segunda-feira, 22 de maio de 2017

Pitacos favoráveis ao impeachment ou substituição de Marcos Rocha, ontem; de temer etc.

Sempre fui defensor da qualidade técnica do futebol apresentado por Marcos Rocha, para mim, já há alguns anos o melhor lateral direito atuando no país.
Mas, convenhamos que na partida de ontem contra o Fluminense, no Independência, nosso lateral não foi sombra do jogador que estamos acostumados a ver.
Marcos Rocha errou tudo que tentou fazer, inclusive os lançamentos para a área, com as mãos em cobrança de lateral, ou mesmo em cruzamentos.
Pior ainda, talvez cansado, não teve pernas para acompanhar nem a Richarlison, nem a Henrique Dourado, quando caíam por seu lado.
O que era um deus nos acuda, já que batido Rocha, o adversário iria se defrontar com Felipe Santana....
Mas, se errou tudo que tentou, Marcos Rocha ainda cometeu um penalte completamente dispensável (embora quem estivesse dando cobertura a ele, por seu setor, na marcação de Richarlison fosse ... Felipe Santana!!!) ao tentar interromper a investida do jovem atacante tricolor.
E Rocha foi tão atabalhoado para tentar cortar o lance, que tropeçou e, com isso, acabou dando uma rasteira, involuntária, no adversário. Penalte sem discussão. Mas não lance para aplicação de qualquer cartão.
Depois, nem eram passados dois minutos do primeiro lance, a bola disputada e lançada por Henrique Dourado na área, pegou um Richarlison pulando completamente sozinho, nas costas de Marcos Rocha. E nosso lateral, que todos sabem ser muito baixo para disputar bolas no centro da área, nem sequer esboçou um movimento de saltar. Ao contrário, a imagem mostra que ele até se curvou ligeiramente.
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Mas pior que tal participação ativa nos dois gols do adversário, foi a declaração que os jornais trazem na manhã de hoje, de que se jogasse até a meia noite, ainda assim o Galo não teria condições de obter o gol de empate. Atitude que o Estado de Minas classificou como de desânimo. Desalento.
Está certo que o Atlético ainda criou algumas chances, mais na base da sorte que de jogadas tramadas, e jogou fora a oportunidade de conquistar ao menos o empate, com Fred, Cazares, Maicosuel e Elias, já ao final da partida.
Mas, não dá é para um jogador que, até pouco tempo atrás ostentava a faixa de capitão em alguns jogos, deixe que o desânimo possa dominá-lo, como Marcos Rocha parece ter admitido.
Por isso, a melhor solução ontem, teria sido o IMPEAHCMENT do nosso lateral.
Embora reconheça que Roger teria um problema sério em suas mãos: quem assumiria o lugar do substituído???
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Nesses tempos bicudos que o país atravessa, uma questão me chamou a atenção, embora deixada de lado pela imprensa: o jogo do Galo estava ainda no primeiro tempo e, de repente, próximo da área do Galo, um jogador do Fluminense caiu, sabe-se lá se fazendo cera, tentando ganhar tempo, ou por estar mesmo sentido alguma dor, do choque de que participou.
Foi então que Rafael Carioca resolveu jogar a bola para a lateral, para que seu colega de profissão pudesse ser atendido.
Na lateral do campo, as câmaras captaram um Roger nervoso, gesticulando sabe-se se em razão do lance de fair play de Carioca ou por outro motivo qualquer.
Por questão de justiça, devo dizer que o locutor do Premiére imediatamente acusou o lance. E até questionou se todo o nervosismo do técnico atleticando seria decorrente do fair play, quando o Galo acabou tendo interrompido um lance que poderia ter um desfecho mais favorável.
No entanto, se o locutor abordou a questão, que vai se transformando em uma questão cada vez mais espinhosa, depois de Rodrigo Caio ter isentado Jô, de punição no jogo entre São Paulo e Corínthians, na mesma hora uma segunda voz entrou para dizer em alto e bom som que não concordava com esse negócio de fair play; que fair play é coisa para árbitro decidir e interromper a partida, como se o árbitro pudesse, mesmo sem jogar ter fair play. Em minha opinião, o árbitro decide ou não, com autoridade que a regra lhe dá, paralisar a peleja e providenciar ou não o atendimento ao jogador contundido.
Mas, a voz que creio ser de Ricardo Rocha deixou muito clara a divisão porque passa nosso senso de oportunidade ou de ética. De certa forma, condenou Rafael Carioca de ter prejudicado seu time, naquele momento.
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Pois não é que no intervalo do jogo Rafael Carioca foi tirado do time, com Roger alegando um possível cansaço, decorrente de um possível resfriado que teria afetado tanto a Carioca quanto a Adílson?
