Um Papa hermano é o que de mais curioso poderia acontecer para nós, brasileiros, especialmente quando a maioria da população, convencida pelas principais matérias veiculadas pela imprensa, relacionadas ao conclave, esperava e torcia por um Papa brasileiro.
Segundo a midia, impressa, televisiva, eletrônica, a "partida final" seria disputada entre o brasileiro, dom Odilo Scherer e o cardeal italiano d. Ângelo Scola.
Entretanto, correndo por fora como um autêntico azarão, surgiu Mario Jorge Bergoglio, agora Papa Francisco.
Confesso que, sem conhecer absolutamente nada da caminhada de vida do novo Papa, de imediato, e ao contrário da maioria dos meus patrícios, achei uma escolha mais conveniente que a de nosso cardeal favorito.
Nada contra D. Odilo, exceto o fato de a única informação que detenho dele estar ligada a uma atitude, em minha avaliação, de autoritarismo, poder-se-ia dizer truculência mesmo, representada pela escolha da atual Reitora da PUC-SP, o menos votado pela comunidade acadêmica e, por esse motivo, o último nome da lista tríplice encaminhada ao cardeal.
Rompendo a tradição e até mesmo desrespeitando um pacto ou acordo entre os postulantes ao cargo, um deles na verdade em busca da recondução, D. Odilo mostrou no episódio que não abre mão e não se curva à vontade de várias outras pessoas, impondo a sua decisão a todos. Isso, apesar de todo o protesto e até da greve que alunos e o corpo docente da universidade ensaiaram fazer.
Se ganhou no episódio da escolha do reitor, D. Odilo não obteve o mesmo resultado na eleição a que se candidatou para presidir a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, outrora tão ativa e combatente guardiã dos valores da democracia e dos direitos e liberdades individuais. Ao menos no que diz respeito aos que se opunham à ditadura militar que dominava nosso país.
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Então, se não se deve esperar de qualquer padre um posicionamento minimamente conservador, menos ainda se deve esperar daqueles que ascenderam na hierarquia da Igreja que, como toda grande organização hierarquizada seleciona seus "executivos ou gestores" levando em conta o grau de fidelidade e respeito dos eleitos a seus princípios e crenças.
Mas, no mundo de hoje, e especialmente considerando-se que a Igreja Católica vem já há dois papados, quase 35 anos ininterruptos, atravessando um período de forte conteúdo conservador, com uma direção excessivamente centralizadora, em minha opinião é mais conveniente não continuar a tradição recente, escolhendo mais um representante autoritário, mesmo que brasileiro.
Afinal, há também que se considerar que não se trata aqui de uma partida de futebol, nem a prática de qualquer atividade esportiva e que a torcida aqui é .... completamente descabida.
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Do novo Papa, em minha avaliação, deve-se louvar a escolha do nome simbólico de Francisco, em referência a Francisco. Embora não seja, o Francisco, Il Poverello de Assis, conforme esclarecimentos já divulgados pela imprensa. De qualquer forma, traz à lembrança o homem que abandonou a pompa e riquezas e conforto material para se tornar o frade menor, de pés descalços.
Só a reminiscência já dá uma ideia, positiva, do que pode ser esperado do novo Papa, parecendo mesmo ter havido alguma influência de Deus, ou do Espírito Santo, ao bafejar o representante hermano.
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No mais, como todos que possam vir a ler esse pitaco, também vou procurar conhecer mais da personalidade e das atitudes e comportamentos, pensamentos e até das omissões do novo Papa, procurando ler as milhares de referências que, a essa altura, já inundam a midia para poder avaliar melhor o que pode ser seu reinado...
E aguardar que seja mesmo um papado que traga mais igualdade, justiça, respeito e paz e fraternidade entre os homens, de todas as nacionalidades, de todas as raças, e de todos os credos.
Que Deus esteja contigo Papa Francisco e que te guie.
Embora alguns insistam em dizer que, como autêntico argentino, Deus não está com Bergoglio. Já é o próprio. O que não passa de uma brincadeira de brasileiro, frustrado.
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