Como já se podia antever, o golpista, ilegítimo e denunciado temer, anunciou na semana passada, em entrevista a uma revista semanal de circulação nacional sua intenção de se candidatar à reeleição, termo que exige, por si só, uma reflexão.
Afinal, ele não foi eleito para o cargo que ocupa, ao qual só chegou por razões que revelam a dimensão de seu caráter, se alguma.
Logo, estando no cargo por razões obscuras, não é correto dizer que irá tentar se reeleger. Lembre-se que como político em São Paulo, já era difícil para ele alcançar a votação necessária para se eleger para a Câmara de Deputados.
Enfim, como o Brasil anda estranho... Vá lá.
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Seu desejo de se candidatar já vinha se delineando há algum tempo, apesar das pesquisas indicando o nível ridículo - por tão reduzido - de aceitação de seu governo, ou das intenções de votos em seu favor, para ocupar o Planalto. Na casa de 6%, as intenções.
Mas, para quem já se mostrou um arrivista profissional, a tentativa de se lançar candidato não deve causar espanto de nenhuma espécie.
Além de que, é sabido que temer precisa de manter o foro privilegiado, que julgamento que está em curso no Supremo tende a reduzir bastante. O que no seu caso torna a tentativa de chegar ao Planalto uma obrigação.
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Ciente disso, e mesmo que tergiversasse sempre que indagado a cerca de seus planos, temer percebeu que face a sua rejeição, apenas junto a uma reduzida minoria de empresários, a quem cortejou e se curvou durante o tempo de seu mandato ilegítimo ele poderia ter algum apoio.
E, com o discurso de que suas reformas eram benéficas ao crescimento e à retomada econômica do país, talvez - ou justamente- por serem contrárias aos interesses do povo brasileiro, e ainda da necessidade de justificar e defender seu "legado", percebeu que só poderia ampliar seus índices de aceitação se avançasse em direção ao eleitorado de Bolsonaro. Que, com todo o respeito que me merecem seus admiradores, representa tão somente um avanço em direção ao atraso, ao retrocesso.
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Por ser originário da caserna, por fazer parte da considerada bancada da bala, por ter posições bem próximas ao que se poderia definir como autoritárias, misóginas, preconceituosas e desrespeitosas, em síntese, por representar o lado mais tenebroso e sombrio do conservadorismo, o ex-capitão e deputado federal tem grande aceitação entre os eleitores para quem a segurança pública, a ordem e o progresso devem ser a marca do novo governo. Custe o que custar. Ou como diria Collor, "duela a quien duela."
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Pois bem, embora o portador da bandeira da segurança pública, e até, em parte por causa disso, já que segurança exige Estado forte, em tese; mas também por suas origens, Bolsonaro não representa, entretanto, para os grandes donos do dinheiro e do capital, por mais ginástica e contorcionismo que faça em campanha, alguém de visão mais liberal.
O que amedronta os empresários que preferem um menino de recados, vaidoso, mas subserviente e servil, como temer e suas mãozinhas dançantes.
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Para não perder a oportunidade, e a respeito dessas pessoas atraídas pelas posições, discurso, imagem que Bolsonaro passa ou representa, é bom lembrar da frase de Castelo Branco, sempre relembrada por Elio Gaspari: “São as vivandeiras alvoroçadas que vêm aos bivaques bulir com os granadeiros e causar extravagâncias ao poder militar”
Cito a frase, apenas para mostrar quão enganados podem estar pessoas com até algum grau de informação, quanto ao risco que é estar correndo aos acampamentos (bivaques) militares, para pedir ajuda ou proteção, o que indica quão frágil esses que adotam esse comportamento (as vivandeiras ou no caso os que clamam por segurança, ordem, progresso) indicam se sentirem.
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A frase de Castelo, o primeiro general ditador em 64, revela como as cobiças, nada santas dos militares, podem ser acordadas, quando o povo mostra que precisa de ser tutelado.
