A notícia dos programas de domingo à noite na televisão, no estilo do Fantástico, dava conta de que o ex-governador e atual Senador por Minas Gerais, Aécio Neves, foi apanhado em blitz promovida pela Polícia Militar, para punir motoristas dirigindo alcoolizados.
No Rio, em Leblon, uma vez que, quem o conhece, sabe bem que de Minas, o menino do Rio não deseja nem a lembrança de um quadro na parede.
Minto e estou sendo injusto. Com seu carisma e simpatia inegáveis, e jeitão de menino da roça, que ele sabe como poucos representar, deseja os votos. Mas isso em época própria.
O problema é que, o pretenso líder da oposição estava com sua carteira de habilitação vencida e, alegando que não poderia estar dirigindo (embora estivesse!), recusou-se a fazer o exame do bafômetro.
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OK. A lei assegura a todos, independente de qualquer característica pessoal, mais ou menos favorável, não fazer prova contra si mesmo.
E, como milhares de outros pegos pelo país afora, Aécio recusou-se a fazer o teste.
E, contratando um motorista (taxista) para conduzir seu carro, já que estava impedido, foi embora.
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A reportagem não falou se ele foi informado que, em cumprimento da lei, ao recusar-se a fazer o teste de teor etílico, deveria ser conduzido ao IML, onde um médico perito deveria proceder à realização de um exame clínico.
Nem informou se o exame foi feito, o que parece óbvio não aconteceu ao Senador.
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Escandalosa foi a nota que a assessoria do político emitiu, elogiando a lei e dizendo que, por estar com a carteira vencida, é que se deu a recusa do teste do bafômetro, que o ex-governador teria admitido fazer, caso sua habilitação permitisse que ele permanecesse na direção do veículo.
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1° ponto: de se louvar que o político não estava com carro oficial, conduzido por motorista do Senado.
2° ponto: pela nota oficial, fica combinado assim, um delito, qualquer que seja, anterior, torna todas as ações subsequentes, inexistentes.
Ou seja: já que estava errado ao não estar habilitado, não podia estar dirigindo e não estava pois, dirigindo bêbado. Não porque não tivesse bebido (já que o teste não foi feito) mas porque não podia haver o evento 2, sem a ocorrência do evento 1.
3° ponto: a mais recente vítima da lei seca não é Aécio. Foi a própria lei.
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