segunda-feira, 25 de julho de 2016

Galo vitorioso, sem muita emoção. Terrorismo oficial. E as recomendações de aumento de carga tributária

Ok. Vamos combinar que vencer é sempre muito bom. E, seguindo a linha do politicamente correto, especialmente quando você não ganhou burlando qualquer regra. Ganhou limpo, dentro das regras do jogo. O que mostra que ganhar foi merecido.
Ou não?
Embora muito complexa a definição do que seja ganhar por merecimento, principalmente no futebol, onde um lance de oportunidade não desperdiçado pode definir o resultado de um jogo, de uma partida.
A verdade é que ganhar por merecimento supõe que uma das equipes tenha sobrado em campo, jogado muito mais, melhor, mais bonito, com mais dedicação, etc. etc.
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Atleticano que sou, claro que estou muito satisfeito com a vitória do Galo ontem, na arena do Palmeiras, em São Paulo. Até por que ao conquistar a vitória contra o time que lidera a competição, o Galo deu nova vida ao campeonato, voltando a tornar atraente um campeonato que já vinha perdendo a graça, tamanha a disparidade entre os resultados que o Palmeiras vinha obtendo e o de seus adversários mais diretos. Convenhamos que, ainda faltando 3 rodadas para o do encerramento da primeira metade do campeonato, abrir 5 pontos de frente era uma diferença significativa. E seriam 5 pontos sobre o vice-líder, já que se tomássemos como referência o primeiro time fora da zona de classificação para a Libertadores, a diferença iria passar para 7 pontos. Muito difícil de ser tirada, se levarmos em conta que o importante na disputa é ser campeão.
De novo, mesmo não desejando ser repetitivo: ou não?
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Porque parece que hoje, ser campeão deixou de ter a importância que tinha anteriormente, já que dada a grande quantidade de títulos sendo disputados a cada ano, um time derrotado em uma competição tem sempre a possibilidade de se tornar o campeão de outra, e curiosamente, ao final, obter o mesmo prêmio: a vaga para disputar o torneio continental. 
Ora, se disputar o torneio continental é que é o verdadeiro prêmio nos dias de hoje, não há mais razão para se almejar o título máximo do Campeonato Brasileiro, cansativo, longo, caro. Basta ficar ali, entre os primeiros. 
Ou partir para a conquista do mata-mata da Copa do Brasil. Ou a conquista do Sulamericano, onde os times adversários são menos gabaritados, ou estão atravessando uma fase menos positiva.
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Exemplos dessa situação podemos encontrar a cada ano, como aconteceu com o próprio Galo, em 2014, campeão da Copa do Brasil, com direito à participar da Copa Libertadores. E, mesmo nesse ano, podemos estar vendo acontecer com nosso principal adversário, o Cruzeiro, sem chances de ser o campeão do Brasileirão, mas em condições de sonhar, ao menos, em avançar na Copa do Brasil.
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Mas a referência ao Cruzeiro já deveria ter sido feita antes, logo no início desse pitaco, quando estava tratando de um time vencer ou perder, sem merecer o resultado. Porque aconteceu ontem no Mineirão, ao menos no primeiro tempo, com o time cruzeirense. 
Pelo pouco que consegui ver, rodando os canais de televisão que passavam os demais jogos, e por muito do que a crônica fez questão de frisar, o Cruzeiro foi melhor, chutou muito mais a gol, teve muito mais lances de perigo - aqui já dando o devido mérito ao goleiro Magrão do Sport que foi o responsável direto pelo zero do time mineiro no placar. Mas, uma jogada de lampejo de Diego Souza e um chute a gol, do Rogério, acabaram decretando a derrota parcial do time celeste.
Claro que para o segundo tempo uma série de condições, muitas das quais relacionadas ao natural nervosismo e necessidade de vitória do time de Minas, levou a uma queda da qualidade do futebol apresentado,, quando o time mineiro continuou martelando o gol do Sport, apenas para ver uma jogada genial do garoto Everton Felipe transformar-se no segundo gol, selando definitivamente o resultado para desespero dos presentes ao jogo.
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Mas, voltemos ao início do pitaco, ao jogo do Galo contra o Palmeiras, na manhã de ontem, em que o Galo ganhou com gol de Donizete.
Não é por nada não. Muito menos implicação minha, mas Donizete marcar um gol, de raro talento e tranquilidade, ele que marcou apenas 4 gols em todo o tempo que está envergando a camisa do Galo, já é algo estranho. 
E é a respeito desse estranhamento que eu queria me manifestar. 
Porque o Galo ganhou, sua defesa jogou muito bem, diria o locutor do pay-per-view, quase impecável, mas convenhamos que o jogo não foi nenhuma maravilha. Teve sim, lances de emoção, mas poucos. 
O jogo acabou concentrando-se no meio do campo, parecendo que os dois times estavam mais preocupados em não perder e não ficar afoitos no ataque, para não dar brechas, que jogarem atrás da vitória. 
Foi um jogo morno, na maioria do tempo, de poucas chances para cada lado, a rigor, apenas duas do lado do Atlético, uma em chute de Robinho de fora da área, ainda no primeiro tempo, e outra que resultou no gol. Pelo lado do Palmeiras, por mais que Cuca e sua tradicional fisionomia de choro, de coitadinho, com a voz desconsolada, tivesse falado em 4 chances do Palmeiras, confesso que não me lembro de mais que duas chances. 
Na verdade, o Palmeiras praticamente concentrou-se em elevar bolas na área, para a defesa do Galo, de maior estatura, tirar. E o Galo pouco ousou na frente. 
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E não ousou, em minha opinião, porque continua sem muitas opções de jogadas ensaiadas, porque continua sem esquema de jogo, contando tão somente com o brilho individual de seus jogadores, que por ser brilho é fugaz.
Ontem foi assim, principalmente no lance de gol, em uma das poucas vezes em que a troca de passes rápida pelo meio entre Robinho, Fred, deu resultado. 
Não é pegando no pé de Marcelo Oliveira, de quem sempre fui admirador, mas analisando-se o jogo, friamente, a gente vê coisas que negam aquilo que me fez acreditar que Marcelo era o técnico ideal para o Galo. 
Por exemplo, acabou a chamada marcação de saída de bola adversária, a tal marcação alta. Claro, era domingo, manhã, o tempo estava muito seco, e tudo isso acaba levando o jogador a se preservar mais, correndo menos. 
Mas na verdade, essa marcação da saída de bola, Fred não faz, e creio que nem tenha condições para tanto, ao contrário de Lucas Pratto. 
É verdade que Fred voltou para marcar, fazendo até um número excessivo de faltas na zona chamada de intermediária, e que apareceu muitas vezes tirando bola na área do Galo. Mas, a defesa do Palmeiras podia evoluir até o meio, sem ser incomodada por nenhum jogador do time atleticano pondo pressão e forçando o erro.
Também Robinho não é ojogador com características para ficar marcando a saída de bola, precisando estar mais livre de obrigações de marcação, para ter pique para dar vazão a seus lampejos. 
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Sem marcar a saída de bola mais alta, exceção de Fred, com as faltas no meio, o Palmeiras cruzava inúmeras vezes o meio campo e os jogadores de contenção do Galo não entravam na bola para destruir a jogada adversária. Pelo que vi, a maioria das vezes, Donizete, Carioca e Lucas Cândido ficavam cercando, cercando, andando para trás, esperando o jogador palmeirense definir a jogada, ao invés partir logo para tentar recuperar a posse de bola. 
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Se a defesa estava bem postada, o que acontecia era um natural congestionamento em frente à entrada da área, dificultando o Palmeiras de tentar a penetração, exceto em alguns lances com Tche Tche, jogador que andou arriscando alguns chutes também de fora da área.
Na frente, sabendo que devia tentar chutar de fora da área, para aproveitar o fato de o goleiro do Palmeiras estar há muito tempo sem jogar e, portanto podendo estar sem noção de espaço e tempo de bola, o time do Galo pouco experimentou. 
Talvez, um chute de Lucas Cândido, fora o de Robinho, já comentado. 
E, vamos combinar, Rafael Carioca é um grande jogador, dos melhores atualmente atuando no futebol brasileiro, e com uma categoria ímpar. Mas, metade das bolas que ele pega no meio campo, ele precisava de atrasar a jogada, recomeçando tudo de novo lá da retaguarda, quando não dando a bola para Victor despachar para a frente, de qualquer jeito?
Porque Rafael que é dono de um bom passe não arrisca mais os lançamentos mais verticais? Ou ele tem sido o excelente passador justamente por ficar tocando mais lateral ou para trás que para a frente, como se espera do Galo?
Ou ao menos como eu espero?
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Não vou criticar o técnico vitorioso ontem. Mas eu acho que Pratto não pode ficar de fora do time, mesmo Maicosuel jogando sem comprometer, e Fred ser considerado, a princípio de mesma posição que o argentino. 
Mas, e Luan, agora voltando???
Dizem que ter problemas, desse tipo, é bom para o técnico. Tomara que o Galo não se perca por tanta opção.
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Terrorismo no Brasil

