Depois de alguns anos, a previsão feita pelo FMI, em relação ao comportamento da economia brasileira dá sinais de melhora, o que mídia conservadora de nosso país não deixou passar sem comemorações.
Sendo assim todos os órgãos de comunicação e todos os jornais dos grandes canais de televisão apontaram que já há, finalmente, luz no fim do túnel.
No caso específico, não apenas a economia brasileira deve estancar a queda de seu PIB, nesse ano de 2016, como deve apresentar um crescimento positivo, embora de apenas 0,5%, em 2017.
Em relação a 2016, o encolhimento do PIB será menor que o previsto, com as expectativas indicando retração de 3,5%, contra uma previsão de 3,8% feita em abril.
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Mais interessante que os números, ainda e sempre, parte do que poderíamos chamar de futurologia, é a coincidência com os economistas nacionais, consultados pelo Banco Central, para a pesquisa Focus, embora deva ser assinalado que nossos economistas, principalmente atuantes em bancos e instituições financeiras, prevêem um crescimento maior para o próximo ano, de 1,1%.
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Para explicar a melhora, os analistas do FMI assinalam como motivo, a contração menor que a prevista anteriormente, e a "confiança do consumidor e das empresas" que parece terem saído de seu nível mais baixo.
Internamente, as explicações convergem para a restauração da confiança da indústria e do consumidor, diante de melhoras de expectativas.
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Bem, considerando que os consumidores brasileiros em sua imensa maioria não poderiam ser tratados como o agente econõmico da Escola Novo-Clássica de pensamento econômico, para quem os agentes têm informação perfeita e fazem uso racional ou o melhor uso possível desse conjunto de informações que têm à sua disposição, é curioso ver como se explica, em um momento em que os juros são recordes,afetando sobremaneira o consumo e em que o desemprego não dá sinais de arrefecimento, essa melhoria de confiança por parte da massa de consumidores.
Isso, em um momento que, como já em anos anteriores, efeitos climáticos transformam-se em vilões, afetando safras de produtos essenciais na composição da cesta básica dos brasileiros, e transformando os preços de produtos alimentares em importantes atores do processo que culmina com a manutenção de inflação elevada.
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Então temos uma mistura interessante, para dizer o mínimo: desemprego em alta, e sua companheira, a queda de rendimentos; juros elevados e crédito cada vez mais restrito; inflação ainda em nível elevado, e uma total incapacidade de nosso agente econômico representativo, sequer compreender os fatos econômicos e suas consequências, como se fossem brilhantes economistas.
Tudo isso, junto e misturado, ainda assim torna-se explicação para uma melhora de astral, uma melhora da percepção do ambiente econômico, etc. como nossos economistas eos do Fundo estão argumentando?
E nosso ceticismo nem necessita trazer à discussão questões como as que vêm sendo veiculadas pelo governo golpista do usurpador temer, a saber, as perdas de direitos dos trabalhadores, em função de reformas de previdência, trabalhista e outras, no Fies e em tantos outros programas que integram a assistência social.
Ou seja: tudo indo na direção contrária ao que espera a massa de trabalhadores, e eles mais dispostos e confiantes na economia.
Talvez, apenas por saberem que, caso seja aprovada a ideia que vem lá dos lados empresariais da indústria, de jornada de trabalho de 80 horas, tudo vai melhorar na vida de todos, já que não vai haver tempo para cometer qualquer gasto.
O que convenhamos, pode ajudar até a reduzir salários, por absoluta falta de tempo para utilizá-los.
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Tudo leva a crer, portanto, que as explicações possíveis para a melhora do ambiente, ao menos do que diz respeito ao povo brasileiro e aos consumidores, é uma dentre as opções abaixo assinaladas, ou até uma conjunção dessas hipóteses: i- o programa de retirada de milhares de brasileiros da extrema pobreza, que aconteceu no governo Lula, mesmo que de forma mal acabada, e da inserção de milhares de famílias nas novas classes médias emergentes, já foi debelado e agora, como antes do governo petista, só consome a autêntica classe média, a que faz uso de mesóclises e até entende o que significa coisa de tamanha importância em nossa civilização. Como só a verdadeira classe média vai permanecer no mercado, ela está mais otimista por poder frequentar ambientes, ruas, shoppings, hotéis, aeroportos e até navios de cruzeiros com mais espaço e mais tranquilidade; ii - a imensa maioria de nossos analistas forjam opiniões e vendem discursos otimistas, com a cumplicidade de nossos meios de comunicação que, mais que informar, deformam e manipulam e fazem a cabeça das massas populares.
Por mim, essa é a verdadeira e mais importante explicação para a mudança do ambiente, que não foi alterado em nada: as redes de tevê e a imprensa golpista não aceita que a situação de usurpação da vontade popular seja revertida e faz a maior carga para vender a ideia de um paraíso, apenas porque quem está à frente do governo é um de seus bem comportados contratados.
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Claro está que, nas projeções não podemos deixar de lado ou esquecer a importância das previsões otimistas de industriais, setor que vem se recuperando principalmente puxado por dólar em elevação, e exportações. Exportação em valores tão significativos, que capazes de zerarem déficits em nossa conta externa.
Mas, a queda do real não tem nada a ver com o governo temer, nem mesmo, a rigor, com medidas do governo Dilma. Ou seja, o que tem de positivo, acontecendo no horizonte econômico, em parte foi e é tratado com algo ruim: a desvalorização do real e seus impactos sobre a inflação.
