PARE NO P
Pare no p do pecado
da pobreza disfarçada em jornais
do presidiário torturado
do preto que marca a entrada
da preta que marca a saída
polidamente.
Pare no p da palavra
do político falastrão
do plano de emergência
do técnico de plantão.
Pare no p da propina
no p da pura piscina
de água azul cristalina
no pé daquela menina
mais p que a própria retina
pode sequer vislumbrar.
Pare no p do poema
do grito de pavor do poeta
no p do apito
que paira no ar
abaixo da placa
Proibindo parar.
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