quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Copom reduz mais a Selic e o pitaco em recesso

Em reunião encerrada nessa tarde noite de quarta feira, o COPOM reduziu em mais 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic.
Já esperada pelo mercado e seus analistas, a Selic atinge seu menor patamar em um ano e meio, alcançando os 10,5% ao ano.
Com isso, o governo continua sinalizando sua preocupação em não permitir que a recessão que se anuncia cada vez mais rigorosa, especialmente no continente europeu, nos atinja de forma mais enérgica, atirando milhares ou milhões de famílias de volta a um nível de renda e condição de vida tão difíceis de serem superadas.
***
Se a queda da Selic é benéfica para estimular a demanda agregada e elevar o nível de consumo das famílias e de investimento das empresas, compensando pela ampliação do mercado interno a redução esperada da demanda do exterior, é importante para aqueles que não têm outra alternativa ao uso do cheque especial ou do financiamento rotativo do cartão de crédito não se deixar entusiasmar, pelo menos por ora.
Afinal, as taxas do cheque especial, pouco são afetadas pelo comportamento da Selic, mantendo-se acima dos 150% ao ano, ainda atrás dos juros de cartão de crédito.
***
Ao mesmo tempo, foi anunciado também o novo resultado da Previdência, apontando um rombo menor que no anterior.
Somada essa informação àquela relativa à determinação da presidenta Dilma, de novos cortes no Orçamento Público, podemos esperar que os juros ainda tenham mais alguma queda, respaldados pelo maior rigor fiscal - tão demandado pelos analistas do mercado.
Entretanto, já se inicia, nas entrelinhas das notas veiculadas nos principais sites, um movimento no sentido de manutenção da taxa de juros, nas próximas reuniões do Copom.
***

Recesso do Pitaco


Também quero dar pitaco está no ar há mais de um ano, praticamente com uma postagem diária, exceção de alguns fins de semana em que até as principais notícias e assuntos também aproveitam para curtirem.um justo e merecido repouso.
No cômputo geral, entretanto, há quase uma relação de 1 postagem nova por dia de vida.
Agora, entretanto, o blog também quer viajar.
E descansar que ninguém é de ferro.
Assim voltamos a partir do dia 30.
Até lá, bom resto de férias para todos.

Tempo

                       em minha concepção tempo-espaço
tempo demais é passado
e que futuro me resta?

minha vida são apenas instantes
frente a todo o tempo do mundo

relutante,
conscientizo-me de minha efemeridade
em meio à história humana
Nada que faça pode vir a deixar rastro indelével

Sinto-me pois
compelido a revolucionar o mundo
para ser apenas um ponto
perdido em meio ao infinito.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Pitacos provocativos: a começar do futebol, do Galo, do BBB e do corte orçamentário

