sexta-feira, 29 de julho de 2011

Sistema


Interligando partes
coordenando peças
gerando, todas
um todo
                        Se teima...
                        se temes
                        sem tema
                        não tema
                        sistema.
                                 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Técnica de redação

                                   Sem melodia
                                   sem verso solto
                                   escrevo afoito
                                   a foice
                                   o martelo
                                   a pancada
                                   a vara de marmelo.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sugestão: porque não se discutir a pena para crimes contra a vida?

Mais uma vez voltando à Noruega, infelizmente não ao país, mas ao tema do ataque realizado na semana passada por um maluco.
Desta feita para levantar uma questão que acho muito intrigante, em especial, por não estar sendo repercutida como acho que deveria, por nossa mídia. Fosse o caso no Brasil, seguramente o estardalhaço estaria grande.
Trata-se da possível penalidade a ser aplicada ao autor tresloucado dos ataques. Pelas 76 mortes, a pena máxima, segundo o que se tem noticiado é de 21 anos.
Para talvez o maior crime, contra a humanidade, em que parece alguns gostariam que o suspeito fosse incurso, a pena seria ampliada, totalizando 30 anos.
E olhe que a Noruega, com tais apenações é tido como um dos países mais tranquilos do mundo. Tão tranquilo que o ato insano causou mais que consternação, completa estranheza.
Pelo que se percebe, crimes contra a vida lá não são comuns. E, parece, o grau de violência é bem inferior ao de outros países, como o nosso, para citar um exemplo único.
A ponto de, o que parece ser uma brincadeira, as autoridades norueguesas não saberem nem contabilizar o número de vítimas, o que fez com que o número inicial de vítimas fosse, agora, revisto para menos.
***
E aqui no Brasil, onde nossas cadeias, ao contrário das norueguesas, mostradas em cenas de jornais televisivos, não têm frigobar ou televisões de tela plana nas celas (cômodos)?
E aqui no Brasil, onde nossas cadeias abrigam 150 detentos, onde às vezes deveriam estar 8 ou 10 pessoas?
E aqui onde as condições de higiene das celas são as piores possíveis, exceto, talvez para alguns figurões, ou algumas pessoas famosas, como Fernandinho Beira Mar, Cacciola, o goleiro Bruno - caso mais recente?
Bem, aqui, como não temos o sangue frio dos nórdicos, a gente parece querer sangue. E, não raras vezes, um crime mais chocante imediatamente desperta a grita a favor do aumento da apenação. Ou seja, ao contrário do país quase sem violência das zonas de gelo, a gente aqui parece querer é mesmo sangue. E, como tal, sempre há alguma voz para se levantar e exigir maior rigor na punição a ser aplicada.
Desnecessário dizer que, até mesmo a pena de morte é costumeiramente trazida à luz. Às vezes, e digo isso aqui como constatação, pelos mesmos hipócritas que defendem a posse indiscriminada de armas pela população e, pior, condenam veementemente o ...... aborto, por representar uma ..... pena de morte.
***
Embora no Jornal da Band, eu já tenha ouvido referência jocosa, até certo ponto à totalidade da pena (coisa de 4 mortos para cada ano de cadeia!) que está sendo divulgada, nada mais foi dito.
E eu acho que nessa hora esse era um debate interessante. Primeiro por estar afastado de nossa realidade mais imediata, o que permitiria que os argumentos pudessem ser apresentados e debatidos com menos passionalismo.
Depois porque, afinal, se nossas condições do sistema prisional estão agora sendo objeto de críticas, em especial com a determinação de que certos tipos de crimes não tenham como consequência a aplicação da privação da liberdade a seus autores, acho que seria uma pauta de extrema oportunidade para ocupar as atenções de nossas redações. E analistas: aí incluídos advogados, magistrados, psicológos, sociólogos e o povão em geral. Em geral, vítimas.

Conselhos vãos

                         só um conselho
(se fosse bom
seria comercializado
produto importado
sem sobretaxa)
Uma lembrança
prá não sair da mente
(mente sempre aberta
sempre alerta/
                                               /mente)
prá evitar um dia
                        a perda desta alegria
                        (a mesma que te faz sorrir
                        este sorriso mágico
                        e faz teus olhos cintilarem).
Seja
(sem nunca se preocupar
com teorias
filosofias vãs
de um dever ser inútil).

terça-feira, 26 de julho de 2011

Que tipo de profissionais, ou o que nossas Universidades estão formando?