Estava deixando a poeira abaixar para falar sobre a descoberta da perigosa célula terrorista descoberta no Brasil na semana passada e desbaratada por nossa força policial de segurança.
Mas, depois de já ter visto outros comentários, inclusive de Jânio de Freitas, na Folha de ontem, acho que já posso manifestar minha opinião. 
Para mim, o desbarateamento do grupo terrorista foi apenas uma jogada de marketing, para tentar vender a ideia de segurança para o mundo, em relação à realização das Olimpíadas. 
Aproveitando a onda de atos terroristas que vem assolando a França, a Alemanha mais recentemente, Síria, Iraque, etc, o Brasil resolveu mostrar que está atento, e resolveu apresentar ao mundo um show de capacidade de lidar com situações de terror.
Pena que, encarregado de dar a notícia ao mundo, o que se viu foi um ministro da Justiça muito mais para a turma de trapalhões do Didi, que capaz de passar a imagem que dele se esperava. 
Para completar, o ministro da Defesa chutou logo o balde, como quem percebe que os planos de vender uma imagem ao mundo, falsa, se frustraram. O que o levou a classificar o tal grupo como um simples bando de "porras loucas".
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Sem entrar no mérito de uso de expressões que não se coadunam com as mesóclises do usurpador chefe da equipe, tão a gosto de um órgão como o Estadão, o Globo, e  outros que tais, creio que Raul Jungmann tem uma visão mais correta dos fatos que seu colega de ministério.
Mas, é sempre bom lembrar que, como disse Jânio ontem, se era para praticar terrorismo, o alarme mal feito pelo ministro da Justiça, obteve o grau máximo no quesito. O ministro foi o criador de terror maior que o do grupo de pessoas detidas por suspeição. 
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A começar da desclassificação do grupo apreendido. Ora, se era um grupo tão amador, e tão incompetente, a ponto de querer encomendar e comprar uma arma pela internet, no mínimo, temos que considerar que não havia razão para apresentação da prisão com tanto estardalhaço, de segredo de Estado.
Talvez um comentário apenas, de que foi realizada a prisão, de forma mais sóbria e considerando a periculosidade do grupo como algo ainda de pouca monta. 
Mas, o desejo de quem ocupa o lugar que não poderia, e não pode estar ocupando, para valer-se da projeção do posto, acaba, fatalmente nesse tipo de situação constrangedora. 
Depois, é interessante constatar que o jovem que praticou alguns ataques no Shopping em Munique, ao que foi noticiado comprou a arma pela internet. Ou seja, a possibilidade de compra de armamentos existe, sim, aproveitando a Deep Web e o ministro devia ter mais cautela de usar esse fato como exemplo de amadorismo. 
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E nunca vi tanta gente reunida por meio de comunicações e postagens via redes sociais na Internet, poderem caracterizar o que a imprensa e a polícia séria chama de perfil do "lobo solitário". 
Pelo que acho sem ser expert no tema, para solitário esse lobo está rodeado de muita gente.
Mas, se o perfil do lobo solitário é que está por trás de possíveis fontes de temores, quem garante que o lobo em questão não é alguém menos amador, menos afoito, mais preparado para colocar em marcha seu plano?
E quem pode assegurar que o show de nosso ministro não serviu para que alguém mais atento e interessado, passe seus planos em revista, checando cada ponto de suas intenções?
Ou seja, mais uma vez e parafraseando a máxima jocosa e personalizando o governo, o representante brasileiro abre a boca somente para dar a todo o mundo a confirmação daquilo que todo mundo já desconfiava: somos um bando de incompetentes. Ou inutis, para lembrar que até um Roger, já teve uma fase melhor na vida, quando os vários neurônios que se orgulha de carregar não eram peso morto.
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A propósito, a declaração do ministro apenas fica atrás das impagáveis asneiras com que Eduardo Paes resolveu brindar o povo brasileiro. 
Olha, a verdade é que apesar de tê-lo eleito, nem o povo carioca e toda sua ironia merecia tanta estultície.
Agora, ao invés de reconhecer o estado lastimável das habitações da Vila Olímpica, resolveu ironizar as queixas da delegação australiana, oferencendo-se ou ameaçando colocar à disposição dos atletas, um canguru.
Como quem fala o que quer ouve o que não desejava, ouviu que a delegação queria apenas encanadores, para conter os vazamentos das ocupações, Ou seja, respeito e ocupações dignas. 
Ou isso é tão difícil para quem indicou um exemplo de marido para sua sucessão, e o exemplo citado é réu em processo de agressão à esposa?
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Sei não, mas em matéria de humor, creio que as Olimpíadas serão um evento sem precedentes na nossa história e na história dos Jogos. 
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Aumento de carga tributária

Enquanto isso, o próprio Fundo Monetário já fala na necessidade de o país aumentar impostos para poder fazer um mínimo em prol da recuperação de nosso equilíbrio fiscal. 
Resta agora,  aguardar a reação do empresariado e poder vermos quem vai pagar o pato?
Afinal, os diretores da Fiesp já comprovaram que não vão mesmo pagar o pato, já que nãó pagam nem impostos. 
E os panelaços e buzinaços de quantos defendiam tudo que temer insiste em representar  persistem, acarretando um grande incomôdo e impedindo a paz e a tranquilidade do povo brasileiro. 
Com tanto barulho, corre-se o risco de tirar o povo - não apenas parte da camada da classe média mais privilegiada - da letargia e do estado de sonolência. O que pode não terminar bem.
Enfim, a ver.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

E melhoram as previsões sobre a economia brasileira. Mas porque razão mesmo??? Porque a mídia quer ou porque é melhor vivermos na ilha da fantasia?

Depois de alguns anos, a previsão feita pelo FMI, em relação ao comportamento da economia brasileira dá sinais de melhora, o que mídia conservadora de nosso país não deixou passar sem comemorações.
Sendo assim todos os órgãos de comunicação e todos os jornais dos grandes canais de televisão apontaram que já há, finalmente, luz no fim do túnel.
No caso específico, não apenas a economia brasileira deve estancar a queda de seu PIB, nesse ano de 2016, como deve apresentar um crescimento positivo, embora de apenas 0,5%, em 2017.
Em relação a 2016, o encolhimento do PIB será menor que o previsto, com as expectativas indicando retração de 3,5%, contra uma previsão de 3,8% feita em abril.
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Mais interessante que os números, ainda e sempre, parte do que poderíamos chamar de futurologia, é a coincidência com os economistas nacionais, consultados pelo Banco Central, para a pesquisa Focus, embora deva ser assinalado que nossos economistas, principalmente atuantes em bancos e instituições financeiras, prevêem um crescimento maior para o próximo ano, de 1,1%.
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Para explicar a melhora, os analistas do FMI assinalam como motivo, a contração menor que a prevista anteriormente, e a "confiança do consumidor e das empresas" que parece terem saído de seu nível mais baixo.
Internamente, as explicações convergem para a restauração da confiança da indústria e do consumidor, diante de melhoras de expectativas.
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Bem, considerando que os consumidores brasileiros em sua imensa maioria não poderiam ser tratados como o agente econõmico da Escola Novo-Clássica de pensamento econômico, para quem os agentes têm informação perfeita e fazem uso racional ou o melhor uso possível desse conjunto de informações que têm à sua disposição, é curioso ver como se explica, em um momento em que os juros são recordes,afetando sobremaneira o consumo e em que o desemprego não dá sinais de arrefecimento, essa melhoria de confiança por parte da massa de consumidores.
Isso, em um momento que, como já em anos anteriores, efeitos climáticos transformam-se em vilões, afetando safras de produtos essenciais na composição da cesta básica dos brasileiros, e transformando os preços de produtos alimentares em importantes atores do processo que culmina com a manutenção de inflação elevada.
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Então temos uma mistura interessante, para dizer o mínimo: desemprego em alta, e sua companheira, a queda de rendimentos; juros elevados e crédito cada vez mais restrito; inflação ainda em nível elevado, e uma total incapacidade de nosso agente econômico representativo, sequer compreender os fatos econômicos e suas consequências, como se fossem brilhantes economistas.
 Tudo isso, junto e misturado, ainda assim torna-se explicação para uma melhora de astral, uma melhora da percepção do ambiente econômico, etc. como nossos economistas eos do Fundo estão argumentando?
E nosso ceticismo nem necessita trazer à discussão questões como as que vêm sendo veiculadas pelo governo golpista do usurpador temer, a saber, as perdas de direitos dos trabalhadores, em função de reformas de previdência, trabalhista e outras, no Fies e em tantos outros programas que integram a assistência social.
Ou seja: tudo indo na direção contrária ao que espera a massa de trabalhadores, e eles mais dispostos e confiantes na economia.
Talvez, apenas por saberem que, caso seja aprovada a ideia que vem lá dos lados empresariais da indústria, de jornada de trabalho de 80 horas, tudo vai melhorar na vida de todos, já que não vai haver tempo para cometer qualquer gasto.
O que convenhamos, pode ajudar até a reduzir salários, por absoluta falta de tempo para utilizá-los.
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Tudo leva a crer, portanto, que as explicações possíveis para a melhora do ambiente, ao menos do que diz respeito ao povo brasileiro e aos consumidores, é uma dentre as opções abaixo assinaladas, ou até uma conjunção dessas hipóteses: i- o programa de retirada de milhares de brasileiros da extrema pobreza, que aconteceu no governo Lula, mesmo que de forma mal acabada, e da inserção de milhares de famílias nas novas classes médias emergentes, já foi debelado e agora, como antes do governo petista, só consome a autêntica classe média, a que faz uso de mesóclises e até entende o que significa coisa de tamanha importância em nossa civilização. Como só a verdadeira classe média vai permanecer no mercado, ela está mais otimista por poder frequentar ambientes, ruas, shoppings, hotéis, aeroportos e até navios de cruzeiros com mais espaço e mais tranquilidade; ii - a imensa maioria de nossos analistas forjam opiniões e vendem discursos otimistas, com a cumplicidade de nossos meios de comunicação que, mais que informar, deformam e manipulam e fazem a cabeça das massas populares.
Por mim, essa é a verdadeira e mais importante explicação para a mudança do ambiente, que não foi alterado em nada: as redes de tevê e a imprensa golpista não aceita que a situação de usurpação da vontade popular seja revertida e faz a maior carga para vender a ideia de um paraíso, apenas porque quem está à frente do governo é um de seus bem comportados contratados.
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Claro está que, nas projeções não podemos deixar de lado ou esquecer a importância das previsões otimistas de industriais, setor que vem se recuperando principalmente puxado por dólar em elevação, e exportações. Exportação em valores tão significativos, que capazes de zerarem déficits em nossa conta externa.
Mas, a queda do real não tem nada a ver com o governo temer, nem mesmo, a rigor, com medidas do governo Dilma. Ou seja, o que tem de positivo, acontecendo no horizonte econômico, em parte foi e é tratado com algo ruim: a desvalorização do real e seus impactos sobre a inflação.
Porque, se ajuda nossas exportações, resgata a indústria do limbo, funciona para melhorar o nível de expectativas, é bom lembrar que a inflação agrava-se, com a moeda americana rompendo a barreira dos 4 reais.
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Então, se há motivos para alguma comemoração, pelo menos pelo lado dos industriais, essa euforia é decorrente do comportamento do mercado externo e não tem qualquer vínculo com uma possível retomada de nosso consumo interno.
Aqui, o consumo só reage nas manchetes da mídia golpista, para sustentar, com o uso de um falso brilhante, o golpe e sua manutenção.
O que pode não ser tão fácil.
Afinal, não bastasse as conclusões de que não houve pedaladas e que a presidenta Dilma, eleita pelo povo, frise-se, do parecer da auditoria realizada para tratar do assunto, a pedido da defesa da presidenta, membros do próprio Ministério Público já deram pareceres de que Dilma não cometeu qualquer crime de responsabilidade, nem deles se beneficiou, como alegado pelos golpistas e seus bois de piranha, Janaína a descabeçada à frente.
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Pior é constatar-se agora, que o próprio TCU que tem atendido prontamente aos pedidos e solicitações do ministro Meirelles, já começa a perceber que as acusações feitas a Dilma são, em síntese, relativas a operações de natureza muito semelhante aquelas que, diligentemente eles têm autorizado para temer, o usurpador.
Ao menos é isso que o portal UOL noticia, na data de hoje.
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Nesse meio tempo, na luta contra a corrupção, novo nome que deve ser sacramentado como Ministro do Turismo de temer, é indiciado na Justiça, por atos de improbidade, quando era prefeito no interior de Alagoas.
Isso, sem contar os Jucás, e Henriques Alves, da cozinha do usurpador.
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Bem, como ninguém mostra que o governo temer nada fez de concreto até aqui, para criar uma situação que indique alguma melhora, muito ao contrário, é importante deixar registrado que só mesmo pela fábrica de sonhos estar em grande atividade, é possível, para qualquer setor, ou agente econômico, apostar em melhora no futuro próximo.
O que não significa que não estejamos torcendo para que a melhora possa não trazer à população, mais dissabores que as de estar sendo governado por alguém em que ela não acreditava e não votou. E em propostas que ela rechaçou nos últimos anos com grande empenho.
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Pitacos variados

