segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Agora o vexame foi contra o América. E de volta o debate entre poupança e o investimento

Mais um jogo do Galo. Mais uma vez fantasiado de noiva, todo de uniforme branco. Mais uma vez, um vexame.
A bem da verdade, não consigo entender porque a insistência em jogar com um uniforme que rompe a mística da camisa preta-e-branca. E, como tal, em minha opinião, já faz o time entrar em campo, senão derrotado, enfraquecido.
Ontem, pelo Mineiro e com o time todo alterado, dando oportunidades para que Levir pudesse completar suas observações sobre todo o elenco.
E já que o objetivo era realizar observações, algumas destacam-se, imediatamente.
A primeira delas, de que por mais que o Atlético possa contar com mais de 30 atletas em seu grupo, na verdade, levando-se em conta as competições em disputa, não pode contar com mais de 16 ou 17 jogadores.
A segunda observação, diz respeito à estreia de Cárdenas, que mostrou ser ágil, tanto com a bola nos pés, quanto no raciocínio. Dono de toques rápidos e sempre capaz de enxergar o companheiro mais bem colocado. Mais importante: capaz de fazer a bola chegar aos pés do companheiro.
Talvez em razão do calor, o armador colombiano deve ter se cansado. Ao menos foi o que me pareceu que justificou uma jogada no segundo tempo, em que foi desarmado com muita facilidade quando tentava a penetração pela área, pelo lado direito do ataque.
Descrevendo o lance, o locutor do pay-per-view comentou que a facilidade com que o lateral americano roubou a bola era decorrência de o colombiano ser canhoto.
Pode ser. Mas, tal característica ainda não tinha impedido que Cárdenas fizesse jogadas de efeito, inclusive, e passes e lançamentos de qualidade.
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Fora Cárdenas, o time do Atlético mostrou uma defesa fraca, com Carlos Cezar sendo batido em jogadas em que entrou de forma completamente inocente, como no lance que originou o golaço de empate do América.
A inocência de nosso lateral foi tão grande que Bryan, ao final do jogo, em entrevista, comentou que viu que tinha chance de dar um toquinho na bola cobrindo seu marcador, em um chapéu muito bonito.
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Embora não comprometessem, Tiago e Edcarlos nos fizeram ter saudades dos titulares poupados, mostrando erros de posicionamento. O que justifica o fato de Tiago ter atropelado ou sido atropelado por Felipe Amorim, em lance que terminou em gol do América.
Quanto a Emérson Conceição, não dá para avaliar. Tudo que tenta, dá errado, evidenciando o comentário que normalmente se faz de que, quando um jogador ganha confiança, parte para cima, tenta jogadas e acerta. No caso de nosso lateral esquerdo, nem bem a bola chega a seus pés, a torcida já inicia a vaia. Sem qualquer confiança, no caso do lateral atleticano, tudo que ele tenta acaba dando errado. Situação que apenas alimenta a fúria da torcida e fortalece o coro de vaias.
No meio, Pierre mostrou que, como Donizete, é apenas um trator. Esforçado, mas só isso.
Já Carlos mostrou muita disposição, marcando muito a saída de bola, dentro do que Levir deve pedir a ele que faça e que vem se tornando seu estilo.
André mostrou, tal como Jô já havia feito na partida contra o Colo-Colo, estar fora de ritmo de jogo, o que afeta o sentido de colocação, prejudicando o faro de gol. Cesinha foi veloz, apenas. Conseguiu fazer a jogada que resultou no pênalte, muito bem batido por André, com tranquilidade e frieza.
E foi só.
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Uma outra observação, é relativa ao comportamento da torcida atleticana. Logo após o gol de André, com o Galo à frente do placar e o América acabando de ter seu lateral expulso, com um a menos, a torcida entoou o famoso "Caiu no Horto, está Morto".
Não sei, mas esse é o típico grito para ser cantado ao final do jogo, ou naquelas circunstâncias em que o time adversário está completamente batido em campo.
Não era o caso do América, nem do jogo de ontem. É verdade que o Mequinha estava atrás no placar, mas o time do Atlético não estava sobrando, muito ao contrário.
E, jogando em casa, ouvir a provocação poderia apenas despertar o orgulho e a disposição do time americano. Que partiu com tudo para cima, o que apenas ampliou o vexame do Galo.
Por outro lado, pode ter também servido para prejudicar o time atleticano, se os gritos foram capazes de fazer a equipe de Levir achar que estava com o jogo resolvido.
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Embora tenha merecido, pela postura que adotou depois de estar atrás no placar, há que assinalar que ambos os lances de gols do Coelho deixam dúvidas quanto á lisura da jogada.
O que é uma pena, por parecer que estamos procurando desculpas, o que não é o caso.
O América venceu porque se empenhou mais. O Atlético perdeu porque não foi o time que a torcida esperava ou queria ver em campo.
Agora, é preciso admitir que já está passando da hora de Levir parar de justificar o mal futebol com essa desculpa de que o time não está com gana de vitória e não consegue manter o espírito competitivo.
Afinal, como comandante do grupo, é Levir que deve ser o principal agente desse estímulo que identificou estar ausente. E deve ser o primeiro a cobrar que a turma sob seu comado reaja.
Para afastar a possibilidade de outro vexame contra o Atlas, na próxima quarta.
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Poupança versus investimento

E prossegue o debate entre os colunistas da Folha, Miterhof e Samuel Pêssoa, acerca da importância, necessidade e precedência da geração de poupança como forma de se estimular e financiar o processo de investimento, assunto que tive já a oportunidade de comentar nesse blog.
Em minha opinião, de acordo com a visão de Marcelo Miterhof, é a decisão de investimento, cujo financiamento pode ser feito por criação de moeda pela Autoridade Monetária ou pelo sistema bancário, que vem à frente, com papel de destaque.
Decidido e iniciado o processo de investimento - que consiste em ampliação de gastos e demanda de máquinas, equipamentos, insumos, matérias primas e até homens-, outros empresários, instalados no setor produtor de meios de produção da economia, irão ser estimulados a gerar emprego e encomendas do material necessário para a expansão de sua produção, ou a manutenção dela, no caso dos bens sob encomenda.
E com isso, a produção se mantém ou amplia, provocando aumento da renda que vai permitir gerar a poupança financeira, que será usada para repor o financiamento do gasto original.
Em minha opinião, a poupança econômica já ocorreu, por definição, já que ela é a contra-parte da decisão de investir. Como a cara está para a coroa ou o par para o ímpar. Se houve a decisão de se produzir bens de capital, automaticamente a decisão de não utilizar os recursos para a produção de bens de consumo já decorre daí. E não destinou recursos para o consumo, significa que o processo de poupança encontra-se em curso.
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Mas, o debate prossegue, agora com a intervenção de José Luiz Oreiro, com opinião contrária e criticando a visão de Samuel Pêssoa. conforme citação do próprio Pêssoa, em sua coluna.
A referência para a busca na internet é o blog de jloreiro.wordpress.com.
Embora não tenha lido o texto, ainda, o trabalho de Oreiro o recomenda. Razão porque recomendo sua leitura.

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