Começamos o ano, atrás dos demais times da cidade.
Enquanto todos já voltavam aos treinos e preparativos os jogadores do Galo ainda curtiam uma justa e merecida folga, até o dia 9 (outros voltaram dia 4, como o time das Marias...)
Talvez as férias prolongadas fossem o prêmio para a brilhante despedida da última temporada, quando nossos vibrantes jogadores humilharam a .... nossa torcida...
Voltamos tarde e sem muitas contratações. Apenas o volante do Coritiba, Donizete, e Danilinho, nosso velho conhecido. E velho aqui não é apenas uma força de expressão, não. Ou não deveria ser.
***
Nada contra Danilinho mas, acho que para correr lá na frente, basta o Berola. E Danilinho, ninguém duvida, é um jogador veloz, batalhador, mas muito frágil, até por seu porte físico e estatura.
Mas, Danilinho agrada à massa atleticana. Joga como ela gosta de ver os jogadores incorporando o manto jogando.
A contratação de um meio campo, mais um, seguida de toda uma novela para obter o direito de contar com  Pierre, também volante, é que não consigo entender.
Primeiro porque Pierre é mais velho que Daniel Carvalho, o que mostra que renovação não é muito a palavra de ordem no Galo. Pelo menos em questão de idade, preparo, etc.
Que Pierre foi um jogador fundamental na arrancada do time para se livrar do rebaixamento, nínguém duvida. Eu não.
Mas, trocá-lo por Daniel Carvalho, talvez o jogador de meio mais inteligente que tínhamos... Ora, Daniel, embora mais velho estava mais fora do peso e das condições ideais, especialmente se comparado com Pierre, mas... ainda assim acho estranha a troca.
Tudo bem, se acerta com Pierre, para que o Leandro Donizete? E a imprensa nos martelando a informação de que Cuca já se comprometeu a dar mais chances a .... Serginho...
E ainda tem Richarlyson, mesmo sabendo que é moeda de troca, ou quase.... o que pode desmotivá-lo.... mais!!!
***
Para compensar a perda de Daniel Carvalho e a capacidade mínima de alguma jogada mais criativa do time, o Galo foi buscar Escudero. Tomara que seja o argentino destinado a apagar a má impressão que os argentinos nos deixaram ao longo dos tempos. Se ainda fossem uruguaios, como Cincunegui, Mazurka, etc...
Deixando de ficar sonhando, tomara que Escudero se acerte. E possa fazer os lançamentos e as jogadas com que Daniel, ocasionalmente,  nos brindava.
Mas, para que um zagueiro, mais um: o Rafael Marques? Só porque Cuca gosta dele???
Ora, e as tais "torres gêmeas" de 1,90 m de altura: Réver e Leonardo Silva? E o Werley, sempre raçudo? E o Lima?
Estranho.
Especialmente porque para a frente, ninguém. E ainda estão mandando embora, mesmo que por empréstimo, quem podia ter mais chances para obter confiança e ganhar a posição, como Obina, jogando ao lado de André. Ele, alto, de físico avantajado, típico jogador de área que o Galo sempre teve, com sucesso...
Sem contar na presença(???) de Guilherme, essa grande incógnita...
***
Mas, ainda estão querendo mandar embora pratas da casa, como Wendel, Giovanni Augusto.
Sei não, mas acho que a coisa ainda está mais desanimada esse ano que no ano anterior.
Não que a Diretoria, em minha opinião esteja agindo certo, não contratando a quilo, em liquidação de feira.
Isso até é certo. Mas não é isso que sinto no ar... apenas mais apatia e desânimo.
***
O mesmo que se abateu sobre o nosso time de juniores, eliminados vergonhosamente da primeira fase da Taça Cidade de São Paulo, o que já é um início para nós atleticanos, especialmente para os que sempre acreditaram e afirmaram ser o Galo um formador de craques, um péssimo presságio.
Enfim... Já que dizem que é o fim do mundo... quem sabe o Galo já não está nos acostumando à idéia...
Queira Deus e o Galo que eu esteja errado...


Fora do Futebol: a pergunta que não quer calar

Tendo havido algum estupro no Big Brother, como as páginas e sites policiais nos informam, a ponto de eliminarem um dos heróis... do Bial, qual seria, em tese, a responsabilidade da Rede Globo, que é quem cria e apresenta essas situações ao público?

E o que dizer do Bial, para quem, ao que foi noticiado, vendo a cena: o amor é lindo!!!

Colaborar para a ocorrência de um crime - se é que algum ocorreu de fato, não é também um crime.
Quem sabe não era hora de alguém do Ministério Público atender ao convite do apresentador genial, e ir dar uma espiadinha...

***

Começamos o ano, com ameaça de cortes no orçamento. E congelamento de salários dos funcionários públicos. O que significa que, caso seja atingido o centro da meta da inflação em 2012, o acumulado de perdas inflacionárias de 2010, para cá atinja algo como 20 a 25%.
É mole?
E ainda tem gente que fala dos vultosos ordenados dos marajás... do executivo federal...
E sobre os ombros deles (nossos), se faz o ajuste fiscal tão cobrado da sociedade.
Enquanto isso, os orçamentos da Copa do Mundo estão todos já sendo superados e refeitos...
Mas, a Copa do Mundo é nossa e com brasileiro, não há quem possa.

Sem limites

SEM LIMITES

Não estar contido
na imensidão do espaço
nem ter grilhões
que me prendam às propriedades
exceto a que me permita
o dom da ubiquidade.

Não estar preso
às amarras do tempo
ou submisso às convenções sociais
às contas a pagar

Poder liberar-me
das formalidades comezinhas
do dia-a-dia
abandonar a tela da internet
escapar do capítulo da novela
fugir ao noticioso
mesmo o mais escapista

Sair da frente da TV
e deixar-me, então, livre
navegar, a mente aberta
apreciando a passagem da vida.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Frustra-cores

                                   Tomar da pena ou do computador
                                   procurar a folha de rascunho ou o formulário
                                   contínuo
                                   e contentar-se com qualquer pedaço de guardanapo
                                   quadrado, virgem
                                   cela para reter palavras condenadas
                                   a servirem a meu deleite.

