Seis e quinze
O ônibus passa lotado
Sem qualquer espaço vago
Sequer para pensar
Lá dentro
Cabelo engomado
Um rapaz se espreme todo
Sem conseguir respirar
Às sete
Permanece o movimento
E uma senhora agradece ter lugar para sentar
À menina de cabelo alisado
Que, de mochila, às costas
Está aflita para saltar
Às oito
Quando o horário de pico
Dá lugar a seu ritmo normal
Os passageiros esgotados
Finalmente acomodados
Veem as luzes da
cidade se afastarem
Dançando alucinadas
Em fuga por corredores
Que parecem nunca terminar
É a hora que bate o cansaço
O passageiro cochila
Até que um novo solavanco
o lance pra fora do banco
E o faça despertar
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