Mesmo que, acreditando como acredito que esteja em curso um golpe contra a democracia brasileira, nem era mesmo de se esperar muito ou qualquer coisa diferente desse pretenso governo temer, salvo isso que a cada dia chega, mesmo que filtrado pela grande midia, a nosso conhecimento.
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Mas, devemos reconhecer que é curiosa a pequena nota da primeira página da Folha de São Paulo, edição de hoje, 4 de maio, de que o ministério de temer causa insatisfação em aliados.
Antes, uma observação: a Folha coloca tanto ministério como temer em maiúsculas.
De minha parte, enquanto deputado paulista e presidente licenciado do PMDB, e vice-presidente da República, Temer será tratado com a distinção que toda pessoa me merece. E seu nome virá em maiúsculas.
Mas, o governo de um golpista, de alguém que não tem nem nunca teve votos para almejar e agora, cavalgando um golpe vergonhoso, chegar ao assento de presidente da República, será tratado de agora em diante, nesse espaço, apenas em minúsculas.
Como merece.
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Pois bem, a equipe de temer, que iria iniciar promovendo os cortes desejados e cobrados pelo pensamento conservador no número de ministérios, e que a cada dia mostra mais o quanto é difícil promover os cortes exigidos, por questões de nossa composição de forças e alianças no Congresso, já está causando insatisfações nos principais partidos aliados.
E não por não estar havendo o tal corte, mas pelos nomes que têm sido apontados ou sondados pelo golpista.
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A ponto de no caderno Poder, coluna Painel, a nota que encabeça a coluna já estampar o receio de uma rápida reversão de expectativas, do golpista em relação ao seu mandato.
Bem que a nota ainda reconhece que ele não passa de um desconhecido, já que nunca foi conhecido nem mesmo em São Paulo, onde nunca teve votos suficientes para qualquer tentar se eleger por qualquer cargo majoritário.
O problema identificado por pessoas ligadas a sua equipe é sua incapacidade de apresentar qualquer resultado, em especial, aqueles que são manifestamente fruto de medidas que, ainda que necessárias não serão adotadas em ano eleitoral, caso da reforma da Previdência.
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Mas, a coluna segue afirmando que Renan optou por não indicar qualquer nome para a pasta de Minas e Energia, enquanto o PSDB se recusou a indicar nome para o ministério das Cidades.
O que não significa grande coisa: Eduardo Cunha já trabalha para implicar um de seus aliados em liderança da Câmara, o que indica que o réu que pode virar presidente do país mantém, se é que não aumentou seu prestígio.
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E a verdade é que é até possível que temer consiga reduzir de 39 para 26 pastas, o número de ministérios. Não irá, certamente é reduzir o número de cargos comissionados.
Até porque a história de seu principal ministro falado, Meirelles mostra o contrário.
Pelo menos foi assim no Banco Central, onde quis e teve derrotado seu projeto de contratar, de forma ilegal 7 assessores de segurança pessoal. Caso que ficou conhecido internamente como o dos sete gatinhos...
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Para mostrar o que não se deve esperar do governo ou desgoverno do golpista, entretanto, vale a nota também publicada na Folha de ontem, a respeito de opinião emitida pelo Senador do PSDB, José Serra, agora sondado para o ministério de Relações Exteriores, a respeito de Meirelles, quando este ainda era presidente do Banco Central.
Diz a Folha; Serra chamou Meirelles, seu provável colega de ignorante. E prossegue relatando que, em eventos com empresários em outubro do ano passado, Serra teria feito duras críticas a seu possível colega, afirmando desconhecer um presidente do Banco Central tão ignorante ou tão comprometido com especulação cambial como esse senhor.
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Ora, nem precisava da reportagem da Folha para lembrar que, desde muito tempo atrás, desde a época em que mantinha desnecessariamente a taxa Selic de juros elevada, apesar de a inflação encontrar-se abaixo do centro da meta, Meirelles já era alvo de Serra, um economista que sabe a importância para a econonia do setor industrial. Setor que foi destruído por políticas destinadas a favorecer a entrada de dólares em nosso país, para provocar sua desvalorização e imediata saída, com ganhos cambiais espetaculares para os donos do capital internacional.