                                   E através delas
                                   veículos de minha liberdade
                                   deixo-me vazar as entranhas
                                   onde se acocoram neuroses
                                   se acotovelam medos e pesadelos
                                   refúgio sagrado de meus sonhos tresloucados.

                                   Libertos,
                                   meus pensamentos ganham altura
                                   ocupam o universo de minha mente
                                   redefinem meu espaço cósmico e rompem
                                   a barreira de minhas limitações concretas
                                   e revelam-se o inverso do que sou.

                                   Neste instante perco o medo, a insegurança
                                   encaro de frente minha própria estatura divina
                                   e transformo-me em Criador.
                       
                                   Crio em palavras
                                   pretas contra o fundo branco
                                   as cores que não consigo senão sentir
                                   que não posso mais que descrever
                                   e que revelam meu estado de alma
                                   infinita em sua magnitude e grandeza
                                   ilimitada em sua voracidade
                                   insignificante em meio a todas as palavras
                                   já espalhadas ao vento
                                   e que, como melodia
                                   servem para nos dar alento
                                   na viagem de volta àquilo que sempre fomos
                                   limitados em nosso próprio mundo interior,
                                   a representação singela
                                   de nós mesmos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Vernissage

Azul
como a cor do céu, do mar
do automóvel que passa
da tarde que desce vespertina
do laço no cabelo da menina
Ou do vestido da mulata...
da asa da borboleta
que nem só de azul se pintou
recortada pelo vermelho vivo.

Como o sangue
ou o sabor do morango
o lábio carnudo, entreaberto
a cor da terra virgem
a cor do pecado da vida
do amor tresloucado na relva

Verde,
como as flores do campo,
ou as folhas da floresta,
a bandeira que tremula no mastro
Como a esperança
como a grama que recebe o castigo do sol
que doura a terra
amarela
como as cores de minha aquarela
onde sobressaem tons pastéis

No cadinho
misturam-se as cores vivas e as das naturezas
mortas
os tons ocres e as trevas
o branco da paz
e o reflexo das luzes

No papel
imprimem-se as emoções incontidas
num composto de traços e rabiscos
riscos e nebulosas cerebrais

Em minha imaginação
só palavras
que ousam revelar o esteta
da tela nua do poeta.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Escombros

O que se encontra sob os escombros?
corpos
mortos
mutilados
espíritos inquebrantáveis
despedaçados
esperanças vazias
ruínas
destroços
choro e pesar

De repente
em meio ao ruído, ao alvoroço
um gemido
quem sabe um sobrevivente?
um, tão pouco
e mesmo um já seria um presente
sinal de resistência
esperança de vitória
vingança da vida
que ressurge da poeira do nada.

                        Saber fazer do ferro retorcido
                        da construção que se esboroa
                        a fundação de um novo tempo

                        Transformar a terra arrasada
                        no campo fértil
                        onde brotam trigais

Contar com a solidariedade
e apoiar-se na fé
que remove montanhas
revigora nossas forças
e nos faz melhores sempre
capazes de brilhar como astros
e de vencer radiantes sobre a mediocridade
sinal da horda dos bárbaros
Pais do caos
Heróis da destruição e do nada.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Essas meninas...

Esta menina
Está me dando bola
Embora esteja acompanhada no salão
E o namorado dela nem se toca
Que já não toca mais seu coração
Esta menina está de brincadeira
Dando bandeira me coloca em perigo
Se o namorado nota e é violento
Vai arrumar é confusão comigo

Morena linda, o que você deseja
Requebrando com todo este gingado
Se seu desejo é de me vencer
Não é preciso, já estou derrotado
Morena linda o que você quer
Quando me olha assim tão dengosa
Isso é tortura que faz a mulher
Quando percebe o quanto é gostosa

Menina linda, morena mulher
Este seu corpo todo homem quer
Moça bonita isso não se faz
Não está afim dispensa o rapaz
Eu tenho a manha
Sei o que quero prá mim
Não quero meu ombro servindo de balcão
Para você que é linda, mas sem coração.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Inflação na meta e a expectativa do que virá em 2012: a economia a reboque da crise lá fora