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Também é bom lembrar a mensagem de PROPAGANDA (desculpas pelo "grito") que tem circulado no canal Justiça (7 da Net, aqui em Belo Horizonte), sobre o Supremo Tribunal Militar, especialmente no trecho em que diz: o princípio da sociedade civil é a liberdade, enquanto as bases das ... (forças militares) é a disciplina e a hierarquia.
Para entendedor, meia palavra basta. Mas, é necessário ainda acrescentar que prefiro a liberdade, sempre, mesmo que desorganizada, e às vezes resultando em situações contrárias a minha vontade, que a obrigação de fazer parte a ordem unida. Autoritária, mesquinha e que não reconhece a capacidade das pessoas de se organizarem e resolverem suas pendências e problemas.
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Voltemos a temer, e ao bote que protagonizou em direção aos eleitores de Bolsonaro, ao decretar o arremedo de intervenção, já chamada de intervenção meia boca, no Rio de Janeiro.
Como se sabe, a intervenção uma vez decretada em algum estado da União, ou é total ou é uma farsa. Mas, apesar disso, temer conseguiu decretar , contando com o silêncio cúmplice de quem deve zelar pelo cumprimento da Constituição, uma intervenção parcial, apenas na Segurança Pública. Militarizando ainda mais uma questão, a da segurança no Rio, já suficientemente militarizada, sem qualquer sucesso, embora sem também qualquer e semelhante alarde.
Tal atitude revelava já, desde seu início e por sua forma, que temer apenas tentava avançar e abocanhar a parcela de 14% indicada nas pesquisas de intenções de votos em Bolsonaro, deixando o militar sem bandeira.
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Muitos interpretaram tal decisão do Planalto como um meio de paralisar - para não sofrer derrota acachapante - a tramitação da reforma da Previdência. Como foi suficientemente divulgado, a decretação de uma intervenção impede qualquer alteração da Constituição.
Para rebater esse argumento, lembre-se que o Angorá, ops moreira franco, o ministro que pôde - ao contrário de Lula - ser indicado para um cargo para obter foro privilegiado (pelas graças do STF em ambos os casos, da proibição de Gilmar Mendes à posse de Lula e, depois pela aceitação da corte da indicação e posse de moreira).
Disse moreira franco que a intervenção foi uma jogada de mestre, o que já deveria servir para indicar seu objetivo mais político eleitoreiro, que em qualquer outra acepção do termo político.
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E não deu outra, de lá para cá, temer vem cada vez mais reconhecendo que a defesa de toda a sua grande contribuição - que acho que é no sentido de derrubar qualquer interesse das camadas menos privilegiadas da população de ter vez, voto e voz, precisa de que ele seja o candidato.
O que é curioso: afinal, do mesmo lado e dividindo o espectro político se encontram, Rodrigo Maia, o próprio temer, Paulo Rabelo de Castro, o presidente e dono das lojas Riachuelo, Bolsonaro (exceto se vier a radicalizar ainda mais seu discurso) e agora, até Meirelles.
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Se nas hostes da esquerda, critica-se a divisão sempre presente, há algo curioso em quadro tão multifacetado do centro-direita.
A ver, se e quem dura e chega até lá, a corrida eleitoral.
Mas que o discurso é ruim, e pobre e reducionista, mostra a intervenção no Rio.
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Marielle - presente e sem notícias
Já temos hoje duas semanas, da morte física, de encomenda de Marielle e de seu motorista, Anderson.
Hoje, dia 27, completam-se 13 dias de total falta de avanços nas investigações, o que não deveria causar surpresas a ninguém.
Sabemos todos que Marielle é daqueles tipos de crimes que, por terem forças poderosas por trás, devem cair no esquecimento.
Caso a pressão popular, até mundial, se torne muito grande, arruma-se um bode expiatório qualquer, dentre vários que estão aí, aos milhares, pelas páginas de nossa História do Brasil.
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Apesar do silêncio das autoridades, hoje e sempre, Marielle, seus ideais estarão presentes.
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Moro no Roda Viva
Lamentavelmente, em minha opinião, já pessoas que dão voz aos moros da vida.
Mas que é interessante ver um juiz menos qualificado querer ensinar como votar aos juízes do Supremo, não há dúvida que é. No mínimo engraçado.