No jornal de ontem circulou a notícia de que a Câmara dos Deputados analisa um projeto que obrigaria aos estudantes de curso superior da Universidades gratuitas, leia-se Federais, a cumprirem um período de prestação de serviços sociais gratuito para a sociedade.
Seria uma forma de a sociedade, que pagou pelos estudos de uma minoria - via impostos - obter algum benefício do sacrifício feito.
Sabendo-se que a sociedade brasileira tem um sistema de tributação caracterizado por elevada regressividade, o que significa que paga mais quem ganha menos; e sabendo-se que a grande maioria dos estudantes das Universidades Federais é proveniente das classes mais privilegiadas da população, a medida é mais que justa. Necessária.
E serve como treinamento - embora adicional ao estágio - para o profissional que está prestes a adentrar o mercado de trabalho.
***
Há muito tempo atrás, já se falava nesse tipo de trabalho compulsório, pelo menos para os brasileiros do sexo masculino, em substituição ao cada vez menos útil serviço militar obrigatório.
Para os estudantes de medicina, inclusive já havia algo no gênero, há tempos atrás.
Então a idéia não é nova. E é justa.
***
Mas, incrível é a reação - não do povão, que aprova e apóia a idéia, mas dos próprios alunos.
Alguns dos entrevistados mostrando que não têm nenhuma obrigação em dar algum retorno para a sociedade que permitiu que eles tivessem a formação de melhor qualidade na sua área.
Afinal, como disse uma das pessoas entrevistadas, ela passou num concurso, com regras estabelecidas e em igualdade de condições para todos. Porque ela deverá ser "punida" agora quando está se formando?
Porque os outros alunos de escola privada não teriam que se submeter a esse mesmo tratamento?
***
Seria cômico, se não viesse de uma aluna universitária. Ou é apenas trágico para mostrar o perfil de profissionais que estão sendo formados em nossas Universidades. Alguns, profissionais de mais alta capacitação, mas... de visão social a mais canhestra possível.
Enquanto isso nos Estados Unidos, os ex-alunos das instituições de ensino privado são sempre convocados, quando não o fazem espontâneamente, para contribuir com a instituição que permitiu-lhes ter as condições para serem exitosos em sua vida profissional.
Questão de estilo ou de cultura.

O paradoxo da economia: Resultados econômicos positivos, consequências econômicas preocupantes

Notícias alvissareiras no front da economia brasileira. Ao menos no que toca a resultados obtidos pelo governo, e tão somente em relação aos resultados é bom que se frise, e no que toca às expectativas que daí podem advir.
No setor externo, embora ainda não terminado o mês, já se sabe que o resultado do superávit na balança comercial deverá superar os 3,13 bilhões de dólares. Fruto da elevação dos preços das commodities que constituem o carro chefe de nossas exportações, como o minério de ferro e a soja, em alta no mercado internacional.
Com isso, as exportações superaram as importações de produtos, e o resultado fez com que o superávit já alcance algo próximo dos 16 bilhões de dólares.
Analistas vinculados aos setores e instituições voltados ao comércio externo manifestam certa tranquilidade. Afinal, como os preços do minério de ferro são decicidos trimestralmente, por negociação em foros interncionais, não há muito como se temer a possibilidade de uma queda - especialmente acentuada, dos preços.
E são os preços muito mais que o volume físico que têm segurado nossas exportações. No jargão econômico, o resultado comercial deve-se, à melhora de nossas relações de intercâmbio, definido pelo quociente entre o preço de nossas exportações e o preço daquilo que importamos.
