REFERÊNCIAS E HOMENAGENS
Play it again, Sam
deixe que a música inebriante
conduza nossa alegria,
como a fonte levava a flor nascida no monte
para o mar
fora, ao longe,
no escuro da noite, o mar bramia
e erguendo o dorso altivo
parecia expressar inaudíveis
vozes d’África
há dois mil anos embalei meu grito
revejo-o agora, entrecortado,
pela risada de Irene
Irene preta, Irene boa
sempre de bom humor
sempre animando as festas
gosto de festas onde me solto a sonhar
como se estivesse em Pasárgada
na cama das amigas do Rei
tão lindas todas
tão faceiras,
brejeiras como são as brasileiras
de encantos mil
Como a Bárbara, bela, do norte estrela
ou Inês posta em sossego
como a mulata que passa com graça
a Gabriela da canela
Iracema dos lábios de mel
ou como a musa
que sendo uma
enfeixou como atriz
todas as mulheres do mundo
na pele de Leila Diniz.
Sobem os acordes
violinos enchem o ar de emoções
e trazem consigo
o aumento do burburinho
vozes e risadas perdidas no espaço
risos tresloucados
que no túnel do tempo
eu sei, passarão
enquanto eu poeta
eu, passarinho
só por cumprir a ordem do anjo
que mandou-me ser gauche na vida
mas se voa para longe de minha mente
cavalgando nas asas da imaginação
não me descuro –
é preciso que se diga!-
de minha companhia
a quem sempre e em tudo e tanto
sempre estarei atento
até quem sabe o dia em que se calem
os risos das festas
as vozes minimalistas
se transformem em síntese total
mera abstração
pedra
pau
toco
caminho
meio
parte
todo
sozinho
silêncio ...
...para embalar o sono de seu Rodrigues
sempre repimpado em sua cadeira de balanço
onde palita os dentes.
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