Do jogo de ontem, nota 10 para o transporte em ônibus especiais, que conseguiu atender a todos os que optaram por abandonar os carros nas garages. Não fosse o acúmulo natural de pessoas que, parece, tiveram a mesma ideia de anteciparem a ida para o Mineirão, temendo ter de enfrentar o sufoco da correria de última hora, nada haveria de comentar.
Mas, mesmo com todos antecipando o horário, o que fez as filas na Savassi ficarem gigantescas pouco antes das 13 horas, a organização funcionou a contento. A ponto de às 14:30, já não se observarem filas, nem dificuldades no trajeto, nem qualquer problema para chegar ao distante ponto em que todos tinham que desembarcar, na entrada da Cidade Universitária, próximo à Usiminas, para manter-se, creio eu, fora do perímetro de segurança, exigência da Fifa.
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Para o atendimento da Fifa, nota 3. Lamentavelmente, confuso e desorganizado. Sem qualquer padrão.
O que pode ser ilustrado pelo atendimento que tive, ao me dirigir ao Mineirinho, para tentar obter uma segunda via do ingresso que, já dentro do ônibus, descobri que havia perdido ou sido roubado...
O Brasil jogando em nossa cidade e eu sem ingresso. E sem saber o que ocorreu, já que com os ingressos de minha família, também em meu poder, nada aconteceu. Minha família entrou e me dirigi, seguindo recomendações dos voluntários, ao posto da Fifa no Mineirinho.
E lá, embora não estivesse cheio, o atendimento estava caótico. A ponto de sermos orientados a dizer que tínhamos perdido os ingressos, para evitar de ter de fazer e apresentar um BO - Boletim de Ocorrência da Polícia Militar.
Entendo as preocupações da Fifa. A questão de segurança. De impedir a que alguém mal intencionado passasse seu ingresso para outras pessoas, e tentasse aplicar o golpe da perda ou roubo.
Mas, como os ingressos eram nominais, identificáveis e continham documento de identidade, etc, a ordem de se evitar a reimpressão do ingresso só significava que os elementos de identificação não estavam sendo conferidos da forma devida nas roletas de entrada. E se isso fosse verdadeiro, então não haveria motivo para tanta exigência para a compra e até transferência dos ingressos.
Particularmente penso que, sabendo que a desordem e a dificuldade de se verificar cada ingresso nas roletas e catracas causaria um tumulto e uma demora no acesso dos torcedores ao interior do estádio, e que por conta de se evitar transtornos os ingressos não seriam verificados com rigor, os organizadores deveriam liberar, sob o compromisso que achassem por bem exigir, a reimpressão dos ingressos.
No posto de atendimento, entretanto, as meninas voluntárias resolveram reimprimir as entradas sem muita exigência ou burocracia. Mas não todas. E aí é que o bicho pegou.
Enquanto a meu lado 3 ou 4 pessoas conseguiram obter seu ingresso, sem BO, sem delongas, sem problemas, o meu caiu na mão de uma menina, Laís, que chamou a sua gerente, a Evelin ou Evelyn, que negou a reimpressão que eu solicitava.
Só depois de muita conversa, tentando mostrar que eu estava sendo vítima de um tratamento discriminatório, que me impedia de ter o que todos os demais estavam conseguindo, sem qualquer problema, é que obtive meu ingresso.
Mas minha felicidade constratava com a cara de insatisfação das duas moças tão exigentes que me atenderam.
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Antes do início da partida, nota 1000 para a torcida que se fez ouvir e cantou toda a primeira parte do longo hino nacional brasileiro, embora o sistema mecânico de som já tivesse encerrado a música ao fim da primeira estrofe. Que a Fifa queira determinar tudo de regras em relação aos eventos que patrocina, e que o governo brasileiro, vergonhosamente tenha se curvado a todas as exigências daquela entidade que mais se assemelha a um covil, é lamentável. Mas, tocar parcialmente apenas o hino, proibir qualquer manifestação legítima de cidadãos torcedores dentro do estádio - embora ache absurdo querer proibir manifestações dentro do gramado, aí pelo menos entendo as razões - é completamente fora de propósito.
E o povo brasileiro, os torcedores presentes no Mineirão, deram um cala boca na Fifa: fazendo uma manifestação de civismo, e portanto política, usando o hino e cantando-o até o final da primeira parte.
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Para a seleção brasileira, dentro de campo, 4 para o futebol ou a falta dele.
Para o Neymar e as simulações de sempre por ele perpetradas, que irão prejudicar muito sua imagem na Europa, nota 2. O futebol dele ontem foi bem curtinho, infelizmente para todos nós, que gostamos de um bom futebol, como é o que ele costuma apresentar.
Para Fred, 5, pelo gol e pelo fato de que, em campo, representa, na grande maioria do tempo, um jogador a menos no time.
Para Paulinho, em minha opinião o jogador que vem apresentando a maior regularidade dentre todos, nota 7, inclusive pelo gol.
A entrada do Bernard e sua capacidade de incendiar o jogo, ao menos nos primeiros 10 minutos de sua presença em campo, nota 8.
Para Júlio César, e a defesa do pênalte, mesmo ele estando já na metada da distância entre a bola e a linha em que deveria estar, nota 9. Ontem, não apresentou nenhuma falha.
Para o esquema do Felipão, não vou dar nota. Não tem como dar nota para o que não existe.
Para o Uruguai e sua postura tática, nota 7.
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Em síntese, jogo muito fraco, salvo pela torcida e seu apoio à seleção canarinho.
No mais, um retorno de ônibus, fácil, rápido, com um excelente e gentil motorista. Passado pouco das 19 horas já estávamos em casa, acompanhando as notícias dos atos de vandalismo que uma turma aproveita para por em prática, sabe-se lá com que intenções, embora sempre as piores.
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