sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Senhores da Guerra


O que querem
Os senhores da Guerra
Os donos dos destinos
Centro de onde emana o poder
O que pensam
Com este ar divino
Que assumem como se
O fizessem por merecer
O que desejam?
Transformar seus iguais
Em grupos de oprimidos
Ou hordas de bandidos
Grupos de homens perdidos
Olhares alquebrados
Grupos de derrotados
Sem chances ou futuro
E a que leva essa sanha
Dessas trevas que turvam a manhã
E encobrem a linha do horizonte
Até onde a vista alcança
Algozes da esperança
Se vingança é que os inspira
Um ódio recalcado
Mera demonstração de poder
Contra grupos mais fracos
sem ter mais o que perder
fragmentados, cindidos
sem interesses que os façam unidos
e por este motivo, punidos.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Para Daniel - no seu dia


 
Pode um  leão
Na selva de cimento
De juba aparada
Urrar solenemente
Com ar de soberano?
(Ou como um felino
embora mais crescido-
como qualquer menino
não urrar
mas dar gemidos?)
Pode um leão
Com toda honestidade
Ser bravo, não covarde
Ser força, ser justiça
Ser sonho e ternura
Sem perder a majestade?
Pode!!
Se destemido
Descobrir-se este leo
Dono de seu próprio destino
Firme e forte
Daniel.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Pelas ondas da Web


Outra vez o correio eletrônico
Envia a mensagem de alerta
À tela do computador
Para informar que de novo
A caixa de entrada
Está lotada

É tanta mensagem que chega
Que na verdade não consigo
Saber que mensagem é importante
para separar o joio do trigo
E quanto maior é o tempo
Dedicado a esta leitura
Que meus amigos com razão
Alegam ter incentivado nossa relação
Cada vez mais fico aflito
Cada vez mais acredito
Que este novo correio
Em verdade está só criando um mito

E é tanta informação que eu processo
Tanta a quantidade de lixo
A que tenho acesso
Que só fortalece minha opinião
Que essa forma de comunicação
Não permite tornar mais intenso
qualquer relacionamento
E se aquilo que digo e penso
Vai na  contra-mão da relação
Símbolo de nossa sociedade atual
Apenas lhe peço, entenda meu receio
ver nossa amizade transformada em um sentimento
                                   meramente virtual como o correio.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Sacudindo a poeira


Você fez de meu passado
Tempo de alegria e amor
E o meu tempo presente
Transformou em tristeza e dor

Sei que a gente não deve
Chorar o amor que acabou
E que a gente devia lembrar
Que foi bom enquanto durou

Mas nesse instante pedir
Pra eu reagir com a razão
É não saber como dói
A dor de perder uma ilusão

Por favor, dá um tempo
Deixa eu curtir essa dor
Até que a dor vá embora
E eu possa encontrar um novo amor

Por favor me dá um tempo
Para qu'esse meu sofrer
Abra espaço para que outro amor
Possa me aparecer.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

HIPÓTESES

Supondo que eu
pudesse te falar
mais que as palavras
poderão te dizer
E que eu fosse capaz
de expressar o sentimento
que faz refém o meu coração
que é a minha liberdade
ou então que é minha prisão
Supondo que eu
fosse forte o bastante
para estar a seu lado
e viver cada instante
amante saciado
me tornar seu esteio
poder ser o seu amigo
ser seu ponto de apoio
te guiar pela estrada
e servir-te de abrigo

Supondo que
meu lamento pudesse se transportar
nos sussurros do vento
que fustiga as vidraças
que levanta as cortinas
e provoca arrepios
Pra que você pudesse notar
fosse capaz de perceber
minha presença a seu lado
em meu canto calado
rouco de implorar seu amor
                                                                       Supondo que
minha voz se fizesse ouvir
como acordes de uma canção
suave como a brisa
que vem roçar a pele
te afagar com um abraço
servir como carícia
servir de seu repouso
aliviar seu cansaço

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Noturnas divagações


Você reflete a luz
E eu acordo
Em meio à escuridão
Você dorme em paz
E me distraio
Brincando de assombração

À noite avança a escuridão
As luzes dos prédios vizinhos
Se apagam, enquanto eu tento em vão
Voltar a dormir na cadência
de sua respiração

Você dá um suspiro
E eu, respiro ao compasso
De sua pulsação

Você não se move
E com cuidado
Eu me viro de lado
Pra não te despertar
Dos sonhos que invadem sua noite de sono
Que a seu lado, acordado
Fico a observar

À noite aprofunda o silêncio
Cala o ruído dos prédios vizinhos
enquanto eu tento em vão
Voltar a dormir no embalo
de sua respiração