Alguns pitacos para reflexão, mesmo que tardia.
Sobre a Seleção brasileira e seu capitão destemperado: Neymar.
Que Neymar Jr. é um jogador diferenciado, ninguém duvida nem questiona.
Que dentro em pouco receberá a consagração sob a forma da escolha de melhor do mundo, no ano, igualando-se a Romário, Rivaldo, Ronaldinho, o gaúcho e o dito fenômeno, além de Cacá, é questão de saber aguardar.
Mas daí a transformá-lo em capitão, logo ele, tão moleque, tão sujeito a traquinagens e atitudes em campo, algumas apenas com o intuito de zombar do adversário, beirando o desrespeito, vai uma distância muito grande.
Afinal, não sei se o título em si, de longa tradição militar, já não nos leva a criar a expectativa de que a posição é para uma personalidade mais austera, mais experiente, mais capaz de chamar a atenção e incentivar, ambas na mesma medida.
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Foi esse o caso de Iniesta, companheiro de time e que criticou ao atacante brasileiro, pela jogada apenas infantil, debochada de Neymar em jogo contra o Atlético de Madri, na disputa de um dos títulos, senão me engano o de campeão espanhol.
Como disse em entrevista o capitão do time de Neymar, uma coisa é fazer esse tipo de jogada ao início do jogo, quando as equipes estavam ainda aguerridas, disputando cada palmo, cada jogada em campo, com gana.
Nessa hora, ninguém faz, nem mesmo Neymar, uma jogada de firula apenas destinada a buscar humilhar o adversário.
Mas, depois que o placar já está a seu favor, quando a partida já encontra-se nos descontos e a disposição guerreira dos jogadores foi toda consumida, em vão, fazer uma jogada com essa intenção é, no mínimo, falta de esportiva, falta de "fair play". E Neymar deveria receber mais que uma crítica, uma pesada descompostura.
Afinal, são eles mesmos os jogadores que sempre comentam que chega a um momento no jogo, que o desgaste fala mais alto, e mais ninguém, mesmo em campo, espera que vá sair alguma jogada capaz de alterar o placar.
Em geral, é a hora da cera técnica, de levar a bola para a linha de fundo e ficar ali, perto da bandeira de escanteio, segurando a bola, esperando o combate, nunca muito duro, do atleta do time em situação desfavorável no placar.
Pois nessa hora, tentar aplicar uma jogada, seja a carretilha, seja o que for, apenas para menosprezar, mostra apenas um Neymar, que não sabe, ainda, ganhar.
Que é mais difícil que saber perder.
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E foi esse o jogador que Dunga achou para passar a ele a responsabilidade de comandar os companheiros em campo...
E deu no que deu: profundo e lamentável destempero.
E expulsão, mesmo achando que o cartão amarelo não foi justo, devendo ser interpretado muito mais como um lance puramente casual, ou no máximo como reflexo, a título de proteção do rosto.
Seja como for, a impaciência, o nervosismo de Neymar foi a tônica de um jogo, onde ele deveria fazer a função de esfriar o ânimo de seus companheiros...
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Ao final do jogo, o papelão, merecedor de cartão e de punição dura. Se não acontecesse ainda, o que as câmaras não flagraram dos ataques - verbais que sejam ao juiz da partida, já no vestiário.
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Mas, longe de sacrificar Neymar, esse pitaco gostaria de discutir outra questão mais interessante que observei no episódio, o que justifica ter feito toda essa descrição.
É que observei em alguns comentários feitos por nossa imprensa esportiva uma certa indignação, como se a punição ao craque e capitão do time tivesse sido, senão injusta, exagerada.
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Talvez quem tenha até expressado essa opinião, mesmo que não verbalmente, seja daqueles que lamentam a nossa Casa Bandida do Futebol continuar sobre a influência de tantos quanto fizeram dela, não a nossa CBF, mas a Casa da Mãe Joana. Um antro igual e tão podre quanto o da Fifa, cuja podridão apenas agora começa a se tornar pública, apesar dos indícios e, ainda assim, por conta da intervenção do FBI.
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E o curioso é que, justamente os que pedem punições rigorosas para os cartolas, como parte do fim da impunidade em todo nosso país, parece que acham exagerada uma punição, tão somente porque pode atrapalhar nossa seleção rumo ao título da Copa América.
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A impressão que me deu, ouvindo alguns comentários é que, todos querem e lutam pelo fim da impunidade, seja através da redução da maioridade penal ou não. Seja através de penas mais duras, de quem sabe até a pena capital, e muitos querem mais vingança que reparação.