Conhecida a inflação no ano de 2011, mantida no limite superior da meta estipulada para o ano pelo programa de metas inflacionárias, a saber, 6,5% (meta de 4,5% + 2 pontos percentuais, no caso), algumas observações merecem ou devem ser feitas.
Primeira delas e, corretamente destacada pelo BC, o guardião da moeda e de seu poder de compra: a inflação não fechou exara em 6,5%, número que seria muito suspeito. Fechou abaixo. A rigor, a inflação foi de 6,49 e alguma coisa insignificante a maior, permitindo uma folga para que o governo pudesse fazer o arredondamento.
A importância dessa informação é óbria por desfazer qualquer insinuação de que o governo teria ajustado a inflação para a meta, já que, para o mercado a inflação já teria fechado em 6,51 ou 6,55%, sempre acima de 6,5%.
Segunda obervação: para não perder o costume, ao analisar o anúncio feito, analistas correram a justificar seu engano, tendo um professor de economia, pronunciado em uma coluna na Folha de São Paulo que o índiice só foi obtido por que o governo adiou a elevação da carga tributária prevista (em especial a entrada em vigor da elevação da carga tributária sobre os cigarros) e reduziu tributos sobre outros produtos, a fim de incentivar a retomada da demanda.
Pode não ter sido a intenção do colega professor, mas que sua observação, por correta que seja, passa a impressão de que ele alegava ter havido uma certa manipulação do índice por parte do Banco Central, isso fica mais ou menos evidente.
Curioso é que, caso o governo mantivesse a elevação da incidência tributária dos cigarros, e nada fizesse para estimular a demanda por bens de consumo durárvel, ou materiais de construção, talvez este mesmo professor estivesse fazendo coro com todos aqueles que estariam culpando o governo e, em especial, sua sanha arrecadadora pelo descontrole da inflação.
E todos estariam cobrando do BC a redação da carta justificando a não obtenção da meta pretendida, por força de reconhecer que a culpa foi do próprio governo.
Acho estranho, mas me parece que a questão é que se se faz o afago com a mão direita, reclamam que a esquerda é mais carinhosa. Se o afago é feito com a mão esquerda, ele é feito de forma titubeante, ao menos pelos destros....
***
Voltando ao índice de inflação, durante todo o ano, emiti a opinião de que a inflação que estava havendo não era proveniente de fatores que poderiam ser considerados de responsabilidade do governo.
Não via excesso de demanda acontecendo de forma generalizada na economia brasileira, caso contrário teríamos que estar acompanhando uma de duas situações: ou bem estaria havendo queda brutal de nossas exportações, embora essas estejam cada vez mais reduzidas a um grupo limitado de produtos commodities, cujo mercado interno não se rivaliza com o mercado externo; ou, caso mantivéssemos o nível de exportações, especialmente de produtos manufaturados, teríamos que assistir a algum tipo de desabastecimento interno, o que não estava ocorrendo.
Em síntese: se o país estava produzindo e, além de estar atendendo a sua população, estava conseguindo prosseguir atendendo a seu mercado externo, então não haveria motivos para se imaginar excesso de demanda e incapacidade de oferta generalizada. Essa minha linha de raciocínio.
Está certo e alguém poderia argumentar que estávamos exportando commodities e importando os bens que nossa capacidade produtiva não tinha condições de produzir para atender à demanda aquecida.
Ora, a resposta é simples: exatamente para isso, serve o comércio internacional. Para suprir dificuldades estruturais ou conjunturais de fornecimento de bens pelo país. Ou não?
Mas, nesse caso, de que estariam reclamando os industriais nacionais? Porque as suas queixas, constantes, de que estavam sendo prejudicados pela concorrência internacional, desleal?
Não parece óbvio que, se eles estavam reclamando é porque desejavam produzir e vender em um mercado em que, além de tudo o mais, o próprio câmbio os prejudicava, "roubando"-lhes consumidores?
Se é assim, então eles estavam produzindo menos do que poderiam ou estavam em condições de produzir. Mais um sinal de que não estavam utilizando plena capacidade.
***
É certo que em alguns setores localizados houve sim, excesso de demanda. Em especial, em miinha opinião, na área de serviços, face à celebrada chegada ao mercado de uma nova classe média no país. Além disso, houve na área de construção civil também um aquecimento de demanda notável, não apenas pelo lançamento do governo de programas e facilidades para a aquisição de moradias, como o Programa Minha Casa, Minha Vida, mas também pela melhoria das condições de financiamento e concessão de crédito; pelo início de bolha imobiliária, proveniente tanto do crédito como, em parte, do fato de que havia anos que o setor de construção estava paralisado.
Ou seja: casos de excesso de demanda foram circunscritos, em minha opinião a certos setores, ligados a demanda de mão de obra de algum grau de qualificação.
***
Então, em minha opinião, exposta aqui em várias ocasiões, o problema maior que alimentava a nossa inflação - sem que sobre essas causas a política monetária tradicional de juros elevados pudesse ter algum efeito razoável, exceto se feita de forma tão drástica que acabasse por combater a febre da alta de preços por conduzir o doente e todo a economia a óbito -,, era de choque de preços externos. Ou seja: a elevação de preços de alimentos, por aumento da demanda desses produtos em escala planetária, como a carne, soja, trigo, etc. Ou a elevação de preços de commodities, incluídas aqui petróleo.
***
Acredito eu que choques externos, aos quais se juntaram em vários momentos choques da natureza, face a condições climáticas completamente variáveis em nosso vasto país, não se combatem com política de juros, razão porque não concordava com a elevação de juros praticada pelo BC no ínicio do ano. Em minha opinião, o que conseguíamos com aquela política era atrair mais capital externo, e derrubar ainda mais a cotação da moeda externa, que arrastava em sua queda nossa capacidade de exportar.
Por esse motivo, também, os aplausos à guinada na política de juros, a partir da reunião de final de agosto, provocada pelo agravamento das condições econômicas do resto do mundo, liderado pelos países da União Européia.
***
Com inflação de 6,5%, dentro do previsto no Programa de Metas, o BC e em especial seu presidente, o Ministro Tombini, ganharam força,  prestígio e confiança junto à sociedade, e mesmo junto aos mercados, o que é positivo para manter a tranquilidade e conter as pressões para o ano de 2012.
Quanto ao panorama para 2012, ainda é uma incógnita, dependente muito mais das decisões e da evolução da situação e da reação das economias centrais, européias em primeiro plano e da economia americana, chinesa, japonesa, em segundo plano.