Embora o juiz tenha, em seu discursinho cerca lourenço, feito menção que, a questão da prisão em segunda instância não é um problema relacionado à situação do ex-presidente Lula.
E tenha dito que seria uma pena, um retrocesso, que caia a decisão de prisão, porque beneficiaria a vários sentenciados que já estão cumprindo pena e sem as benesses da impunidade que sempre foi a tônica no nosso país.
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Nada a obstar quanto a isso, de que ele já sentenciou várias pessoas, embora não se tenha notícia de ninguém do PSDB ou da série de amigos com quem moro frequenta festas, eventos e homenagens, todos também réus ou indiciados, mas que, por azar talvez, não sejam vinculados a Lula e a partidos que compuseram o governo do petista.
Ok. Cada um julga como sua consciência determina.
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Mas, é verdade e acho estranha a posição do juiz, contrária o cumprimento da lei. Aliás, da lei maior, a Constituição, que determina a presunção de inocência. Ou seja, enquanto houver a possibilidade de recurso, não há trânsito em julgado, nem poderia haver prisão.
A questão central é que, tendo sido preso e depois reconhecida a inocência de quem quer que seja, o tempo perdido na prisão não é algo que possa ser recuperado. É perda que nada será capaz de sanar. Nem indenizações milionárias.
E isso vale para todos nós, cidadãos comuns do país. Não se trata, nem poderia ser, de uma questão de Lula.
O problema é muito mais amplo, e fulanizá-lo apenas o reduz, indevidamente.
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Mas, é forçoso reconhecer que se o juiz erra ao pregar, por interesses que lhe são caros, que a Constituição seja desrespeitada, em sua intenção, é verdade que quem quiser que a prisão passe a se dar em segunda instância deve fazer um movimento para que a Constituição seja emendada, ou seja, alterada nesse ponto específico.
Nisso moro está com a razão. Compete a cada um pressionar ao seu deputado ou representante, para que uma Emenda possa ser votada.
DEPOIS DA INTERVENÇÃO NO RIO, né, moro?
O que não atingiria nem a Lula, nem aos vários outros que sua sanha de punição tem alcançado.
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Shows espetaculares
Não poderia deixar de fazer referência a dois shows realizados aqui em BH, nesse final de semana.
O de Simone encontra (o sempre bom) Ivan Lins, com músicas sempre atuais, já que nosso país parece sempre estar andando em círculos.
Mas, merece meu destaque, o showzaço de Steve Hackett, ex Gênesis, mostrando porque a banda britânica foi e alcançou o sucesso que conquistou, e porque marcou tantas gerações.
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Pena que as gerações de hoje não tenham mais artistas capazes de fazerem rock da qualidade de Hackett que é o que se poderia chamar de som para ninguém por defeito.
Pena que o Palácio das Artes, embora muito bom, talvez tenha sido pequeno para o tamanho do som de Hackett.
No mais, elogiar também aos seus músicos, espetaculares. E ao Nad Sylvan, o sensacional cantor que tem acompanhado a banda de Hackett.
Imperdível. Para guardar para sempre na memória.
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E a reação à caravana de Lula no Sul
Fosse em outro país, como os Estados Unidos, a forma com que um ex-presidente foi tratado seria já considerada criminosa, independente de quaisquer outras considerações.
Aqui no Brasil, agressões a Lula e ao seu giro pelo país, têm recebido de todo o tipo de "democratas das SS" uma manifestação que faria corar de vergonha qualquer pessoa minimamente educada, politizada, e verdadeiramente democrática.
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Pior: quem tem manifestado apoio a atos de agressão, selvageria e barbárie, são políticos, senadores, deputados, e até professores, que só mostram que não é um verniz de cultura, formação até humanista, e etc. que irá transformar alguns tipos de animais em seres humanos.
Afinal, se se recicla lixo, é forçoso reconhecer que não se deve utilizar material reciclado para todo tipo de finalidade.
Ainda assim, infelizmente, não se recicla caráter, nem formação, nem seres humanos.
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