quinta-feira, 28 de maio de 2015

Demissões, desemprego e aplausos do mercado ao ajuste fiscal

Mais do mesmo.
Recebi ontem, de um aluno, o Matheus Meireles, uma mensagem de facebook. Na mensagem, um filme gravado com um celular, mostrando a fila que se formou de pessoas interessadas, candidatas a uma das 100 vagas para trabalhar no Carrefour, em Betim.
Mais de 5000 pessoas na fila, segundo dizia o responsável pela filmagem!
E isso, para trabalhar em um supermercado, ou seja, nenhum trabalho tão empolgante ou de remuneração tão atraente.
Mas é trabalho. E isso é que conta.
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Agora, no portal UAI do Estado de Minas, a manchete de que a FIAT deverá dispensar 16 mil trabalhadores em junho.
GM, Mercedes e Scania também deverão fazer ajustes no número de funcionários de seus quadros, seja usando o eufemismo das férias coletivas, seja suspensão de contratos de trabalho.
Na GM, a produção será suspensa praticamente durante todo o mês.
Em minha opinião, o que deve ser salientado é que não se trata apenas de paralisação ou queda de vendas apenas de automóveis de passeio, mas também caminhões e ônibus.
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E ainda tem gente que insiste em falar que tudo isso é resultado do estrago da política econômica de Dilma I.
Não há como negar que houve muito problema na política de Dilma I. Afinal, foram concessões em grande quantidade, feitas na tentativa de se estimular o setor industrial, especialmente as grandes empresas dos setores industriais mais poderosos, a manterem seus planos de produção. Na verdade, o que se objetivava era a manutenção a qualquer custo do nível de emprego.
E, convenhamos, com ou sem a ajuda de Fies, com ou sem o reconhecimento de que os que perdiam seu emprego abandonavam a força de trabalho, deixando de serem parte da População Economicamente Ativa do país já que os programas assistencialistas permitiam essa opção, o fato é que o emprego foi mantido. Inclusive com elevação do emprego formal, aquele de carteira assinada, o que significa que apenas em parte a explicação da retirada de pessoas da PEA pode explicar a situação.
Mas, é forçoso reconhecer que os empresários, seja por que motivo for, até mesmo pelo de desconfiança em Dilma e suas políticas, não se sentiram estimulados a ampliar a produção, muito menos a investirem.
E, se mantiveram empregos, pode ter sido justamente por estarem sendo aquinhoados com benesses oficiais que mais que compensavam o custo de manter o número de funcionários. Além de os empresários preferirem essa situação que o sempre elevado custo de demissão.
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Pois bem. Percebido que os empresários não reagiam aos estímulos, ao invés de ampliar o leque de bondades o que o governo deveria ter feito era parar com tais ações e medidas, que apenas estavam fragilizando suas contas. De um lado, nem o país crescia, trazendo junto a arrecadação, e apenas os gastos se elevavam.
Bem, o desequilíbrio fiscal foi a consequência de tudo isso.
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Mas, quando vamos parar de fingir que essa política que está sendo adotada, de caráter profundamente recessivo é que vai reabilitar e reequilibrar o país? Quando vamos começar a dar a César o que é de César, ou a Levy e ao sistema financeiro de quem ele é subordinado, o reconhecimento de que eles irão mesmo resolver a situação dos ricos do país. Enquanto a dos pobres, bem... e quem está preocupado com eles, entre os analistas do mercado?
Não é preciso ser suficientemente esperto e inteligente, nem entender profundamente de economia para saber que a conta do ajuste recairá toda nos ombros da classe mais beneficiada até aqui, por todos esses anos de políticas assistencialistas do PT.
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Também não é preciso ser muito atento, para verificar que a intenção é essa mesma, ao menos dos que comandam os destinos do país: fazer regredir todas as conquistas que permitiram às classes mais desfavorecidas passarem a fazer parte do mercado de consumo, gastando em shoppings, comprando automóveis e entulhando as ruas, ou ocupando os espaços de aeroportos e fazendo algazarra em aviões ou navios, incomodando por sua falta de cuidados (para não dizer de educação) a nossa classe mais favorecida.
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E o financiamento de campanha acabou passando

Ao menos em primeiro turno, por mais de 330 votos, e depois de deputados do PSOL terem, inutilmente tentado mostrar que a proposta já havia sido derrotada na noite de anteontem. Que a votação da nova emenda aglutinativa era apenas a tentativa de um segundo turno.
Discursos para cá, discursos para lá, a nova proposta de Celso Russomano foi aprovada. Permitindo o financiamento de pessoas jurídicas para os partidos, e não diretamente para os candidatos.
E ainda querem nos convencer que houve mudanças. Afinal, não era isso que os partidos, inclusive o PT, o PP e outros que tais alegaram todo o tempo, no caso do Petrolão, por exemplo?
Não foi isso que Vaccari falou, as doações foram legais, todas para o partido, o que exime de responsabilidade qualquer Lula, ou Dilma ou outro candidato?
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Ainda há a necessidade de que se faça uma segunda votação da matéria mas, a julgar pelo rolo compressor que os interesses das grandes empresas pode colocar em funcionamento, não creio que essa reforma será capaz de engrandecer a Casa ou a atividade política.
O que apenas serve para confirmar como nossa omissão, a omissão da sociedade, nosso desinteresse pelas questões que atingem diretamente nossa vida coletiva, social, permite gerar.
Verdadeiros monstros, como os Eduardos Cunhas que ainda têm poder na Casa.

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