segunda-feira, 16 de junho de 2014

Copa do Mundo e o que o torneio revela. E o que também serve para esconder.

Creio que tudo que podia já foi dito sobre a goleada histórica da Holanda massacrando a Espanha, com show de Robben, até agora, em minha opinião, disparado o melhor jogador da Copa.
Também, à essa altura, tudo que tinha que ser criticado dos erros de arbitragem no jogo do Brasil já deve ter sido dito, inclusive a desfaçatez de Fred, ao dizer que foi puxado. Pela mão de Deus, porque a mão do croata não teve esse efeito, qualquer que seja o ângulo que as câmeras de tevê mostrem.
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Também já foi falado muito da surpresa da vitória no sábado, de Costa Rica sobre o Uruguai. Tanto pela vitória em si, quanto pelo placar elástico.
O que se vê é que os sul-americanos começam muito bem esta Copa, em condições muito mais favoráveis a eles que aos europeus.
Chile, ganhando de 3 a 1 da Austrália, não chega a ser uma surpresa. Nem uma vantagem.
Colômbia vencendo a Grécia aqui em pleno Mineirão, e a Argentina, vencendo a muito boa equipe da Bósnia- Herzegóvina por 2 a 1, em jogo que valeu para mostrar o talento de Messi.
Vi todo o jogo dos hermanos, e confesso que não concordo com as manchetes dos jornais de hoje, que consideram a atuação de Messi muito discreta.
Discreta sim, para não dizer completamente apática foi a atuação de Di Maria, considerado hoje, o argentino em atividade que vem praticando o melhor futebol. Mais eficiente, mais produtivo.
Lembro-me de ter lido ou ouvido de alguém que Di Maria e, claro, Messi fariam a diferença ontem.
Pois, Di Maria errou praticamente tudo que tentou fazer. E Messi, muito marcado, além de um golaço, ao seu estilo, jogou muito. Pena que não teve algum companheiro para aproveitar as bolas que ele sempre conseguia enfiar para um colega mais bem colocado e em condições de arrematar.
No primeiro tempo, com Aguero, no segundo com a companhia também de Higuaín, Messi comandou as jogadas ofensivas mais perigosas da Argentina, embora elas não fossem nem em quantidade avassaladora, nem bem aproveitadas.
Mas, é  bom frisar em especial considerando-se aqueles que falaram que Messi fez um primeiro tempo muito ruim, que ele foi acompanhado, durante toda a primeira etapa por um sombra que não o deixava nem quando ele estava sem a bola. E vale destacar mais ainda, que Messi não fez como o nosso Neymar em situação semelhante, ou seja, Messi nem ficou nervosinho, nem apelou como nosso maior jogador costuma fazer, distribuindo cotoveladas.
Poucos observam mas tanto batem em Neymar, quanto ele bate nos adversários, o que mostra apenas que ele é um ser humano como outro qualquer, e que reage e bate. E como bate.
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Então, lembrei-me de que se fosse outro o juiz da partida Brasil e Croácia, Neymar poderia ter sido expulso por jogada desleal, visível, logo no ínicio do jogo e que o juizão contemporizou.
Àquela altura, tudo bem, o juiz estava tentando por panos quentes e acalmar os ânimos. Deu apenas o cartão amarelo para nosso camisa 10.
Depois é que ele mostrou a que veio, marcando um pênalti Gasparzinho em Fred, e marcando uma falta inexistente em Júlio César, no que resultou em gol que seria o empate da Croácia.
E ainda tem gente que fala que o gol de Oscar mostrou que não precisamos de ajuda do juiz para vencer.
Faz-me rir.
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Mas, não era minha intenção ficar tratando do futebol que todos estão acompanhando e fazendo suas análises e juízos por conta própria.
Preferia tratar de outro assunto, que seria hilário, não fosse tema sério. Ou pior. Temas.
Como por exemplo, a vaia dirigida à Dilma. Que não foi vaia, mas um insulto de nível tão rasteiro que acabou fazendo o mundo inteiro comentar a agressão que a classe mais privilegiada de nosso país, dedicou à nossa maior mandatária.
