terça-feira, 20 de setembro de 2016

Espetáculos de Curitiba na procuradoria. Lula e suas moradias sempre dos amigos. E o Galo vendo a oportunidade passar...

Menos de um mês do golpe do impeachment, e apenas 8 dias da cassação de Cunha, e olhando "pelo retrovisor", parece que já se passou muito tempo desde que esses eventos, de suma importância para a história de nosso país.
Não sem motivo. É que, seguindo um cronograma que dificulta a compreensão e as motivações da sequência ou da ordem dos eventos, e de sua oportunidade, os procuradores de Curitiba e a mídia já fizeram na quarta feira mesma da semana passada, surgir outro tema para ocupar as manchetes sequiosas de novidades, dos jornais e telejornais.
A impressão que tal situação nos transmite é a de que tudo não passa de uma orquestração, para que o surgimento de um fato novo tivesse o poder de retirar da mídia, da atenção da opinião pública qualquer traço dos fatos anteriores, permitindo em alguns casos, que não se aprofundasse as discussões, causas, motivações e consequências, e em outros casos, não se aprofundasse as investigações, as sanções, deixando que, ao cair no esquecimento, a impunidade tivesse espaço, sorrateira, para se revelar.
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No presente caso, menos que a questão do não aprofundamento das ações de Cunha, e da cobrança e maior detalhamento das investigações, capazes de culminarem com uma condenção sua, mais célere, ou da discussão ainda do acordo que permitiu o fatiamento do impeachment de Dilma, e suas penalidades, creio que há duas questões que ajudam a entender o surgimento de um fato novo imediato. 
Trata-se de se tentar lançar mais fumaça no ambiente político, tentando desviar a atenção da opinião pública em relação ao golpe, ao seu principal beneficiário, o usurpador temer e seu governo de araque. Sem legitimidade, sem apoio, e capaz de adotar os mesmos comportamentos de sua antecessora, essa ao menos consagrada nas urnas.
Com tudo que aconteceu, o fragiliizado governo representante dos grandes interesses dos capitais nacionais associados aos internacionais, governo postiço e sem apoio, pode já apresentar aos brasileiros um pacote de concessões cuja preocupação principal é tão somente agradar e facilitar a vida para os grandes empresários, já que as novas regras mostram muito mais a preocupação em assegurar a taxa de remuneração desejada pelos interesses empresariais; em dar maior prazo para que as obras, por exemplo, de melhoria, conservação e manutenção ou até mesmo de reformulação de trajetos de estradas possam ser executadas; em permitir que as empresas que já estavam gerindo concessões anteriores, e ISSO É IMPORTANTE, não conseguiram cumprir com sua parte no acordo financeiro, tornando-se inadimplentes em relação aos pagamentos das parcelas das concessões possam voltar a se candidatar às novas oportunidades.
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De um ponto de vista, isso é muito bom e positivo: mostra o porque do governo Dilma ter sido acusado tantas vezes de ser intervencionista. 
E de fato era, se aceitarmos que impor aos interesses dos empresários a preocupação com a população brasileira, é uma afronta que um governo faz a quem o elegeu.
Ora, o que Dilma fez foi não permitir que a taxa de rentabilidade dos negócios fosse aquela desejada pelos donos do capital, caso para alcançar tal resultado, pedágios fossem cobrados de forma extorsiva, por exemplo.
E todos sabem, não há como negar, as privatizações de estradas feitas pelo governo dilmista tiveram a determinação de cobrança de pedágios muito mais reduzida que as relativas às privatizações, quem sabe privatarias tucanas.
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Bem, não vou aprofundar muito esse tema. Para tratar dele, apenas lembrar uma frase de Cunha, referindo-se ao fato de que o pacote de concessões do governo usurpador é comandado por Moreira Franco, aquele mesmo que nas palavras do deputado cassado, Fernando Henrique não confiava para que ficasse à frente de qualquer projeto semelhante, que envolvesse concorrências.
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Não sou eu, é Jânio de Freitas quem por várias vezes, com publicações cifradas em pequenos anúncios de grande circulação nacional, adiantava os resultados das concorrências, licitações etc. patrocinadas pelo governo Moreira Franco no Rio.
Situação a que Jânio fez menção há pouco tempo, em sua coluna, na Folha.
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Mas, com o espetaculoso show dos procuradores messiânicos de Curitiba, nada disso teve espaço para ser objeto de discussão e análise. 
Todo o espaço foi dedicado à apresentação de um grupo de procuradores que se descuraram de seu principal trabalho: constituir um processo e denunciar o responsável em juízo, a partir de provas e não de adjetivos, convicções e crenças.
E isso não significa que esteja aqui comprando a versão de que Dallagnol não tinha provas, apenas convicções. Mas, ele tinha indícios e não mostrou provas, exceto a de delações que também elas carecem de mais documentos que as corroborem.
De Dallagnol, reportagens recentes mostram seu lado mais que religioso, fanático, como membro de igrejas evangélicas que transformaram o ex-presidente Lula, em fonte de todo o mal que conspurca a política, e a vida comum de nosso país.
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Em outras ocasiões, até mesmo com provas documentais hábeis, coletadas em processos em que fui alocado para trabalhar em meu emprego, em várias ocasiões concluíamos nossa tarefa, encaminhando "notitia criminis" ao Parquet, que era quem deveria examinar se as provas constituíam mesmo material aceitável ou se dever-se-ia aprofundar as investigações. 
Mas, com os procuradores de Curitiba não. Eles não coletam, nem apresentam provas. Basta que utilizem suposições carregadas de adjetivos de alto poder de criar comoção. Basta que haja toda uma mídia desesperada em obter matéria, verídica ou não, para poder vender seus jornais ou os espaços de propaganda entre os programas noticiosos.
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E essa postura dos procuradores nem se explica pela proximidade das eleições municipais, agora na primeira semana de outubro. 
O espetáculo conta apenas com uma justificativa em minha avaliação. É criar todo um show para ganhar espaço na midia, para ocupar a atenção de tantos quantos acompanham o dia a dia da política no país. A finalidade é criar material para que os sites e redes sociais possam ter material com que entupir as caixas de mensagens de muitos e, com isso, conseguir criar um clima tal que impeça ao juiz Sérgio Moro, também ávido por luzes, câmeras e ação, de não acatar a denúncia mesmo inepta, e não arquivar o pedido por falta absoluta de provas.
Ou seja, a Sérgio Moro, o herói de ocasião do país, não restará outra opção salvo aceitar, mesmo contra suas convicções, as convicções de Dallagnol tornadas já verdades absolutas graças ao sopro divino que elas carregam.
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Quanto a Lula, a quem não tenho qualquer motivo ou procuração para defender, exceto uma consciência de que todos têm que ter seus direitos preservados, em uma sociedade democrática, apenas gostaria de lembrar que nosso ex-presidente sempre morou de favor, durante toda sua vida.
Foi assim com a casa em que morava quando de sua primeira candidatura, no longínquo ano de 1989, quando se descobriu que residia na casa emprestada por seu grande amigo, creio que empresário, Roberto Teixeira. É assim agora, quando mora em uma cobertura emprestada por primo de Bumlai. É assim com o sítio em Atibaia, ou o triplex em Guarujá.
A história é sempre muito interessante e pouco verossímel, mas a julgar por sua trajetória de toda a vida, no mínimo há que se analisar porque, ainda antes de ter poder e quem o quisesse cumular de favores, ele já recebia tais prebendas.
Mas, aqui é que entra o MP. Deveria se socorrer dos funcionários do Banco Central, se fosse o caso, e partir para comprovar se o filho de Jacó Bittar foi efetivamente quem  fez o pagamento da compra do sítio. Deveria solicitar na Receita Federal, o exame das declarações de rendimentos dele e de seu sócio e amigo, para verificar se tinham renda suficiente para adquirem o imóvel em Atibaia. Deveriam verificar se houve pagamento de Marisa, de fato, no imóvel da Cooperativa Habitacional, conforme ela alega e se havia renda suficiente para tal compra.
Entretanto, isso tudo dá trabalho e, embora a compra por Marisa possa mostrar mudança no modus operandi de tratar com suas habitações, por Lula, pode chegar em algo que não renda flashes e luzes, e notícias.
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Voltando ao espetáculo dos procuradores de Curitiba, que apenas podem ter o efeito de comprometer a imagem de seriedade de toda a categoria, colocar Lula como o chefe máxiimo do propinoduto que teve início, conforme declarações de Barusco antes de Lula chegar ao governo. Falar em propinocracia e ligar a Petrobras ao mensalão e outros escândalos, deixando de incluir Furnas, e outras privatarias, serve apenas para questionar se Lula tinha mesmo tanto poder que, apenas candidato eterno e derrotado, ele era capaz de indicar quem os nomes e estabelecer todo um esquema de corrupção. Até mesmo em Furnas... onde o governo Aécio é que tinha maior responsabilidade.
Então, chamar Lula de o comandante supremo e o líder da maior facção criminosa que assumiu o poder político no Brasil é dar-lhe um poder que creio ser incapaz de estar enfeixado em sua pessoa e mesmo nos seus companheiros. 
Afinal, não foi Lula quem comprou votos com a reeleição, dando início ao esquema de compra de deputados, e menos ainda quem começou o mensalinho mineiro. Não foi Lula quem indicou seu filho para chefiar a representação brasileira em Frankfurt, em exposição lá acontecida tratando entre outras coisas, de apresentação da cultura brasileira. 
Ou seja, Lula foi tratado não como alguém que, ao invés de não compactuar com o que viu, e mandar investigar e punir, apenas deu sequência nas práticas nefastas e criminosas. 
Daí a elegê-lo o chefe supremo é apenas por confusão de sua imagem, com aquela de quem tentou Jesus no deserto. 
O que é bastante criticável e fora dos padrões de comportamento republicanos.
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E continua o Galo em desabalada queda