Trump, o prestidigitador, agora indicado, conseguiu mais uma vez. Agora por meio do discurso de sua mulher, plagiando Michelle Obama.
Não apenas por suas ligações com a televisão, onde foi apresentador, Trump mostra ser homem próximo aos ensinamentos de Aberlado Barbosa, o Chacrinha, para quem nada se cria e tudo se copia.
Pouco importa como e de que forma, o que vale é manter-se, sempre em evidência. E isso ele conseguiu e está conseguindo sem qualquer dúvida.
Desse ponto de vista, corremos o risco de ver a nação mais poderosa do planeta, que já teve um ator de filme B de Hollywood na presidência, e um parvo, como era considerado Bush, o filho, ter agora, como um novo ocupante vindo das artes: um clown. Ou simplesmente um palhaço.
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Mais uma vez, o whatsapp é proibido de operar no nosso país. Agora, em minha opinião, menos por questões de dados não disponibilizados, em descumprimento de mandado judicial, e mais pelo desrespeito às normas e leis brasileiras, e a nossa ordem constituída.
O que é interessante. Afinal, todos que mais clamam por nossa ordem constituída e o respeito a ela, na luta contra a corrupção e outros desmandos, são os primeiros a criticarem a juíza, por ter bloqueado o serviço de mensagens.
Alguns, até ridicularizam a ideia de que o mais grave no episódio foi o fato de o aplicativo ter se negado a responder à justiça por não ter sido empregado a língua inglesa.
Ou seja: para alguns, a questão de nossa ordem vale quando os seus interesses pessoais assim o recomenda. Quando, ao contrário, esses interesses são feridos, o juiz está exorbitanto de suas funções por questões de somenos importância.
Vai entender!
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Quanto às mensagens, já passou do tempo de se fazer uma perícia técnica para saber se o aplicativo tem ou não condições de quebrar os códigos da criptografia para atender às demandas, muito especiais e com finalidades muito precisas, da Justiça.
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Uma peça cômica, não fosse séria, a entrevista do novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o principal factóide de César Maia, seu pai, no Roda Viva, segunda feira última.
Difícil para ele, esquivar-se de cobranças em relação a seu apoio, sempre manifesto a Cunha, a quem ele se não elogiou a conduta, também  não fez qualque reparo.
Ficou claro, em vários momentos, que Maia é parte do acordo de temer o usurpador, com a ala de seu "compadre" e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
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E embora ganhando, com grande exibição de Robinho, não consigo levar fé nesse time de Marcelo Oliveira. Ainda confuso, embolado, sem padrão de jogo, sem tática definida, sem jogadas ensaiadas, etc.
De positivo, além da volta de Pratto, apenas o fato de perceber que Patric não foi escalado. Ao menos dessa vez...
Quem sabe, da próxima vez, não fosse interessante colocar Patric no lugar de Marcelo?
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Só para ratificar: não foi adotada, pelo governo temer até agora, qualquer medida que possa ter algum efeito, positivo ou negativo para a economia brasileira. A Globo, a Band e outros baba-ovos que me perdoem. Mas, se as coisas vão menos mal não é sinal que vão melhores também.


sexta-feira, 15 de julho de 2016

Absurdos das redes sociais, reproduzidos apenas por força da inércia exercida por nossa sempre crescente ignorância

