terça-feira, 28 de janeiro de 2014

E alguns pitacos, para retomar o assunto e antes que alguns amigos mandem emails criticando

Dilma esteve em Davos, mostrando ter de fato se dobrado à lógica manipuladora dos mercados, em especial, os financeiros. Agora, à grande banca internacional.
De Davos, onde fez um discurso que, se não agradou aos presentes, mostrou que é uma presidenta que não é contra a atuação da classe empresarial e do mercado no processo de desenvolvimento de nossa economia, além de se mostrar uma presidenta, ao menos, lúcida.
Em Londres, Tombini, presidente do Banco Central, mostra ter entendido, como já havia antecipado o professor Belluzzo, que brigar contra o mercado é dar murros em ponta de faca. E, mesmo com alguma ponta de desencanto, dá sinais de ter entendido o recado conservador que recomenda ao governo a elevação da taxa básica de juros para atrair capitais externos, para combater a inflação e para forçar o Executivo a adotar comportamento mais responsável, entendendo-se por isso, assegurar mais que o equilíbrio fiscal, que o governo gere superávits primários para demonstrar sua capacidade de pagar os juros aos credores.
De Davos a Cuba, onde foi participar de conferência com países das Antilhas. Associação de Estados Caribenhos e Latino Americanos, de qual o Brasil faz parte.
Antes, uma escala técnica e custosa em Portugal, razão para a reação histérica de nossa embolorada e poeirenta oposição, seja lá o que isso signifique.
Em Cuba, participou da inauguração de um porto, o terceiro maior da América Latina, financiado com recursos obtidos junto ao BNDES.
Antes que venham dizer que o Brasil está dando dinheiro a Cuba, ou que o BNDES não teria razões para financiar projetos de investimento de, e em, Cuba, convém lembrar que nosso velho Banco de Desenvolvimento financia também, e em especial, países como os Estados Unidos, no ano de 2012, no valor de algo em torno aos R$ 250 milhões, e R$ 460 milhões em 2013. Financia ainda à Venezuela, além de México.
Nesse ranking, Cuba ocupa apenas a terceira posição em 2012 e 2013, nesse último ano, com quase um terço apenas do valor financiado ao "pobre" Estados Unidos.
E nem nos esqueçamos de que foi, por exemplo, à AES, empresa americana, que o Banco financiou recursos para que a companhia estrangeira participasse do processo de privatização do setor elétrico nacional, e vencesse. A mesma AES que depois não pagou as prestações acordadas, querendo dar o calote.
Tudo isso, por que o Brasil  não tinha recursos para investir e melhorar as empresas, o que obrigou a privatizá-las. Com o recurso brasileiro que nós não tínhamos...
Confuso?
Não, apenas muito esperto. E típico da privataria protagonizada pelos tucanos..essa ave rara...
***
Então não venha o Estadão com a sua manchete de que Dilma dá recursos para Cuba, ou não venham os que não querem ler e nem refletir a respeito, dizer que Dilma está dando nosso dinheiro para um país que nós não aprovamos...etc. que essa lenga-lenga não tem qualquer base lógica. Apenas uma base ideológica, de ranço bastante atrasado, para dizer o mínimo.
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Acidente em Goiás

Só para dizer que pudemos ver, pelas filmagens que há sim, milagres que acontecem. Sejam lá as causas físicas por trás de sua explicação.
O pequeno menino e a avó, atropelados por um carro branco que passou por cima de cada um deles por duas vezes, uma vez praticamente sobre o pescoço do menino, e ambos sem saírem feridos com qualquer gravidade, é sinal de que, há mais coisas entre o céu e a terra que supõe nossa vã filosofia. Ou nossas crenças.
Foi um milagre.
Tal qual o milagre da vida. E ele está presente para quem quiser ver. Ou crer.


Legítima Defesa

Fosse o manifestante de outra origem talvez o caso não tivesse tanta atenção. Afinal, tataraneto de um ex-presidente da República (Wenceslau?), sobrinho neto de Aureliano Chaves, ex-vice-presidente e governador de Minas, a ação da PM paulista contra o rapaz acabou tomando outros rumos.
Até o nome do jovem, segundo os noticiários de TV, já foi modificado. Agora o sobrenome Proteus já não tem o mesmo destaque dado ao outro sobrenome, o Chaves.
Mas, independente desse detalhe, alegar que Fabrício, o jovem baleado tentou atacar a um PM caído, como mostra a imagem (que de tão borrada não mostra nada!) do filme realizado, com um estilete e que, por legítima defesa, a PM atirou nele, por duas vezes, é no mínimo, sacanagem. Ou pouco caso com nossa  inteligência.
Pelo que sempre soube, desde os tempos de estudante, só há legítima defesa quando o revide a qualquer ataque à segurança pessoal se der com a mesma intensidade, a mesma arma, a mesma condição que aquela de que se valia o agressor.
Falar em legítima defesa na luta de um estilete contra arma de fogo é brincadeira.
Ainda mais quando eram três os policiais, pelo que aparece na imagem, contra apenas um rapaz que corria e que se volta ao ver um dos policiais caídos.
Não dá nem para falar que ele voltou para ajudar o PM a se levantar.
Mas a PM de São Paulo e o secretário de segurança do PSDB já definiu o caso como legítima defesa.
Da mesma forma que nada fez para evitar a criminalização dos rolezinhos, tão comuns quando feitos pelos alunos de colégios privados da classe  média, por exemplo de nossa BH ( os lojistas do Pátio Savassi que o digam e os alunos do Padre Machado e Dom Silvério ou Santo Antônio que o digam!).
Mas, pelos alunos bem nascidos da classe média, pode.
Não pode, apesar de ser igualmente desconfortável, quando e se feito por esses "marginais dos morros"...
Só chorando, por que não dá, definitivamente, para rir...

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