segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Cenas de um domingo modorrento


Como o pedreiro
Que limpa colheres, escápulas e cinzéis
Guardando-as com cuidado ao fim de um dia de trabalho
O carpinteiro que limpa o serrote e o formão
Para depositá-los na  caixa de ferramentas
Ou o marceneiro que reúne lixas, pregos e martelos
Em plena tarde preguiçosa de domingo
Esparramado em um banco de praça
Entre casais de namorados
Um andarilho, barbado, sujo, maltrapilho
Cuidava com esmero de seus pés
Cortando as unhas
Massageando os dedos,
Zelando caprichoso por seu instrumento de ofício.

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