É verdade que, muitas vezes, evito ficar acessando as redes sociais, até por uma certa preguiça de minha parte. Entretanto, em algumas ocasiões é praticamente impossível ficar alheio a elas, o que me leva a procurar saber, por exemplo, em que circunstância fui mencionado, ou citado, em que momento e por que razão fui cutucado, etc.
Mas, entro, passo os olhos em algumas postagens e saio, em geral, sem fazer qualquer comentário ou sem curtir algum assunto.
Raras vezes, a curiosidade pelo inusitado me faz abrir alguma reportagem ou notícia ou comentário postado, para ler toda a matéria.
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Mas, a maior parte das vezes fico espantado com a quantidade de matérias que as pessoas, algumas até integrantes de meu círculo de amizades, entre elas pessoas que reputo ou reputava como muito esclarecidas, acabam transcrevendo e repercutindo, em minha opinião de forma completamente acrítica.
Nesses instantes, aliado à surpresa, deixo-me dominar por uma tristeza profunda, não pela decepção experimentada, mas por ver consagrada cada vez mais a máxima de que ninguém deveria se expor, abrir a boca ou fazer qualquer comentário cujo conteúdo fosse apenas servir de provas do tamanho da ignorância de que elas são possuidoras, ignorância que até o momento eram apenas suspeitas por parte de alguns críticos.
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O pior é que essa situação tem ficado cada vez mais grave, em especial, depois da chegada do PT ao poder, e das lambanças que o partido cometeu e vem cometendo no longo período em que esteve no poder. Do mensalão ao segundo turno das eleições de 2014, não apenas as redes sociais vieram ganhando proeminência, mas vieram escancarando uma profunda divisão em nossa sociedade, que não seria nenhum problema, se as divergências fossem todas respeitadas, e a democracia fosse o pano de fundo para as manifestações.
Democracia no sentido de Churchill,  para quem a democracia era o pior dos regimes políticos, mas não haveria nenhum regime melhor que ela.
Ou no sentido de Voltaire, segundo o qual, podemos não concordar com nenhuma das palavras, e ideias que você disser ou quiser manifestar, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las.
Pois bem: e quando as coisas ditas são rematadas tolices, disparates, ou pior: inverdades?
E quando o que se divulga é apenas um amontoado de bobagens, cujo principal motivo é manter ou fortalecer o atraso, o desconhecimento, a ignorância?
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São essas situações que me trazem um desencanto completo das redes sociais e de certos emails, transmitidos ad nauseam, contendo informações e fatos que, qualquer mínima pesquisa, no google mesmo, iria mostrar tratar-se de falácias.
E já fui vítima desse tipo de mensagens que, como professor que  insisto em ser, levou-me a realiizar uma pesquisa, e reenviar ao remetente do email a correta informação.
Claro, não esperava qualquer agradecimento por tirar o remetente da escuridão do não saber, mas a resposta que obtive foi mais curiosa ainda: "você pode estar até certo, mas vou continuar divulgando esse email, para meter o pau no PT."
Dito isso por quem votou em Lula na eleição de 2002, ao contrário de meu voto, é no mínimo material para mais uma pesquisa. Como uma pessoa ex-eleitora cria tal comportamento tão contrário, em tão pouco tempo?
Mas essa pesquisa seria mais afeita à área da psicologia, escapando a minha limitada capacidade.
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São algumas dessas inverdades divulgadas incessantemente, e sem qualquer outro interesse exceto o ideológico, de criar confusão e manter a ignorância em alta,  que venho comentar aqui hoje. Em sequência numerada.
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1a questão: Lewandowski, que ocupa atualmente o cargo de presidente do STF é petista e uma vergonha para a corte. Está no Supremo apenas por amizade mantida com d. Marisa Letícia, tendo sido indicado por Lula em 2006 para salvá-lo e ao partido no episódio do mensalão.
Fui pesquisar e minhas consultas mostraram que o atual presidente do Supremo é professor titular da insuspeita USP, ostentando os títulos de mestre e doutor atribuíodos por aquela Instituição.
Teve sua carreira na magistratura iniciada no estado de São Paulo, indicado para o Tribunal de Alçada por Orestes Quércia, do PMDB.
Nada a ver com o PT.
Mais interessante: foi indicado ao cargo na cota do quinto da advocacia, pela OAB.
Ou a OAB sempre foi petista de carteirinha ou a conversa de que Lewandowski só chegou onde chegou por ser petista é uma brincadeira.
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Aliás, a Constituição Federal preceitua que a indicação de alguém para o cargo de Ministro do Supremo deverá atender a certos requisitos, entre os quais constam: ser brasileiro nato, entre 35 e 65 anos de idade, notável saber jurídico e reputação ilibada. Está lá no artigo 101.
Presumindo que ser professor titular da USP revele notável saber jurídico, resta a questão da reputação ilibada.
Mas, onde fica a máxima de que até prova em contrário, presume-se a inocência de todos?
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Mas não é só esse o problema.
Todo brasileiro indicado a ministro deve ser indicado por.... e aqui a Constituição Federal não tratou da questão, deixando uma lacuna. Assim, é o presidente da República que indica o nome a ser encaminhado para autorização do Senado Federal.
As únicas exceções ao poder de indicação do presidente é a questão prevista na Constituição, do chamado quinto reservado ao Ministério Público e à advocacia.
Aliás, é dessa indicação da classe de advogados que surge o nome de Lewandowski em primeiro lugar.
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Nos Estados Unidos, cujo arranjo institucional foi por nós copiado, há autores que revelam que a nomeação do indicado é sempre de pessoa com pensamentos, comportamentos e opiniões e posições semelhantes ao de quem é responsável pela indicação, uma vez que normalmente essa indicação é feita por algum político.
Nada de anormal, em reconhecer ou admitir-se essa influência, respeitadas as demais condições legais.
Até porque o indicado deverá ser sabatinado pelo Senado, em sua Comissão de Constituição e Justiça, a CCJ, e depois, pelo plenário.
E cabe a escolha do Ministro ao Senado, apenas a ele.
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Que nosso Senado se esquive de pronunciar-se de forma devida é outra questão. Até porque aqui, parece-me apenas no período de Floriano Peixoto, o Senado exercia de fato o seu poder de escolha.
Mas, mais uma vez, como acusar o PT ou a indicação feita por um presidente do PT, se o nome anteriormente indicado pela OAB, depois do Quércia, mais tarde por Lula, passou por uma Comissão de Constituição de Justiça do Senado, comandada por Antônio Carlos Magalhães, e foi aprovado por 22 votos a favor e apenas 1 contrário.
E, como é obrigatório, aprovado o nome na CCJ, o nome tem que ser aprovado pelo plenário do Senado, quando só então, caso obtenha a maioria, será escolhido pelo Poder Legislativo, e encaminhado ao Poder Judiciário, para nomeação.
Ora, em um Senado cuja composição indicava 15 senadores do DEM, 22 do PMDB, 4 do PTB, do PDT e outros 4 do PR, contra 9 do PT, o indicado foi, finalmente, escolhido.
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Importante assinalar: Lula apenas nomeia o escolhido pelo Senado. E como a nomeação é ato posterior à escolha, por requisito legal e da racionalidade, ele não pode ser responsabilizado por seguir o procedimento legal.
Ah! sempre vão lembrar que Lula foi quem, antes, indicou. Mas, fosse o Senado uma Casa séria, poderia sabatinar, reprovar, e até, quem sabe, escolher nomes de outras indicações, talvez feitas pela própria casa.
Agora, se Lula indicou primeiro e o nome teve acolhida, vale sempre a observação: ninguém indica quem pensa de forma contrária. E quem o fizesse seria considerado um tolo.
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2a questão: o juiz Moro colocou o presidente do Supremo em seu devido lugar. Razão para ficarmos do lado do juiz, cujos modus operandi muitas vezes parece seguir a lógica do "os fins justificam os meios". O que tem lhe rendido várias queixas junto à CNJ - Comissão Nacional de Justiça, cujo presidente vem a ser exatamente Lewandowski.
Será que o juiz Moro seria assim tão sem amor à carreira que iria colocar-se em confronto com aquele que pode inteferir em decisões e punições que afetariam sua trajejtória?
Por crer que Moro, embora considerado um superherói pela população, não é capaz de atos tão inusitados, creio que outra interpretação deve ser dada a sua resposta ao presidente do STF.
Importa aqui, sem querer defender a quem não conheço e de quem não dependo, e que, de mais a mais, não precisa de minha defesa, lembrar que, no recesso do Judiciário, tendo chegado àquela instância pedido da defesa de Lula, para poder decidir sobre o que foi requisitado, qualquer juiz iria solicitar informações diretamente de quem está sendo referido como o agente causador do que se questiona.
Que Moro tenha respondido tendo argumentado que o Ministro Teori já teria se manifestado a respeito do tema, sem indicar ter havido qualquer abuso da parte do juiz, não me parece possa ser interpretado como uma ação destinada a "colocar Lewandowski em seu devido lugar". A saber, destinado a mandar o presidente do Supremo calar a boca e não se intrometer em questões em que ele não poderia estar tendo qualquer ingerência.
Interpretar assim, é forçar demais a barra e a lógica, embora permita várias análises, não é tão flexível a esse tipo de raciocínio. Afinal, até a lógica verga e quebra-se sob interpretação tão fora de propósito.
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3a questão: o absurdo de nossa Corte Suprema ter um caráter tão francamente petista, justamente por terem sido Lula e Dilma os presidentes que mais nomearam ministros.
Ora, interessante é que aqueles que assim argumentam e difundem ideias equivocadas pelas redes sociais, quanto ao caráter partidário do Supremo, não apenas falam contra Marco Aurélio, indicado por Collor de Mello, de quem era primo; falam contra Dias Toffloli, por ter sido advogado do PT o que o levou a ser indicado por Lula, muito embora Gilmar Mendes também tenha sido indicado por Fernando Henrique Cardoso, depois de ter ocupado cargo de Advogado Geral da União (como Toffoli), no governo do tucano.
Mas, criticam a indicação de Fachin, feita por Dilma e elogiam, por outro lado, a presença imparcial da ministra Carmem Lúcia, esquecendo-se de que a mineira foi indicada por Lula.
Reprovam Barroso indicado por Dilma e, especialmente Lewandowski, indicação de Lula, mas elogiam a escolha, do mesmo presidente, de Joaquim Barbosa, então o maior ministro que já passara pela mais alta Corte, por suas decisões no caso do mensalão.
Afinal, todos os indicados por Lula eram bons e deveriam estar onde estão, ou todos seriam ruins?
Ou a classificação que é feita em relação à qualidade e imparcialidade do magistrado flutua como o galho de árvore ao sabor do vento, podendo o mesmo juiz estar em um momento no lado certo e em outro adotando o comportamento do lado errado?
E quem define lado certo ou errado?
Ou onde está a aceitação, implícita no Estado de Direito, de pessoas terem posições antagõnicas às nossas, mesmo que em algumas situações as posições nem sejam antagônicas, muito ao contrário.
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Em minha opinião, os que postam tais matérias nas redes sociais, e que por tudo que já disse, não podem ser proibidos de fazerem tais postagens, embora tais postagens não mereçam qualquer consideração séria, estão apenas querendo adotar a  ideia equivocada de que uma mentira repetida à exaustão acaba, por essa característica mesma, tornando-se realidade.
Ou seja, nem mesmo merecem respeito. Embora possam falar à vontade.
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4a questão: Há um complô contra o juiz Moro, o verdadeiro e único paladino da Justiça e da busca da verdade.
Ora, não bastasse a quantidade de queixas apresentadas contra o juiz, ou as representações contra ele, ao longo de sua carreira, todas alegando abuso de autoridade, vários são os defensores dos métodos adotados pelo juiz.
Entre tais métodos que, ao que parece, levam alguns políticos a quererem legislar em prol da retirada de poderes do juiz, encontra-se o que permite a ele, determinar a prisão de quem pode, a seu juízo, ser constrangido, pela prisão, a tornar-se delator.
O que facilita enormente a vida não apenas do juiz, mas do próprio Ministério Público e até da Polícia, que pode deixar de investigar e apurar possíveis atos criminosos, substituído tal comportamento por mera delação.
Ao cercear a liberdade de uns, sem muita motivação justificável, concedendo a outros vantagens decorrentes de delação apresentada, o juiz acaba sacramentando a ideia de que, para não ficar mofando na cadeia, o preferível é que o suspeito adote a posição de delator.
Ou seja: sob nome hoje diferente, mas que não representa nada diferente do que antigamente era considerado uma espécie de tortura para obter informações, uma tortura mais sofisticada, menos evidente por que psicológica, mas tão ou mais grave e agressiva que as torturas físicas.
Mas, como nossa sociedade, absurdamente em minha opinião, a cada dia que passa tende mais a adotar as posturas de que bandido bom é bandido morto, e tudo vale na sanha de punição que a sociedade é estimulada a demandar, não é difícil perceber que os aplausos são ao juiz que fere o direito, e qualquer posição de crítica ao juiz ou a tais comportamentos é motivo para a condenção de quem as faz, à fogueira da inquisição rediviva.
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E a que ponto estamos chegando, com toda essa situação que tem sido fomentada, pelos meios de comunicação de massa e redes sociais e suas reproduções e transcrições e divulgações de conteúdo tão autoritárias, conservadoras, e medíocres?
A ponto de vermos o guardião da nossa Constituição, a Corte Suprema, decidir contra o que está expresso na própria Constituição, subvertendo o papel que se espera do Supremo, que deveria ser o primeiro a querer preservar o preceito constitucional.
Refiro-me aqui à votação que, para dar força aos métodos de Moro, foi contra a determinação de que só pode ser preso aquele que já tenha tido sentença transitada em julgado. Ou seja, depois de esgotadas todas as possibilidades de defesa.
Já comentei aqui. Para tentar disfarçar sua incapacidade de fazer a justiça de forma tempestiva, o Supremo preferiu adotar a tese de que basta uma condenação por órgão colegiado, em segunda instância para que o réu seja levado às grades. Dessa forma, mesmo que tivesse recursos - alguns meramente protelatórios, o réu já começaria a pagar pelo crime cometido.
Adotou-se a lei do menor esforço. É mais fácil tomar decisão que afronta a Constituição que passar a punir os advogados que praticam litigância de má fé. É mais fácil não adotar práticas capazes de dar celeridade - e cobrar essa rapidez nas decisões judiciais, e determinar algo que fere o princípio fundamental que prevê ampla e irrestrita defesa e a presunção de inocência, de que, enquanto couber recursos, o réu deve e pode ter direito de ser considerado inocente.
***
A tal ponto chegou a desfaçatez, em momento em que a sociedade aplaude iniciativas como essa, por mais absurda que possa ser considerada, que depois de voto vencido na sessão que determinou a prisão a partir da condenação em segunda instância, um inconformado ministro Celso Melo acabou decidindo tomar decisão contrária àquela do plenário da Corte.
Em caso que envolvia o homicídio de um comerciante por seu sócio, em nossa capital mineira, Celso Melo determinou que o réu não ficasse preso, enquanto não se esgotassem as chances de defesa que lhe são asseguradas pela Constituição.
Ou seja: para Celso Melo, que não pode ser considerado petista, já que indicado por Sarney, vale o que está expresso na Constituição. Situação que é um dificultador para os métodos de Moro e da investigação da Lava-Jato.
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5a Questão: nunca o Supremo foi tão aparelhado por um Partido e nunca seus membros foram tão questionados quanto a sua capacidade de estarem ou merecerem estar onde estão.
Bem, não posso falar de outros Ministros, mas lembro-me de magistrado que exonerou-se da Corte para tornar-se ministro do governo Collor, ocupando a cadeira de Relações Exteriores, como foi o caso de Francisco Rezek. Com o agravante de que, após o impedimento do chefe do Executivo, o mesmo Rezek voltar a ser indicado para ocupar o cargo que ele havia desdenhado.
Há também caso como o de Nelson Jobim, ministro que nunca escondeu sua vinculação com o PMDB, partido pelo qual foi deputado, ou o caso de Paulo Brossard, também deputado do PMDB.
Em caso mais recente, citado em sua coluna de ontem na Folha, Jânio de Freitas menciona o papel de Sepúlveda Pertence, como procurador responsável por enviar ao arquivo denúncias de manipulação de concorrências em que estava envolvido o ex-governador carioca Moreira Franco.
Pelo que nos relata Jânio, parece que o prêmio por ter feito carreira tão brilhante na área jurídica foi a nomeação de Sepúlveda para o Supremo.
O que indica que Barbosa, Carmem Lúcia, Toffoli, Fachin, por um lado, e Gilmar Mendes de outro, não são nem os primeiros a terem vínculos partidários nem serão os últimos a serem objeto de questionamento por tais vinculações.
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6a questão: saindo da Suprema Corte, é no mínimo risível a continuidade da acusação de que todo o grave problema de crise econômica que o país está atravessando tem como causa a herança maldita do governo Dilma.
Afinal, se em 2015 o governo apresentou um déficit significativo nas contas públicas, por força do pagamento do que se convencionou chamar de despedaladas, qual a razão que estaria por trás da previsão de déficit de 170 bilhões em 2016, e pior, a previsão de que para 2017 o déficit seria superior a 193 bilhões.
Se se atribui a Dilma a reversão das expectativas em nossa economia, mercê da nomeação de Levy para ministro da Fazenda, ou seja, para adotar o programa econômico para o qual o povo não elegeu Dilma, então a herança maldita de Dilma pode ser expressa pela queda na arrecadação brutal que ela, com as medidas conservadoras que seu ministro adotou, foi responsável direta.
Ao adotar a política dos mercados, privilegiando medidas de apoio aos interesses desses setores privilegiados, Dilma não foi forçada, nem lhe foi sugerido pelo representante dos interesses dos setores mais abastados, a cortar os subsídios, incentivos, desonerações que ela concedeu sem limites ao setor empresarial do país.
Assim, com a manutenção de tais despesas, o que restou ao governo foi conceder reajustes ao funcionalismo público em percentuais menores que a própria evolução da inflação no período. Ou seja, a política de remuneração do funcionalismo foi a consagração da redução de remunerações em termos reais.
Dessa forma, ao contrário do que se divulga, Dilma pôs em prática uma política de arrocho e não de elevaçao irresponsável de gastos.
Além dessa política de arrocho, outras medidas adotadas por seu ministro Levy acabaram provocando o maior declínio do nível de atividade econômica que se tem história em nosso país.
E com isso, sobreveio o movimento de queda livre da arrecadação.
Tudo bem: até aqui, a culpa é de Dilma e sua submissão às determinações do mercado, traduzida na escolha do Ministro Levy.
***
Essa situação explica bem a deterioração das contas públicas que temer, o usurpador, encontrou. Razão do déficit recorde desse ano.
Mas, para 2017, não há como deixar de lado a responsabilidade de temer, ao conceder, para comprar o apoio ao golpe por ele tramado e  urdido, aumentos como o do programa do Bolsa Família, em percentual superior ao que Dilma teria encaminhado ao Congresso.
Isso sem contar as negociações e aumentos concedidos aos funcionários do Judiciário.
Ora, a culpa de um rombo que, caso não haja aumento de impostos irá terminar próximo dos 193 bilhões (já que esse é o valor total do rombo, deduzidas receitas de privatizações, e vendas de concessões, etc, que espera-se alcance os 55 bilhões!), previsto para 2017 pode ser tudo, menos chamado de responsabilidade de Dilma.
É culpa de temer e seus meirelles amedrontados.
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Não vou me estender mais.
As ilustrações aqui tratadas já deveriam ser suficientes para justificar o cuidado que todos devemos ter ao ler e ver comentários - antes de compartilhá-los de forma acrítica - nas redes sociais.
Como sempre, e para terminar, vale sempre o conselho de que, antes de ser ludibriado ou deixar-se ludibriar, melhor é perder algum tempo e ir pesquisar mais, aprofundando o conhecimento dos assuntos tratados.
Quando nada, aprendemos alguma coisa e não passamos para a frente apenas a comprovação de nossa ignorãncia.
***
E isso vale até mesmo para todo o conteúdo desse pitaco.