Mas, sem querer por fogo na fogueira, acho que a obrigação de qualquer repórter seria de perguntar a Roger a razão de sua gesticulação no lance, e se tal fato teria alguma ligação com a substituição por ele patrocinada.
Afinal, sabe-se que a irritação com algum jogador é, algumas vezes, motivo para o técnico sacá-lo do jogo, e a questão do jogo limpo ser cada vez mais uma discussão incômoda, em um país em que a começar do golpista que ocupa a presidência da República, o jogo cada vez mais torna-se sujo, dando oportunidade cada vez mais a que oportunistas possam se tornar vitoriosos.
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Nas redes sociais, muita gente postando comentários de não ter bandido de estimação. Como se a cobrança de que as denúncias sejam apuradas com o mesmo rigor agora, que no caso de outros políticos seja ato de defesa dos outros suspeitos.
São incapazes de perceberem que todos erraram, mas não o fizeram de propósito. Votaram errado, seja em Lula, em Dilma, ou Aécio. Votaram em uma imagem, cultivada a peso de ouro de propinas, como as delações de João Santana e sua mulher deixam muito claro agora. Antes já fora com Duda Mendonça.
Cada vez mais, o marketing político anuncia e vende produtos que, ao que parecem, têm que fazer recall a todo instante.
A grande maioria dos eleitores vota no que é induzido a pensar do político. Alguns até por questões e motivos tão simples quanto terem tido a oportunidade de terem uma ascenção social, terem podido adquirir um carro ou outro eletroeletrônico. Alguns por não terem mais precisado passar fome. Outros por terem visto os filhos em condições, pela vez primeira, frequentarem uma faculdade ou até irem com bolsa para estudos no exterior.
Mas, todos votam acreditando que estão votando em pessoas sérias, íntegras, honestas.
Acreditar que votam ainda nos dias de hoje, no que rouba mas faz, e apregoa que rouba, é descrer por completo da democracia e de nossa capacidade de criarmos uma sociedade justa e ética.
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Ok, não vamos ser hipócritas. Há os que pensam apenas em como aproveitar melhor depois pelo voto dado, ou vendido.
E, reconheçamos, nossa sociedade não é formada por nenhum santo, ou ingênuo. O que permite que tantos concluam que nossa representação política é o que se apresenta, pelo fato de que nós também somos isso. Escolhemos e votamos no que nos representa, para o mal ou para o bem.
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Então, não são os eleitores que agora percebem que seus candidatos também não eram o que lhes parecia ou foi vendido, que são os corretos e agora iludidos. Acusar aos outros eleitores que votaram em outras pessoas de terem bandido predileto, parece apenas querer não admitir que também falharam nas escolhas feitas. E que são tão imperfeitos e falíveis quanto aqueles a quem acusam.
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Diferente é se estão acusando os demais cidadãos de estarem defendendo bandidos, por estarem cobrando mais provas que indícios ou evidências. Diferente é acusar os que pensam contrário, por terem firmado convicções mais movidos pelos desejos, pela ideologia, pela doutrinação a que foram conduzidos ou pela que tentam induzir aos demais.
Porque esse comportamento mostra e fere, cabalmente, que esses que postam tais mensagens se consideram, mais uma vez, ou seja, continuam se considerando como superiores aos demais. E superiores ao próprio Estado de Direito, às leis, à presunção de inocência, a tudo aquilo que tem, ao longo dos tempos e com tanta dificuldade e batalhas, mostrado ser a melhor forma de uma sociedade se formar e progredir.
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E isso aqui não é uma defesa de qualquer político. O benefício da dúvida afinal deve ser dado a todos, os que foram pegos em gravações comprometedoras, ou não. Os que tiveram direitos mínimos prejudicados ou não (estão aí as prisões preventivas que se estendem por meses a fio). Os que foram pegos correndo para taxis com malas cheias de dinheiro ou não, mesmo que o dinheiro seja para o amigo que os indicou como homem de confiança.
Não dá é para acusar de ter contas fora do país, em seu nome, caso elas não estejam no nome do suspeito ou que o nome do suspeito apareça como intermediário, beneficiário, gestor, etc. de um truste por exemplo.
Não dá é antes de acusar, procurar saber como o dinheiro de tais contas teria sido internalizado no país, ou por meio de consulta ao Banco Central, ou por meio de acordo com autoridades financerias de outros países, para que providenciem o rastreamento dos recursos.
Não dá é para acusar de ter propriedades, apenas por ter sido encontrado um contrato em branco de proposta de compra e venda, ou algo semelhante.
Eu mesmo aqui em minha casa tenho contrato de aluguel, ou de proposta de crédito que acham-se em branco, por que os trouxe para estudar a conveniência de concretizar o  negócio ou não.
