segunda-feira, 25 de julho de 2016

Galo vitorioso, sem muita emoção. Terrorismo oficial. E as recomendações de aumento de carga tributária

Ok. Vamos combinar que vencer é sempre muito bom. E, seguindo a linha do politicamente correto, especialmente quando você não ganhou burlando qualquer regra. Ganhou limpo, dentro das regras do jogo. O que mostra que ganhar foi merecido.
Ou não?
Embora muito complexa a definição do que seja ganhar por merecimento, principalmente no futebol, onde um lance de oportunidade não desperdiçado pode definir o resultado de um jogo, de uma partida.
A verdade é que ganhar por merecimento supõe que uma das equipes tenha sobrado em campo, jogado muito mais, melhor, mais bonito, com mais dedicação, etc. etc.
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Atleticano que sou, claro que estou muito satisfeito com a vitória do Galo ontem, na arena do Palmeiras, em São Paulo. Até por que ao conquistar a vitória contra o time que lidera a competição, o Galo deu nova vida ao campeonato, voltando a tornar atraente um campeonato que já vinha perdendo a graça, tamanha a disparidade entre os resultados que o Palmeiras vinha obtendo e o de seus adversários mais diretos. Convenhamos que, ainda faltando 3 rodadas para o do encerramento da primeira metade do campeonato, abrir 5 pontos de frente era uma diferença significativa. E seriam 5 pontos sobre o vice-líder, já que se tomássemos como referência o primeiro time fora da zona de classificação para a Libertadores, a diferença iria passar para 7 pontos. Muito difícil de ser tirada, se levarmos em conta que o importante na disputa é ser campeão.
De novo, mesmo não desejando ser repetitivo: ou não?
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Porque parece que hoje, ser campeão deixou de ter a importância que tinha anteriormente, já que dada a grande quantidade de títulos sendo disputados a cada ano, um time derrotado em uma competição tem sempre a possibilidade de se tornar o campeão de outra, e curiosamente, ao final, obter o mesmo prêmio: a vaga para disputar o torneio continental. 
Ora, se disputar o torneio continental é que é o verdadeiro prêmio nos dias de hoje, não há mais razão para se almejar o título máximo do Campeonato Brasileiro, cansativo, longo, caro. Basta ficar ali, entre os primeiros. 
Ou partir para a conquista do mata-mata da Copa do Brasil. Ou a conquista do Sulamericano, onde os times adversários são menos gabaritados, ou estão atravessando uma fase menos positiva.
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Exemplos dessa situação podemos encontrar a cada ano, como aconteceu com o próprio Galo, em 2014, campeão da Copa do Brasil, com direito à participar da Copa Libertadores. E, mesmo nesse ano, podemos estar vendo acontecer com nosso principal adversário, o Cruzeiro, sem chances de ser o campeão do Brasileirão, mas em condições de sonhar, ao menos, em avançar na Copa do Brasil.
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Mas a referência ao Cruzeiro já deveria ter sido feita antes, logo no início desse pitaco, quando estava tratando de um time vencer ou perder, sem merecer o resultado. Porque aconteceu ontem no Mineirão, ao menos no primeiro tempo, com o time cruzeirense. 
Pelo pouco que consegui ver, rodando os canais de televisão que passavam os demais jogos, e por muito do que a crônica fez questão de frisar, o Cruzeiro foi melhor, chutou muito mais a gol, teve muito mais lances de perigo - aqui já dando o devido mérito ao goleiro Magrão do Sport que foi o responsável direto pelo zero do time mineiro no placar. Mas, uma jogada de lampejo de Diego Souza e um chute a gol, do Rogério, acabaram decretando a derrota parcial do time celeste.
Claro que para o segundo tempo uma série de condições, muitas das quais relacionadas ao natural nervosismo e necessidade de vitória do time de Minas, levou a uma queda da qualidade do futebol apresentado,, quando o time mineiro continuou martelando o gol do Sport, apenas para ver uma jogada genial do garoto Everton Felipe transformar-se no segundo gol, selando definitivamente o resultado para desespero dos presentes ao jogo.
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Mas, voltemos ao início do pitaco, ao jogo do Galo contra o Palmeiras, na manhã de ontem, em que o Galo ganhou com gol de Donizete.
Não é por nada não. Muito menos implicação minha, mas Donizete marcar um gol, de raro talento e tranquilidade, ele que marcou apenas 4 gols em todo o tempo que está envergando a camisa do Galo, já é algo estranho. 
E é a respeito desse estranhamento que eu queria me manifestar. 
