terça-feira, 4 de abril de 2017

O julgamento do TSE; a acusação agora é ao senador mineiroca, e mais um vexame do Galo, que preocupa

Abril inicia-se e já nessa primeira terça feira, o TSE julga a chapa Dilma/temer, por abuso de poder econômico e utilização de recursos desviados da Petrobrás, as propinas, para financiamento da campanha.
Alguns pontos são bastante interessantes em toda a situação e merecem algum registro.
O primeiro o fato de que, conforme vazamento na imprensa, Marcelo Odebrecht confirmou a utilização de recursos vultosos, oriundos de caixa 2, no financiamento POR FORA, da chapa vitoriosa no pleito.
Mas não se fez de rogado. Afirmou que não fora apenas a chapa eleita a beneficiária de tais recursos. Foram todos os demais candidatos.
A ponto de declarar, se verdadeiro o vazamento, que não havia um candidato eleito que não tivesse recebido recursos ilícitos. E se alegasse não ter recebido diretamente, ainda assim teria recebido recursos escusos, se recebeu ajuda do partido.
Ou seja: não escapa ninguém, como lembrou o filho, apenas corroborando declarações vazadas pelo pai, Emílio Odebrecht, para quem no país os financiamentos de campanha sempre foram assim e continuam sendo.
Dando a entender que, no futuro, há poucas chances de que tal prática venha a ser alterada.
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Trato dessa denúncia dos Odebrecht, em primeiro lugar, para deixar claro que, se pelo caixa da empreiteira transitaram recursos da Petrobrás, obtidos de forma criminosa nas concorrências fraudadas de que a empresa participou, e dado o fato mais que notório de que dinheiro não tem carimbo de procedência, nem cheiro que identifique sua origem, chega a ser risível alegar que o partido A ou B, somente, tenham sido os beneficiários do dinheiro da estatal.
Todos os partidos se beneficiaram, alguns em menor parcela, outros afundando completamente o pé na lama.
Mas não escapou nenhum e, desse ponto de vista, alegar que um partido deveria ser punido por uso de tal recurso é querer ser mais realista que o rei.
Talvez, admitindo um argumento empregado de certa feita pelo político que mais levanta poeira quando o fato é ligado a recebimento de recursos ilícitos, o mineiroca aecim, devesse merecer punição maior, como agravante, o partido que, por estar no poder, era quem indicava, ou sancionava o nome indicado por quem de direito na prática do loteamento de cargos que é tradição em nossa política.
Nesse caso, ninguém seria inocente de achar que, apenas o PT deveria ser punido, mas além desse partido, no poder há 14 anos, deveria ser também punido o PMDB, que era o dono de parte do lote da petroleira, e indicava nomes para sua diretoria; partidos como o PP e outros, que indicavam tanto nomes quanto influenciavam a participação e vitória em concorrências, até internacionais.
Claro, o PSDB não poderia ficar de fora, independente de que, essa sigla prossegue iluminada, já que seus próceres, a cada instante, são acusados e têm nomes delatados, com valores elevados, alguns pagos até no exterior.
Ainda assim, nada lhes acontece, ao menos no mundo onde a justiça fica a cargo de um juiz menor, de estatura moral que, para dizer o mínimo, é completamente abaixo daquela que em outros tempos honrava nossa magistratura, e comportamento autoritário, messiânico, tanto quanto o de certos procuradores federais.
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Outra observação, é a respeito de um argumento que ganha cada vez mais adeptos, e cujo argumento é de uma desfaçatez digna de quem não tem nenhum princípio moral, embora fique posando de paradigma de comportamento.
Refiro-me a todos aqueles que alegam que, já que a situação política do país está mais calma, já que a economia começa a dar sinais de reação (embora fosse importante indicar concretamente que sinais são esses, que não consigo visualizar, exceto como "wishful thinking" (a famosa expressão que faz dos desejos e sonhos, a base real e concreta para a tomada de decisões), já que o usurpador está promovendo as reformas que o "país" necessita, o melhor é deixar temer fora da decisão do TSE.
Antes de prosseguir, um comentário: o que o golpista e traidor temer tem promovido são as reformas que interessam aos grandes donos verdadeiros do poder, os donos do grande capital, principalmente e cada vez mais, encastelados no mercado financeiro.
Só uma pessoa sem o domínio de suas faculdades, poderia achar que eliminar todos os direitos sociais e todas as ações voltadas para encaixar o país em outro patamar perante o mundo mais avançado seria benéfico para o povo, em sua grande maioria.
