segunda-feira, 18 de março de 2013

5 a 2 do Galo foi espetacular, mas segundo gol americano não pode se repetir

Vá lá que o time do Atlético, mesmo poupando alguns de seus principais jogadores é superior ao do América. Vá lá que o América jogou um primeiro tempo em que surpreendeu o Galo, saindo na frente no placar e marcando lá na frente a saída de bola, encurtando os espaços e dificultando que o Atlético pudesse armar suas jogadas. Isso, apesar de o Guilherme, que voltava ontem ao time, depois de um longo período de inatividade, estar jogando com mais disposição que em jornadas anteriores.
Também é possível que o América tenha sentido a correria do primeiro tempo, e que foi abrindo o bico, à medida que o segundo tempo ia passando.
Mas, com Réver em tarde-noite de grande inspiração, e muita dose de sorte, não dava para o panorama do jogo ser muito diferente do que foi visto. Subindo muito à área adversária, e surpreendendo o América, em especial em lances de bola parada, Réver ontem foi o grande destaque do jogo. Não só pelos gols que marcou, todos de rara beleza, mas por mostrar uma qualidade e uma tranquilidade, frente ao goleiro adversário que poucos atacantes têm demonstrado em nosso futebol.
No primeiro, infiltrou-se na defesa adversária, que tentava sem sucesso montar a linha burra do impedimento, matou a bola e, com leve toque matou o goleiro Neneca, encobrindo-o de forma sutil.
No segundo, um voleio na bola vinda da direita, de rara felicidade, sem qualquer chance de defesa para Neneca. O terceiro, em cruzamento agora da esquerda, para mostrar como é que um jogador deve subir para cabecear a bola.
E, isso tudo apesar de no primeiro tempo, Réver estar mancando em campo, reclamando dores no calcanhar. E de ter sido cogitada, inclusive sua substituição.
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Mas esse pitaco não era para falar de Réver, ou da vitória maiúscula do Galo. E nem era para falar da falha, mais uma falha gritante da defesa do Galo, de seu miolo de área, no gol de Fábio Júnior. Falha de Gilberto Silva que não subiu nem que fosse para dificultar a vida do artilheiro americano, falha de Réver, que não estava bem posicionado no lance, não atrapalhando a jogada americana, e falha de saída do goleiro Victor.
Falhas que, já há muito tempo venho comentando, sempre reclamando que, parece, o time do Galo não faz treinamentos com bola cruzada sobre a área, forçando os goleiros a saírem do gol. Só para lembrar, foram erros na saída do gol quando da bola erguida na área, que queimaram Renan Ribeiro, Geovani. E que agora mostram uma fragilidade grande do Victor, em minha opinião.
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Mas, o motivo principal do meu pitaco não é esse. Hoje, o motivo do pitaco é a jogada que deu origem ao segundo gol do América, que poderia ter trazido problemas para o final de um jogo que, àquela altura, já parecia liquidado.
Só para recordar, o time do Atlético, como já aconteceu outras vezes, para desespero da massa, começou a tocar bola no meio campo e, ao invés de fazer a bola rolar para a frente, mais uma vez, começou a retardar a bola.
Assim, a bola no ataque, foi trazida para o meio, que jogou para o companheiro que estava ao lado, que jogou ainda mais para trás, que jogou no meio da área, na fogueira, para outro zagueiro, até que nessa falta de objetividade e de seriedade, fosse interceptada por um adversário que tocou para que outro livre pudesse fazer o gol, de forma atabalhoada até.
É importante deixar claro que não estou condenando aqui a troca de passes, que longe de ser desrespeito ao time do América, longe de caracterizar um olé de deboche, é uma estratégia correta de fazer o tempo passar, evitando o desgaste físico de um time que já tem outro compromisso na próxima quarta feira.
Mas, o que acho absurdo aqui, e assim sim, um desrespeito com a sua própria torcida, é esse tal de jogar a bola que se encontrava lá na intermediária contrária, para trás, até a nossa defesa, deixando o jogo não apenas feio, mas arriscado desnecessariamente.
Cuca tem que chamar a atenção do time, para não repetir esse tipo de lances. Isso, se de tão praticada, não partir dele a sugestão para esse tipo de futebol que aproxima-se muito do anti-jogo, em minha opinião.
Que o segundo gol americano sirva de lição.

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