quinta-feira, 25 de abril de 2013

De dúvidas e sombras



Pede pra que eu não fale
Com um gesto de mão
Ordena-me que me cale
Que não acenda a luz
Não deixe a porta bater
Que não faça barulho
Temendo vir acordar este amor
Pede que eu engula as palavras
Não faça perguntas
Que eu não queira saber
Pede-me que aprisione as dúvidas
Os comos ... os porquês
E que conserve para toda a eternidade
A incerteza e até a ansiedade
Ciente de que assim procedendo
Nega-me a verdade
E subtrai de mim
A chance mínima que ainda porventura
Tivesse eu de obter felicidade
Que permitisse, enfim  iluminar
Minha noite escura

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