segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Versejando


Pegar da caneta
Ou pena
Procurando fazer versos,
Quem sabe até um poema
É simplesmente unir palavras?
É tão somente deixar o coração correr solto
Expressando-se sem pudor?
E se por acaso  ou desventura
Saída das mais íntimas e escuras sombras
Fizer-se presente a censura?
Não aquela que nos silencia
E nos impede de falar frases sem nexo
Por mais sublimes que sejam ou mesmo tolas
Sobre o amor, sobre o desejo ou sobre sexo
Não a da força que impede de estar em nossa cama
Quem nos cativa, encanta, inflama
E que é capaz de nos deixar entorpecidos
Mesmo que sejam os sentidos mais latentes
E, até, quem sabe, intumescido
Os membros tidos por mais salientes...
Mas se a censura se fizer notada
Pela ausência da mulher amada
Que a transforma em abstrata musa
Pela recusa de estar presente
Pois nessa hora, só o vazio se sustenta
Calando o inútil verso que o poeta tenta

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