Aqui, lembro-me agora, e lamento mais uma tesourada desse governo usurpador, o fim do programa Ciências Sem Fronteiras, ou as restrições para reduzir o impacto da Olimpíada de Matemática, até que ela também venha a perecer por desidratação.
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Mas, voltando à questão, muitos aceitam o absurdo legal que a defesa desse assassino do futuro do país pretende, que é solicitar o tratamento da chapa de forma separada, o que vai contra toda a lógica e o direito,  até por existir farta documentação de que essa excrescência que ocupa o executivo de forma ilegítima,  foi beneficiado pelos recursos obtidos pela chapa de que ele era mera peça decorativa e anacrônica.
Ainda assim, muitos arautos da moral e da decência, alegam que por não ser o cabeça da parceria (o que é óbvio, já que de quem se trata, é possível acreditar que nunca serviria para cabeça de nada de maior importância para o povo), temer não deveria ser julgado e sim Dilma. E temer não deveria ser punido, por ter menor influência no direcionamento da chapa.
No fundo, uma série de sofismas para fazer valer a máxima do rouba mas faz, ao menos para os amigos, ou de quem faz conforme o interesse dos patrões.
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Nem a existência de documentos que mostram que, por integrar a chapa que o elegeu vice, ele se beneficiou integralmente de toda sua trajetória, faz os defensores da situação do "já que está ruim e tudo é farinha do mesmo pote", melhor manter esse que está aí, para dar maior tranquilidade institucional ao país.
Curioso é que, usando tal argumento, esses moralistas sem caráter chegam inclusive a argumentar com a ameaça de que, com a cassação da chapa inteira, e a necessidade de se eleger outro presidente de forma indireta, corre-se o risco de o eleito, pela falta de tempo, acabe impedindo a realização das eleições marcadas para o ano de 2018.
O que não causa susto nem asco a ninguém, primeiro por admitir isso, segundo pela chantagem explícita. Afinal, desde maio do ano passado, vivemos um regime de exceção, sob o disfarce de uma democracia verdadeira.
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Outra questão a ser levantada é a claque, a torcida que se armou, para que algum dos magistrados do Tribunal, venha a pedir vista do processo, o que poderia retardar qualquer julgamento, inclusive permitindo que temer tenha condições de indicar os seus julgadores, substituindo alguns menos confiáveis por outros que agirão a seu favor, como funcionou a indicação de alexandre de moraes para o stf, tudo em minúsculas em honra da dignidade dessa corte, a mais alta do país.
alexandre tem votado, sabe-se lá por que, sempre a favor do governo. Como em sua tese, que escreveu e esqueceu, já previa que aconteceria quando alguém do governo, ligado à figura que o indica, fosse parar na corte constitucional.
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Ora, se direito e justiça houvesse, todos os indicados deveriam declarar-se impedidos, por terem interesse, e até para evitarem a tentação de julgar com o coração, relevando a gratidão.
Daqui chegamos a outro absurdo, que vale a pena citar. A presença desse magistrado que tem adotado a postura mais próxima a de um rufião, que lamentavelmente, para as nossas instituições, preside o TSE e atende pelo nome de gilmar mendes.
Deste arremedo de juiz provedor da justiça, não há necessidade de falar muito, já que seus predicados já foram suficientemente expostos, todos sempre na mesma e lamentável linha, deplorando sua forma de atuação.
Apenas lembrar que posando de consultor de temer, assim reconhecido pela mídia, a quem nunca se deu o trabalho de desmentir ou divergir, esse juiz deveria se abster de sequer aparecer na sala de audiências, para não macular o processo em tela, devido a seus interesses escancarados em um resultado.
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Do julgamento da chapa, destinada a tornar-se o assunto do dia, ou o não assunto, passo para outro tema, a saber, a velha e surrada frase sempre citada e que apresenta o Brasil como o país da impunidade.
E insisto, impunidade para quem cara pálida?
Porque relatório ontem apresentado no Bom Dia, Brasil, da famigerada rede (do) Bobo, vários dos prisioneiros mantidos no presídio de Manaus, que no início do ano nos deram manifestações de selvageria explícita, ali se encontravam sem sequer acusação formal apresentada. Alguns, até já julgados e considerados inocentes, presos em condições subhumanas. Outros presos sem que a investigação caminhasse, constituindo assim um grupo de esquecidos, para os quais a punição chegou antes mesmo de qualquer cometimento de ilícito.
Claro, ali não tem santos. Mas um mínimo de decência no tratamento de questões como a da liberdade, acusação de cometimento de crime, presunção de inocência até prova em contrário e tantas outras ideias tão belas e tão vilipendiadas no país, deveriam ser questão de honra para uma sociedade que se deseja racional, humana, democrática.