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Podem me acusar de ingênuo, mas a verdade é que até sou tentado a acreditar que as evidências são muito fortes e que, seguramente, algum triplex pudesse estar sendo sim, objeto de doação, a título de pagamento de propina ou dinheiro escuso.
Mas, se descoberto e noticiado o negócio escuso, ele deixou de se realizar, não há mais como falar em propriedade, já que não foi concluído o acerto.
Em minha opinião cabe, bem mais, ficarmos todos atentos para sabermos como o negócio que se frustrou será liquidado agora ou no futuro próximo. Porque se havia suborno, corrupção, propina, o pagamento agora não realizado deverá deixar um crédito que, até mesmo na esfera do crime, deverá ser saldado em algum instante.
Afinal, quem não sabe que dinheiro do crime é sagrado, até para evitar outras formas de cobranças?
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Políticos pegos em gravações falando bobagem mais que ingenuidade, deveriam procurar verificar se o teor de suas conversas, para além de seu conteúdo republicano implicavam em crimes ou ameaças de crimes ou não.
Por que não adianta alegar que não sabia, que foi ingênuo, que foi uma brincadeira de mau gosto, ou qualquer outra desculpa.
Melhor seria aquele que foi pego com a boca grande na botija, admitir, reconhecer, e se afastar. Até em respeito a quem nele acreditou.
Seria a forma de o fair play ser introduzido na política, no lugar da pós-verdade.
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Nesse meio tempo, há que se destacar, em minha opinião, que não fossem diretamente na Procuradoria Geral da República, talvez as acusações dos irmãos Batista tivessem o mesmo destino dado pelo juiz moro, às questões - 21 perguntas - de Cunha, ao golpista temer. Ou seja, o engavetamento. Para deixar claro que não é moro o herói do país. Afinal, porque proteger o presidente, porque blindá-lo, deixando de enviar-lhe perguntas que, independente da carga de ameaça velada, podiam sim, ser elementos importantes da defesa do ex-deputado?
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Aliás, moro está sumido, desde que aqueles que mostravam em fotos de eventos tanta proximidade consigo, foram apanhados em meio a mal feitos.
E agora, onde anda moro? Preocupado talvez em apagar as fotos de suas presenças em festividades ao lado de quem agora é indiciado? Apagando fotos de redes sociais, como o fez Hulk?
Por que, vamos convir, o problema não é ser amigo, e até aproveitar de benesses de tal amizade. Ou aparecer em fotos e campanhas eleitorais.
Em minha opinião pior é correr para apagar os vestígios dessa amizade, tão logo tal amizade se mostre indesejável.
Por que isso evidencia que de amizade havia muito pouco.
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Enquanto isso, temer o usurpador, nega, nega. Faz bravata, mas inegavelmente falou e ouviu - mais ouviu que falou- coisas comprometedoras. Crimes sendo praticados. E nada fez. Não tomou qualquer providência para interromper a sequência de atos criminosos.
E vir dizer que não poderia ter combinado a compra do silêncio de Cunha por que o ex deputado dirigiu-lhe 21 questões destinadas a incriminá-lo, como prova de que o tal silêncio não foi objeto de negociação, é no mínimo, pueril
Afinal, pelo que a fita dá a entender, o compromisso com Cunha não andou sendo pago em dia. Foi isso que Joesley informou a temer: ele colocou a questão em dia.
Mais ainda, de lá para cá, Cunha aquietou-se. Deixou de fazer ameaças e sua esposa não foi, curiosamente, presa.
Quer melhor indício de que ele ficou satisfeito com o encaminhamento da questão do que até então era mera ameaça?
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Fica no ar, por sua esquisitice, a briga entre a Folha e o Estadão, de um lado, com a companhia da defesa que a Record fez de temer no Domingo Espetacular de ontem, versus o jornal e a rede Globo.
E fica no ar a indagação que não quer calar: o que a Globo ganha com a queda de temer?
O que está por trás da ação espalhafatosa da Globo?
Porque se a Globo está por trás, boa coisa não pode ser. Desde a teoria da conspiração que a une com os interesses de multinacionais americanas, ou outros interesses do grande capital externo, inclusive no sucateamento da Petrobrás.
Ou então na tentativa de provocar tamanho tumulto que os militares tenham que ser chamados para intervir na ordem pública e social.
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Em meio a tudo isso, o capitalismo é isso aí mesmo, embora o discurso que lhe sustente seja o da existência de liberdades individuais e de mercado.
Desde suas origens, seu surgimento, o Estado, em suas várias instâncias é que permitiu seu desenvolvimento e sua expansão. E foi do conluio entre empresas e Estado que surgiu a configuração do capital que existe hoje.
Conversa para ser aprofundada em outro pitaco.

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