***
Se é positivo o resultado que se anuncia, há entretanto motivos para preocupação. Afinal, basear nossas exportações principalmente em produtos primários, acaba nos tornando reféns dos países consumidores. Isso significa que, se por qualquer motivo, a China, por exemplo, resolver reduzir sua taxa de crescimento, reduzindo suas compras, e se tal comportamento servir para ajudar a derrubar os preços das commodities, não há muito que possamos fazer, exceto lamentar.
E pior, lamentar em um momento em que nossa indústria sofre desaceleração, o que indica que nossas importações não poderão ser reduzidas no mesmo ritmo das exportações.
Dizendo de outro modo, ao exportar muito, trazemos dólares. Esses, junto ao fluxo avassalador de entrada de moeda estrangeira, proveniente de nossa política de juros exorbitantes (sob a alegação da necessidade de conter a demanda no afã de controlar o processo inflacionário), acabam valorizando o real, encarecendo nossa produção e estimulando a substituição de fornecedores internos por fornecedores internacionais.
Quer dizer, aumentando a dependência de nossa indústria, já combalida pela política de juros elevados, dos produtos importados.
A consequência é que, se houver qualquer redução de nossas exportações, por motivos alheios a nossa vontade, as importações não poderão ser reduzidas sob pena de uma recessão e um desemprego muito grandes.
***
Só para complicar, imagine que a China, maior possuidora de títulos do governo americano tenha que tomar medidas de corte de gastos, em função de um calote da dívida pública americano.
Bem, o calote americano está claramente colocado no horizonte, mercê da miopia ou mesquinharia política - lá como aqui, do partido Republicano, maioria da Câmara.
Diz Paul Krugmann, que parte da ação irresponsável do Partido Republicano tem ligação com a cor do presidente Obama, nunca aceito pelo establishment americano.
***
Só para lembrar, e agravar o quadro, o Brasil hoje detém a quinta posição no ranking dos países detentores dos títulos sujeitos ao calote.
***
Internamente, foi também anunciado um superávit primário significativo, de 55 bilhões. Com a arrecadação batendo recordes e o governo tentando reduzir o gasto em todas as frentes. Inclusive na questão do pagamento aos funcionários públicos, e da concessão de aumentos dignos a todos aqueles que são, em última análise os responsáveis pelo bom ou mau funcionamento dos serviços públicos.
Mas o anúncio repercute bem, especialmente junto aos setores vinculados ao mercado financeiro. Afinal, como ensinam os manuais de economia, o superávit primário é a certeza de que o governo está acumulando recursos para pagamento de sua dívida mobiliária e de seu serviço: ou seja, dos encargos dessa dívida.
***
A questão é complexa mas pode ser resumida facilmente. A SERASA estima que está havendo desaceleração nas consultas de compras no comércio. A indústria apresenta resultados que indicam desaceleração e perda de competitividade. Alguns índices de preços já começam a assinalar uma desaceleração, ou crescimento a taxas declinantes.
Nesse meio tempo, o mercado financeiro mantém suas previsões de inflação em alta e pressiona para que os juros sejam elevados. Refém dos mercados e do terror que eles geram quanto à inflação e seus efeitos deletérios, o governo eleva os juros.
Com isso remunera melhor os títulos públicos, elevando os ganhos de seus portadores, em geral, os grandes intermediários financeiros.
Para pagar os juros, corta gastos sociais e gera superávits primários.
Perde a população, perdemos todos. Mas, os senhores que controlam a mídia e a nossa vida econômica se regozijam.
E o governo ganha aplausos o que melhora o nível de expectativas do ambiente econômico. Pelo menos até a próxima reunião do COPOM, quando o setor financeiro tem novamente de pintar um quadro de crise...