Porque o Galo ganhou, sua defesa jogou muito bem, diria o locutor do pay-per-view, quase impecável, mas convenhamos que o jogo não foi nenhuma maravilha. Teve sim, lances de emoção, mas poucos. 
O jogo acabou concentrando-se no meio do campo, parecendo que os dois times estavam mais preocupados em não perder e não ficar afoitos no ataque, para não dar brechas, que jogarem atrás da vitória. 
Foi um jogo morno, na maioria do tempo, de poucas chances para cada lado, a rigor, apenas duas do lado do Atlético, uma em chute de Robinho de fora da área, ainda no primeiro tempo, e outra que resultou no gol. Pelo lado do Palmeiras, por mais que Cuca e sua tradicional fisionomia de choro, de coitadinho, com a voz desconsolada, tivesse falado em 4 chances do Palmeiras, confesso que não me lembro de mais que duas chances. 
Na verdade, o Palmeiras praticamente concentrou-se em elevar bolas na área, para a defesa do Galo, de maior estatura, tirar. E o Galo pouco ousou na frente. 
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E não ousou, em minha opinião, porque continua sem muitas opções de jogadas ensaiadas, porque continua sem esquema de jogo, contando tão somente com o brilho individual de seus jogadores, que por ser brilho é fugaz.
Ontem foi assim, principalmente no lance de gol, em uma das poucas vezes em que a troca de passes rápida pelo meio entre Robinho, Fred, deu resultado. 
Não é pegando no pé de Marcelo Oliveira, de quem sempre fui admirador, mas analisando-se o jogo, friamente, a gente vê coisas que negam aquilo que me fez acreditar que Marcelo era o técnico ideal para o Galo. 
Por exemplo, acabou a chamada marcação de saída de bola adversária, a tal marcação alta. Claro, era domingo, manhã, o tempo estava muito seco, e tudo isso acaba levando o jogador a se preservar mais, correndo menos. 
Mas na verdade, essa marcação da saída de bola, Fred não faz, e creio que nem tenha condições para tanto, ao contrário de Lucas Pratto. 
É verdade que Fred voltou para marcar, fazendo até um número excessivo de faltas na zona chamada de intermediária, e que apareceu muitas vezes tirando bola na área do Galo. Mas, a defesa do Palmeiras podia evoluir até o meio, sem ser incomodada por nenhum jogador do time atleticano pondo pressão e forçando o erro.
Também Robinho não é ojogador com características para ficar marcando a saída de bola, precisando estar mais livre de obrigações de marcação, para ter pique para dar vazão a seus lampejos. 
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Sem marcar a saída de bola mais alta, exceção de Fred, com as faltas no meio, o Palmeiras cruzava inúmeras vezes o meio campo e os jogadores de contenção do Galo não entravam na bola para destruir a jogada adversária. Pelo que vi, a maioria das vezes, Donizete, Carioca e Lucas Cândido ficavam cercando, cercando, andando para trás, esperando o jogador palmeirense definir a jogada, ao invés partir logo para tentar recuperar a posse de bola. 
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Se a defesa estava bem postada, o que acontecia era um natural congestionamento em frente à entrada da área, dificultando o Palmeiras de tentar a penetração, exceto em alguns lances com Tche Tche, jogador que andou arriscando alguns chutes também de fora da área.
Na frente, sabendo que devia tentar chutar de fora da área, para aproveitar o fato de o goleiro do Palmeiras estar há muito tempo sem jogar e, portanto podendo estar sem noção de espaço e tempo de bola, o time do Galo pouco experimentou. 
Talvez, um chute de Lucas Cândido, fora o de Robinho, já comentado. 
E, vamos combinar, Rafael Carioca é um grande jogador, dos melhores atualmente atuando no futebol brasileiro, e com uma categoria ímpar. Mas, metade das bolas que ele pega no meio campo, ele precisava de atrasar a jogada, recomeçando tudo de novo lá da retaguarda, quando não dando a bola para Victor despachar para a frente, de qualquer jeito?
Porque Rafael que é dono de um bom passe não arrisca mais os lançamentos mais verticais? Ou ele tem sido o excelente passador justamente por ficar tocando mais lateral ou para trás que para a frente, como se espera do Galo?
Ou ao menos como eu espero?
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Não vou criticar o técnico vitorioso ontem. Mas eu acho que Pratto não pode ficar de fora do time, mesmo Maicosuel jogando sem comprometer, e Fred ser considerado, a princípio de mesma posição que o argentino. 
Mas, e Luan, agora voltando???
Dizem que ter problemas, desse tipo, é bom para o técnico. Tomara que o Galo não se perca por tanta opção.
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Terrorismo no Brasil

