Quando de sua primeira passagem pelo governo, então no cargo de Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles foi responsável pela manutenção do juro básico da economia, a taxa Selic, em patamar desnecessariamente elevado.
A manutenção de taxas tão altas lhe valeu críticas ácidas, especialmente quando a inflação declinante situou-se em patamar aquém da meta fixada pelo governo.
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Não é demais lembrar esse período, agora que o nome de Meirelles ganha força como o principal nome para compor a equipe econômica de um possível futuro governo Temer.
Também não é de se estranhar a recepção tão favorável do nome pelo mercado, em especial o mercado financeiro.
Estranho é, ao ser questionado, ouvir Meirelles vir falar de estímulos ao investimento. E ele não estava se referindo às chamadas aplicações financeiras, já que mencionou a retomada de contratações.
Está certo que, hoje, a questão do desemprego é, de longe, a maior preocupação daqueles que pensam a economia brasileira, fruto da depressão que estamos experimentando.
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Mas, ou o período que passou fora do governo Dilma fez bem para o ex-banqueiro, ou então, o discurso de Meirelles não pode ser levado por chocar-se frontalmente com as ações que costuma empreender.
O que nos leva a acreditar que, como ministro da Fazenda, podemos esperar um ajuste fiscal baseado em cortes draconianos, especialmente em programas e gastos sociais, não necessariamente por que Meirelles seja daqueles que critique ou discorde da necessidade de o país praticar políticas de destinadas a melhorar o perfil de distribuição de renda no país, políticas inclusivas. Mas, para criar uma folga, uma sobra de recursos que permita que juros possam continuar sendo elevados, e sendo pagos religiosamente como vêm sendo pagos desde há muito tempo, desde sua passagem pelo governo Lula.
Assim, sob o discurso da necessidade de se aplicar de vez um choque capaz de trazer a inflação para o centro da meta, antes de 2018, os juros deverão se elevar. Mas, como os juros são hoje o principal fator que tem proporcionado uma elevação preocupante da razão dívida pública/PIB, para que a alta dos juros não venha a pressionar muito o indicador, deveremos assistir a uma substituição dos gastos sociais pelos gastos direcionados aos grandes banqueiros e aplicadores.
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Aqui, nesse momento, quero deixar registrado que, sob a desculpa de conter uma inflação que já estava abaixo da meta, Meirelles foi senão o maior, um dos maiores responsáveis por nossa conta de juros sobre a dívida pública ter se expandido, a ponto de ter se tornado uma das principais, senão a maior causa do déficit e da deterioração das contas orçamentárias.
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Feito o registro, o passo seguinte é nos prepararmos para assistir ao receituário mais conservador possível, que será vendido como o remédio amargo necessário para voltar a colocar o país nos trilhos do desenvolvimento.
A começar da desvinculação das pensões e aposentadorias e benefícios pagos pela Previdência, do valor do salário mínimo, o que vai ampliar a desesperança e a incerteza de milhares de aposentados que já reclamam hoje de que sua situação apenas se deteriora.
Ao lado dessa desindexação, propostas de reforma da previdência também serão apresentadas, inclusive a de fixação de idade mínima para aposentadoria, com a inevitável fixação da mesma idade tanto para homens quanto para mulheres.
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Aumento de impostos serão necessários e vendidos como algo doloroso e, por isso mesmo passageiro. Embora a experiência indique que, com maioria conquistada no Legislativo, aprovar-se uma prorrogação de um imposto é bem mais aceitável que criá-lo do zero.
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Viveremos uma fase de privatizações e leilões de concessões que irão fazer corar até mesmo os defensores das privatizações do período FHC. Com direito a todo o tipo de armação e maracutaias que a memória curta do povo já esqueceu, e que à imprensa não interessa recordar, como as que envolveram no período de FHC, o ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, para citar apenas um caso.
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E, no tocante a outras reformas e medidas que iremos ver ser debatidas e até aprovadas, veremos a a discussão, na Câmara de uma reforma política que eliminará a má ideia de reeleição, apenas pelo fato de o presidente que está capitaneando e se beneficiando do golpe em curso no país, não tem e nunca teve votos, o que explica o fato de nunca ter se candidatado a qualquer cargo majoritário.
De quebra, assistiremos à aprovação de uma série de medidas destinadas a consagrar o atraso e o obscurantismo, inclusive aquelas que evitam que a questão de gênero e o respeito às opções sexuais sejam garantidas.
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E isso nem é culpa do Temer. Ou dos pastores que, cada vez mais invadem as dependências do Congresso. Isso é culpa de todos nós, que nunca demos o devido valor e consideração à questão da educação.
Tão simples assim.
Falta é educação.
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E, como não poderia deixar de ser, o América saiu na frente e reverteu a vantagem
Incluí no título 'como não poderia deixar de ser' apenas para deixar registrada minha decepção com o futebol apresentado pelo Atlético.
Mas, o que se poderia esperar de um time mal escalado - e agora, para piorar as coisas, ainda teremos de conviver com craques como Patric, ao lado do espetacular Leandro Donizete; de um time sem organização tática, em que jogadores são colocados em posição onde sabidamente não rendem o que podem, caso de Robinho no jogo de ontem; em que o técnico parece satisfeito com jogar com o regulamento debaixo do braço.
Posso e devo estar enganado, já que a Galoucura tem dado sinais visíveis de satisfação com Aguirre e seus resultados fantásticos, como o empate contra o Racing. Mas, se jogar na Argentina contra o Racing, pela Libertadores, pode ser considerado um bom resultado para o Galo, jogar da mesma forma contra o América é péssimo.
Por ser aqui, por termos a maior presença de torcedores mesmo no jogo de ontem, em que o mando era do Coelho. e por não termos jogado bem. Situação que tem se repetido com maior constância que eu desejaria.
E jogamos tão mal, ou de forma displicente, que grande parte do tempo, não fossem os lances de gol do América, o jogo deu foi sono.
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Sei não. Mas acho que com Aguirre não vamos longe não.
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