Dúvidas ferinas

Que novo carinha?
                        novos carinhos
                        novos caminhos
                        por teu corpo revolto?
Que novos toques de mãos sedentas?
novos lábios
novas línguas
passeando teus seios redondos?
e deixando teu corpo molhado
acelerando o arfar
de uma respiração galopante?

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Enfim, retorno

Acabaram-se meus cinco dias de férias. Agora, retorno ao trabalho e ao blog.
Mais uma semana, retornam também as aulas. Vida que avança. Cada vez mais célere.
Nesse tempo de folga, tentei ficar na medida do possível, longe do computador, dos notebooks, dos grilhões dos artefatos eletrônicos de todo tipo.
Em vão.
Contas para pagar via internet banking, não sabem que entramos de férias. E não se incomodam de estarem nos incomodando.
Da mesma forma que algumas notícias, como a da elevação da SELIC, bola já cantada aqui nesse blog.
De 12,25% para 12,5%. Menos mal que, dessa feita, já não há muito mais espaço para ficar enganado o público. Que o diga o Joelmir Betting, no Jornal da Band, cada vez mais crítico ferino da política de juros além, na igreja em que os sinos costumam se curvar em badalos ao Deus Mercado. Representado, claro, pelo alto clero formado instituições financeiras, os bancos à frente.
***
Na quinta feira, a notícia do ataque terrorista perpretado na Noruega. Que as principais redes de tv em nosso país apressaram-se a anunciar como possível ataque de extremistas muçulmanos, em represália à participação de soldados noruegueses nas tropas que atuam no Afeganistão.
Por sorte, ou competência da polícia norueguesa, o verdadeiro responsável foi preso, depois de cometer atrocidade maior ainda, em uma ilha próxima à capital, onde se realizava um encontro de jovens ligados ao partido do governo.
Para surpresa do mundo: norueguês, cristão extremista, o autor da tragédia foi movido exatamente por motivos opostos àqueles que a imprensa ligeira (no sentido de oportunista mais que de eficiente) quis divulgar.
Diferente do que desejavam, os órgãos da imprensa tiveram de reconhecer que o "serial killer" era de extrema direita, com incursões em páginas de internet ligados ao receituário do partido nazista. Exatamente quais as suas motivações, não se sabe. Mas sabe-se que era contrário ao partido do governo e suas políticas de apoio à imigração de ..... muçulmanos.
Curioso, apenas gostaria de entender porque a imprensa não o trata como mais um maníaco, serial, como outros tantos atiradores assassinos, que cometeram atrocidades semelhantes, embora não mesmo da mesma dimensão que o norueguês agora.
***
Nessa ótica, ao darem tanta ênfase ao fato de ter tentado explodir um prédio público, utilizando para tanto um carro bomba, antes do crime principal, transformam o ato de um maluco armado, em um ato terrorista.
Embora as consequências do ato não sejam distintas, redundando em uma carnificina sem igual, tratar o maluco como o que é, maluco e não como terrorista levaria à necessária abordagem da questão da posse de armas.
Discussão e tema, esse da posse de armas, que aqui no Brasil, sob os argumentos mais estúpidos, muitos pretendem evitar.
***
No sábado foi a vez de correr aos sites buscando, primeiro a confirmação, depois mais informações da morte de Amy.
Uma morte que o próprio pai já teria antecipado, e que todos os seus fãs já sabiam, estava cada vez mais próxima.
Afinal, ninguém escapa impune do crack, das ervas pesadas, tanto cantadas em suas letras. Ninguém escapa da súbita transformação de uma pessoa normal em celebridade, ainda mais quando a própria condição de normalidade anterior já era algo questionável.
Mas, morreu uma mulher jovem;  uma cantora de voz magistral, uma compositora promissora, uma personalidade que não merecia a sorte trágica que teve em seu final.
Uma mulher jovem, quase uma criança, perdida, aturdida. Que merecia mais apoio e atenção.
Enfim, não me perguntem por quem os sinos dobram.... Hoje, pelo silêncio...
***
Mais um fim-de-semana em que o Galo não decepcionou a nenhum de seus torcedores. Como já se tornou rotina, jogamos e perdemos.
Parafraseando um colega em meu serviço: jogamos como nunca, perdemos como sempre.
Pior, nem jogamos. É verdade que o time entra em campo, tem lampejos de um time bem preparado, e apagões impossíveis de serem aceitos e entendidos. Exceto se continuar de pé a tese de que os jogadores não querem entrar em disputa de bola em nome de um técnico como Dorival.
O que faz muitos perceberem e afirmarem que Dorival Júnior está completamente sem comando.
Contra o Vasco, mais uma vez, o ataque foi inoperante; o meio inexpressivo e a defesa ...
A verdade é que nem vale a pena continuar criticando esse time.
***
Nesse meio tempo, o time gasta mais 4 milhões para comprar 20% dos direitos econômicos de André. Como já havia gastado 6 milhões para trazer Guilherme. E nem o Guilherme fez nada nos jogos que disputou, salvo um gol, nem o André será capaz de fazer.
Sem discutir-lhes as qualidades, o fato é que sem que a bola chegue lá na frente, em condições ideais, dificilmente qualquer avante irá fazer o que deles se espera. Não será Guilherme, nem André, nem Magnata, nem Obina, nem...
***
Mil seguidores mais que uma marca é um reconhecimento. Sinal da qualidade que nosso Mikael Moraes consegue manter nos assuntos que aborda e dos temas que escolhe, sempre convidativos a uma boa leitura e reflexão.
E um jeito diferente de tratar do tema que, atualmente, só consigo tratar de forma sofrida e dolorida.
Parabéns, Mikael. E que venham outros mil. E mais outros.

Castelos de areia

                                  -Calma! Ela volta
ela que se foi
correndo pela praia
roçando os pés tornados úmidos
na espuma içada
seus passos...
                                   Enfim foram seus risos
                                   que derrotaram o estático
                                   o mesmo vento
                                   de seus cabelos negros
que provocaram a queda
castelos de areia...
               ainda hoje ouço risos
               acompanhando a espuma
               seguindo sua corrida contra o vento
               correndo a praia...
                                 

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A propósito do menino JUAN

CUIDADO, POLÍCIA



Se o negócio é com a Polícia

melhor é não dar notícia

o melhor é dar no pé.

                                   Fingir que não é humano

                                    que não ouve faz um ano

                                   sério problema auditivo

                                   que te deixou inativo

                                   e que agora, esquisito

                                   não incomoda sequer.

