Não joguei na mega-sena. Sem palpite, não quis arriscar qualquer dinheiro, e muito menos enfrentar as filas das lotecas.
De mais a mais, como não tenho muita simpatia por alguns dos números sorteados, qualquer aposta que eu fizesse não seria a premiada, impedindo-me de dividir o prêmio com o apostador paranaense, que faturou sozinho os R$ 37 milhões da bolada.
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Outra aposta errada que fiz foi relativa à SELIC, que foi elevada em 0,25%, retornando ao nível de 7,5%.
Uma elevação que alguns analistas de mercado já estão considerando pouco significativa e incapaz de conter a escalada de preços. E que alguns já temem que possa ser uma decisão do tipo do tiro que saiu pela culatra.
Afinal, o BC reconhece que a inflação está dando sinais de desequilíbrio e que as medidas até aqui adotadas mostraram-se inóquas. Reconhece assim, a necessidade de mexer na política monetária e subir os juros. Mas o faz de maneira frágil. O que servirá para alimentar as especulações em torno da necessidade de futuros aumentos. Do ponto de vista das expectativas, pode vir a agravá-las mais que tentar amainá-las. A ver.
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Lembrando o prof. Samy Dana, da FGV, para quem parte da inflação é de responsabilidade dos empresários que preferiram ampliar suas margens, mantendo seus preços ao invés de reduzi-los, repassando para o consumidor as desonerações fiscais implementadas pelo governo, nada impede que esses empresários, temendo um maior rigor monetário e queda de vendas, ampliem mais ainda suas margens, agindo preventiva e defensivamente.
É verdade que o professor apresenta como uma possível solução, o estímulo, e até o patrocínio do governo, à geração de um ambiente de maior concorrência. Solução que, nos dias de hoje, só consigo entender como uma sugestão para que o governo se utilize do instrumento da política cambial, para estimular importações.
Afinal, se as razões para que os empresários não expandam seus investimentos em nosso país, como tem sido constantemente apresentadas, são mais de cunho estrutural, não seria por investimentos internos que a concorrência mais disseminada seria alcançada.
Entretanto, elevar juros, atrair dólares, valorizar o real, e aumentar importações é filme que já cansamos de assistir e que, mesmo sem deixar os ares de uma tragédia, tende a vir a se repetir como farsa.
Isso porque o espaço para que prossigamos aumentando nossos déficits em conta corrente são cada vez mais diminutos. E nosso grau de dependência externa, de consequências imprevisíveis, já está chegando ao limite.
Mas, a importação resolve, sim. Ao menos a curto prazo.
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Vencedores da queda de braço, resta agora esperar quanto tempo o mercado, que não criticou a falta de autonomia do BC quando ele decide elevar os juros atendendo a recomendações nada sutis do ministro da
Fazenda e até mesmo da presidenta, vai arguir a intromissão do Executivo que insinuou aumentos de taxa inexpressivos. Ao menos aos olhos do mercado, que é quem mais se beneficia e lucra com essa medida.
De resto, parece que o BC está é, sem agravar as tensões e sem alimentar expectativas, sinalizando que acredita que a inflação vai mesmo continuar seu processo de arrefecimento.
O que justifica uma medida paliativa, por ora.
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Quanto ao Galo, entrou com medo - representado o medo pela postura mais defensiva, em razão da entrada de Serginho.
Com isso, atraiu o São Paulo para cima. E o time de São Paulo avançou como o faminto que se depara com um prato de comida à sua frente. E com as portas abertas.
Marcando a saída de bola do Galo, exercendo marcação sob pressão no meio, o São Paulo ganhou as ações na intermediária e foi absoluto no jogo, não apenas no primeiro tempo, em que o ataque atleticano só conseguiu tramar uma única jogada.
No mais o panorama era a defesa do Galo rebatendo, a bola sendo recuperada pelo time paulista e dá-lhe lances de ataque e de perigo.
Ora, sob tal bombardeio, mesmo estando segura a defesa, como estava ontem, é acreditar muito na sorte imaginar que não vai haver um momento de falha, ou de distração.
Tudo bem que Luan não estava bem. Que Marcos Rocha não estava dando conta de marcar na lateral, já que perdido sem saber mesmo a que tipo de função deveria se dedicar, se de defesa ou de armador. Que Ronaldinho não teve espaço e nem podia dominar a bola que já chegavam dois ou trés adversários para contê-lo.
Mas, é preciso dizer logo: Richarlyson estava se desdobrando e fazendo um partidão. Réver, tranquilo como sempre e Léo Silva seguros na área. Pierre, um leão e Donizete, procurando sair ligando o ataque, o que não é sua especialidade.
E só.
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No mais a constatação de que, medroso, ao invés de lançar Moraes ou o próprio Guilherme, em substituição a Tardelli, Cuca resolveu por o seu jogador mais amado: Serginho.
Quanto a esse, nem vou falar muito: para mim, nem jogador é.
Mas foi capaz de desarticular todo o meio e fazer o meio campo se perder e ser dominado pelo São Paulo.
Por não saber o que fazer, onde jogar, errar passes, fazer faltas, não marcar ninguém, essa praga por quem Cuca parece nutrir a maior paixão, desde o início era sinal de que entramos para classificar o time brasileiro.
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Sinal de que aqueles que dizem que Cuca é medroso e na hora H nega fogo, têm razão.
Sem meio e sem poder de municiar o ataque, só mesmo esperar por milagres na defesa.
Pouco, muito pouco para o time que é o de melhor campanha na disputa.
No segundo tempo, desesperado, Cuca tirou Luan e fez entrar Alecsandro, que continuou como Jô, completamente perdido e isolado na frente.
Até que Serginho foi, finalmente sacado e entrou.... Neto Berola.
Bem, aí o melhor foi ir tratar de outras coisas, porque embora velocista, todo mundo sabe que o Berolinha é um Éder Luiz piorado, já que sem nem mesmo a inteligência dele.
Mas, Berolinha é queridinho da Galoucura. E por isso, entra.
Porque futebol mesmo....
Bem, com Cuca mostrando seu desepero por ter escalado mal, e mais tarde mostrando que também mexe mal, só restava ao São Paulo marcar o placar que eu até imaginei, 2 a zero.
Mas eu apostei no time errado, infelizmente.
Porque Cuca, com Serginho a tira-colo nos transformou ontem, na temida imagem do cavalo paraguaio.
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