quarta-feira, 20 de abril de 2011

Intolerância religiosa disfarçada

Caio Blinder fala as asneiras que bem entende, agredindo sem qualquer razão as mulheres árabes (e, atirando no que viu acertou no que não viu e agrediu de uma só vez a todas as mulheres do planeta), e fica por isso mesmo.
Sarkozy, para recuperar o prestígio abalado junto ao eleitorado francês resolve que vai invadir o Líbano e tanto faz e apronta que pressiona à ONU a iniciar uma ofensiva que ninguém sabe justificar nem coordenar. Ou, no mínimo, ninguém mais quer fazer uma coisa ou outra.
Depois mais uma de Sarkozy, ao propor e fazer aprovar lei que proíbe as mulheres muçulmanas de saírem às ruas de burka ou burca. No caso, a alegação é de que a peça de vestuário impede a identificação da pessoa e permite a adoção de comportamentos e atitudes ditas terroristas. Ou seja, segurança, vá lá.
Não conheço a realidade da França e de suas cidades e seu povo. Não sei se nessa semana de Páscoa e de tantos eventos religiosos, ainda haveria a possibilidade de uso do véu pelas fiéis mais tradicionalistas.
Mas, finalmente, passa também na França de Sarkozy a idéia de se impedir a realização de manifestações religiosas nas ruas e em espaço público, em especial a realização das orações dos muçulmanos.
Já havia emitido essa opinião, mas não a postei. Mas, Jânio de Freitas a publicou ontem em sua coluna na Folha. Não há problema a precedência. Vale o que ele pergunta, inocentemente: quem fizer o sinal da cruz, ou nessa semana de procissões católicas tradicionais, e em outros eventos como as celebrações de missas públicas, será que o governo francês agirá, laico como é, no sentido de proibir as manifestações e punir seus organizadores?
Ou tudo não passa de mais um episódio, triste e cada vez mais comum e preocupante, de intolerância religiosa?
***
No caso de Blinder, não há como o jornalista ser punido ou o governo intervir para que ele sofra alguma censura (não a censura de impedir de falar as asneiras que ele queira!)?
Pergunto isso porque sua atitude envergonhou a todos nós e a todo o país.
Mas esperar da Globo qualquer tipo de admoestação, só se for esperar sentado. Em poltrona bastante confortável, para não criar muitas escaras.

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