diz: " Eu me fiz por conta própria, eu trabalhei, estudei. Não fui como esses vagabundos". O que é um equívoco fundamental. "
E conclui afirmando que os programas de assistência são encarados por tais pessoas, como se fosse algo contra eles.
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Também muito boa a opinião de José Roberto Mendonça de Barros, em entrevista na Folha. 
Embora crítica, lúcida. Bem diferente da coluna de Samuel Pessôa, cuja coluna é bem mais uma manifestação de vontade pessoal de cunho político, o "wishful thinking", que uma análise séria. 
E bem diferente dos comentários de Acir Antão, que parece bem mais com o choro de quem viu seu candidato derrotado nas ruas e agora culpa a tudo e todos, mesmo sem saber o que, ou porque.