quinta-feira, 14 de julho de 2016

Luto no Cinema com a morte de Babenco; eleições na Câmara e mais prazos para Cunha

Não bastasse a campanha que vem sendo feita por certa parte da opinião pública e da mídia conservadora em relação aos incentivos fiscais concedidos por intermédio da aplicação da Lei Rouanet, é forçoso reconhecer que, sem dúvida alguma, o cinema brasileiro sofre mais um severo golpe, com a perda de Hector Babenco.
Diretos de filmes que marcaram o cinema nacional, como Pixote: a Lei do Mais Fraco e Carandiru, o diretor argentino de nascimento, mas radicado no Brasil  foi responsável, ainda pela direção de O Beijo da Mulher Aranha, que rendeu o Oscar de Melhor Ator a William Hurt.
Nos anos 80, convidado para filmar nos Estados Unidos, dirigiu Jack Nicholson e Merryl Streep em Ironweed, sobre a vida de vagabundos de rua, considerado por alguns o menos glamouroso e por isso mesmo, um dos mais pessimisas e quem sabe, menos americanos filmes da década.
Ainda assim, o filme foi indicado a dois Oscars nas categorias melhores ator e atriz.
A respeito de Ironweed, Inácio Araújo, críico de cinema da Folha classificou-o com um filme triste, mas como um dos mais honestos já feitos.
Do filme, conforme citado pelo crítico, uma frase é memorável por dar bem o tom da película, o que me faz transcrevê-la:

"Diz o sujeito: "O médico disse que eu tenho câncer; é a primeira coisa minha que eu tenho na vida".
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Em minha opinião, Pixote assume, entretanto, um papel mais importante, não somente pela atuação destacada de Marília Pera, como prostituta - que lhe valeu indicações a premiações, mas pela trajetória de seu mini-ator principal, Fernando e, especialmente, seu final trágico.
Típica situação de um menino que, cedo ainda teve uma oportunidade de ouro na vida, e que não conseguiu ou não soube aproveitar.
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Independente de tudo, o cinema nacional está de luto.
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Não poderia deixar de falar algo sobre a lei Rouanet, de incentivos à cultura, e destacada no primeiro parágrafo desse pitaco.
Mencionar a campanha feita contra seu funcionamento por um pessoal de caráter mais conservador, como se ela fosse um instrumento partidário, de proteção e guarida a artistas de certas posições políticas é, em minha opinião, um absurdo.
Equivale a transformar qualquer objeto em algo condenável, por seu uso inadequado, por responsabilidade não do objeto, mas de quem o utilizou.
Desse ponto de vista, a Lei, do início da década de 90, nada tem a ver, como querem enxergar os mais míopes com o PT, ou seus próceres ou artistas simpáticos ao partido.
Mas, não podemos concordar e deixar de nos manifestar contra o mau uso da lei, contra os desvios e uma série de atos criminosos cometidos sob sua cobertura, por pessoas mal intencionadas e que não passam, no fundo, de meros bandidos.
Pessoas que a polícia e a Justiça já estão identificando e não tardarão a dar-lhes a punição merecida.
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E enquanto isso, na Câmara