Estava deixando a poeira abaixar para falar sobre a descoberta da perigosa célula terrorista descoberta no Brasil na semana passada e desbaratada por nossa força policial de segurança.
Mas, depois de já ter visto outros comentários, inclusive de Jânio de Freitas, na Folha de ontem, acho que já posso manifestar minha opinião. 
Para mim, o desbarateamento do grupo terrorista foi apenas uma jogada de marketing, para tentar vender a ideia de segurança para o mundo, em relação à realização das Olimpíadas. 
Aproveitando a onda de atos terroristas que vem assolando a França, a Alemanha mais recentemente, Síria, Iraque, etc, o Brasil resolveu mostrar que está atento, e resolveu apresentar ao mundo um show de capacidade de lidar com situações de terror.
Pena que, encarregado de dar a notícia ao mundo, o que se viu foi um ministro da Justiça muito mais para a turma de trapalhões do Didi, que capaz de passar a imagem que dele se esperava. 
Para completar, o ministro da Defesa chutou logo o balde, como quem percebe que os planos de vender uma imagem ao mundo, falsa, se frustraram. O que o levou a classificar o tal grupo como um simples bando de "porras loucas".
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Sem entrar no mérito de uso de expressões que não se coadunam com as mesóclises do usurpador chefe da equipe, tão a gosto de um órgão como o Estadão, o Globo, e  outros que tais, creio que Raul Jungmann tem uma visão mais correta dos fatos que seu colega de ministério.
Mas, é sempre bom lembrar que, como disse Jânio ontem, se era para praticar terrorismo, o alarme mal feito pelo ministro da Justiça, obteve o grau máximo no quesito. O ministro foi o criador de terror maior que o do grupo de pessoas detidas por suspeição. 
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A começar da desclassificação do grupo apreendido. Ora, se era um grupo tão amador, e tão incompetente, a ponto de querer encomendar e comprar uma arma pela internet, no mínimo, temos que considerar que não havia razão para apresentação da prisão com tanto estardalhaço, de segredo de Estado.
Talvez um comentário apenas, de que foi realizada a prisão, de forma mais sóbria e considerando a periculosidade do grupo como algo ainda de pouca monta. 
Mas, o desejo de quem ocupa o lugar que não poderia, e não pode estar ocupando, para valer-se da projeção do posto, acaba, fatalmente nesse tipo de situação constrangedora. 
Depois, é interessante constatar que o jovem que praticou alguns ataques no Shopping em Munique, ao que foi noticiado comprou a arma pela internet. Ou seja, a possibilidade de compra de armamentos existe, sim, aproveitando a Deep Web e o ministro devia ter mais cautela de usar esse fato como exemplo de amadorismo. 
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E nunca vi tanta gente reunida por meio de comunicações e postagens via redes sociais na Internet, poderem caracterizar o que a imprensa e a polícia séria chama de perfil do "lobo solitário". 
Pelo que acho sem ser expert no tema, para solitário esse lobo está rodeado de muita gente.
Mas, se o perfil do lobo solitário é que está por trás de possíveis fontes de temores, quem garante que o lobo em questão não é alguém menos amador, menos afoito, mais preparado para colocar em marcha seu plano?
E quem pode assegurar que o show de nosso ministro não serviu para que alguém mais atento e interessado, passe seus planos em revista, checando cada ponto de suas intenções?
Ou seja, mais uma vez e parafraseando a máxima jocosa e personalizando o governo, o representante brasileiro abre a boca somente para dar a todo o mundo a confirmação daquilo que todo mundo já desconfiava: somos um bando de incompetentes. Ou inutis, para lembrar que até um Roger, já teve uma fase melhor na vida, quando os vários neurônios que se orgulha de carregar não eram peso morto.
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A propósito, a declaração do ministro apenas fica atrás das impagáveis asneiras com que Eduardo Paes resolveu brindar o povo brasileiro. 
Olha, a verdade é que apesar de tê-lo eleito, nem o povo carioca e toda sua ironia merecia tanta estultície.
Agora, ao invés de reconhecer o estado lastimável das habitações da Vila Olímpica, resolveu ironizar as queixas da delegação australiana, oferencendo-se ou ameaçando colocar à disposição dos atletas, um canguru.
Como quem fala o que quer ouve o que não desejava, ouviu que a delegação queria apenas encanadores, para conter os vazamentos das ocupações, Ou seja, respeito e ocupações dignas. 
Ou isso é tão difícil para quem indicou um exemplo de marido para sua sucessão, e o exemplo citado é réu em processo de agressão à esposa?
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Sei não, mas em matéria de humor, creio que as Olimpíadas serão um evento sem precedentes na nossa história e na história dos Jogos. 
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Aumento de carga tributária

Enquanto isso, o próprio Fundo Monetário já fala na necessidade de o país aumentar impostos para poder fazer um mínimo em prol da recuperação de nosso equilíbrio fiscal. 
Resta agora,  aguardar a reação do empresariado e poder vermos quem vai pagar o pato?
Afinal, os diretores da Fiesp já comprovaram que não vão mesmo pagar o pato, já que nãó pagam nem impostos. 
E os panelaços e buzinaços de quantos defendiam tudo que temer insiste em representar  persistem, acarretando um grande incomôdo e impedindo a paz e a tranquilidade do povo brasileiro. 
Com tanto barulho, corre-se o risco de tirar o povo - não apenas parte da camada da classe média mais privilegiada - da letargia e do estado de sonolência. O que pode não terminar bem.
Enfim, a ver.

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