Por que razão a grande imprensa tem tanta relutância em dizer que, caso o Brasil seja o campeão da Copa das Confederações, sagrar-se-á tricampeão desse torneio?
Porque em um país que valoriza tanto, e de forma até incorreta ou exagerada, a conquista de vários títulos, esse QUASE silêncio sepulcral, agora?
Ilustro: o Fluminense foi campeão do último Campeonato Brasileiro enquanto o Corínthians foi o campeão do ano anterior. Ainda assim, o time carioca é apresentado como tendo conquistado o tetracampeonato.
Isso não era assim, antigamente.
Em outras eras, bi era o time que conquistava duas vezes consecutivas o mesmo campeonato. Assim como tri era o time que conquistava o mesmo torneio em três edições seguidas e consecutivas, como o fez o São Paulo, nos anos de 2006, 2007 e 2008, apenas para citar um exemplo.
Pois bem. Curiosamente, em minha opinião, a imprensa agora, só muito ocasionalmente, e quase que assim, de passagem, comenta que o Brasil foi o campeão da Copa das Confederações em 2005, quando foi dirigida pelo mesmo Parreira que faz parte, hoje, do "staff" da seleção atual, na função de coordenador.
E, nem há a desculpa de que aquela Copa teve pouca repercussão porque só a Globo tinha os direitos de transmissão para a tv aberta. Afinal, logo a Globo, a líder de audiência?
E é bom lembrar que o Brasil sagrou-se campeão impondo uma sonora e rotunda goleada sobre a Argentina, pelo placar de 4 a 1. Logo nos hermanos!!!
Porque a Globo, que naquela oportunidade fez questão de transmitir apenas os jogos da seleção brasileira não dá nenhum destaque àquela conquista?
Tudo bem que brasileiro tem memória curta, mas a mídia esquecer???
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Faço aqui um parêntese para ressalvar - e me penitenciar de um lapso meu, de memória - que ao comentar que a mídia não poderia ter memória curta, já que deveria desempenhar também um papel, digamos, historiográfico,posso ter dado a impressão de ter "cobrado" a rede Globo.
É justo que eu reconheça e admita que a Globo comete sempre esses lapsos de memória e que isso faz parte de sua tradição.
Assim como esqueceu que surgiu e apoiou a ditadura militar de 64 a 85, a ponto de posteriormente já ter feito uma "releitura" da história para mostrar que, quando o povo começou a reagir contra a ditadura, ela Globo estava .... ao lado do povo?!?!
Ou quando combateu a campanha das Diretas Já e, depois, em algum desses seriados de altíssima qualidade técnica que apresenta a seus telespectadores, passou a limpo aquele período e sua participação.
Ou quando tomou o lado do Collor, embora apresente-se hoje como ao lado dos caras-pintadas.
Ou seja: não é a toa que o povo nas ruas, qualquer que seja a manifestação que esteja tendo lugar entoa sempre o mesmo bordão: o povo não é bobo! Fora a rede Globo.
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Em 2009, com Dunga como técnico, o Brasil tornou-se bicampeão da mesma Copa das Confederações, agora disputando a partida final contra os Estados Unidos.
Ali, tornou-se bicampeã.
E agora, com Felipão, o xodó da Globo e da grande imprensa, embora a trate tão mal e com tanto desprezo aparente, pode vir a se tornar tricampeã, caso vença a Espanha.
O que acho difícil, embora não impossível.
E aqui outro parêntese, para falar da minha opinião quanto à dificuldade. Analisando sem o ufanismo de que a imprensa e os analistas e comentaristas de futebol se armam, o Brasil não está fazendo uma grande campanha.
Tudo bem, somos todos patriotas. O Brasil é a pátria de chuteiras. Vivemos um período cívico que está fazendo e vai ficar gravado na História. E, afinal de contas, aqui é o Brasil...il....il....Varonil... il....il...
Mas, se fomos bem na primeira partida, devido à própria fragilidade do adversário e, em especial, o respeito que o Japão demonstrou ao enfrentar nossa equipe, contra o México, jogamos mal. E a verdade é que, em minha opinião o México não merecia ter sido derrotado, já que jogou melhor em grande parte do final da primeira etapa e quase que todo o segundo tempo.
Contra a Itália, além do pênalte não marcado em Balo, tivemos alguma ajuda do juiz, em alguns lances de impedimento que, não assinalados, resultaram em gol brasileiro. Que o diga o gol de Dante, primeiro da goleada.
Contra o Uruguai, todos admitiram não ter jogado bem. Embora louvando a vitória.
Certo é que, cansada por ter vindo disputar um torneio ao fim de sua temporada de futebol, cansada de tantas viagens, e tantas recepões e "festas" nos hotéis em que se hospedou, a Espanha também não jogou bem ontem, contra a Itália.
E até nisso o Brasil foi ajudado. A Espanha teve de disputar 120 minutos de futebol, tendo que jogar uma prorrogação extenuante.
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Mas, retorno a meu tema. Ninguém está valorizando as conquistas anteriores, simplesmente, em minha opinião, porque o Brasil nas Copas do Mundo imediatamente subsequentes aos torneios em que foi vitorioso, deu vexame.
Tão simples quanto isso.
Trata-se então, mais uma vez, de dar suporte ao Felipão, o xodozinho, e a essa sua ridícula abstração de Família Felipão, tão conservadoramente ao gosto da mídia, Globo à frente.
Como Scolari precisa do apoio da torcida e do povo, e está a ponto de se tornar campeão, está na hora de destacarmos essa conquista. Esse fato. Sem mencionar os anteriores, para não despertar essa questão: os países quando vêm à Copa das Confederações, o fazem imbuídos da ideia de darem o máximo de seus esforços?
Porque essa pergunta, que não deveria ser calada, nos leva a outra: ganharmos aqui e agora, significa mesmo que estamos no caminho certo? Com o técnico certo?
Ou tudo não é apenas, mais uma vez, um prenúncio para outra decepção na Copa de 2014? Mesmo que em solo pátrio?
Oh! Desculpas. Em solo sagrado como território da Fifa, ao menos até que a Copa se encerre.
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