Referências e Homenagens

REFERÊNCIAS E HOMENAGENS

Play it again, Sam
deixe que a música inebriante
conduza nossa alegria,
como a fonte levava a flor nascida no monte
para o mar
    fora, ao longe,
    no escuro da noite, o mar bramia
    e erguendo o dorso altivo
    parecia expressar inaudíveis
    vozes d’África
há dois mil anos embalei meu grito
revejo-o agora, entrecortado,
pela risada de Irene
Irene preta, Irene boa
sempre de bom humor
sempre animando as festas
        gosto de festas onde me solto a sonhar
        como se estivesse em Pasárgada
        na cama das amigas do Rei
        tão lindas todas
        tão faceiras,
        brejeiras como são as brasileiras
        de encantos mil
Como a Bárbara, bela, do norte estrela
ou Inês posta em sossego
como a mulata que passa com graça
a Gabriela da canela
Iracema dos lábios de mel
ou como a musa
que sendo uma
enfeixou como atriz
todas as mulheres do mundo
na pele de Leila Diniz.
            Sobem os acordes
            violinos enchem o ar de emoções
            e trazem consigo
            o aumento do burburinho
            vozes e risadas perdidas no espaço
            risos tresloucados
            que no túnel do tempo
            eu sei, passarão
            enquanto eu poeta
            eu, passarinho
            só por cumprir a ordem do anjo
            que mandou-me ser gauche na vida
mas se voa para longe de  minha mente
cavalgando nas asas da imaginação
não me descuro –
é preciso que se diga!-
de minha companhia
a quem sempre e em tudo e tanto
sempre estarei atento
até quem sabe o dia em que se calem
os risos das festas
as vozes minimalistas
se transformem em síntese total
mera abstração
pedra
pau
toco
caminho
meio
parte
todo
sozinho
silêncio    ...
                ...para embalar o sono de seu Rodrigues
                sempre repimpado em sua cadeira de balanço
                onde palita os dentes.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A lei seca e a seca da inteligência da lei

