O deputado federal Romário, que tem surpreendido a muitos que acreditavam que só quem tem origem nobre, nas elites, e com formação esmerada pode se tornar um bom representante do povo, subiu à tribuna da Câmara para elogiar e manifestar seu apoio à entrevista corajosa de Xuxa no Fantástico, domingo.
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Tudo bem que a declaração que a apresentadora deu em relação ao fato de ter sofrido vários abusos sexuais em sua infância e adolescência foi forte e, da forma que foi feito, demonstra alguns fatos que têm sempre que ser levados em consideração por todos que procuram lutar para acabar, impedir, ou em último caso, punir exemplarmente aos responsáveis por esse tipo de comportamento covarde e abjeto. (Eu ia escrever animalesco, se não fosse ter lembrado que até os animais não atacam e violentam as fêmeas, e tão somente as procuram na "idade" certa, em que elas já estão prontas ou maduras, que é a fase do cio).
Os fatos que devem merecer sempre nossa atenção, um deles bem destacado por Romário: a maior parte das agressões vem de casa; o agressor está dentro de casa e convive com a vítima da agressão.
De minha parte, acho que há aqui, algum problema que somente a questão da educação em nosso país poderia ajudar a resolver. Não que fosse eliminar o problema porque tarados há em quaisquer níveis sociais e culturais, mas... quanto a taras e problemas psiquiátricos ou psicológicos ou de comportamento inadequado, esses que podem até levar a tornar inimputável o autor da agressão, confesso que nem sei que pitaco dar...
O segundo fato é o de que, muitas vezes, a criança agredida sente-se responsável pela agressão de que foi vítima, numa inversão completa de responsabilidades, mais uma vez por força da ignorância, em minha opinião.
Nesse sentido, o que poderíamos fazer para que a criança agredida não mantivesse segredo por vergonha do que foi vítima?
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Ok, Xuxa ajudou em muito, só por essas duas colocações, a resolver o problema da violência.
Mas....
Em primeiro lugar, há que admitir que foi ela mesmo que, em seus programas recheados de Paquitas bonitas, loirinhas, gostosinhas, de shortinhos curtinhos provocantes, e apelidos às vezes que remetiam à conotações até sexuais, durante muito tempo exacerbou um outro tipo de violência grave a que nossas crianças estavam sujeitas: a hipersensualização de todo o comportamento juvenil.
Sem ser careta, Xuxa contribuiu para que as crianças perdessem mais cedo sua inocência, em minha opinião. E para que a questão da sensualidade e da sexualidade chegasse mais cedo para um número sem fim de meninos e meninas.
Nem vou entrar na questão do próprio comportamento dela, passível também de ser considerado muito provocante também, mas disfarçado ou escondido ou nem percebido sob a síndrome de Peter Pan que parece acompanhá-la eternamente.
E, devo deixar claro que, mesmo em havendo provocação, NADA JUSTIFICA O ATAQUE DE UM MAIOR DE IDADE A UMA CRIANÇA. Não é pois a roupinha curta, provocante, que retira a gravidade do ato criminoso do adulto. Aliás, não apenas à criança. Sexo forçado é crime, em qualquer idade e deve ser punido sempre. Pesadamente.
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O problema da entrevista da Xuxa em minha opinião e que permite que críticas sejam feitas à apresentadora, até reduzindo o impacto e a importância do conteúdo de sua fala, foi a forma aparentemente tão ensaiada de ela falar sobre outros assuntos, como os namoros, as propostas de casamento, etc.
De forma, digamos, incorreta, em relação à forma como conheceu Pelé e por ele se apaixonou. (A sua amiga da ocasião que a apresentou ao jogador, já postou no twitter a história correta!); ingênua em relação ao relacionamento com Ayrton Senna, mas completamente desrespeitosa (em minha opinião) com a pessoa de sua namorada na ocasião do acidente e morte do ídolo, qualquer que fosse a moça, independente de ser uma Galisteu, também apresentadora e famosa; até ao fato de que se lembrou de que teve uma proposta de casamento de Mickael Jackson, feito por sua assessoria, não se lembrou de falar, em nenhum momento do homem que, por ser pai de sua filha, deveria ao menos ter sido citado. Até em respeito à sua própria filha.
Mas, não estou aqui para criticar Xuxa.
O pitaco era para destacar a necessidade de que nossa sociedade tenha mais atenção com as crianças e com os ambientes em que vivem e passam a parte mais importante da formação de sua personalidade.
Um comentário:
Parece que o povo brasileiro esta preocupado com a Xuxa, e nao com as crianças, as verdadeiras vitimas.
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