Mais uma vez, a turma da defesa de Eduardo Cunha consegue adiar a votação, na Comissão de Constituição e Justiça, do recurso em que o deputado pede que seu processo seja retornado à Comissão de Ética, para começar todo o processo de seu julgamento, que já se arrasta há quase um ano.
Não fosse algo sério, eu diria que é brincadeira, ou molecagem, para usar o termo mais preciso desse senhor que a esposa declarou, ontem, conforme noticiado nos portais de notícias, que é um gênio dos investimentos, tanto imobiliários, na Barra da Tijuca, quanto na Bolsa de Valores.
Confesso que tamanha capacidade de transformar riqueza fictícia em valores depositados em contas na Suíça, sejam sob a proteção de algum trust ou não, me fez lembrar do deputado João Alves, da Comissão de Orçamento da Câmara, que ganhou mais de 200 prêmios de loteria.
No caso de Cunha, vai ser entendido assim, de análises estruturalistas ou gráficas, a ponto de conseguir sempre estar multiplicando seu patrimônio.
O que é simples de acompanhar por suas declarações de renda à Receita Federal, onde as aplicações e ganhos com ações devem estar discriminados.
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Independente do que acontece, ou não acontece por estar sendo sempre adiado, na CCJ, a Câmara votou ontem o nome de seu novo presidente, o deputado do DEM, Rodrigo Maia.
Que a Globo insistia em mostrar como da base governista, o que de fato é verdade, mas como mais uma vitória de temer, o que é questionável.
Afinal, se Maia é a menos ruim das opções restantes, ou a segunda opção, a verdade é que o Planalto desejava, e recuso-me a crer que não tenha interferido com algum peso para que Rogério Rosso fosse o eleito.
Pelo que noticiaram o assessor especial do Planalto, Sandro Mabel, inclusive passou a tarde toda na Câmara no dia de ontem.
E Rosso era quem, na visão do Planalto e no acordo feito com seu grande aliado Eduardo Cunha, conseguiria dar ao processo de cassação do ex-presidente da Câmara o ritmo necessário para que, depois de tantos atrasos, a matéria caísse no esquecimento e Cunha, quem sabe, pudesse ser punido apenas com alguma tipo de pena mais branda.
***
Maia, que não é bobo nem nada, fez o que pode para mostrar-se confiável ao usurpador, tanto em discurso em que elogiou o antigo presidente da Câmara, hoje ocupando indevidamente a cadeira no Executivo, como depois, ao oferecer a conversação, a negociação, o apaziguamento, como principais diretrizes de seu mandato. Tudo isso, junto à promessa de colocar em votação os projetos de interesse do governo usurpador, e de nenhum interesse do povo.
***
Já agora na manhã dessa quinta, o presidente eleito da Câmara sinaliza que não irá apressar o julgamento de Eduardo Cunha, transferindo tal decisão para quando houver "quorum mais adequado", como está no UOL.
Sinal, de que contrariando as promessas que fez aos partidos de esquerda, que desejavam a cassação mais rápida de Cunha, o "nobre" deputado carioca irá ser julgado provavelmente apenas ao final de 2016. Se o for.
É isso.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Reflexões em meio à crise sobre o comportamento do ser econômico ou o HOMO ECONOMICUS

Desde que assisti pela primeira vez as aulas de Economia, lembro-me de ter ouvido a crítica de que essa matéria tratava apenas do "homo economicus", considerado como o homem a quem interessa apenas a realização material. 
Passados muitos anos, e toda uma jornada de prazeres e sacrifícios, volto a me deparar com o conceito que reduzia a vida humana, e até a ideia abstrata de realização ou felicidade, a algo tão exterior ao próprio  ser humano.
Por tal motivo, resolvi hoje recorrer ao moderno "pai dos burros" e de todos os ignorantes, para relembrar daquele conceito e de seu significado.
Assim, recorrendo à primeira e mais popular das referências apontadas pelo sacrossanto Google, a Wikipedia, vejo lá a informação de que a ideia do "homo economicus" trata de uma ficção segundo métodos científicos, com a finalidade de facilitar a fragmentação do objeto de pesquisa - o ser humano - visando pesquisá-lo em suas distintas dimensões.
***
A ideia é que, por sua complexidade, e por envolver tantas diferentes variáveis, o estudo e a compreensão do homem, em suas várias acepções, devia ser feita de maneira fragmentada e com instrumentos de análise próprios, para identificar e separar, em cada caso, as variáveis mais relevantes da explicação de seu comportamento.
Desse ponto de vista, assumiram os economistas que o estudo do homem deveria concentrar-se nas duas funções elementares exercidas por qualquer indivíduo: a produçao e o consumo.
E, desse ponto de vista, 

"homo economicus nada mais é do que um pedaço de ser humano, um fragmento, um resto, a sua parcela que apenas produz e consome, segundo "leis" deduzidas da observação, cujo único critério de verdade apoiava-se na evidência."
***
Continuando ainda na leitura da "enciclopédia livre" da rede mundial, somos informados que três grandes correntes filosóficas servem de base para a criação desse conceito: o hedonismo, pensamento que afirma que o ser humano, como outros animais, sujeita-se à lei dos instintos naturais, o que o leva à busca constante do prazer e de evitar a dor; o utilitarismo e o sensualismo, essa última, " segundo Condilac (1714-1780) afirma serem os sentidos a fonte do conhecimento."
***
Quanto ao utilitarismo, desenvolvido entre outros e principalmente pelo economista inglês John Stuart Mill, afirma que o que fornece prazer tem valor é valioso, além de diferenciar o prazer calculado do prazer irracional, origem de duas das concepções mais caras da abordagem econômica tradicional, ou "mainstream".
Daí a concepção  e o desenvolvimento da teoria subjetiva do valor, baseada no valor utilidade, em contraposição ao valor trabalho que dominou os primórdios da Economia Clássica, de Smith até Marx  
E daí também, o surgimento de um dos mais importantes pressupostos da abordagem tradicional ou neoclássica ou ainda marginalista: a da racionalidade objetiva do homem.
***
Entendendo-se por racionalidade objetiva, a consideração de que a razão motora para qualquer ação humana é o interesse pessoal, o que caracteriza um princípio afetivo, que define esse interesse egoístico, como única razão para o comportamento econômico. 
Adicionalmente, estabelece que o homem obedece apenas e tão somente a sua razão, afirmando que, como o sujeito é universal, o interesse pessoal e a racionalidade são tomadas como válidas em todos os lugares e épocas.
Ainda com relação ao tempo, estabelece como princípio que o homem vive o presente linear, não sendo influenciado pelo passado, de que não se lembra, nem do futuro, por lhe faltar a capacidade de prever. Além disso, está plenamente informado e sabe as consequências de todas as possibilidades de suas ações.
***
Interessante observar serem esses alguns dos pressupostos que Lavoie, em seu Foundations of Post Keynesian Economics,  destaca como capazes de distinguirem o programa de pesquisa (ou paradigma) que ele denomina de neoclássico, do programa clássico, em que inclui os pós-keynesianos.
Definindo os programas de pesquisa a partir de 4 pressupostos que ele define - a epistemologia, ontologia, racionalidade e foco de análise, Lavoie vai demonstrar que enquanto o programa neoclássico foca o método instrumentalista, considera apenas o indivíduo, aceita a existência de racionalidade objetiva, geral, e considera a troca (área de atuação para o consumo), o programa pós-clássico foca o realismo. Do ponto de vista ontológico, privilegia a organicidade; admite a exiistência de racionalidade limitada, dependente e determinada por cada situação ou procedimento e tem como foco de análise, a produção.
***
Bem, e qual a razão de tratar desse tema, justo na hora que o Senado aprova o aumento de várias categorias de funcionalismo público, aumentos já negociados e fechados com Dilma e, é bom deixar claro, sempre abaixo da inflação? 
Porque tratar desse tipo de assunto muito específico na data prevista para a Câmara eleger um novo presidente para exercer o restante do mandato deixado vago por Eduardo Cunha?
Porque falar de assuntos tão abstratos e etéreos, quando as notícias dos jornais mostram que o comércio enfrenta seu pior mês de maio - tradicionalmente um mês campeão de vendas, pelo dia das mães, sob a influência do agravamento da crise de emprego no país?
***
A razão é que, recentemente, tenho ficado me questionando se, de fato, deveríamos considerar, como o faz a microeconomia tradicional, que o homem tem como objetivo a maximização de sua utilidade, entendida como a obtenção do máximo de prazer possível. 
Aliás, embora tratando da microeconomia, de forma preferencial, é importante salientar que, assenta-se precisamente no que se denomina microfundamentos da macroeconomia, tanto a visão de Keynes, pela ótica de pós-keynesianos, como mostrado por Sheila Dow, entre outros, quanto por todos os economistas filiados à escola desenvolvida mais recentemente, dos ciclos reais de negócios.
***
Minha dúvida é que se visamos a maximização da utilidade, o homem, por obrigação deve estar sempre insatisfeito, já que ao alcançar o seu equilíbriom- aqui usado no sentido de obtenção completa de todas as suas expectativas e desejos, ou maximização de sua função objetivo - por racional que é, ele não poderia se contentar em ficar repetindo, ao longo da história um padrão de comportamento que é sempre o mesmo. Comportamento que o faz sempre chegar apenas, no mesmo lugar de antes. 
***
Vá lá que o tempo histórico não existe e não influencia o ser humano, na visão tradicional, do utilitarismo, mas se ao pensarmos nas idades mais pretéritas de nossa civilização, era bem plausível que a vida fosse uma rotina só, o que levaria à repetição exaustiva de comportamentos para produzir e consumir, a verdade é que hoje nossa civilização, globalizada e tecnologicamente cada vez mais avançada, nos impõe estarmos, a cada instante, evoluindo no sentido material que seja, em busca do último modelo de carro, de roupa, do que está na moda e do que podemos ter, menos para substituir o ser pelo ter, mais até na acepção de Guy Debord, apenas para tomarmos parte na Sociedade do Espetáculo, parecendo apenas, que seja, ter. 
Na trasnformação de nossa vida em mero consumismo ou na espetacularização que nos leva a buscar consumir a nós mesmos.
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Então, se estamos sempre em busca de maximizar nossa utilidade pela utilização e consumo de bens, é que nunca chegamos a um  ponto de satisfação integral, exceto ao final de nossa existência material e espiritual. E isso significa que o estado natural do homem é, ao contrário, o de estar sempre infeliz.
***
Trago essas reflexões, como desculpa para tratar da excelente coluna de Marcia Dessen, na Folha de segunda feira últiima, dia 11 de julho, cujo título é "A felicidade é relativa".
Curiosamente, vale destacar que a autora escreve uma coluna semanal, no caderno Folhainvest, tratando em geral de aplicações financeiras e dando conselhos e sugestões e alertas ao público, em relação a como aplicar, e conservar o seu dinheiro.
Mas, na segunda feira última, baseada em trabalho de Dan Ariely, pesquisador da economia comportamental, que trata de aspectos de psicologia quanto de economia, ela chega à conclusão de que "Somos irracionais." Frase, inclusive, com a qual abre a publicação.
***
E vai além para afirmar que nossa irracionalidade ocorre repetidamente, de várias maneiras, se agimos como empresários, consumidores, estrategistas, etc. 
E tudo porque a maioria de nós não sabe o que quer. 
O que nos leva a programarmos o nosso cérebro para adotarmos comportamentos baseado no comportamento daqueles que estão à nossa volta. 
Em completa conformidade com o que Mário Possas já advogava, na linha pós-keynesiana, de que comportamo-nos baseados em regularidades, ou regras práticas de comportamento. 
E é por nossa irracionalidade, que abre-se o espaço para sermos tratados pelos profissionais de marketing como o somos, como alguém que não sabe o que quer e por isso mesmo, sujeito a sermos totalmente persuadidos, como dizia o professor John Kenneth Galbraith, no primeiro capítulo de seu A Economia e o Objetivo Público.
Somos massas de manobras, e levados a acreditar que o que estão nos indicando é melhor para nós, mesmo que não saibamos o porquê. Apenas passamos a acreditar que o que nos recomendam é superior a nossa própria vontade. Como se fôssemos convencidos que as ideias que compramos fossem em última análise aquilo que já estávamos desejando, ainda que de forma inconsciente.
***
Além de não sabermos o que queremos, o livro "Previsivelmente Irracional", de Dan Ariely, da Elsevier, citado pela colunista, mostra que repetimos muitos de nossos erros, e não conseguimos aprender nada com eles, o que choca-se com a ideia de ergodicidade tão criticada pelo professor Paul Davidson, e que está por trás da ideia de que o homem aprende com seus erros, e com isso passa a evitá-los, base da escola de Expectativas Racionais.
***
Por fim, o livro trata também do tema da relatividade, que leva nas palavras de Márcia Dessen, a fazer com que um indivíduo se disponha a andar 10 minutos, voltando atrás em seu caminho, para comprar um produto que estava mais barato 7 reais que outro, quando os 7 reais da economia representam uma proporção interessante do valor da compra, por exemplo, uma caneta que custa 25 ou 18 reais em dois estabelecimentos. 
Já o mesmo comportamento não se reproduziria, se o valor fosse do objeto da compra fosse mais elevado, por exemplo, de 455 reais, dada a pequena proporção nele representada pela economia feita. 
***
Muito interessante, e explicativo de porque, cada vez mais, trabalha-se para ter dinheiro para comprar, visando sempre o que não temos, mas nossos conhecidos possuem, até que nos endividemos, façamos a compra do objeto do "outro", e tenhamos que nos desdobrar cada vez mais para pagar os financiamentos das aquisições, as quais já não nos satisfazem, se algum amigo adquirir um novo e mais desejável carro.
***
Vale a leitura do texto de Marcia Dessen. Vale a referência bibliográfica e a leitura do livro citado de Ariely. 
Vale a reflexão. 
Enquanto o país se arrasta com temer. 
E o futebol, do Galo, também vai mostrando que Marcelo é um técnico sem repertório. E sem time. E sem padrão de jogo.
Mas, nada que não possa ser resolvido: temos Patric.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