Preferi esperar o fim-de-semana, para redigir o pitaco a seguir. Para poder me manifestar com um certo distanciamento dos fatos. De cabeça mais fria e a situação mais amadurecida.
E começo dizendo que  não me lembro de, há muitos anos atrás, haver o número e a violência dos acidentes de trânsito que testemunhamos a cada dia deles em vrtude dos efeitos do álcool, embora vários de nós dirigíssemos  muitas vezes sem condição mínima de segurança.
É verdade que havia um menor número de automóveis em circulação, e que os carros eram bem menos potentes, aceleravam menos e eram também feitos de forma a que, em uma batida, até que todo o material do motor fosse consumido e se retorcesse, a pessoa teria uma segurança de um impacto menor, motorista ou passageiro.
De lá para cá, embora não tivesse havido um aumento do número de vias de circulação ou até mesmo da largura delas, pelo menos não na região central de nossas cidades maiores, o número de carros experimentou uma ampliação exponencial. E com mais carros se acotovelando em uma região limitada, o número de choques e encontrões e trombadas - os famosos abalroamentos dos BO devem ter ficado mais comuns.
De mais a mais, aumentou em muito a capacidade de aceleração e velocidade dos motores, o que é um convite a maior número de imprudências e maior número de acidentes. Em cidades com São Paulo, e outras com suas vias expressas, de 4, 6 ou até 8 pistas para acomodar todo o fluxo, a velocidade pode atingir limites antes inimaginados.
Conta também o fato de novos esquemas de segurança, alguns até obrigatórios, proporcionarem aos motoristas uma sensação de maior resistência aos problemas, o que os leva a cometer certos exageros ao volante. O que faz lembrar uma frase de Schumpeter, creio eu que em Socialismo, Capitalismo e Democracia, em que dizia que, os homens passaram a acelerar mais não em função da ampliação da capacidade dos motores mas, exatamente por força da melhoria dos sistemas de .... freios.
Quanto à questão dos materiais de que são feitos os automóveis, dizem os entendidos que, embora sejam aparentemente mais sujeitos a se retorcerem, os novos materiais assim se comportam por sua muito maior capacidade de absorção de impactos quando comparados aos antigos e pesadões carros produzidos.
A prova disso é o fato de, embora o estrago material ser visivelmente maior, a segurança dos motoristas ter aumentado mais que proporcionalmente, como o indica a gaiola que protege os pilotos de corridas de automóveis, que saem incólumes de acidentes a mais de 200 ou 300 km por hora. 
***
O certo é que, aumentadas as causas de acidentes, aumentou o número deles, e até a melhoria das estatísticas nos mostrou o óbvio, que a ninguém preocupava antes, exceto às famílias das vítimas.
E a sociedade, em sua própria proteção, decidiu adotar as medidas necessárias para evitar a reunião explosiva da dupla álcool e direção.
E foi implantada a lei, dita seca. E, embora em seu início a fiscalização não pudesse ser chamada de rigorosa, muitos motoristas flagrados dirigindo bêbados foram punidos e, com as pesadas penalidades previstas, em especial a multa, aquela que afeta imediatamente o órgão mais sensível do ser humano, seu bolso, o número de acidentes começou a regredir.
***
Foi o suficiente para que a fiscalização, já deficitária, ficasse mais frouxa e o número de acidentes voltasse a se manifestar.
Aqui mesmo, na época de fim de ano, festas, férias, chuvas e excessos (cansaço, imprudência, pressa de chegar, velocidade e.... muita bebida, que ninguém é de ferro!!!) já comentamos da quantidade de acidentes, vários deles com vítimas fatais.
São perdas de vidas preciosas, claro, e que, para cada família enlutada tem um significado e uma dimensão que somos incapazes de comentar. Mas, além dessas vidas interrompidas, há o problema dos vários cujas vidas serão irremediavelmente afetadas por incapacidades de todas as espécies.
E, se não são importantes as perdas materiais, que existem também, frente às perdas humanas, há o problema sério de saúde pública envolvido. Custos de hospitalização, da perda da capacidade laboral de tantos que tornam-se incapacitados de várias maneiras...
E nem vamos contar com seguros, etc. etc.
***
E, se a estatística nos assegura que, na maioria das vezes, a combianção explosiva de acidente e álcool, estava ou esteve presente, então não há como ficar contrário à lei seca.
E foi o que decidiu o Congresso ao propor, aprovar, a lei de tolerância zero.
Embora, a lei de tolerãncia zero, mesmo em vigor, não impeça de quem quer que seja (e que beba), continue se divertindo e, irresponsavelmente, pegando o volante e expondo a si mesmo e a outros inocentes a sua inconsequência.
Como toda lei que, embora em vigor, não acaba com os homicídios, furtos e outros crimes em qualquer sociedade, apesar de suas penas, às vezes tão severas.
***
Tudo isso para falar que estou de acordo com a lei, com a tolerância zero, com a punição, mas...
Devagar com o andor. Para que a lei seca não faça secar nossa capacidade de racicocínio e, especialmente, nossa capacidade de emitir juízos e opiniões.
Digo isso, a propósito do acidente que houve, em São Paulo, em que um rapaz, representante comercial, já com um processo instaurado por ser flagrado dirigindo bêbado, participou de um acidente de trânsito na madrugada do início do ano, que resultou em uma colisão, capotamento e morte de uma moça grávida e de seu feto.
No carro do rapaz, bebidas, cerveja, acho que vodka, configurando as provas de seu crime.
Pior ainda, a combinação explosiva: o rapaz confessou o uso de cocaína, poucas horas antes do acidente.
Comoção. Prisão. Reportagens para averiguar por que o jovem, que não deveria estar ainda habilitado estava com sua carteira revalidada e em uso.
Isso do lado do massacre. Da mídia. De quem deveria informar com isenção. 
Já condenado, o rapaz seria ainda incurso no artigo de homicídio doloso: aquele em que há intenção de matar, ou que o agente assume os riscos das consequências de seu comportamento.
***
Antes de prosseguir, gostaria de manifestar minha ignorância (mais uma vez!!) e manifestar uma dúvida, que talvez, algum dia, quem tiver conhecimento desse blog possa me ajudar a esclarecer: a intenção é sempre de matar, no dolo? O irresponsável do motorista não poderia estar assumindo apenas o risco de cometer algum tipo de acidente, como a colisão? 
Ou seja: estou dirigindo e faço uma conversão proibida, da qual advém um desastre. De minha atitude, posso dizer que assumi o risco da conversão, da batida, do acidente, mas... daí a pensar que o acidente teria ou poderia ter uma repercussão muito mais grave não seria exagero? 
Afinal, para que a repercussão de certo gesto errado meu pudesse ser tão violenta, não teria o outro participante do fato de ter também uma parcela de contribuição.
Ora, quem faz a conversão não iria fazer em grande velocidade, sob risco de virar o veículo. E se o fizesse e na batida o choque fosse tão violento que tivesse consequênciias trágicas, o outro participante da tragédia não teria também que estar em velocidade talvez não compatível com a do local???
Diferente seria no caso de um atropelamento, mas... nessa guerra de trânsito entre veículos e pedestres, o pedestre sempre é a parte mais fraca. E, normalmente a que tem razão. Ou não, caso atravesse fora da faixa, sem prestar atenção à sinalização, etc. etc.
***
A questão é que, mais uma vez, a imprensa escolheu o alvo para seu bombardeio e o representante comercial prestava-se magnificamente bem ao papel de vilão. Até por seu passado recente, e sua experiência com bebida e direção.
E a imprensa tinha o outro ingrediente: a comoção causada por uma jovem que morre, grávida. Cujo bebê ainda teve seu parto realizado, mas em vão.
E que o pai já havia sido vítima de uma perda anterior, viúvo que era. E, agora, mais uma vez, assumia a condição de vítima em circunstâncias tão dramáticas.
Ninguém nem percebeu a contradição logo apresentada. Quem dirigia o carro onde estavam as vítimas? A princípio, diziam que a jovem. Embora parentes da moça afirmassem que ela estaria no banco de trás, incapacitada de dirigir por sua situação.
E de onde vinham as vítimas? De uma comemoração, mas ninguém - DAS VÍTIMAS - haviia ingerido álcool. Embora também ninguém tivesse ser preocupado em medir, com o bafêmetro essa afirmação. 
Ou seja: tendo alguém a quem condenar à mão, e já tendo uma família vitimada da forma mais virulenta, pela sua própria destruição, não havia mais necessidade de se verificar nada na história.
E, como sempre, a mídia fez seu triste papel: caiu de pau no rapaz incorrigível. E dá-lhe noticiário e ameaças de prisão, condenação, etc.
E isso não mudou nem mesmo quando o marido, sobrevivente, admitiu que era o condutor do veículo vitimado. E nem mesmo quando, depois, testemunhas relataram um avanço de sinal do carro das vítimas.
Avanço afinal confirmado pelas câmeras, sempre indiscretas, espalhadas por nossas cidades.
Que dessa vez confirmaram: a vítima é que era a causadora do acidente. O suposto responsável, afinal, era a vítima real.
***
Meu problema aqui é chamar a atenção apenas para um fato. Alguém toma uma cerveja, uma só. Ou menos ainda. Sai de casa. Dá uma volta no quarteirão e, nesse trajeto, encontra-se com um suicida dirigindo em sentido contrário e pronto a atirar seu carro, em velocidade contra um poste ou um muro. Nesse momento, o carro daquele que bebeu pouco cruza o caminho do outro...
Tendo êxito aquele condutor que queria por fim a sua vida, ninguém vai lembrar de verificar se ele provocou o acidente. Ele vai virar a vítima, Talvez ainda vá parar na história como vítima de um mal súbito. 
Já o teste do bafômetro indica a presença de álcool, em quantidade mínima, mas presença sempre no outro motorista que sobrevive ao acidente(?)
O que diria nossa imprensa? O que seria da vida do inocente - cujo crime maior foi estar no lugar errado na hora errada e com alguma dose mínima de álcool em seu sangue???
***
A história claro é inventada. Mas, que eu fico matutando o que aconteceria se, com a lei seca a gente tivesse impedindo mortes, inclusive do bom senso, isso também é verdade.