Acostumados com fanfarronices de nosso presidente do STF e suas seguidas demonstrações de falta de equilíbrio e educação, para dizer o mínimo, essa turma de ricos e cidadãos bem-de-vida que mandou Dilma tomar no c...., apenas mostra porque escolheu o Barbosão para ídolo. Por sentirem-se representados pelo magistrado, inclusive na falta de preparo e educação.
Ou seja, como se viu ou ouviu, os ricos e privilegiados, inclusive classe média alta, mostraram que conseguiram êxito, sucesso, dinheiro, bens, mas não tiveram, talvez por isso mesmo, tempo para aprimorarem sua educação.
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Pior é que, tendo dito que Dilma colhia o que plantou, até mesmo Aécio teve de voltar atrás e reconhecer a agressão, talvez porque algum de seus companheiros tenha conseguido mostrar ao candidato de cima do muro, que não pegava bem baixar tanto o nível quanto ficar ao lado de quem não mostrou nível algum.
Como por exemplo, aquele que em minha opinião representa tudo de pior e mais mesquinho e mais perverso que tem em nosso país. Refiro-me a esse pretenso filósofo, que se pretende o Paulo Francis dos tempos atuais, e que não tem nem a inteligência, nem a educação e humor, ou ironia daquele jornalista.
Refiro-me a esse tal de Reinaldo Azevedo, que representa a excrecência do pensamento naquilo que ele tem de pior.
Esse senhor, que pelo visto teve educação formal, mas não teve aquilo que meus avós chamavam de educação de berço, em comentário na Folha, ficou ao lado da elite rica e mal educada de nosso país. E concordando, ao que parece, com o tipo de protesto/agressão.
Porque ninguém pode discordar do protesto em si. Mas da agressão, isso são outros quinhentos.
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A respeito ainda da agressão à Dilma, liderada por uma minoria privilegiada, lembrei-me da excelente entrevista do programa Millenium da GloboNews, com Thom Hartmann, que disse que aconteceu nos Estados Unidos e iria se repetir aqui, essa reação de quem se achava por cima de tudo e de todos. E que viram políticas serem adotadas, não para tirar seus privilégios, mas para reduzir a distância entre o povão da rua, e o Olimpo, onde de cima de seus altares, observavam e exploravam os passantes.
Ora, se foi assim nos Estados Unidos, quando o programa de distribuição de renda e inclusão social começou a tomar corpo, o que seria de se esperar aqui no Brasil, quando esse programa começou com grande ímpeto e velocidade, não poderia ser diferente.
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Embora aqui no Brasil só tenhamos dado início aos programas de inclusão social, já que distribuição de renda de assalariado mais privilegiado para os menos privilegiados não mexe na pirâmide de renda, nem muda nada na distribuição funcional da renda. Quem ganha lucros continuou e até aumentou seus ganhos com essa política do PT. Esse partido que ajuda aos desesperados tanto ou pouco menos que se preocupa em ajudar aos banqueiros.
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Mas, perdida nas notícias da Copa, a Folha trouxe uma análise muito interessante, para mostrar que esse decreto que a Dilma assinou sobre a formação de Conselhos Sociais, no que tange à formulação de Políticas Sociais, não tem metade dos males que a ele são atribuídos pela oposição.
Aliás, sem destaque, já tinha antes, trazido artigo assinado pelo professor Luiz Carlos Bresser Pereira, mostrando que, ao contrário das acusações de tentativa de aparelhamento do Estado, o Decreto era sim, democrático, e de democracia participativa, como tantos democratas sempre pregaram que o Brasil buscasse alcançar.
É isso. Para não ser acusada de não ter feito uma análise séria de qualquer tema, a imprensa (especificamente a Folha, no caso do tal decreto) reúne pessoas com contribuição a dar e promovem um excelente material para alimentar o debate da questão.
Pena que quando a coisa é para elogiar, a matéria fica escondida no meio do noticiário da Copa do Mundo.

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