Pois negócio com a polícia

acaba sempre em notícia

que ninguém fica sabendo

de gritos que não se ouvem

da surra que não se vê

de autoridades contendo

violência na TV

                                   Se o negócio é com a polícia

                                   melhor é não dar notícia

                                   o melhor é dar no pé.

terça-feira, 19 de julho de 2011

COPOM e nova elevação da SELIC: nenhuma novidade

Começa hoje mais uma reunião do COPOM, Comitê de Diretores do Banco Central, responsável pela elevação da taxa básica de juros.
Não que o COPOM tivesse sido criado e projetado para essa finalidade. Sua idéia primeira era mais ampla, discutir e decidir os rumos da taxa de juros básica da economia brasileira, tentando sinalizar ao mercado a política de colocação de títulos públicos (a famosa política de open market), de forma a indicar se haveria maior ou menor quantidade liquidez em circulação e criar expectativas ou sancioná-las, em relação ao comportamento do nível de preços.
Em outras palavras, o Comitê deveria cuidar de acompanhar o comportamento da inflação, agindo para mantê-la dentro do intervalo de limites fixado pela política de metas inflacionárias.
***
Entretanto, desde o início do mandato da presidenta Dilma, sufocado pela elevação de preços cuja responsabilidade é menos nossa e mais de fatores externos, alheios à nossa vontade, mas, ao mesmo tempo refém dos interesses do capital especulativo internacional e de seus representantes em nosso país, os bancos e o sistema financeiro - maiores ganhadores da política de juros elevados, o COPOM reune-se apenas para elevar os juros.
Para essa reunião, que encerra-se amanhã, o mercado já "determinou" uma elevação de 0,25%. Para agosto, início de setembro, na próxima reunião, já está determinada nova elevação de 0,15%, conforme a imprensa noticia desde agora.
***
Resta-nos apenas aguardar e confirmar se o BC continua obediente aos ditames de seus reais e poderosos interesses.

O fiasco na nova Guerra do Paraguai

Repercute, ainda, a desclassificação do time brasileiro na Copa América, depois de perdidas mais de vinte oportunidades claras de gol, criadas e não convertidas, contra o Paraguai, durante o jogo de  domingo.
Para nós, atleticanos, a mesma desculpa de sempre, já velha conhecida. Fomos melhores, jogamos mais, estivemos mais tempo com a posse de bola, mas... faltou um detalhe... O pequeno detalhe de Carlos Alberto Parreira, o filósofo.
Afinal, para o Pé de Uva, o gol é só um detalhe, ou era. Mesmo que o objetivo e o elemento de racionalidade do jogo.
Pior que o zero a zero, entretanto, é perder, tal qual o vice-campeão invicto de 77/78, a quantidade de penalidades que foram perdidas.
Nós atleticanos, que ainda trazemos na memória a disputa de pênaltes da fatídica decisão de 77, sabemos bem o que é ser eliminados por incompetência total e completa, travestida de falta de equilíbrio emocional. Ou pior: de sorte, já que para os incompetentes, pênalte é loteria.
E nem o campo, por óbvio, poderia servir de justificativa, já que o buraco na marca de cobrança era o mesmo, também para os jogadores paraguaios.
***
Em minha opinião, a verdade é que os jogadores paraguaios vieram e fizeram o básico: bateram o pênalte para não perder. Deram chutão, mandaram bico... ao contrário de nossos jogadores, mais preocupados em dar toques de categoria, deslocando o bom goleiro adversário, tentando fazer gosl bonitos.
***
Fica para uma próxima Copa América. Tal qual para nossos hermanos da Argentina.
Pior para nós que gostamos do futebol de passes rápidos, objetivos, bem jogado.
Sem vencer a Copa América, a Argentina não estará presente à Copa das Confederações em 2013, aqui em nosso país.
Uma perda grande. Mas... que venha Uruguai ou Venezuela.
***
Mais um detalhe e uma curiosidade: tanto o técnico Mano como alguns outros jogadores da seleção brasileira, ainda tentando justificar o imponderável que domina o futebol, alegaram que o Brasil perdeu para o Paraguai e... que absurdo!!! o Paraguai passou sem ter vencido nenhum adversário. 4 empates!!!
Pois bem, vejamos mais de perto: dois desses empates foram com a seleção canarinha. O que mostra o  nível de nossa competência.
Além disso, de 4 partidas também realizadas, apenas vencemos uma delas. Contra o Equador, já batido, desclassificado e sem muito motivo porque se empenhar.
Ou seja: sinceramente, não vejo diferença nenhuma entre o time paraguaio e a nossa muito superior - e nada humilde, seleção.
***
Só mais um lembrete. O goleiro paraguaio, muito bom, estava em campo para impedir os gols do Brasil. E dizer que a bola bateu nele o tempo todo é apenas dizer que sua colocação foi sempre brilhante. Estava no lugar certo, na hora certa, executando o que estava ali para fazer.
Só.

