terça-feira, 4 de setembro de 2012

Rajada de ventos


Ventania feroz
Que investe contra o centro da cidade
E avança veloz
Cruzando esquinas
Fazendo esfriar as tardes

Nos passeios gente agasalhada
Apressada passa fugindo do frio
Que à noite torna o centro da cidade
Num local triste e vazio

Vento, redemoinho
Rodopio de poeira
Que levanta o lixo que na esquina
Foi abandonado
E brinca girando no espaço
A folha do jornal rasgado
Que flutua ao lado do pedaço
Pardo de papel picado

Vento que carrega
longe o sonho do bilhete não premiado
do papel de embrulho embolado
ao chão lançado sem qualquer cuidado
restos de alimentos a esta altura já contaminados
lixo que não atravessa a rua
em respeito a luz vermelha do sinal fechado

Vento que eleva aos espaços
Pedaços de algodão, em chumaços
Que ganham os céus onde aparentam estar pregados
E se transformam em nuvens
que tornam os céus mais enfeitados
e viajam ao sabor dos ventos
como pássaros alados.

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