quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Vantagem do Galo, mas nada decidido

O placar de 2 a zero é suficientemente conhecido do time e da torcida do Galo para que possamos sair comemorando antecipadamente o título.
Ainda assim, o resultado conquistado no Horto é muito importante, permitindo ao Atlético mais tranquilidade para enfrentar as duas próximas semanas.
Quanto ao Cruzeiro, a situação também não é muito diferente, especialmente em função do resultado de empate na partida entre São Paulo e Internacional, jogada ontem, que dá uma vantagem ainda maior ao time mineiro no campeonato brasileiro.
Porque não podemos nos esquecer que ambos os times, Atlético e Cruzeiro, estão disputando simultaneamente dois campeonatos difíceis, e que um resultado ruim do Cruzeiro no próximo fim de semana, quando volta a jogar na Vila Belmiro contra o Santos poderia ligar o sinal de alerta. Afinal, caso o São Paulo vencesse ontem, e o Cruzeiro tivesse um resultado negativo, a diferença entre ambos os times poderia levar o Cruzeiro a ter de optar por privilegiar uma competição, provavelmente a que teria mais chances de ser campeão, o Campeonato Brasileiro.
Mas, com diferença de 4 pontos, mesmo que perca para o Santos no domingo, a situação do time líder do campeonato permanece tranquila e, dependendo dos resultados do outro final de semana, o Cruzeiro já poderá entrar na partida do dia 26 com o time completo e com o título já conquistado.
Assim, resta ao Galo se preparar para o próximo confronto com todo o cuidado para que não venha a se tornar vítima da maldição que ele mesmo construiu, em relação ao placar de dois gols de vantagem.
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Quanto ao jogo de ontem, no Independência, o que se viu foi um Cruzeiro com muita posse de bola e muita troca de passes laterais, especialmente em sua defesa. Muita bola atrasada, o que facilitou muito o trabalho do time do Galo.
Inteligente, o time do Atlético preferiu, nesses instantes, voltar todo para seu próprio campo, fechando os espaços e fazendo marcação mais cerrada sobre os atacantes do time adversário.
Isso não significou que o Galão deixou de exercer a marcação de saída de bola, tentando encurtar os espaços e dificultar a vida dos defensores e armadores das jogadas do time de Marcelo Oliveira. O Atlético apertou a marcação, mas ao ver o toque de bola sem objetividade do Cruzeiro, preferia voltar todo para seu campo, forçando o time de azul a tentar lançamentos longos que na maioria das vezes foram interceptados por uma defesa muito bem postada.
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Em minha opinião, Jemerson foi o nome do jogo, constituindo-se no melhor jogador da partida. Seguro, tranquilo, sem enfeitar e querer fazer jogadas de efeito, deu uma demonstração de equilíbrio e maturidade. Que eu me lembre, não perdeu lance nenhum seja nas disputas com Ricardo Goulart, seja com Marcelo Moreno, seja com William, ou qualquer outro que caísse por aquele lado do campo.
Apenas uma vez, já no segundo tempo, depois que o placar indicava os 2 a zero, é que tentou sair jogando e perdeu a bola, ainda no setor de defesa do Atlético. De resto, fez um partidão.
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Mas se Jemerson brilhou, contou com a segurança e tranquilidade e orientação de Leonardo Silva, outro que jogou muito bem, mais postado na defesa, evitando em algumas ocasiões a subir até a área de Fábio, nas bolas altas.
Marcos Rocha foi o autor do cruzamento que resultou no primeiro gol, de Luan, que sinceramente, pelo lugar que ficamos no campo, não dá para comentar se houve ou não impedimento. Dizem os comentaristas e analistas de tevê que houve. Mas, pelo que ouvi falar, o impedimento seria difícil de ser visto pelo bandeira.
Já na lateral esquerda, Douglas Santos não me pareceu estar tão bem quanto em outros dias.
No meio campo, Josué e Leandro Donizete foram também importantes peças de contenção, ajudando em muito o trabalho de Jemerson e de toda  a defesa.
Já na parte ofensiva do time, parece que sentindo algum incômodo, Tardelli foi quem ficou devendo.