E lembro-me de alguns repórteres do jornalismo dito sério do SBT ou da Veja, etc, para não dizer que falei de forma muito geral, então há jornalistas do tipo de uma Raquel do SBT, que mesmo não concordando pessoalmente, não são contra o que deseja uma "maioria da população".
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Mas, há uma exceção, sempre. Se for para nos punir, ou se for em prejuízo nosso, nosso senso de justiça manda que façamos críticas veladas, e apoiemos quem foi punido merecidamente, desclassificando a punição e os responsáveis pela condenação.
Ou seja, para livrar-nos do peso da derrota, caso ela aconteça, e para nos dar a oportunidade de continuar contando em campo com nosso principal jogador, vale reduzir a punição a Neymar. Vale fazer tudo que estiver a nosso alcance, para que seja provado ao fim de toda história que foi o corpo de Armeiro quem se projetou no espaço contra a bola chutada por Neymar, em gesto de explosão de raiva.
Vale até mostrar que foi o juiz que falou mal do nosso jogador principal, e que, se punição tivesse de haver, deveria ser como Neymar mesmo declarou ao juiz fraco que puseram para apitar o jogo.
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Ainda da imprensa esportiva
É lugar comum dizer que há 200 milhões de técnicos no Brasil. Afinal, somos antes de mais nada, o país do futebol.
Vai daí que assistindo a um programa desses de mesa redonda, na ESPN, deparo-me com os doutores da bola comentando a rodada de futebol do brasileirão, que teria sequência no sábado e domingo.
Até chegar o momento dos palpites dos iluminados:
Flamengo e Atlético no Maracanã - três dos conhecedores do jogo de futebol indicam vitória do time carioca, alguns arriscando um placar de 3 gols para o time da casa.
Vasco e Sport? Quase goleada do Sport.
Atletiba? Vitória do Atlético Paranaense, afinal, muito superior ao time de Nei Franco, na competição. Esqueceram-se apenas de se tratar de um clássico regional, daqueles que como disse um dia um jogador do Inter, como reza a lenda, clássico e clássico e vice-versa. Ou seja, pode dar qualquer coisa. Até um empate.
E continuaram disparando suas tolices, apenas para mostrar que de futebol, entendem tanto quanto de física quântica, ou do valor absoluto do zero, em nossos programas esportivos.
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Mas, não satisfeito, fui perder meu tempo, acompanhando os comentários de Roger Flores, logo quem, no jogo entre o Flamengo e o Galão da massa.
E vendo tanta torcida e tanta asneira, já que o Flamengo estava melhor em campo que o Galo desde o início do jogo, segundo nosso analista, tive ao menos uma ideia, que nem nova é, mas deve ser mais engraçada: porque não colocam, em lugar de comentaristas, torcedores comuns, de ambos os times, a cada jogo, para que eles omitam sua opinião, essas sim, com razão para paixão?
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Pesquisa DATAFOLHA dá liderança a Aécio
Com 35% dos votos, a pesquisa Datafolha indica que, hoje, Aécio lidera a corrida à presidência da República, nas eleições de 2018.
Dada a fragilidade demonstrada desde o início de seu segundo mandato por Dilma, e as traições que todos a acusam de ter feito a seus eleitores, o que lhe retira o apoio de quem ela mais depende, não é muito estranho que Aécio seja o líder da corrida.
Isso, lembrando ainda que o político mineiro das areias de Copacabana é o presidente do maior partido de oposição, ao menos em número de cadeiras no Congresso, já que o maior partido de oposição é, também o maior partido da base aliada e do governo, o PMDB, de Cunha e Renan.
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Ora, apenas o recall das eleições já seria suficiente para indicar, no restante do país, que Aécio sai na frente. Mesmo levando em consideração que ele perdeu pontos, não tanto quanto Dilma, mas que perdeu, já que no segundo turno, chegou próximo aos 50%.
Ok. Nas eleições não plebiscitárias não teve tantos votos, já que teve que disputá-los com Marina.
Mas, bem feitas as contas, Aécio começa a dar sinais de fadiga de imagem.
E o governador paulista tem vitrine suficiente para chegar a 2018 com mais bala na agulha.
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Surpreendente, é que Lula apareça em segundo lugar, com 25% dos votos, ele que vem sendo tão acusado por parte da mídia. Ele que é do partido que, como cão danado, todos tentam cair batendo.
O que mostra que a divisão da sociedade brasileira é mais profunda que alguns são capazes de aceitar.
E é da democracia lidar com essa divisão, mesmo que isso tenha consequências nem sempre agradáveis.
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