A renúncia de Cunha e como isso ajuda a temer

Cercado de toda a teatralidade possível, que contou inclusive com a voz embargada por um choro interior, Eduardo Cunha renunciou ontem, à presidência da Câmara dos Deputados, depois de idas e vindas, marchas e contramarchas que vêm ocupando espaços na mídia há quase um ano.
***
Logo em seguida, anexou ao recurso que já havia apresentado à Comissão de Constituição e Justiça, um pedido, para que seu processo retorne à Comissão de Ética, onde já havia sido recomendada sua cassação, sob a alegação de que houve mudança substancial nas circunstâncias que envolvem seu processo.
Afinal, não que o deputado Cunha tenha conseguido juntar provas, documentos, o que quer que seja, provando não ter nada a ver com as contas de depósitos na Suiça.
Muito  menos, o alegado truste reconheceu que Eduardo Cunha não gerencia, nunca gerenciou e não tem qualquer usufruto dos recursos por ele administrados. Nada disso!
A única justificativa é o fato de que Cunha deixou de ser presidente da Casa.
***
Ou seja: a sua alegação para que o processo seja todo examinado novamente, mostra que a Casa age de forma não justa, não legal, não ética, ou pode agir em suas Comissões, especialmente se quem está sendo investigado é gente importante.
E age de forma mais benevolente, caso seja apenas um dos 570 e tantos deputados.
***
Brincadeira, para dizer o mínimo.
Ou não.
Afinal, Cunha age sob acerto com ninguém mais que o usurpador temer.
Até do ponto de vista do timing, é interessante observar que a renúncia de Cunha é adotada logo depois de ele ter se reunido com seu companheiro de partido e de golpes. E sabe-se mais de que...
Mas não é apenas isso.
A carta renúncia de Cunha é justamente apresentada no momento em que seu vice na presidência da Casa, e atualmente presidente interino, Waldir Maranhão, ter dado a entender que irá, finalmente, agir no sentido de dar curso ao pedido de impeachment de temer, pelos mesmos argumentos que fundaram o pedido de Janaína, a desequilibrada.
***
Então, menos que salvar Cunha e recomeçar o que não teria qualquer sentido, como a análise de se Cunha mentiu ou não na CPI, o problema maior é não permitir que, na cadeira que ocupa interinamente, Maranhão possa dar o golpe dentro do golpe, tirando o usurpador do lugar que não lhe pertence, já que não foi colocado ali, como manda a legislação, pelo voto da maioria da população do país.
***
Sem presidente, dada a renúncia, Maranhão não pode mais ocupar a presidência, e temer se livra de dores de cabeça.
Enquanto isso, na negociação ou acordão, Cunha vai garantindo o apoio da base aliada, para sua permanência com o mandato, e consequentemente, com o foro privilegiado.
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A respeito desse acerto, vale sempre destacar aquilo que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou ontem, em entrevista: que o governo não interfere nas questões internas da Câmara. Que não tem preferências nem desafetos, e que a sua única preocupação é manter a base de apoio aliada unida.
Traduzindo para quem não percebeu o recado: mesmo não interferindo nas decisões internas da Câmara, em especial no que se refere à antecipação da data de eleição do deputado para exercer o mandato tampão de presidente da Casa, temer não vai deixar de apoiar tudo que for favorável à manutenção do mandato de Cunha, seu parceiro.
Afinal, como se sabe, Cunha tem comando, e poder de influenciar vários deputados do chamado baixo clero, alguns dos quais, ao que dizem perto de 150, que ele ajudou, inclusive a eleger, com financiamentos de campanha prá lá de questionáveis.
E, como é do partido do usurpador, e comanda votos da base de apoio, a frase do Eliseu (que contam as más línguas que ACM, vulgo Toninho Malvadeza, chamava de Eliseu Quadrilha) destaca que para manter o apoio e não rachar a sua base, temer irá fazer o que estiver a seu alcance, para manter os interesses de Eduardo Cunha preservados.
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Curiosamente, chegamos a esse ponto. Apenas a preservação dos interesses de Cunha, mantém preservados os mesmos interesses de temer, como se fossem interesses indissociáveis. E devem mesmo ser...
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Antecipa-se a votação para presidente da Câmara para antes da cassação em plenário de Cunha; elege-se mais um marionete da tropa de Cunha; seu processo retorna à Comissão de Ética, como aliás, a CCJ já estava tramando, com o parecer do relator do recurso de Cunha, para quem o voto é diferente, caso a pessoa vota no painel ou nominalmente, como foi.
E Cunha e temer ficam mais algum tempo tranquilos, já que engaveta-se o pedido de impeachment de temer.
Os mercados ficam contentes e tudo passa a sinalizar que o país irá melhorar...
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Uma observação necessária: a questão de que os partidos de apoio a Cunha, e da base de temer, estão alterando o nome de seus representantes nas comissões, de forma a alterarem o resultado das votações, quem sabe agora, recomendando apenas uma advertência e não mais a cassação de Cunha.
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Então, menos a questão envolve menos Cunha e a tentativa de manter seu mandato, como a imprensa faz questão de deixar claro e destacar para não trazer a verdadeira motivação à tona.
E a verdadeira motivação é a manutenção do usurpador no cargo que não lhe pertence, já que um pedido de impeachment, pelos mesmos motivos do que foi aceito contra Dilma, apenas significaria que não faz qualquer diferença que Dilma volte, já que ela sim, foi eleita.
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Nesse meio tempo, Meirelles vai se tornando mais um dos muitos profissionais que vão se queimando, ao  passarem algum tempo sentados na cadeira de ministro da Fazenda.
Agora, por força de um déficit, mais um, projetado para 2017, de 139 bilhões de reais, isso na busca de alcançar um equilíbrio fiscal ou um ajuste fiscal.
Ou seja, a equipe econômica admite que não tem como reverter o quadro, sem que haja algum aumento de impostos, ou sem que a economia volte a crescer significativamente.
Admite que foram as medidas de austeridade do início do mandato de Dilma II que levaram o país ao nível de depressão que vamos assistindo ter lugar. E que, por terem sido adotadas tais medidas, a receita despenca sem travas. E o déficit aumenta.
Claro está que, agora, não dá mais para continuar responsabilizando Dilma e seu governo por mais esse déficit, já na programação de temer.
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Essa a grande questão: ninguém duvida que sem crescimento da arrecadação a situação do país vai melhorar. E para crescer, não são medidas de austeridade que irão levar os empresários a investir, apenas na vã ilusão de que o país com temer é melhor que com Dilma. Ao contrário, o país com o usurpador é pior, bem pior, por seu defeito de origem, ou sua instalação anti-democrática.
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Também não se questiona o fato de que os empresários para investirem, exigem incentivos do governo, o que a equipe econômica de temer já sinalizou que vai manter, tal qual vem funcionando, implementadas tais ações no governo Dilma. Aliás, esse o rombo gigantesco, das desonerações que provoca estragos no resultado primário. E que foi uma das principais falhas de Dilma.
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Mas o problema maior é que se sabe que em nosso país, onde os juros tornam qualquer investimento produtivo menos atraente do que as aplicações no mercado financeiro, tendo em vista a taxa exorbitante de juros básica da economia, os empresários apenas investem a reboque do governo.
Ou seja: se o governo não investir, principalmente em infra-estrutura, os empresários não reagem e não investem, como fizeram durante o mandato de Dilma, onde obtiveram vantagens e não entregaram sua parte no tocante a aumentar a produção.
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E não será com políticas de austeridade que qualquer ajuste fiscal será exitoso, por conta do que foi assinalado acima. O que a equipe econômica de temer parece também já ter percebido, quando projeta aumentos de déficits para 2016 e a sequência desses resultados para 2017.
É isso.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Pacote de maldades de temer começa com ele usurpando o poder

