quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Ronaldinho culpado, Galo espoliado e o Kalil... calado

Enfim, vai se configurando o quadro: o juiz, acusado de omisso, acaba absolvido por ter agido da forma como agiu. O jogador que participava da jogada, aquela mesmas que foi considerada normal, pelo juiz, durante o jogo, e pelo tribunal que absolveu o juiz, acaba condenado a um jogo de gancho.
Claro que falo, indignado, do resultado do julgamento ontem, de Ronaldinho Gaúcho e de Héber Roberto Lopes.
E, não há como, nesse instante, não acreditar que estão se confirmando as nossas piores suspeitas, aquelas que alimentam a velha neura de estar em curso uma teoria da conspiração.
E, enquanto isso acontece sob nossas barbas, uma curiosidade me domina: onde está o Kalil? O que está fazendo o dirigente falastrão do Galo. Não que as posturas e atitudes dele tenham sido ou sejam todas equivocadas. Equivocado é o jeito que ele reage, passionalmente, com o coração de torcedor que ele é e não nega. Comportamento que acaba atraindo para o time que ele dirige apenas a atenção, a ira, o despeito até, de todos aqueles mau-caráteres que vicejam no meio esportivo nacinal (eu ia me referir ao futebol apenas, mas a questão todos sabem, é bem mais ampla).
Mas, voltando ao Kalil, ao não agir da forma que se espera de um dirigente, com frieza e racionalidade, na hora certa e de forma planejada, ele acaba atraindo rancor e ódio daqueles cujos interesses estão em jogo.
Foi isso que aconteceu quando, corretamente, agindo como representante do Clube dos 13, recusou-se a permitir que se perpetuasse o privilégio da poderosa Rede Globo, em relação à negociação dos direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro.
E o resultado de tanta declaração estapafúrdia, cujo único efeito foi ganhar as manchetes e capas de jornais? O Clube dos 13 se desfez. Todos os clubes principais do Rio e São Paulo, movidos pelo canto da sereia da grana milionária da Globo e dos contatos de sempre assinaram com a platinada. E, no fim das contas, para não dizer no fim da fila, o próprio Galo teve que assinar também com sua, agora, inimiga.

Colocar toda a imprensa carioca, ou a parte mais significativa dela contra o time foi o resultado colhido ao final da história.
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E esse é apenas um dos casos do comportamento típico de histrião adotado pelo presidente do Galo. Que conseguiu, pelo que li ontem no Estadão, colocar até mesmo o diretor do Flamengo, aquele diretor-Zinho torcendo pelo Fluminense...
Que esse infeliz tenha dado a declaração que deu, 'que qualquer um pode ser campeão, menos o Atlético-MG', mostra não apenas sua estatura-zinha, mas como o ambiente está criado para o Galo não ser campeão, mesmo que seja o time de maiores méritos para tal conquista.
Alega o jogador que ficou famoso pela característica de jogar tão objetivamente quanto uma enceradeira, que sua ira é em função de declarações do presidente do Atlético. E que por conta de tais declarações é que criou-se um ambiente hostil indevido, para o jogo entre o tristre time que ele dirige e o Atlético.
A título apenas de recordação: o jogo foi lá no Rio, nos domínios do time que ele diz que dirige (já que não tem autoridade nenhuma por exemplo, em relação ao jogador Adriano). E se houve alguma hostilidade, foi da torcida do time que ele diz dirigir contra um jogador que, por não receber salários do time que ele .... e que agora, infelizmente para ele, está recebendo em dia no Galo. E jogando bem, como todo mundo envolvido em acordos que são cumpridos, mesmo que quem os cumpra se chame Kalil.
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Mas, o fato é que se Kalil atraiu a ira contra o Galo, a ponto de ter sido denunciado pelo Kajuru que o Atlético não seria campeão enquanto a gestão da CBF não passasse por mudança séria e uma verdadeira faxina,  o que causa estranheza é a passividade que o presidente atleticano tem demonstrado recentemente. Como se, finalmente, tivesse criado 'juízo' e resolvido deixar de exercer o sagrado direito denominado ius sperneandi. Direito de espernear.
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Mas só que já está na hora de toda a imprensa mineira se unir e denunciar todo o  complô para prejudicar o time mineiro ou os times mineiros. E já está na hora de o Kalil começar a adotar medidas que sejam capazes de impedir que o Atlético continue sendo prejudicado como tem sido até agora.
Apenas que, pelo bem do Atlético e até para atrair a simpatia de outras torcidas, outros clubes, estados e órgãos da imprensa, que a ação seja bem planejada. Como uma verdadeira campanha de marketing e de convencimento. Sem o destempero que caracterizou outras reações.
Também sem o Galo pousar de coitadinho. Uma campanha de denúncia altiva, de um time orgulhoso e capaz de superar até mesmo a baixaria que, infelizmente, caracteriza o futebol em nosso país.


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