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E, se ali, não  tem santos, é porque todos encontram-se no PSDB, esse partidozinho de quinta categoria, bastando para se chegar a tal conclusão, que se verifique que o preside, quem o integra e exerce liderança, quem são seus principais membros, e quais e quantas delações pesam contra eles.
E vir agora, aecim, esse político minúsculo, dizer que está sendo vítima de acusações levianas, inverídicas; e ver sua irmãzinha, coitadinha, transformada em operadora mor do esquema de corrupção que seu irmãozinho, pelas delações vazadas, sempre protagonizou é, para dizer um mínimo engraçado.
Porque quando Veja só atacava Dilma, que impôs a aecim um derrota que deixou o mineirinho infantil em desesperado desejo de vingança, ou quando a acusação era a Lula ou outro qualquer político do PT, a revista semanal, que não passa de publicação de imprensa marrom, em minha opinião, era a melhor e mais recomendada para leitura pelo ex-governador de Minas.
Agora, que ela vira sua metralhadora para ele, ele chora.
Mas não há problema, como outros membros de seu partido, ele também terá qualquer ilícito por ventura praticado, prescrito. Como está acontecendo com Eduardo Azeredo em seu mensalão mineiro. Isso porque Eduardo está já condenado em primeira instância.
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Como os santos estão no PSDB, percebe-se que a frase referenciada acima, de que o país é o reino da impunidade, aplica-se perfeitamente se aplicada aos grandes ladrões, aqueles que têm condições de virarem barões, como lembrava a frase do tempo ainda do Império: quem rouba pouco, é ladrão; quem rouba muito, é barão.
Aí sim, nesse caso, a impunidade é regra e decepção. O que nos obriga a concordar com Zé Simão quando diz que esse é um país que não deu certo. E que o melhor e mais adequado seria devolvê-lo para os índios, se ainda houver algum que queira tanta podridão.
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Quanto ao futebol

Tão melhor jogou o Cruzeiro no jogo de sábado contra o Galo, que ninguém se incomodou em ficar lembrando que Hudson já merecia um cartão amarelo, logo nos primeiros instantes do jogo. Ou que Tiago Neves estava voltando de posição de impedimento no lance que culminou no gol de Arrascaeta.
E não dá para falar que tudo começou com o frangaço de Giovanni, antes do segundo minuto de jogo. Jogada que, aliás, mostra bem como o Atlético preocupa: começou com Marcos Rocha querendo inventar e fazer jogada de efeito e perdendo a bola (e eu sou fã incondicional do nosso lateral, que reputo ser o melhor em atividade no país). Depois a bola tocada nas costas de um Rafael Carioca que não marca ninguém, apesar de jogar para cumprir essa função.
A propósito, é duro ver um jogador com tanta fama, ir na bola e até virar de costas para o lance depois de a bola cruzar da esquerda para o centro da área.
Já aceitar que o nosso goleiro sempre presta homenagem aos filhos do Galo, sempre com frangos inesquecíveis é normal. O goleiro é fraco e não tem culpa de ser fraco. Culpa é de que o escala e deixa Uilson de fora.
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Também não dá para culpar Fred, pela expulsão infantil. Ele, esperto como é, preferiu sair a ficar em campo, vendo seu time ser engolido no meio pelo time adversário.
Porque o meio campo do Atlético não existiu. Cazares, sem qualquer participação mais vibrante, sem pique, embolando com Robinho, que não explicou o que estava fazendo em campo.
Mas, o pior é mesmo o meio campo, e a minha sugestão seria tentar uma experiência, tirando Rafael Carioca, que não marca ninguém e não consegue dar passes a não ser para a lateral do campo ou para trás, e deixá-lo no banco por algum bom tempo. Em seu lugar, que se teste mais uma vez Iago, ou Adílson, recém chegado.
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Com um time sem inspiração, apenas transpiração desnecessária e confusa, sem objetividade, e sem qualquer coordenação, o Galo preocupa-me muito na competição que realmente conta: a Libertadores.
E temo que o time repita o que foi o ano passado com Aguirre, ou com Marcelo, um amontoado de bons jogadores, sem qualquer noção de conjunto, ou interesse muitas vezes, em participar efetivamente do jogo.
Difícil manter o bordão do Eu acredito, desse jeito.
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Louve-se apenas a disposição, já comentada, mas estabanada dos jogadores. O que mostra que falta muita coisa no aspecto técnico e tático.




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