E Marcelo continua escalando mal, promovendo mudanças que não rendem para o time e esperando que a genialidade de seus jogadores seja capaz de resolver seus problemas. 
Até vi, no Estado de Minas, o comentário, na edição de hoje, dia 20 de setembro, que Marcelo muda muito o padrão de jogo, não mantendo uma certa regularidade.
Acho que isso é elogio. O problema, em minha opinião, é que ele não conseguiu definir um padrão de jogo. Não há um meio campo nem que seja combativo, nem que saiba sair jogando e armando as jogadas. O ataque embola, e a defesa, desguarnecida é das mais vazadas do campeonato não por que o time é todo ataque. 
Porque pode até jogar mais avançado, mas dizer que é todo ataque, com peças que não se entendem e não se encaixam é brincadeira.
Só um exemplo, para mostrar  toda a responsabilidade de Marcelo em tudo que o Galo está passando de ruim e perda de oportunidades: contra o Sport, Robinho sequer ficou no banco para ser poupado, em função de todo o desgaste que vem tendo. Em minha opinião isso era apenas desculpa. Ele não foi para o jogo apenas para não levar o terceiro amarelo, e ficar fora do clássico. 
Pois bem, descansado entrou no clássico em que pouco rendeu, ficando bem abaixo, em minha avaliação de Otero e Clayton, por exemplo. E saiu no meio do jogo, por estar cansado. 
Afinal, estava ou não descansado?
Onde a coerência?

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