Em discurso ontem, em evento mundial relativo à agroindústria, temer sugeriu que poderá vir a adotar, em breve, medidas impopulares.
Não detalhou as medidas, como de resto ainda não conseguiu detalhar absolutamente qualquer medida para colocar o país nos trilhos do desenvolvimento como prometeu tão logo tomou posse do cargo usurpado.
Dentre as medidas, especula-se, talvez aumento da carga tributária, justo um dos principais fatores que levaram ao apoio generalizado ao processo golpista de impeachment.
Foi aplaudido.
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Na mídia, sem exceções, grande destaque foi dado à repercussão do discurso do usurpador, em especial, focando na fala de conteúdo vazio e na reafirmação de temer que não há, da parte dele, problema algum em adotar tais medidas de sacrifício, uma vez que ele não visa angariar simpatia ou popularidade. Seu interesse é apenas adotar o que for necessário para o país. Afinal, temer não deseja mais se candidatar.
Aviso ou lembrete bastante interessante, como já mencionei aqui anteriormente, e mais uma vez agora, considerando-se que o usurpador nunca teve votos para disputar qualquer eleição majoritária.
Razão por ter sido sempre um coadjuvante nas eleições, sempre um ser apagado, sem qualquer luz. Típico político para ser vice, se tanto, e nunca sair da penumbra, onde vive.
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Mas, infelizmente, o sanguessuga saiu do ostracismo, em que reconheceu ter vivido por  mais de 5 anos de governo Dilma, por força de um golpe articulado pela grande mídia, pela classe empresarial e os mercados, e pela classe de políticos corruptos de nosso país.
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Voltando ao discurso, apenas Boechat, no Jornal da Band aproveitou para fazer algum comentário da "ameaça" de temer, lembrando que aquele que vinha das sombras para adotar remédios amargos, até aqui praticou foi um pacote de bondades. Alguns bastante além daquelas propostas por Dilma.
Entre as bondades, a correção do valor pago pelo programa Bolsa Família, cujo percentual foi maior que o proposto pelo governo da petista gastadora.
Além disso, teve o aumento dos funcionários públicos, em especial os do judiciário, em valores que a imprensa insiste em considerar elevados,  embora na maior parte das vezes não deixe claro que tais aumentos consistem apenas na reposição, não integral da inflação dos anos anteriores; que é apenas para vigorar a partir de mais de meio ano transcorrido - os aumentos são para vigorar a partir de agosto de 2016; e que as correções para 4 anos são sempre relativas ao que se espera seja a mera reposição da inflação do período.
Não são aumentos exagerados, são justos, salvo pela ótica de que são aumentos, elevam os gastos em momento em que toda a imprensa e analistas cobram corte de gastos.
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Não posso falar com segurança do aumento do poder judiciário. O que sei é que os aumentos solicitados à Dilma, pelos ministros do Supremo,  não foram aceitos, nem concedidos. O que como todos hoje sabem, foi uma das causas da passividade manifestada pelo STF em todas as vezes em que foi chamado para opinar quanto à tramitação do processo do impeachment.
O que é curioso, sabendo-se que, apesar de estar previsto na Constituição, como todos sabemos, o processo não tem nem tinha sustentação legal, por falta de ação da presidenta, suficiente para caracterizar crime de responsabilidade, menos ainda dolo.
Ou seja, para repetir novamente, GOLPE.
Bem, para angariar a continuidade de apoio ao golpe, os 40 e tantos por cento de aumento para os ministros e todo o poder, em cascata, foram aprovados na medida proposta por temer.
Que parece ter voltado atrás, posteriormente, ao menos no que diz respeito aos ministros.
A ver.
Quanto ao aumento dos funcionários daquele poder, nada posso dizer em relação às negociações, antes e depois do golpe, já que não tenho conhecimento da situação para dar qualquer pitaco.
Apenas estranho que o aumento é muito superior, por exemplo, ao dos funcionários do BACEN:  algo como 41 contra 23%.
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Ainda para lembrar do pacote de bondades, que visa apenas comprar o apoio ao golpe, enquanto Dilma previa rombo orçamentário para esse ano de 92 bilhões, saído de uma previsão maluca de superávit de 24 bilhões - uma diferença de 116 bilhões, para mostrar o tamanho do descalabro da petista, temer e sua equipe mandaram uma proposta de revisão que o Congresso aprovou sem qualquer discussão mais aprofundada, de 170 bilhões.
Em minha opinião, apenas para mostrar que temer estava inflando propositadamente o rombo, seja para jogar a população contra Dilma, seja para poder fazer as bondades que representam apenas dinheiro para comprar apoio. Fosse a presidenta, diriam que isso seria a mais completa irresponsabilidade, fruto da corrupção disseminada e ao balcão de negócios, característico da política em nosso país....
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Difícil agora entender e explicar as razões de uma previsão de déficit para o ano de 2017, no valor de 140 bilhões, já que a equipe usurpadora veio para conter a deterioração das contas públicas.
A que tipo de gastos se deve mesmo tal déficit?
Falta à equipe saneadora, detalhar, demonstrar e explicar.
Mas a platéia aplaude.
E cobra, como no evento ontem, que o governo eleve os gastos em investimentos em infraestrutura. Para melhorar, em especial, o escoamento da produção de grãos da safra do país. Reduzindo custos e levando a vendas, exportações, e sobretudo lucros maiores.
Lucros sem grandes cargas de impostos.
E, diga-se de passagem, com amplo crédito - que sabe subsidiado para os produtores do agronegócio.
Crédito que Dilma foi acusada de estar cometendo crime de responsabilidade, relativa ao Plano Safra.
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Mas a platéia aplaude. E a imprensa, satisfeita, nada cobra.
Fazer o que, se esse é o Brasil, em que um amigo dizia que se organizar, deteriora.


Pitacos diversos e curiosos

O Galo perdeu dois pontos de bobeira, em minha opinião. E começou perdendo, ao ter em campo um Robinho que não consegue se explicar, incapaz de jogar mais que meio tempo de jogo.
Mas, tirar Robinho para voltar com Patric, não é preocupação com a defesa. É apenas querer tirar leite de pedra.
É admitir que, infelizmente, e ao contrário do que sempre acreditei, Marcelo não é o técnico que o Atlético precisava.
Alguns dirão que estou exagerando. Afinal, o Galo ganhou quatro partidas seguidas e está invicto ainda. Outros dirão que em casa, o Figueira ainda não perdeu e que o resultado foi muito bom.
Em minha opinião, o Galo tem muito mais time que o adversário, embora insista em ficar recuando bolas perigosas, para o goleiro Victor dar chutões para a frente, sem qualquer rumo; também insiste em colocar Léo Silva sempre para disputar bolas na corrida com adversários mais novos, rápidos, ágeis, o que é um deus nos acuda.
Pior: insiste em por Patric em campo, o que, se a gente tem um jogador expulso, como tivemos Fred, significa que passaremos a jogar com dois a menos.
Forçoso reconhecer que Cazares não esteve inspirado e pouco de útil ou produtivo conseguiu fazer. E que ficar contando apenas com os laterais de Marcos Rocha é muito pouco.
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Mas, em relação ao que me preocupa, nosso técnico e sua pouca versatilidade de táticas, visões de jogo e estratégias para dirigir um time como o Atlético, é importante dizer que: ganhamos do América, sem o merecer. O Coelho jogou mais, e não fosse o gol isolado, no início do jogo, e a falta de qualidade de jogadores americanos, o placar teria sido outro.
Contra a Ponte, o time jogou bem, mas a equipe paulista estava em uma baba. Tanto que na semana seguinte deu vexame maior, em casa, para o time do Cruzeiro...
Contra o Botafogo, Cazares esteve alguns pontos fora da curva, situação que, por melhor que seja o equatoriano, não vai se repetir sempre. Nem pode, sabendo-se que o futebol é jogo coletivo.
Ou seja, estamos ganhando, mas não estamos convencendo. E o trabalho de Marcelo ainda não está sendo o que dele se esperava.
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Seguranças de Janaína

Não bastasse mais nada, a histriônica advogada tem a seu dispor os seguranças de Alexandre Frota.
Nem vou dizer que diga-me com quem andas e te direi quem és. Afinal, Frota está cada vez mais enfronhado nos meandros o poder, sendo recebido por ministros e sempre presente nas ocasiões em que a democracia e o direito deve ser resguardado por um grupo de valentões, com a mesma visão educacional de Frota.
Esse é o nosso Brasil...