Agora sim, o Brasil tem um novo campeão de futebol. Como dizia um antigo personagem de um quadro de programa de humor, creio que estrelado por Agildo Ribeiro, na hora certa. Nem antes da hora, como no domingo, nem depois da hora. Na hora.
Então, parabéns ao Cruzeiro, pelo título que ele soube conquistar, como o demonstra com sobras a diferença de pontos para o segundo colocado, ainda distante quatro rodadas de seu final.
Pena que alguns cruzeirenses não entenderam a crítica que fiz, não ao time, nem à conquista ou à torcida, mas aos que exploraram a paixão da torcida, vendendo a ideia de que o jogo decisivo - e portanto, merecedor de que a torcida pudesse ser achacada com preços de ingresso completamente exorbitantes - fosse aquele contra o Grêmio.
Pois bem, não existe jogo decisivo quando o campeonato é conquistado a cada rodada. O que existe, isso sim, é o jogo que sela e assegura o título. O que aconteceu ontem, no Barradão. Nem antes, nem depois.
O que era, sim, uma questão de tempo. Para coroar, como disse aqui antes, e em várias ocasiões, a campanha do time que levou mais a sério o campeonato. Que montou o melhor elenco, ou mais equilibrado. E que trouxe o técnico que desde o primeiro momento tenho elogiado, por sua capacidade, por sua dedicação e seriedade.
Dizer que Minas é agora o estado do futebol, em minha opinião é bobagem. Temos sim, o campeão da Libertadores e o campeão do Brasileirão.
Mas, é bom sempre lembrar que futebol é momento, como o mostra o time campeão do ano passado, o Fluminense, que amarga agora a possibilidade de voltar para o lugar de onde não deveria ter saído: a segunda divisão. E que só saiu, por força e atuação da CBF.
Além disso, não podemos deixar de lado o fato de que há ainda, em disputa, um outro título, de dimensão nacional, como a Copa do Brasil.
Que tem em disputa o time que eliminou justamente o agora campeão do Brasileiro - o Flamengo, e o outro rubro-negro, primeiro time a interromper a campanha vitoriosa e invicta do campeão da Libertadores, na Independência - o Atlético Paranaense.
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Aliás, por falar na disputa do título da Copa do Brasil, vale fazer o mesmo comentário que fiz em relação à exploração da paixão do torcedor cruzeirense, no jogo de domingo último. É sacanagem, para dizer o mínimo, cobrar preços de ingresso que podem alcançar a 800 reais, sendo de 250 reais a entrada mais barata.
Até entendo o argumento de que trata-se de uma partida decisiva (essa sim, já que fruto de um mata-mata) e que o time merece esse sacrifício de sua torcida, até para que possa manter o mesmo plantel, ou contratar jogadores capazes de qualificarem mais ainda o grupo. Mas, convenhamos: em um país em que o salário mínimo não supera os 680 reais, cobrar o valor de uma terça parte apenas por uma partida, e logo de quem a cada semana lota os estádios, é mais que uma simples pretensão de elitização, uma sacanagem.
Pelo menos é isso que penso.
E, pensando assim, concordo com a ação do Ministério Público, ou Procon, que foi pedir satisfações do time carioca.
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