Porque, se ajuda nossas exportações, resgata a indústria do limbo, funciona para melhorar o nível de expectativas, é bom lembrar que a inflação agrava-se, com a moeda americana rompendo a barreira dos 4 reais.
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Então, se há motivos para alguma comemoração, pelo menos pelo lado dos industriais, essa euforia é decorrente do comportamento do mercado externo e não tem qualquer vínculo com uma possível retomada de nosso consumo interno.
Aqui, o consumo só reage nas manchetes da mídia golpista, para sustentar, com o uso de um falso brilhante, o golpe e sua manutenção.
O que pode não ser tão fácil.
Afinal, não bastasse as conclusões de que não houve pedaladas e que a presidenta Dilma, eleita pelo povo, frise-se, do parecer da auditoria realizada para tratar do assunto, a pedido da defesa da presidenta, membros do próprio Ministério Público já deram pareceres de que Dilma não cometeu qualquer crime de responsabilidade, nem deles se beneficiou, como alegado pelos golpistas e seus bois de piranha, Janaína a descabeçada à frente.
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Pior é constatar-se agora, que o próprio TCU que tem atendido prontamente aos pedidos e solicitações do ministro Meirelles, já começa a perceber que as acusações feitas a Dilma são, em síntese, relativas a operações de natureza muito semelhante aquelas que, diligentemente eles têm autorizado para temer, o usurpador.
Ao menos é isso que o portal UOL noticia, na data de hoje.
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Nesse meio tempo, na luta contra a corrupção, novo nome que deve ser sacramentado como Ministro do Turismo de temer, é indiciado na Justiça, por atos de improbidade, quando era prefeito no interior de Alagoas.
Isso, sem contar os Jucás, e Henriques Alves, da cozinha do usurpador.
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Bem, como ninguém mostra que o governo temer nada fez de concreto até aqui, para criar uma situação que indique alguma melhora, muito ao contrário, é importante deixar registrado que só mesmo pela fábrica de sonhos estar em grande atividade, é possível, para qualquer setor, ou agente econômico, apostar em melhora no futuro próximo.
O que não significa que não estejamos torcendo para que a melhora possa não trazer à população, mais dissabores que as de estar sendo governado por alguém em que ela não acreditava e não votou. E em propostas que ela rechaçou nos últimos anos com grande empenho.
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Pitacos variados
Trump, o prestidigitador, agora indicado, conseguiu mais uma vez. Agora por meio do discurso de sua mulher, plagiando Michelle Obama.
Não apenas por suas ligações com a televisão, onde foi apresentador, Trump mostra ser homem próximo aos ensinamentos de Aberlado Barbosa, o Chacrinha, para quem nada se cria e tudo se copia.
Pouco importa como e de que forma, o que vale é manter-se, sempre em evidência. E isso ele conseguiu e está conseguindo sem qualquer dúvida.
Desse ponto de vista, corremos o risco de ver a nação mais poderosa do planeta, que já teve um ator de filme B de Hollywood na presidência, e um parvo, como era considerado Bush, o filho, ter agora, como um novo ocupante vindo das artes: um clown. Ou simplesmente um palhaço.
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Mais uma vez, o whatsapp é proibido de operar no nosso país. Agora, em minha opinião, menos por questões de dados não disponibilizados, em descumprimento de mandado judicial, e mais pelo desrespeito às normas e leis brasileiras, e a nossa ordem constituída.
O que é interessante. Afinal, todos que mais clamam por nossa ordem constituída e o respeito a ela, na luta contra a corrupção e outros desmandos, são os primeiros a criticarem a juíza, por ter bloqueado o serviço de mensagens.
Alguns, até ridicularizam a ideia de que o mais grave no episódio foi o fato de o aplicativo ter se negado a responder à justiça por não ter sido empregado a língua inglesa.
Ou seja: para alguns, a questão de nossa ordem vale quando os seus interesses pessoais assim o recomenda. Quando, ao contrário, esses interesses são feridos, o juiz está exorbitanto de suas funções por questões de somenos importância.
Vai entender!
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Quanto às mensagens, já passou do tempo de se fazer uma perícia técnica para saber se o aplicativo tem ou não condições de quebrar os códigos da criptografia para atender às demandas, muito especiais e com finalidades muito precisas, da Justiça.
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Uma peça cômica, não fosse séria, a entrevista do novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o principal factóide de César Maia, seu pai, no Roda Viva, segunda feira última.
Difícil para ele, esquivar-se de cobranças em relação a seu apoio, sempre manifesto a Cunha, a quem ele se não elogiou a conduta, também não fez qualque reparo.
Ficou claro, em vários momentos, que Maia é parte do acordo de temer o usurpador, com a ala de seu "compadre" e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
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E embora ganhando, com grande exibição de Robinho, não consigo levar fé nesse time de Marcelo Oliveira. Ainda confuso, embolado, sem padrão de jogo, sem tática definida, sem jogadas ensaiadas, etc.
De positivo, além da volta de Pratto, apenas o fato de perceber que Patric não foi escalado. Ao menos dessa vez...
Quem sabe, da próxima vez, não fosse interessante colocar Patric no lugar de Marcelo?
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Só para ratificar: não foi adotada, pelo governo temer até agora, qualquer medida que possa ter algum efeito, positivo ou negativo para a economia brasileira. A Globo, a Band e outros baba-ovos que me perdoem. Mas, se as coisas vão menos mal não é sinal que vão melhores também.
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