Isso porque a desvalorização da moeda americana destruía a capacidade de nossa indústria fornecer em moeda nacional valorizada artificialmente as partes, peças, insumos, componentes, etc. necessárias para a produção nacional.
A política de Meirelles, embora saudada com ênfase pelos mercados financeiros condenou ao sucateamento nossa indústria de auto-peças, componentes, etc.
E Serra, tanto quanto Bresser Pereira sempre afirmaram isso, embora com ênfase distinta.
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A mesma matéria da Folha lembra de outra crítica de Serra ao ex-presidente do Banco Central, por não considerar que aquela autarquia fosse a Santa Sé, ou seja, por não concordar com a ideia de o Banco Central nunca cometa erros.
Para isso, a ideia de um Serra, à época candidato a presidência era da necessidade de o governo ter poder e controle sobre os erros passíveis de serem cometidos pela Autoridade Monetária.
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Mudou o país, muito e para pior. Mudou Serra, talvez. Ou ele está apenas tentando se cacifar para nova postulação à presidência em 2018.
Mas, a verdade é que toco nessa questão porque frequenta já a agenda de debates de temer a ideia de dar independência ao Banco Central, sugestão contida em proposta anterior de Renan, e que é classificada como de muito boa aceitação junto ao mercado financeiro.
Na verdade, nem sei porque...
Talvez porque o mercado já ganhou muito com o ex-presidente e atual nome forte para ocupar a Fazenda.
Talvez porque o mercado como qualquer pessoa de senso mediano e conhecimento idem, já ouviu falar e sabe da possibilidade fortíssima de ocorrência da chamada situação estudada como a teoria da captura.
Para aqueles que não são da área: a captura da agência reguladora (posto que o BC ocupa), pelos que deveriam estar sob sua regulação ou fiscalização.
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De minha parte, até por acreditar que temer é uma aventura sem qualquer possibilidade de união como se prentende, acho que a elogiar, na proposta do BC independente, apenas a inclusão nos objetivos desse órgão, da questão de manutenção de metas de emprego.
Isso se o mercado financeiro aceitar. E se essa preocupação não se tornar letra morta.
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Mudando de assunto, enquanto a histriônica, destemperada e golpista Janaína, que tanto mal está fazendo ao país com sua pantomima chinfrim de defensora dos direitos e da legalidade, dá espetáculos para ocupar as manchetes dos órgãos da imprensa, quem sabe atrás de uma oportunidade em algum programa da Globo, ouvi ontem uma argumentação sóbria e que exige, no mínimo a reflexão de todos que, de fato quiserem contribuir para um país melhor.
Foi de um dos convidados a falar no Senado em prol da defesa do governo, quando disse que, caso venha a prevalecer a ideia conservadora e dos setores conservadores, que entendem pouco ou quase nada de economia, de que o governo não pode, sob qualquer hipótese manter déficits fiscais, então não há mais o que se falar em política fiscal.
E Keynes deverá estar dando voltas em seu túmulo enquanto Roosevelt deverá estar preocupado, já que estará chegando à conclusão que a história não ensinou nada ou muito pouco a muita gente.
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Ou não. Afinal, é exatamente deixar a raposa tomar conta do galinheiro. É tirar o governo da condição de gestor dos interesses daquelas frações de classes mais desprotegidas da sociedade, é manietar o poder público e emascular o governo o objetivo principal de todos que acreditam que o mercado sozinho e soberando dá conta de resolver suas pendências.
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E como dizia Samuelson: o povo de Zig ou Zog teria muito a comemorar, já que os mercadores ricos, estariam produzindo a alimentação necessária, a que preço fosse, para a meia dúzia de sobreviventes do reino.
Mudando de assunto
O Galo enfrenta hoje seu principal desafio: vencer apesar de seu infeliz e inoportuno técnico, Aguirre.
Se vencer, o uruguaio terá mais alguma sobrevida, e o coração do atleticano ficará em condições de stress por mais tempo.
Não quero nem pensar na outra opção, que com um técnico que escala mal, mexe mal e não conseguiu dar padrão algum de jogo ao time, ganha muita força.
Afinal, de Aguirre, o máximo que se pode dizer é que deve jogar Patric. Não se sabe onde, nem quando, nem em que posição, nem mesmo que o reserva de nossa lateral jogue alguma coisa....
E p
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