terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Lutas vãs

Me pego às vezes
Lembrando o poeta
Que achava inútil
Lutar com palavras
Pergunto-me então
Como é que me atrevo
A dizer a amigos
Que também escrevo

Relembro o poeta
Que como um gigante
Partia prá luta
A cada manhã
E as muitas palavras
Fortes como javali
Tornavam-se frágeis
Como um bem-te-vi

E Carlos poeta
Da raça o maior
Tornava as palavras
Escravas leais
Fundidas em versos
Que a todos encantam
Poemas eternos
E universais

Por isso eu penso
Me faltar juízo
Achando que palavras
Eu posso domar
Por isso pergunto-me
Como é que me atrevo
Sem qualquer modéstia
A dizer que escrevo

Nenhum comentário: