A PASSAGEM DE GILDA
Às
vezes eu a via
Descendo
a Bahia
Andando
absorta
A
fisionomia serena
A
figura alta, esguia
Sempre
elegante.
Pensava
chamá-la
Gritar
o nome amigo
Que
tantas vezes eu já pronunciara
Mas
calava-me
Temia
romper o encanto
De
vê-la desfilando como em nimbos
Temia
interromper o diálogo
Que,
mentalmente,
Parecia
que ela vinha estabelecendo
Com
os anjos
D. Gilda hoje não desce
mais a Bahia
E não a vejo mais passar
a meu lado
Iluminando mesmo as
manhãs
Do mais radiante sol
Meu grito,
soluço
Não pode mais
atingi-la
Mas
estou certo
Que
continua caminhando
O
mesmo olhar postado no infinito
O
mesmo semblante plácido
A
mesma postura elegante
Desfilando
por entre estrelas
Acompanhada
ainda
Do
mesmo séquito de pequenos
E
alegres anjos.
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