Como só dá Copa do Mundo, o jeito é tratar dos jogos.
Começando do Brasil, que assegurou a classificação ontem, contra Camarões, com uma goleada onde manifestou-se, mais uma vez o gênio de Neymar e a necessidade crescente de a Fifa passar a utilizar, como ocorre em outros esportes, de recursos tecnológicos em situações de dúvida.
Assim como ocorre no tênis, em que cada jogador tem um certo número de desafios para questionar a decisão da arbitragem ou no volei.
E não me venham usar os argumentos, a essa altura pra lá de tolos, de que o que mantém a graça do futebol é a discussão dos lances polêmicos. O que mantém a graça do futebol é sua capacidade de nos surpreender, de permitir que os favoritíssimos nem sempre saiam vitoriosos, de permitir que um time como o de Camarões, cuja fragilidade todos que assistiram à Copa puderam comprovar, pudesse marcar um gol improvável no time de defesa considerada a melhor da Copa.
O que mantém a graça é descobrir, lá pela metade do primeiro tempo, que Camarões tocava a bola e fazia triangulações que envolviam e engoliam o meio-campo modorrento do Brasil que, ao contrário, vivia de chutões, a famosa ligação direta da defesa com um ataque inoperante ou inexistente.
E por ter um ataque inexistente, com um meio campo sonolento, não fosse Neymar e as bobeadas e ingenuidade ou fraqueza do time de Camarões, a partida poderia ter sido mais difícil.
E aí é que entrou, mais uma vez nessa Copa a ajuda do juizão. Que deixou de dar o impedimento de Fred, no lance do gol que ele marcou. E que a imprensa carioca toda vai ficar repetindo como golaço de oportunismo do centro-avante do Flu até o fim da Copa, como forma de tentar mascarar a completa inoperância desse jogador que já foi apontado por gente que entende como a maior derrota do esquema Fifa. Afinal, assiste ao jogo de lugar privilegiado e sem pagar nada por isso.
Então, com mais esse erro da arbitragem, em hora que Camarões voltava a tocar a bola e tentava avançar, o Brasil se tranquilizou e passou a tocar a bola apenas deixando o tempo correr. O que, em meu modo de ver, significa que o erro que um tira-teima teria corrigido, representou a pá de cal no ímpeto dos africanos.
Razão para que, em mais uma jogada infeliz dos camaroneses, nascesse o quarto gol brasileiro.
Mas, se o Brasil melhorou e mereceu vencer, foi mais pela fragilidade do adversário que por suas próprias qualidades, em minha opinião, diga a imprensa o que quiser dizer no afã de endeusar Felipão e nosso time.
Que diga-se de passagem é um time bom. Mas longe de ser o supra-sumo que a imprensa tenta nos vender.
Vendo os jogos, acho que inferior a times como do próprio Chile, nosso próximo adversário. Para não fazer referência ao adversário que nos mete mais medo, hoje: a Holanda.
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O que não significa que não possa vir a explodir e fazer uma partida impecável contra o Chile, já que essa imprevisibilidade do futebol é que dá a ele essa característica de ser o esporte mais emocionante, conforme já dito aí mais em cima.
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Logo, contando os erros dos juízes, que anularam dois gols do México e nos ajudaram no saldo de gols; o gol de ontem; o erro na marcação escandalosa do pênalte em Fred; o erro em ter anulado o gol da Croácia que significaria o empate em 2 gols; a não expulsão de Neymar na cotovelada dada na primeira partida, que lhe valeu apenas o cartão amarelo, justifica-se a desculpa de parte de nossa midia para quem a tecnologia no futebol iria só prejudicar por provocar interrupções a todo momento...
Balela, mas compreensível para quem tem que vender mentiras e manchetes.
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Nos demais jogos, a Holanda, jogando de forma feia, mas objetiva, conseguiu ultrapassar o Chile que não mereceu a derrota. Ao menos do jeito que acabou sendo.
A Espanha reabilitou-se contra a seleção da Austrália, que fez a Holanda penar para vencê-la por magros 3 a 2. E o México mostrou que é outra seleção que, embora ninguém dê nada por ela, não veio ao Brasil apenas para ser mais um figurante.
Venceu a Croácia com autoridade.
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Hoje, mais um ex-campeão decide sua sorte, enquanto outro dá adeus ao torneio. Torço para que o Uruguai permaneça, mas reconheço que a Itália é a aposta mais provável de permanecer.
E, no final da tarde, a Colômbia faz mais um apronto jogando contra o Japão.
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Para encerrar volto ao time do Brasil. Podem dizer que Felipão mexeu bem no time, tirando Paulinho no intervalo e colocando Fernandinho em seu lugar.
Que Paulinho não entrou em campo nessa competição, é verdade. Embora seja um grande jogador, está anos luz de distância do excelente meio campo que saiu daqui para ir jogar no exterior e daquele articulador de jogadas da Copa das Confederações.
Mas, se Paulinho não merecia mesmo continuar jogando, porque Felipão não queria tirar Neymar, que tinha um cartão amarelo ou não tirou Luiz Gustavo, também amarelado, colocando em campo Ramires, outro jogador já com o amarelo?!?!
E porque deixou e tem deixado a inoperância de Fred em campo, mesmo que não quisesse colocar Jô, bastando deslocar Neymar mais para a frente, e colocando por exemplo William.
Tomara que a teimosia que caracteriza o esse badalado técnico não venha a fazer falta mais à frente.
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