Ele e Marion, depois da saída do corredor e esforçado Luan, mais uma vez a representação em campo de toda a mística do time do Galo.
Curioso foi que Marion não entrou apenas sem ritmo. Entrou também sem pernas. Sem inspiração, sem gana. Em alguns momentos, quando perdia a jogada, pudemos vê-lo voltando caminhando para ajudar a defesa, enquanto do outro lado do campo, Carlos voltava como um foguete para fechar os espaços.
Exatamente os dois jogadores protagonizaram os lances que poderiam ter dado maior tranquilidade ao Galo para o jogo da segunda partida da decisão. No caso de Tardelli, o gol que perdeu foi menos por sua responsabilidade que do goleiro Fábio que fez grande defesa. No caso de Marion, não. Em uma arrancada em que tinha a oportunidade de tocar à frente para Carlos, que entrava completamente livre, preferiu seguir sozinho, perdendo a passada e se esborrachando no campo.
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Tudo bem, o Galo venceu a primeira e sai com vantagem. Vacinado, deverá jogar a final com toda atenção e o cuidado que o placar exige. Estou certo que Levir Culpi saberá armar o time para não ser surpreendido por um resultado contrário.
Outra questão interessante será verificar o comportamento da torcida do Cruzeiro, e verificar se também ela entoará o mantra que a torcida do Galo tantas vezes cantou no Mineirão, com êxito: Eu Acredito!
Seria cômico ver agora os cruzeirenses, que tantas vezes ironizaram a torcida do Galo copiar aquele comportamento.
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Uma palavra final sobre a Polícia Militar. Com um efetivo maior, ela deu demonstrações claras de que tem condições, desde que queira, de coibir qualquer problema de desentendimentos entre torcedores de ambos os times tanto fora, no entorno do estádio, quanto dentro do campo. Desta forma, desde que haja, como ontem, uma decisão de fazer um policiamento mais rigoroso e com mais homens, não há razão para que as partidas entre Atlético e Cruzeiro continuem privando uma torcida de estar acompanhando seu time no estádio.
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Tenho que admitir também que Kalil estava certo. Mesmo não tendo o conforto do Mineirão, nem deixando os jogadores mais à vontade, inclusive os jogadores do Galo, que sempre pedem que os jogos sejam transferidos para a Pampulha, o Independência representa a casa do Galo.
E as estatísticas indicam que o Atlético é um dos maiores, senão o maior mandante. O time que mais soube aproveitar as vantagens de jogar em casa.
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Que venha o dia 26. E que seja um jogo com a mesma tranquilidade fora do campo, como foi o de ontem.
E que dentro das quatro linhas o Galão possa conquistar esse troféu que ainda falta a sua coleção.



Enquanto isso, em Brasília...

Só para não deixar passar em branco: a oposição, comandada pelo senador tucano Aécio Neves, segue a reboque da própria oposição interna ao PT. O chamado fogo amigo, iniciado pela entrevista de Gilberto Carvalho, teve sequência com Marta Suplicy e sua carta de despedida.
Que aliás, diga-se também, foi tão deselegante quanto outras atitudes que Marta já teve a oportunidade de protagonizar.  No caso da carta de demissão, tanto na escolha do momento, quanto no conteúdo.
No exterior, Dilma faz cara de paisagem, como quem não está nem aí para as atitudes de sua desafeta.
Embora saiba que há, atrás de toda essa movimentação, o dedo de seu padrinho Lula, doidinho para que esses 4 anos passem rapidinho para poder tentar voltar ao poder.
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Já quanto a oposição, será isso mesmo. Não é do perfil de um murista convicto, como Aécio, assumir a frente das batalhas contra o dono da caneta, nem mesmo para criticar as manobras do governo para poder apresentar um resultado fiscal menos desastroso à sociedade, que o prometido.
Deixa que essa oposição o PSDB tem nomes melhores para fazer que a de seu presidente.


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