quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O retorno dos pitacos, depois de a tecnologia ter, mais uma vez, me deixado inoperante

Não eram férias, por mais merecidas que elas pudessem ser.
Ficamos fora do ar nesse início de fevereiro, por força da obrigação de reformatar meu notebook, que estava infestado de vírus.
Tecnologia é assim: você deve estar sempre preparado para ela te deixar na mão.
Pior: em um momento em que tanta informação importante estava sendo transmitida, seja dos resultados de contas públicas, com o déficit do governo central, agravado pelo de Estados e municípios, um resultado há muito tempo não visto; seja pela elevação da dívida pública; seja do resultado de 92 bilhões de dólares, arredondando, para o déficit em contas de transações correntes.
***
Mas, voltamos a tempo de poder comentar da elevação em perto de 40% nas contas de luz, com o repasse de uma majoração de 6% no custo da energia proveniente de Itaipu, para o Sul, Sudeste e Centro-Oeste; e uma elevação de 19,97% que começa a vigorar em março, para as mesmas regiões citadas, em decorrência do tarifaço posto em prática pelo ministro Levy, no caso específico, tentando zerar um déficit estimado em 22 bilhões do Fundo por meio do qual o Tesouro Nacional cobria subsídios concedidos para programas sociais, como o Luz para Todos e outras benesses.
***
Junto a esse pacote, o anúncio da ANEEL, que deverá elevar o valor cobrado a cada 100 Kwh de energia consumida, para compensar o fato de estarmos, nas regiões já comentadas, necessitando de utilizar a energia termelétrica, mais cara: o esquema das bandeiras que vêm agora em nossas contas de luz, e que em nosso caso, é vermelha.
O que significa que estamos na região que mais sofre da carência da energia hidrelétrica e que, por esse motivo, mais faz uso da energia mais cara: pelo que estimam, 20% do total de nosso consumo.
O valor de R$ 3,00 por 100 KWh deverá sofrer também uma correção, já que não cobre o total do custo adicional.
***
Se juntarmos a isso, o fato de que, aqui em Minas, a CEMIG tem o direito de corrigir o preço da energia no mês de abril, para compensar a elevação de custos ocorrida no período de 12 meses, inclusive a reposição da perda provocada pela inflação, então o aumento deverá ultrapassar os 35%, sendo bastante otimista.
***
Mas não bastassem essas notícias, todas apontando que devemos estar preparados para um 2015 de inflação, juros elevados, queda do PIB, desemprego em alta, recessão e as possibilidades cada vez mais concretas de racionamento de água e luz, o ambiente que estamos vivenciando fica ainda mais degradado, em função dos desdobramentos dos escândalos de corrupção, que tem a Petrobrás como carro chefe.
Ainda ontem, não resistindo às pressões, Graça Foster e outros diretores da empresa renunciaram aos seus cargos, uma medida que chega com um atraso de, pelo menos, alguns meses.
Nesse meio tempo, o valor de mercado da maior empresa brasileira caiu ao fundo do poço, resultado tanto de perdas estimadas e até precificadas, quanto de mero jogo de pressão. Ou especulação.
***
Até amanhã, sexta, quando o Conselho da empresa irá se reunir para aprovar o nome da nova diretoria, o mercado estará em polvorosa, e muita opinião, algumas completamente estapafúrdias, serão repercutidas.
Entre elas, a opinião de que os novos nomes deverão ser de técnicos, executivos, sem qualquer vinculação política, como se a falta de uma vinculação partidária por si só, fosse indicativo de que, ao assumir cargo ou cargos de tal envergadura, em empresa pública, as pessoas não estivessem tendo um comportamento político.
Afinal, dizer que não somos políticos, apenas sugere que, politicamente, estamos de acordo com o "status quo". No final das contas, a não ação é também um ação politica.
Uma coisa é dizer que a indicação deve recair sobre nomes não vinculados a esquemas partidários, que os cargos não devem ser resultado da prática de loteamento político e que as pessoas indicadas devem ter bagagem  na direção de grandes empresas, coisas com as quais todos concordamos.
***
Outro comentário interessante é o daqueles que pedem a indicação de nomes para a formação de um Conselho de Administração com perfil mais profissional, como se Fábio Barbosa, Cláudio Haddad e o controlador da Gerdau, que integravam esse colegiado quando da aprovação da aquisição de Pasadena, não fossem profissionais.
Brincadeira!
***
Também nesse início de fevereiro tiveram início os campeonatos regionais, com o Atlético enfrentando o Tupi, no Horto, enquanto o time adversário viajava a Governador Valadares, para enfrentar o Democrata.
Do jogo do Galo, apenas a observação de que, depois de um início com a mesma dinâmica que desde o ano passado vem enchendo os olhos e deixando os atleticanos confiantes, o time passou a jogar um futebol lento, sem inspiração, letárgico.
Pode ser que a explicação seja o calor. Ou o fato de já estar em vantagem no placar. Ou então a confiança em que o adversário não teria como reagir, embora o time ucraniano em nossa primeira partida na temporada tenha dado início a uma reação.
A explicação pode ainda estar vinculada ao início mesmo da temporada. Mas, confesso que gostaria que o ritmo não caísse tanto, como tenho visto acontecer.
***
Bem, agora é esperar o Carnaval, época que marca o início do ano em nosso país, a partir de quando as coisas importantes começam a acontecer e serem decididas.
Esperar, torcendo para que a tecnologia não me deixe mais na mão, sem assunto. Ou sem ter como comentá-los.

Nenhum comentário: