segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A volta do Galo à normalidade

Passada a euforia que dominou a torcida e embalou o time no ano passado, trazendo a imprensa junto, ou parte dela, acreditei que as férias do futebol serviriam para que fossem realizadas análises sérias do time do Galo e, especialmente das razões da perda do campeonato brasileiro.
Não vou discutir que o Fluminense ganhou porque foi beneficiado. Eu acho que foi bastante beneficiado pelas arbitragens, e comentei isso muitas vezes nesse espaço.
E para mim isso basta.
Mas, além dessa justificativa, há que se admitir que o Fluminense foi, durante todo o campeonato um time bastante regular. E que essa  sua regularidade de sua campanha foi o que fez a diferença ao final. Fred, Wellington Nem, Diego Cavalieri foram jogadores que se destacaram, principalmente no final, quando o time embalou de vez, mas o que foi a diferença foi mesmo o conjunto.
Goleando de um a zero, ou jogando feio para assegurar o placar magro, Abel montou um time que jogava feio, enervava, mas era efetivo. Isso desde o primeiro turno. Afinal, por mais que o Galo tivesse brilhado, fazendo a campanha mais irrepreensível e espetacular na primeira parte do campeonato, o Flu, assim como o Grêmio nunca se afastaram do Galão da massa. Sempre estiveram ali, no máximo três pontos, quatro, atrás.
No turno final, ao contrário, o Flu colocou 9 pontos de frente, tornando-se campeão com folga suficiente para se dar ao luxo de terminar o campeonato com duas, três rodadas de antecedência. Como campeão.
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Mas ninguém da crônica esportiva fez a análise que merecia ter sido feita. Aquela que mostrava que o time do Galo é um time que tem jogadores que podem ser considerados verdadeiros craques, como Ronaldinho Gaúcho, Bernard, assessorado por outros de excelente nível, como Marcos Rocha .... vá lá, Rever, mas não passa disso. Um time com estrelas que, no dia em que a marcação sobre eles é mais cerrada, ou até algo desleal, a ponto de anulá-los em campo, o time mostra ser bastante fraco, sem qualquer criatividade ou jogada combinada, preparada.
E com posições, importantes e estratégicas, onde está muito mal servido de jogadores. Alguns chegando mesmo ao nível de ser medíocre, como esse rapaz (não posso chamá-lo de jogador) que o Cuca tanto gosta, a ponto de considerá-lo o primeiro reserva. Refiro-me a esse despautério chamado Serginho.
A propósito, enquanto toda a imprensa destacava o fato de o Cruzeiro estar jogando com 10 jogadores, grande parte do segundo tempo, após a expulsão justa de Guerreiro, ninguém mencionou que o Atlético jogou com um a menos todo o segundo tempo. Afinal, desde a volta para a etapa final, essa estrovenga estava presente no gramado, mesmo que ninguém o tivesse visto.
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E, para aproveitar o embalo, já que substituiu mal, como é comum e foi comum em todo o campeonato passado, não poderia deixar de mencionar a entrada de Gilberto Silva, por razões de contusão ou não, no meio campo. Para correr e disputar jogadas com atletas bem mais jovens, inclusive que os jogadores de nossa defesa.
Em síntese: Cuca mexe mal. Não vê o jogo. Não estuda o adversário e não sabe fazer a leitura do jogo, capaz de mudar o desenho tático do time. Como Marcelo mostrou ontem que sabe fazer, com sobras.
Afinal, Marcelo deu um show à beira do gramado, para nossa infelicidade (e suponho, para o coração dele, embora não para o bolso, profissional que ele provou que sabe ser. Porque coitado, ter que vestir aquela camiseta com que estava no túnel é dose...).
Desde o primeiro minuto do jogo, o que se viu foi um Cruzeiro aguerrido, batalhador, correndo e disputando todas as bolas como se fosse um prato de comida, e um time do Atlético entrando na onda, dando botinada, socos desnecessários e apelativos (Leonardo Silva), fazendo faltas no meio do campo sem qualquer necessidade, algumas tão violentas que mereciam mais que o amarelo (Donizete). E nesse meio tempo, o nervosismo.
Parece que o Galo se surpreendeu com a gana do Cruzeiro, como se esperasse que fosse um jogo de compadres, de jogadas cadenciadas.
Bem, enquanto o Cruzeiro fazia uma pré-temporada com uma série de exames físicos e, parece-me, grande preocupação com a parte física da equipe, o Galo fazia apenas treinos táticos, nada muito vinculado a treinos físicos puxados, já que  o time jogava junto há muito, a base já estava montada, não precisava mais que ... treinos leves, apenas com bola. Quase um rachão entre amigos procurando se divertir.
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Enquanto o time deles entrava a 140 km, o nosso estava engatando a primeira e alcançando os 40 km, sem conseguir tocar a bola, trocar passes... Alíás, justiça seja feita, voltou a tática de Cuca a prevalecer: chutão e mais chutão para Jô, completamente apagado.
E, como falei aqui tantas vezes, o chutão vai, Jô faz o pivô, se Ronaldinho está bem marcado ou Bernard, ninguém chega, e a bola volta, na mesma velocidade e com muito mais perigo que nossa jogadinha bisonha.
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Perdemos por 2 a 1 ontem, mas o placar podia ser 4, 5. E, mesmo com o Leandro Guerreiro expulso, a partir de um dado momento, vendo o jogo pela TV, confesso que tinha muito mais medo que confiança no desenrolar do jogo.
Para compensar que tinha posto aquele cara em campo, Cuca fez mais uma mexida: tirou o único que estava jogando alguma coisa: Araújo. Alias, jogador que eu critiquei de ter sido contratado, em função da idade, já bastante avançada.
Ou seja, enquanto o Cruzeiro se reforçava e se armava, nós nos envelhecíamos e dispensávamos por empréstimo um jogador da qualidade de Fillipe Soutto. Parece que Cuca gosta de velharia sem categoria. De jogador tipo tanque. Daqueles que só dão chutão e não jogam bola.
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A partir de um momento, o locutor do canal pay-per-view, canal 124 (muito ruim, diga-se de passagem!) comentou que o Atlético parecia estar cansado. Na verdade não estava interessado no jogo. Culpa da excelente pré-temporada? Ou apenas culpa de os jogadores estarem se guardando para quando o carnaval chegar????
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Algumas considerações óbvias: Victor é excelente goleiro, mas continua não sabendo sair do gol em bola aérea, defeito aliás comum em todos os goleiros que chegam ao Galo. Parece que falta treino nesse fundamento.
Marcos Rocha estava fazendo o que, no meio da área, pulando com Anselmo Ramon e marcando contra o primeiro gol do novo Mineirão? Aliás, estava fazendo o que, na lateral, no meio campo, na ponta?
Ora, que ele tenha folego suficiente tudo bem. Mas ele está se prejudicando e atrapalhando seu excelente futebol, ao ter que cobrir todos os buracos do campo, e da incompetência do esquema tático de Cuca.
Por onde estavam as torres da defesa do Galo, mal colocados sempre, durante todo o jogo,  que deixaram que Marcos Rocha fosse o jogador para disputar a bola no alto com o atacante do adversário?
Réver, estava atrás de Leonardo Silva, lá onde deveria estar fechando a entrada da área o Marcos Rocha.
Depois no gol de Dagoberto, mais uma vez, onde estavam os dois grandalhões?
Donizete é aquilo mesmo e é a opção de Cuca. Ele, com toda a sua técnica. Mas, antes Donizete que a lacuna que costuma agradar tanto ao técnico do Galo: aquela lacuna que atende pelo nome de Serginho.
Jô continuou perdendo os mesmos e muitos gols que já o consagraram no final do ano. E sejamos justos, ele até marca. De cada 10 ele faz meio ou 1. Mas é tão pouco que a torcida insiste em gritar o nome de Tardelli. Jogador que eu acho que é muito bom e com faro de artilheiro, mas que é bom ninguém se esquecer que, em várias ocasiões nos fez passar raiva, vindo buscar a bola cá no meio de campo e deixando o espaço dele, na área, completamento vazio.
Ronaldinho muito marcado e se poupando e Bernard também muito marcado foram apenas figurantes.
E foi só. Salvou Araújo.
E a sorte de termos perdido de pouco. Pelo menos a gozação que estamos enfrentando é menor que aquela que poderia ser.

Um comentário:

Anônimo disse...

O choro é livre....
(juliano)