30
de outubro, data da vitória de Lula, da democracia e do povo brasileiro, na
batalha contra a barbárie expressa na tentativa de implantação de um projeto
fascista, autoritário, violento e elitista.
Curiosa
e coincidentemente, como assinala a Folha (Acervo Folha – Há 100 anos), nessa
mesma data, há um século atrás, a Itália se curvava à vitória sem resistência
do movimento fascista, com o rei Vittorio Emanuele 3º convidando Benito
Mussolini para chefiar a formação de um novo governo.
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O
resto da história e a tragédia a que ela deu origem todos conhecemos, apesar da
ignorância da grande maioria da população quanto ao significado da data.
E
foi o medo de repetição da mesma tragédia, ao lado da fome, da violência, do
arbítrio, da destruição das instituições, das constantes ameaças de golpe e da
falta de respeito às regras do convívio social e às bases do Estado de Direito,
junto ao estímulo ao armamento, que levaram o povo a dar um basta ao avanço do
fascismo em nosso país.
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Insisto
que a vitória obtida pelas forças populares e democráticas no 30 de outubro
deste 2022 caracteriza a vitória em uma batalha.
Ainda
estamos longe de ter vencido a Guerra. Tal certeza impõe que, todo o povo, continuemos alertas, vigilantes.
E
que o governo eleito seja capaz de propor a pacificação e a união de todos os
brasileiros, sem abrir mão da utilização de todo o arsenal de instrumentos que
lhe permitam analisar, entender e explicar as razões situadas nas mais
profundas entranhas que deram origem a tal movimento.
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Compreendidos
os fundamentos do avanço do movimento fascista, deve o governo usar de todo instrumento
para verificar e punir, com o rigor da lei, a todos os sujeitos e grupos que se
aproveitaram da fragilidade e do cansaço da calmaria institucional para
liderarem o processo destinado a implodir o regime constituído.
O
julgamento dos responsáveis identificados, nos rigores estritos da legislação, bem
como sua punição severa deverá ser rigorosa, sem dar espaço para as
contemporizações ‘por cima’, que acabam normalizando e relegando ao
esquecimento atitudes que se não liquidadas, se regeneram como as cabeças da
Hidra. E retornam com mais furor e mais ímpeto, em futuro cada vez mais imediato.
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Deve-se
evitar aqui, o apoio e simpatia que parte do povo italiano devotou à assunção
do fascismo e de seu líder, aclamado
como salvador.
E,
para tanto, o governo eleito não poderá nunca se esquecer de seu eleitorado, de
sua origem, de sua base e de todas as circunstâncias que, ao longo dos anos, permitiram
que essa parcela da população ficasse marginalizada, excluída, tratada com a
desconsideração dada aos seus anseios, a suas reivindicações, aos seus
problemas e até às propostas de solução por eles sugeridas.
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Para
evitar que o desespero permita que esse eleitorado passe a integrar as fileiras
do autoritarismo e da violência, são tratados como manadas úteis, o governo popular
eleito deverá trazer à luz as camadas da população até agora mantidas sob o
manto da invisibilidade.
Dadas
as condições econômicas e financeiras do país, e as limitações impostas pela realidade
que a todos condiciona, é importante que tais grupos de eleitores passem a
integrar Comitês Populares de discussão e apresentação de prioridades, que
possam alimentar um processo verdadeiro de planejamento e orçamento participativo.
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Ao integrarem as células primárias da discussão da alocação de recursos, com
cada segmento apresentando suas carências mais urgentes e as propostas de
soluções mais desejadas, tais comitês darão espaço à negociação e à definição
de necessidades mais prioritárias, reconhecendo e respeitando, e acatando
orientação dos recursos para os problemas mais prementes.
Trazer
o povo para o orçamento. Trazer o povo sofrido para a luz, e dar-lhes vez e
voz, é a principal forma de transmitir a todos os cidadãos a consciência e a
confiança de que todos são igualmente respeitados e considerados.
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A
interação dos Comitês é também, e pode ser ainda mais incentivado, terreno fértil
para a troca de ideias e experiências que permitam o desenvolvimento inovador
de soluções criativas, de resultados mais eficazes e eficientes.
Em
minha opinião, Lula tem todas as características para liderar esse processo de
transformação da sociedade brasileira em uma sociedade mais inclusiva, de oportunidades
mais igualitárias na origem. Mais capaz
de gerar e aproveitar melhor os espaços de ampla liberdade, autonomia e
valorização do esforço pessoal e das conquistas individuais.
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Lula
e seus auxiliares, com ou sem cargos formais, poderá servir de elemento catalisador
das transformações que permitam à sociedade brasileira avançar no processo
civilizatório que tem como origem e um de seus pilares, o processo de redenção pela
Educação, pelo avanço do processo científico e tecnológico, pelo avanço da
pesquisa e desenvolvimento aplicado à melhoria da qualidade de vida de todos e
para todos.
Quanto
aos mercados, por sua capacidade de conciliação e composição com os diferentes,
pela proposta de abrir espaço à participação dos divergentes, Lula é o
personagem mais talhado para estimular um projeto de desenvolvimento econômico produtivo,
ambientalmente sustentado e capaz de ampliar a escala de geração e acumulação de
excedentes, com espaço para a preservação dos lucros empresariais e a possibilidade
de criação de fundos destinados a avanços de todas os estratos sociais.
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Paz,
Esperança, Amor vencendo o ódio e todos se aproveitando das conquistas da
criação da riqueza como o processo social que a caracteriza.
É
isso que eu, que nunca havia votado em Lula, tradição rompida vitoriosamente
agora, passo a esperar do novo presidente eleito.
E
para essa plataforma, asseguro dar o melhor de mim, meu apoio e minha análise e
opinião críticas.