Desimportâncias

(DES)IMPORTÂNCIAS



importa antes

tantos momentos importantes

passada agora a época

de minha necessidade

                        e que importa agora

                        que não pudesse me libertar

                        agora que eu mais precisava

                        na hora em que apoio

                        procurava eu.

e que importa antes

se meus problemas eram importantes?

se não importa hoje.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Sangre y inspiración en Latina America

                                               Não é esta minha terra
terra de Neruda?
que muerto está
pero vive en sus poemas
Não é este o sangue
que me corre nas veias
arteriais del Prata?
            (Ya no está aquí 
            el gran poeta
            e a la luna ya no se
            cantán más versos.)
                                               Não é este o momento alegre
                                               de cantar versos em língua pátria
                                               quando a poesia tornou-se vazia
                                               e minha inspiração
                                               ?adonde estás?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Auto-censura, auto-controle

                                               Foi calando que tudo se consentiu
e da treva da idade fez-se média
iluminada pelos clarões do fogo.
Fogo morto do silêncio imposto
                                               Foi como sombra
                                               que explodiu o terror
                                               que surgiu inquisidor
                                               trazendo reprimido o medo
                                               não manifesto, mudo.
Foi calando que tudo se consentiu
e da média da idade fez-se fogo
e do terror fez-se medo repressivo
trazendo, mudo,
a sombra da treva.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Juros à vista.... em elevação a estibordo???

O mercado já se agita, e espera nova elevação da taxa básica de juros, a SELIC, a ser decretada pelo COPOM, em reunião na semana que vem.
Apostas que vão de uma elevação de 0,25 a 0,50% de aumento, de vez que a inflação parece dar sinais de continuar respirando.
O curioso é que, em meio a indícios de novas elevações, agora esperadas em função da frustração de safras, por força do frio e das geadas; da falta de umidade suficiente para o plantio, etc. etc. outros indicadores revelam o estrago que a política de arrocho monetário provoca.
Situam-se entre essas a elevação para níveis recordes, do índice de inadimplência, a contínua e avassaladora corrente de entrada de dólares em nosso país, a sobrevalorização do real daí decorrente, que ajuda a encarecer matérias primas, peças, partes, componentes, e salários.
***
Por força dessa valorização excessiva do real, São Paulo, nossa capital econômica passa a integrar o seleto grupo das dez cidades ou regiões metropolitanas com o maior custo de vida do planeta, conforme divulgado ontem, pela imprensa.
Responsabilidade da elevação de custos da alimentação, especialmente na rua, das tarifas de transporte, dos preços de diárias de hotéis, e serviços, entre outros. Não por acaso, bens não passíveis de comercialização no mercado internacional.
***
Por outro lado, como consequência da elevação de juros e da atratividade dos papéis de renda fixa, a Bolsa despenca, no que é fortemente ajudada pelas previsões de queda de produção e vendas decorrentes da política recessiva atrelada aos juros elevados; da queda de investimentos ou da interrupção de decisões de investimento em curso, também consequência da desaceleração da atividade econômica e da elevação do custo do dinheiro; e da crise internacional que não quer se afastar do horizonte e, ao contrário, parece estar cada vez mais próxima.
Crise que hora abala a Irlanda, hora abala a Grécia, e que em seu desenvolvimento vai arrastando as economias de Portugal, Espanha, Itália, colocando em sério risco a própria sobrevivência da Comunidade Européia.
***
Mas, voltemos ao Brasil, para relembrar que a elevação pura e simples dos juros, além dos efeitos deletérios sobre nossa moeda e nossa capacidade de exportação, afeta nossa indústria dando ensejo ao início de um processo de desindustrialização. Mais que a mera contenção da demanda agregada, a sombra do desemprego é o que pode surgir no horizonte, isso sem contar que a elevação dos juros e das despesas financeiras realimenta o processo de elevação de custos, preços e inflação.
Apenas para não falar do próprio processo de rolagem da dívida mobiliária do governo, cada vez mais cara e, portanto, cada vez mais apta a ampliar o déficit nominal das contas públicas.
***
Melhor as medidas de contenção de crédito por meio de exigências de medidas mitigadoras do risco, como a ampliação da exigência de capital como contraparte das operações de crédito por parte das empresas, e outras, como a anunciada ontem pela presidenta Dilma, de apoio ao programa de agricultura familiar e outros programas destinados a ampliar o crédito público para decisões de investimento e obras em infra-estrutura.
***
Afinal, a Copa está aí e, apesar da possibilidade de roubalheira e gastança com a construção de estádios destinados a se tornarem verdadeiros elefantes brancos, há que se aproveitar a oportunidade para tentar resolver de vez, ou dar início ao processo de resolução de gargalos já históricos relativos a transporte público; estradas, aeroportos, telecomunicações e telefonia, etc. etc.

