Depois de um longo e indesejado período, voltamos a publicar nossos pitacos.
Desse tempo de inatividade apenas uma palavra: por mais absurdo que possa parecer, não foi falta de assunto, nem de disposição para manifestar a respeito. Foi tão simples quanto falta de tempo.
Porque se não é a situação geral, em meu caso a 'folga' proporcionada pelo afastamento do Banco Central para merecidas e prolongadas férias deixou-me a impressão de que tinha todo o tempo do mundo a meu dispor.
E, ao contrário de alguns amigos que reclamam de não terem aprendido a organizar o tempo, o que os leva a ficar adiando o cumprimento de suas atividades até que descubram terem consumido todo o tempo que detinham inutilmente, em meu caso, até posso me considerar algo organizado.
O problema é que acreditando ter tempo livre, vamos assumindo compromissos e mais compromissos. Alguns sobrepondo-se a outros. De forma que ao final, conseguimos chegar a essa situação de ocupar todo o tempo.
Ainda mais em um mês como esse de abril, em que o encontro marcado para o próximo dia 30 com o Leão da Receita Federal nos deixa enredados em meio a recibos, declarações de rendimentos, extratos bancários e uma série de outras informações sempre lembradas de última hora.
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Mas, nesse intervalo, andaram acontecendo alguns fatos merecedores de comentários, em especial na área do futebol.
Primeiro pela classificação de todos os times brasileiros para a fase de oitavas da Taça Libertadores da América, depois de muito sofrimento e muita luta, para alguns.
A rigor, escapou do sufoco apenas o Corínthians, classificado por antecipação com uma campanha bastante equilibrada, o que não permitia, de forma alguma que o time começasse a ser considerado como o melhor time do planeta, como a imprensa paulista passou a tratá-lo.
Menos mal que o Boca Juniors conseguiu terminar a fase de grupos com aproveitamento total, façanha não conseguida há um bom período de tempo por qualquer equipe.
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Tudo bem que o time de melhor campanha nem sempre consegue chegar ao final com o título. Mas se faço referência ou algum elogio ao Boca, não é nem tanto pelo futebol apresentado, nem tão vistoso. E sim por ter tido o mérito de reduzir a babação de ovo que a imprensa paulista insistia em nos derramar a cada programa esportivo.
Mas, classificaram-se ainda o Internacional, em primeiro em seu grupo, o Cruzeiro na mesma posição, depois de depender até o último jogo de um resultado positivo, o São Paulo, que derrotou seu arqui-adversário paulistano, e o Galão, o Atlético do eu acredito e da garra, raça e fé.
Mais uma vez, e não é por ser atleticano, a campanha do Atlético foi a que mais trouxe mais emoção, até o seu final.
Menos pelo time e pelo futebol, às vezes inexistente, mas pela forma em que a classificação foi conquistada. No último jogo, contra um time de tradição e que encabeçava o grupo, o Colo Colo. E, mais uma vez, precisando de um placar por diferença de dois gols, conquistados ao final da partida.
Antes, apenas para destacar a sempre sofrida trajetória do Galo, houve a não partida, já que o time não apresentou futebol algum no México, contra o time do Atlas.
Em meio a essa não partida, de futebol ridículo, uma partida para ficar marcada como a pior dos últimos tempos contra o seu tradicional rival, o Cruzeiro, que terminou em um empate sem gols e sofrível de se ver.
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Curiosamente, no domingo seguinte, o jogo contra o campeão brasileiro, no campo do adversário que detinha a vantagem de jogar pelo empate teve outra feição, transformando-se em um excelente jogo. Que terminou com a vitória do Galo e a choradeira tradicional da torcida do time mandante. Que saiu reclamando de falta não marcada em seu centro-avante, no final da partida.
Confesso que não tenho certeza a respeito do lance de disputa de Edcarlos com Damião. É verdade que o defensor do Galo acertou o rosto de Damião que, devemos reconhecer, abaixou a cabeça mais que o comum. O chute de Edcarlos, que não elevou tanto o pé, como foi alegado, acabou atingindo o adversário, mas não era mais que lance perigoso. Em minha opinião, lance para uma cobrança em dois toques, de tiro indireto.
Por isso acho que não deveria ter havido, como acertadamente não foi dado, cartão para o zagueiro do Galo.
O problema é que se o time do Cruzeiro batesse a falta, a jogada poderia não resultar em qualquer perigo para o gol de Victor e, uma vez recuperada a posse de bola, o lance poderia ter sequência, tendo a mesma conclusão que aconteceu na situação real.
Porque Damião caiu por no mínimo perto de dois minutos. Tempo suficiente para a defesa do seu time se armar lá atrás.
