terça-feira, 4 de novembro de 2014

Balança Comercial e crise internacional; Jô e a punição do Galo; de golpe e golpistas, inclusive, Gilmar Mendes

Pior resultado da balança comercial desde outubro de 1998, com saldo negativo de US$ 1,2 bilhão e um déficit acumulado de 1,9 bilhão de dólares tem entre suas causas a queda do preço de produtos como o minério de ferro, por força de redução das compras da China, e a queda de exportações, principalmente da indústria automotiva para a Argentina.
Dito de outra maneira, foram os produtos exportados e a queda de preços deles que constituem a explicação principal para o resultado, apenas servindo para confirmar a explicação questionada por vários economistas e analistas econômicos da oposição, para a queda do crescimento do PIB, do ímpeto e agora, das exportações brasileiras: a crise internacional.
Passadas as eleições, ao menos em seu segundo turno, parcela da midia impressa começa, agora, a reconhecer que a sobra de produtos em todo mundo, mercê de uma menor demanda; a deflação experimentada em outros países, pela mesma menor demanda; o aumento da oferta de produtos exportados do Brasil, nos anos recentes, além de  questões como a inflação que o país atravessa e o câmbio, que estimula ainda maior importação, são fatores que explicam a deterioração flagrante do saldo comercial.
Como consequência, afetam diretamente e tornam mais grave o resultado já negativo das contas de transações correntes.
Isso em um momento em que o excesso de capital tende a se reduzir, dificultando o financiamento de nossa conta corrente, principalmente se os Estados Unidos começarem a adotar política de elevação dos juros, dada a recuperação, embora lenta de sua economia.
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Mas, a leitura da situação e as explicações da presidenta nos debates, embora sujeita a críticas e não a isentando nem ao seu governo de responsabilidades na condução da política econômica e em seus tropeços, não estava de todo errada ao atribuir à situação internacional parcela da responsabilidade.
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Na contra-mão do resultado anunciado, o setor responsável pela exportação de carnes comemora o crescimento da venda de carnes, que registraram alta de volume e preços.
Desse volume de carnes exportado, cuja liderança é da carne de frango, o principal crescimento advém da carne bovina, o que se é bastante positivo do ponto de vista do setor externo, é uma notícia ruim para os consumidores nacionais.
Especialmente, a notícia do aumento do valor médio da tonelada da carne de boi, o que significa que vai ficar mais caro o churrasco nosso de cada fim de semana e o preço das refeições.
O que põe mais lenha na fogueira da inflação no país.


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Punição "duela a quien duela"

Não me  refiro ao pedido de afastamento do cargo do presidente da Transpetro, cujo nome foi envolvido no caso da delação premiada do escândalo da Petrobrás.
Nem da necessária medida da Polícia Federal, disposta a investigar os comentários que circularam nas redes sociais com comentários preconceituosos contra os nordestinos.
Tampouco, essa nota vai tratar dos que, em meio aos protestos organizados pela oposição para tentar virar o resultado do jogo eleitoral, no famoso terceiro turno, foram às ruas mostrar a verdadeira face dessa oposição e de sua origem autoritária, pedindo a volta da intervenção militar.
Trato do Galo e da punição a Jô, André e a Emerson Conceição, afastados sumariamente do elenco do clube e, provavelmente com os contratos rescindidos.
A justificativa da diretoria de futebol é a prática de atos de indisciplina gravíssima, no hotel em que o time estava hospedado em Curitiba (mulheres e orgia nos quartos?), capaz de levar á adoção da medida justo na semana em que o time tem pela frente um desafio de maior importância.
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No país em que todos se queixam da impunidade, o Atlético dá uma lição ao punir e comunicar a punição independente de que tipo de impacto tal medida possa surtir no elenco.
Junto à torcida, seguramente, a receptividade será muito boa, por força das péssimas atuações de Jô e do fato do atleta estar já abusando da paciência do torcedor, tantos atos de indisciplina vem cometendo. Quanto a André, cuja contratação nunca se justificou, com o atleta nunca conseguindo manter um ritmo regular de jogo, também não será sentida sua ausência pela torcida, exceto pelos que trabalham na noite.
Já Emerson Conceição, esse é melhor nem falar, tamanha a mediocridade de seu futebol, o que revela, por outro lado, a falha grotesca dos responsáveis por sua contratação.
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A lamentar, apenas, a oportunidade perdida de negociar Jô, ainda antes da Copa, quando alguns rumores davam conta de times alemães interessados em seu passe.
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E cai a máscara dos tucanos de oposição: saudades da época da ditadura

Pior é que a grande maioria dos que foram às ruas expressar-se a favor do golpe contra a democracia e o resultado soberano das urnas,  nem idade tinha para estar em meio a pessoas que nunca deixaram de manifestar seu preconceito e sua veia autoritária, já que incapazes de viverem sem serem tutelados.
E, justiça seja feita, embora se aproveitando da inexperiência e ingenuidade dos mais jovens, essa parte podre dos manifestantes que foram às ruas não representa nem mesmo o PSDB, onde despontam figuras como José Serra, Aloysio Nunes, Fernando Henrique Cardoso, e até mesmo o neto de Tancredo Neves, nomes de pessoas que lutaram ou foram artífices do fim do período de obscurantismo representado pela ditadura militar.
Que esses golpistas sejam identificados e que possam ser afastados do convívio de todos que sonham em construir uma sociedade democrática e livre.


Como cai a do ministro do Supremo

Comentar as opiniões de Gilmar Mendes ou repercutir seus comentários é um dos maiores desserviços que a midia pode trazer para nossa sociedade.
A título de fazer campanha pró PEC da bengala (que aumenta a idade limite do magistrado se aposentar de 70 para 75 anos), agride seus colegas do Supremo, alegando a possibilidade de que aquela Corte maior venha a se tornar bolivariana.
Agride ao Supremo e a seus colegas, ao Executivo, responsável pela nomeação de pessoas de reconhecida e ilibada reputação jurídica, ao Legislativo, que sabatina e aprova o nome do indicado para o cargo pelo Executivo.
Alegando que o Supremo pode se transformar em braço político do Executivo, mostra apenas o que ele é, de fato: o político na Corte. Caso de comprovação pelo próprio de que, nem sempre as características de reputação ilibada e conhecimento jurídico foram as principais razões da escolha de um membro da Corte.
No caso de Mendes, cada vez mais fica claro que sua indicação foi tão somente a de um partidário a quem o presidente da ocasião resolveu premiar por relevantes serviços - não necessariamente jurídicos, prestados.

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