Paralelo


Entre Pangloss e eu?
chegando juntos
ao mesmo ponto/
                                               de vista:
                                               desista.                     

terça-feira, 12 de julho de 2011

Lições de economia

Vale a pena a leitura do texto publicado na Folha de ontem, de Paul Krugman, sobre a suposta confiança que o discurso de Obama tenta passar à sociedade americana.
O que é bastante curioso, para não dizer outra coisa de meu atrevimento de "recomendar" a leitura de um Prêmio Nobel na área.
Não que a mera premiação seja capaz de colocar o vencedor junto aos demais deuses do Olimpo.
O prêmio, como ninguém discute, tem muito de ideologia, de convergência com o pensamento dominante e o laureado, muitas vezes se destacou apenas por pertencer à corrente "bem pensante".
De minha parte, concordo com Paul Davidson, professor de Teoria Econômica da Universidade do Tennessee, um dos expoentes da corrente de pensamento pós-keynesiana, para quem, diz a lenda, muitos desses ganhadores do Prêmio Nobel deveriam ganhar, isso sim, o prêmio de estelionato intelectual do ano.
***
Ninguém discorda de que, independente da corrente de pensamento a que se filiam, todos os vencedores durante toda sua vida fizeram pesquisas e experimentos, desenvolveram teses e redigiram trabalhos que os fizeram destacar em meio a uma grande quantidade de outros economistas de mesma opinião.
E ao se destacarem, já fazem jus ou fizeram a um tipo de reconhecimento que o prêmio, sem dúvida, induz.
***
Mas Krugman é diferente, por suas posturas de pensamento mais arejado, mais avesso à aceitação e divulgação de dogmas.
E o artigo de ontem mostra exatamente a importância de se manter um mínimo de honestidade intelectual e liberdade de pensar.
No caso, Krugman até não criou nada excepcional. Na verdade, tão somente reintroduz na discussão que se trava junto ao Congresso americano, os conceitos e os argumentos apresentados por Keynes há mais de 60 anos.
Ou seja: em uma economia que apresenta sinais de ainda não ter se recuperado da crise financeira que teve em 2008 o seu ápice, não é a política mais correta patrocinar-se um corte de gasto público. Ao contrário, o corte de gastos nessa hora, apenas porá mais combustível na fogueira que destroi a capacidade de geração de empregos nos Estados Unidos.
E, sem emprego e sem renda, o consumo cai, arrastando consigo a demanda agregada.
O que não irá criar um ambiente estável e saudável para que a iniciativa privada possa retomar seus planos de expansão e investimentos, promovendo a tão ansiada recuperação.
De mais a mais, o agora esquecido paradoxo da parcimônia, explica a contento a falácia de querer que o governo aja como se fosse uma unidade doméstica ou familiar, preocupada em poupar, ou não gastar além de seus recursos, no caso a receita de impostos.
***
Pois bem, todas essas críticas têm como causa o discurso de Obama que, para tentar conquistar votos favoráveis a seu pacote junto à oposição no Congresso, afirmou que "como qualquer unidade familiar o governo tem de voltar a viver dentro de sua limitação de recursos; que o governo não pode gastar além do que arrecada; que só reduzindo o vultoso déficit público, a economia americana voltará a encontrar um ambiente saudável para se desenvolver. Que esse desenvolvimento passa pela iniciativa e ação de empresários e empreendedores.
***
A conclusão de Krugman é no sentido de que, Obama parece estar perdido ou cedendo ao discurso mais conservador ...  e equivocado, o que retira do presidente qualquer possibilidade de manter a coerência ou continuar merecendo o respeito de seus partidários.

Versos arriesgados

                                                           Que venha triste
prá que eu sorrindo
transforme teu semblante
em vida
(Que venga la muerte
que estoy sin vida
y desesperado estoy
con su partida)
                                               Que volte breve
                                               pra meu espanto
                                               que volte todo o encanto
                                               pra que eu forte possa
                                               estar sorrindo
                                               e meu  sorriso
                                               possa enxugar teu pranto.
(que yá non puedo
soportar su falta
que hace mi versos
perdidos en el tiempo).

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O grito engasgado

                                   Um longo lamento
suspiro profundo
um grito suspenso
na garganta um nó
só.

***

                           Vontade de chamar-te verso
                                   chamar-te ao vento
                                   sorrir contigo
                                   gritar alegre
                                   Vem.
                                                Desejo de tocar teu rosto
                                               sentir de resto
                                               o sonho possível:
                                               volta.
                           

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Variações sobre uma mesma data

AMPULHETA

                                               O início do homem acompanha-o
                                                  Desliza ao longo da vida
                                                      Por pequeno orifício
                                                                  
                                                           Escorregadio
                                                         Marcador insensível
                                                     De uma realidade fúnebre.


