quinta-feira, 7 de abril de 2011

O combate entre o dragão da inflação contra o câmbio guerreiro!!!

E o dólar, hein?
Na briga do mercado com as autoridades econômicas ganham os especuladores, os aplicadores internacionais, os detentores de capital externo.
Perde a indústria nacional, o setor real da economia, o trabalhador que, em pouco tempo estará perdendo postos de trabalho. A própria economia, em franca desaceleração.
Mas, o mercado financeiro, guiando-se apenas pelo deus mercado e pela bíblia do lucro, quanto mais fácil melhor, não está nem aí. E continua cobrando do Banco Central medidas destinadas a controlar a inflação. Em especial, baseadas na elevação de taxas de juros.
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Em minha opinião, bem mais significativo que o problema da aceleração inflacionária é a fragilização a que, pelo fato de o câmbio estar completamente fora de nível, nossa balança de transações correntes está submetida.
Em última instância a fragilização de nossas contas externas, que nos torna cada vez mais refém do capital externo, necessário para financiar nosso déficit corrente.
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Mas o mercado não está nem aí para isso. Insiste nos juros elevados, responsáveis por atrair para ser aplicado em nosso país, um volume recorde de recursos externos, como anunciado ontem.
Juros altos, num mundo em que as taxas praticadas por outras economias estão muito baixas, quando não nulas, acaba tornando nossa economia extremamente atraente. E a enxurrada de dólares para cá direcionados é prova disso.
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Vá lá. O real excessivamente valorizado significa preços internacionais mais baixos e uma forma de o governo conseguir manter certo controle sobre o nível de preços aqui praticados. Seja por força da concorrência dos produtos internacionais, seja porque insumos e matérias primas e partes, peças, componentes importados entrarem aqui mais baratos, rebaixando o custo de produção das montagens e produtos aqui gerados.
Mas, se ajuda a combater a inflação, representa também, e cada vez mais, a possibilidade de desnacionalização (quebra) dos setores produtores desses insumos, matérias primas e etc. E, quando a liquidez internacional se evaporar, os preços de nossas commodities exportáveis ficarem mais comportados, e o capital internacional não estiver mais disposto a continuar nos financiando (devido à elevação do risco de crédito), então...
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Ou quem sabe, para o pessoal do mercado financeiro, como dizia Keynes, isso é futuro, e no futuro, todos estaremos mesmo mortos...

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