segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Vexame do Galo que, mais uma vez, não jogou no Canindé

Vamos aceitar a ideia - equivocada- de que, já definido o campeonato brasileiro, os demais jogos tornaram-se apenas amistosos e testes para montagem de elenco, etc. para a temporada de 2014.
A ideia é falsa, todos sabem, em função de que a definição até agora foi apenas do campeão e de um dos rebaixados. Há também outros times, como o Internacional, Flamengo, São Paulo, que sabem que não correm qualquer risco e que nada mais almejam, em termos de conquistas.
A verdade é que, para ao menos 6 outros times, a luta está muito renhida, e a tentativa desesperada de fugir ao rebaixamento é a tônica e o fato que dá emoção ao fim do torneio.
Para o Atlético Mineiro, campeão da Libertadores e já com participação assegurada na próxima edição daquela competição internacional, a situação é de testes, mas longe de ter como horizonte o ano de 2014.
Afinal, o time precisa se preparar e estar completamente focado para a disputa do título de campeão interclubes de futebol, com início marcado para daqui a exatos 30 dias.
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Assim, se o campeonato prossegue e tem ainda muita coisa importante a ser definida, creio que seja fundamental que todos, sem exceção, adotem como filosofia de trabalho o pensamento manifesto por Marcelo Oliveira, o excelente técnico campeão e bom caráter, acima de tudo.
Para Marcelo, até em respeito a todas as demais equipes que têm definições importantes a enfrentar daqui até a última rodada, é importante que todos os times entrem em campo com a mesma disposição, gana, vontade demonstrada nos jogos anteriores.
Marcelo não falou mas poderia ter dito, até em respeito ao próprio futebol, e principalmente ao torcedor. Esse que paga ingressos, com sacrifícios, durante toda a temporada, estando sempre sujeito à exploração da sua paixão clubística por diretores e cartolas sem qualquer respeito por quem, em última análise, é que sustenta todo esse circo que envolve o futebol e faz dele o maior espetáculo da terra.
Vá lá! Façamos a correção, por esse torcedor simples e abnegado, que junto com o governo e às dívidas que se acumulam com agências governamentais, é que sustentam todo o circo.
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Pois bem. Dou aqui esse pitaco, pensando no jogo do Atlético no início da noite de ontem contra a Portuguesa de Desportos ou Lusa, no Canindé.
Sinceramente, jogo que uma associação qualquer de torcedores atleticanos deveria acionar judicialmente, pedindo de volta o dinheiro do ingresso. Ou até mesmo o dinheiro gasto nas cervejas nos bares de Belo Horizonte, por exemplo, ou o dinheiro do pay-per-view, etc.
Porque, como diria o Neto, ex-jogador e agora participante das transmissões da Band: "Brincadeira".
O que o time do Galo fez ontem dentro de campo, foi simplesmente ridículo.
Confesso que fica até difícil comentar o ocorrido.
Tudo bem. Nem transcorrido o primeiro minuto de jogo, houve o lance de contusão de Réver, que caiu sozinho, de mau jeito resultando em um tornozelo torcido.
Claro que tal lance acaba influenciando o ânimo do restante do time que, preocupado em evitar contusões que possam significar o corte da disputa do mundial, acaba não querendo por o pé em bola dividida.
Mas, daí a começar a pipocar como alguns jogadores fizeram ontem, vai uma distância grande.
Tardelli, o grande Tardelli, cantado em prosa e verso como um dos maestros do time, cujo nome tem sido sempre cobrado para estar nas convocações da seleção nacional, simplesmente evitou tocar a bola. Nem digo que não quis entrar em disputas. O que ele fez foi tentar se livrar da bola a cada vez que ela chegava a seus pés, como se a bola estivesse queimando.
Resultado: a quantidade de passes que ele errou foi lamentável. Só não foi pior do que a jogada completamente displicente que resultou no segundo gol da Portuguesa. Fruto da cobrança de um lateral que ele para se livrar da bola tocou de qualquer jeito, e depois quando viu o que tinha feito, de uma tentativa bisonha de tentar afastar o perigo da bola passando pela entrada da área, dando um toque de calcanhar, apenas para ajeitar a bola para Henrique, o atacante da Lusa.
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Fernandinho não entrou em campo. Ainda correu no início, mas não recebeu quase bola alguma, exceto uma ou outra quadrada que sobravam ali na frente.
Luan, embora o mesmo jogador voluntarioso que tanto encanta à torcida do Galo, nada conseguia, salvo alguma arrancada que morria por não ter algum companheiro que encostasse a seu lado.
Carlos César mostrou para todos os atleticanos a falta que Marcos Rocha faz, mesmo se tivesse de entrar em campo de muletas. Não acertou uma jogada, além de distribuir pontapés para onde batesse o vento.
Com a contusão de Réver e sua substituição, Léo Silva parece ter ficado inseguro e falhando em lances que não costuma falhar.
Emerson, embora jogando mais tranquilo, ao menos aparentemente, também não conseguia acompanhar o veloz e atrevido ataque da Lusa, Diogo à frente.
A entrada de Júnior César no lugar de Réver apenas embolou o que já estava meio confuso e perdido. Parece-me que a ideia de Cuca foi testar um esquema de 3-5-2, que ninguém conseguiu entender, em campo.
Senão a entrada de Júnior César teria que provocar o deslocamento de Lucas Cândido para o meio, ajudando no primeiro combate ao veterano Gilberto Silva, que parece ter sentido o desgaste de tanto tempo fora.
Não sei, sinceramente, a intenção de Cuca. Sei apenas que deu tudo errado. Lucas e Júnior César batiam cabeça na lateral esquerda. Carlos César não marcava ninguém. O meio, era um buraco, sem qualquer jogador para cumprir o papel de Pierre, e o ataque perdeu o vôo. Parece que ficou esquecido no saguão de Confins. Oxalá ninguém o tenha levado para casa por engano e estejam no mesmo local na volta.
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Ridículo.
Mas, como tudo que está ruim sempre pode piorar, já perdendo por dois a zero, o time ainda resolveu que ia tocar bola, trocando passes em seu próprio campo de defesa.
Momento em que pode melhorar a estatística de passes certos, já que a Portuguesa, aguardando o Galo em seu campo, não apertava a marcação.
Poucas vezes que o time foi para a frente e chegou a ultrapassar a linha do meio campo, a marcação da Lusa apertava, fazendo a bola do ataque ser retornada para o meio e daí para a zaga, para começar tudo de novo.
Perdendo e jogando mal, o time se deu ao luxo de pegar a bola do meio campo para atrasá-la para as mãos de Giovanni, acho que em lance com Júnior César.
Ou seja: se os jogadores estão com medo de se machucarem, o que é natural, que não sejam escalados. Afinal, existe o risco da contusão.
Mas, que Cuca ponha então os juniores para jogos que valem alguma coisa, no campeonato, ao menos para nossos adversários.
Que Cuca ponha jogadores novos e que queiram mostrar futebol. Já que ontem, nem mesmo pode-se dizer que o jogo estava servindo como preparativo para o Marrocos.
Porque se esse é o tipo de preparo que está sendo feito, temo que nosso vexame no Mundial será maior que aquele do time na partida de ontem.
Em que a Lusa podia sair com uma goleada sem muito esforço.

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