DIA OITO


Dia oito
meu aniversário
data festejada em meio a provas
e eu, tentando provar o que?
Ainda ontem
alternaram-se meus pensamentos
e na revolução dos sentimentos
me percebi maduro.

(nem tanto ainda,
prá evitar o sonho).


ANIVERSÁRIO

Mais velho um ano
um minuto eterno
mais um ano de inferno
mais um ...
Hoje comemoro solitário
a data de meu aniversário.
Onde sua presença?
Onde seu sorriso?
Se a esperança
corrói, esmaga
destrói, abafa
meu juízo?

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Galo forte rumo à zona do rebaixamento

Ontem, o Clube Patético Mineiro deu uma brilhante demonstração de que aqueles que se divertem trocando o nome de nosso glorioso clube, estão com a razão.
Contra o Ceará, o que vimos ontem foi um time sem ataque: apenas um chute a gol de Renan Oliveira, que passou próximo à trave superior de Fernando Henrique e um outro em cobrança de falta, que nem chegou a assustar o adversário. Um escanteio cobrado por trás da linha do gol, pelo estreante Caio, e um Guilherme que mostrou que estava em campo só quando saiu, substituído.
***
O meio campo, com cinco jogadores, completamente bisonho. Serginho sem marcar ninguém, sem avançar e só tocando para trás. Dizer que se esforçou e correu muito é brincadeira. Negação do futebol, que viu Didi não correr um terço do que o dito craque mineiro(???). Gerson, então, não corria nem um décimo do que Serginho fez ontem. Afinal, quem entende o mínimo de futebol sabe que (mesmo que não saiba jogar) quem corre é a bola.
Caio e Renan nem estiveram no meio, nem no ataque, perdidos na zona entre o círculo central e a linha da grande área. Muito marcados, não conseguiram escapar à boa marcação cearense.
Gilberto, não se explicou em campo. Mas Richarlyson, faça-me o favor. Nem acertou passes, nem desarmou, nem.... A pergunta que não quer calar é: o que Richarlyson está fazendo em campo, e o que deseja, depois de ter forçado a contratação de seu irmão, enfim não efetivada.
Estaria ele, desde então, insatisfeito com o técnico? a direção do clube?
***
A defesa, a começar do goleiro mostra para todos que o problema do Galo não é só de jogador ou de postura. Desde a mudança de treinador de goleiros, ocorrida no  início do ano, a qualidade de Renan Ribeiro decaiu. E muito. E quem se der ao trabalho de ler meu blog verá que desde o campeonato mineiro eu já venho comentando isso, tão evidente que é.
Giovanni, substituto de Renan - por motivos técnicos, apenas substituiu de forma completa e cabal. Onde o outro falharia, falhou ele.
E em bolas cruzadas para a área, onde o outro não sabe sair, também não saiu o goleiro estreante. Então a falha não pode ser dos jogadores, mas...
A gente fica de barba de molho, e reclamando. Barba e rouco...
A defesa, se não existia com Patrick e Guilherme, com Leandro então...
E a defesa é uma peneira. Mas seria culpa da lentidão dos homens de área, as torres - não por sua altura, mas por sua imobilidade... Réver e Leonardo?
Ou a culpa é de quem devia estar marcando - Serginho??? vamos rir!! Richarlyson?
Sem comentários.
***
Resta a fisionomia de decepção e de paisagem do nosso Dorival. Que é um grande técnico, mas que já percebeu que o time quer derrubá-lo. Como já percebeu a mesma coisa a imprensa (a Itatiaia ontem devia ter dado nome aos bois, se fossem apenas esses os bichos), e até a torcida.
Mas, estamos aí com Kalil, o cruzeirense Eduardo Maluf e outros ex-cruzeirenses envergando e envergonhando o manto alvinegro. Até quando?
***
Aliás, para continuar assim, não era melhor também trazer o ex-cruzeirense Perrela?
Tá osso.
E o Galo não merece ser tão mal tratado.

Amadurecendo e mudando

                                                           Procura
                                                           algo mais que simples busca
                                                           definição...
                                          Hora de se tornar maduro
                                          hora de tornar-se adulto
                                          adulterar-se
                                   Evolução:
                                   mais que revolta,
                                   consciência...
                                   tempos de crise
                                   de se descobrir inteiro
                                   no tempo...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Vestígios de sanidade

                                               Ideal
                                               metade sonho
                                               quase nada: inútil
                                               símbolo de liberdade
                                                           livre idade
                                                            idade livre prá sonhar.

                                                           Ideal
                                                           metade tempo
                                                           quase vida: jovem
                                                           símbolo de uma procura
                                                           de uma  loucura
                                                           quem sabe a cura?