Buscando modelar ...vida

Não sou uma equação
talvez uma incógnita
aquelas de letra grega
ignota
termo final de expressão
do rodapé solitário
da página do fim do livro
(não a incógnita x
sobre a qual todos nos debruçamos
a resolvê-la)
tampouco sou um sistema de incógnitas
afinal, mesmo complexo
careço da capacidade divina
de multiplicar meus complexos
            não sou uma inequação
e não me resolvo em soluções indeterminadas
não sou estático, participo
e, desta forma, não alcanço o equilíbrio
pretendo-me dinâmico
no constante renovar
de quem experimenta a vida.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Castelos de areia

Transposta a arrebentação
A muralha de arrecifes de corais
Espraia-se o mar na areia
Águespuma penetrando as entranhas da terra

Na areia fina, ardente,
Erguido em circunvoluções pelo vento
Eu me encolho

Faltam nuvens no céu imenso
De azul do inverno intenso
Folha de papel onde rabisco
Com meu pensar o verso denso

Fixidéia que atormenta-me
E macula o espaço transformado
Rascunho obsceno
Fruto de pobres garatujas
Que se desvanecem em sonhos
            Imagens
            Como os castelos de areia
            Que o vento arrebata na praia
            E leva de volta ao mar.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Meu viver

MEU VIVER

Quando eu vi o seu rosto
perdi o sossego
quero estar a seu lado
fazer-te um chamego

Você é a paisagem
é a luz de meu dia
você é minha miragem
é a minha fantasia

Você é a inspiração
que alimenta meus sonhos
a alegria que andava perdida
você é minha razão de ser
tudo que eu desejo ter
prá ocupar o vazio da minha vida

Ah! menina, a meiguice
doce, deste teu sorriso
é a razão e o sustento
de meu sentimento
Ah! menina, a malícia
de seu jeito de me olhar
faz o meu sangue ferver
o desejo me dominar

Ah! menina, mulher
que minha vida azucrina
você me faz delirar
seu jeito me alucina
menina, tentação
causa do meu sofrer
você é o meu desejo
você é o meu viver

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Energia.... de Ano Novo

ENERGIA

A energia é a mãe da idéia
a idéia do tempo e da matéria
é a luz, o vento,
é o instante
volátil de nosso pensamento

A energia é a força
é a vontade, a certeza
a gravidade e o peso
a beleza, a leveza

É corrente
água cristalina
é o fogo do corpo da menina
o ruído do som, o trovão
o raio de amor
é o verso
poema e  inspiração

é batuque, é axé
música e alegria
é a vontade e a fé
a mágica da alquimia

A energia é calor
raio disperso, transformação
onda de luz do universo
a loucura da paixão

A energia é o mar
a onda, o movimento
a explosão incontida
é a paz que vem de dentro
o sangue que irriga o corpo
a energia é a vida.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Passagem do Ano

Minhas meninas
Estão crescendo
Criando espinhas
Virando moças
            Meu menino
            Já me passou em altura
            E arrisca a gilette
            Curvo frente ao espelho
Minha mulher
Continua sendo
Alegre, jovial, simpática
Segue sendo linda e sensual
            Só eu é que no passar do tempo
vou me vendo
envelhecendo...
          

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Contagem do tempo


            O tempo que conto
            não conta tempo
            é fictício
            abstrato
            como se o tempo burocrático
            fosse tempo concreto,
            talvez por ser assim moroso
            pesado fardo
tempo lento de passar
            Como se na repartição, na vida
            que vivemos parcelada, parcial
            o desperdício do tempo
(esse fato tão banal!)
            fosse exceção, não a regra
            que faz do tempo prisão.