E foi na jogada de saída de bola que o time do Galo partiu para a frente e a bola sobrou caprichosa para Lucas Pratto decretar a vitória do alvinegro. E sua classificação.
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Do jogo contra o Colo Colo não posso falar muito, já que salvo o golaço decisivo, os compromissos em sala de aula impediram-me de acompanhar o sufoco que passamos.
Mas, posso falar da primeira partida, novamente de futebol completamente ridículo apresentado pelo Atlético contra a Caldense, em disputa pelo título do Mineiro.
Vá lá que a Caldense mostrou ser mesmo um time muito entrosado, cumprindo à risca a determinação de seu jovem e competente técnico, dando um nó tático no Galo.
Aliás, para fazer justiça, jogando melhor tanto na defesa quanto no ataque, levando ao gol do Galo muito mais perigo que o time da capital.
Se devesse ter um vencedor, o jogo que terminou em um modorrento zero a zero, atrevo-me a dizer que seria a Caldense.
Que joga agora pelo empate, em função de sua excelente campanha no campeonato, em que permanece invicto até o presente momento. E já há mais de 720 minutos sem levar qualquer gol.
Pode até não ser o campeão, já que o Galo cresce nesses momentos mais decisivos, mas por tudo que fez, a Caldense é que merece terminar com o título.
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Pena que, na final, mais uma vez Levir não poderá contar com Guilherme, novamente machucado. O que retira grande parte da qualidade técnica do jogo, ao menos pelo lado do Atlético.
Sem Marcos Rocha, contundido desde o primeiro jogo contra o Cruzeiro quando foi criminosamente atropelado pelo ídolo estrangeiro do adversário (e quanto a isso os cruzeirenses não se pronunciam!), sem Guilherme agora, vai ficando complicada a tarefa para o time da capital.
Pior é que não dá para criar muita expectativa de que os jogadores já em fase final de tratamento apareçam no time, ou que os demais se empenhem como deveriam, uma vez que já no meio da semana seguinte começa a difícil decisão contra o Internacional pela Libertadores.
Jogo duro. Complicado.
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No front da política, muito pouca novidade a comentar, o que acaba vindo em meu auxílio.
Trapalhadas do juiz Moro da Lava Jato, em relação à cunhada do ex-tesoureiro do PT. Mais escândalos, agora ligados ao faturamento completamente anormal de uma gráfica.
A decisão ontem, tomada pelo ministro Teori, de permitir que os empresários presos possam cumprir a prisão em regime domiciliar. O que reforça a opinião de que no Brasil rico é tratado de forma diferente dos pobres.
A trapalhada de Cunha na Câmara, face à aprovação do projeto de terceirização, que rasga nossa legislação de proteção ao trabalhador, em confronto com Renan, que pretende paralisar a tramitação da proposta. Tudo por disputa de egos, e que o Brasil se exploda, para usar expressão famosa de Justo Veríssimo o deputado de Chico Anysio.
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O Senado alterou a emenda que obrigava o governo a já em 30 dias passar a cumprir o seu próprio projeto transformado em lei e não regulamentado, relativo à aplicação de índices de correção das dívidas de estados e municípios.
Agora, só a partir de 2016, no último dia do primeiro mês daquele ano.
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O BC continua agindo no sentido de elevar a taxa meta da Selic, o que eleva sobremaneira a dívida pública, que anda batendo recordes.
Hoje, tem mais uma reunião e, quem sabe, mais uma elevação.
E enquanto isso, o dólar cai. Despenca, para terror de exportadores, industriais e para o resultado de nossa balança de transações correntes.
E nada de a economia reagir, exceto para mostrar cada vez maior sinal de fraqueza, como já era esperado, e foi falado nesse blog.
A previsão de PIB em queda de mais de 1, 15% esse ano, e inflação em alta de 8,2% mais cedo ou mais tarde não poderá mais ser imputada ao mandato de Dilma I. Vamos ver que outras desculpas serão esgrimidas por analistas do mercado e seus jornalistas amigos.
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A perda de Abujamra e a dor das vítimas do terremoto no Nepal, são mais significativos e chamam a atenção.
Por outro lado, o fuzilamento de outro brasileiro na Indonésia revela que a pena de morte deve ser muito mais bem discutida aqui em nosso país que a forma que o assunto volta e meia ressurge, em função de realização de pesquisas de opinião que a aprovam e demandam.
Já dizia Nelson Rodrigues que toda a unanimidade é burra. A maioria não esclarecida também, com certeza.
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A Petrobras de balanço novo e auditado é sinal de tranquilidade. A empresa é maior, bem maior que as perdas por mais bilionárias que elas sejam.
E a Petrobras, patrimônio de todos nós vai reduzir seu tamanho. Vai concentrar seus esforços e vai reagir. E dar a volta por cima.
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