Interessante e curioso o editorial da Folha de São Paulo de sábado, intitulado de Minas a Pequim.
Para os que não tiveram a oportunidade de ler a publicação, o texto se inicia da seguinte forma, que transcrevo:
"Vale começar por um exemplo hipotético. Muitos petistas continuam aferrados à tese de que alguns - se não todos - condenados pelo mensalão não cometeram os crimes de que foram acusados.
Seria interessante imaginar o que aconteceria se recorressem à Justiça para expurgar da internet qualquer referência a seus nomes que os ligasse às palavras "quadrilha", "corrupto" ou "ladrão".
Não faltariam protestos contra essa atitude....Mais uma vez, identificar-se-ia o infame vezo da esquerda autoritária de esmagar a liberdade dos que não se submetem a suas opiniões."....
Bem, o texto segue comentando que um dos pré-candidatos à Presidência adotou exatamente a postura que a Folha cita como hipótese. E, embora derrotado em primeira instância, recorreu ao Tribunal de Justiça.
Quer por que quer vincular seu nome, como diz a Folha, às buscas que associem seu nome, apenas a censura e regime ditatorial.
Um espanto, não fosse o citado candidato quem é, com demonstrações de exercício de autoritarismo tão comuns e frequentes.
O que poderia nos levar a crer tratar-se do candidato ideal para um país que deseja reeditar a vergonhosa Marcha da Família com Deus pela Liberdade e sabe-se mais o que, já que é nítido o interesse e a defesa pela volta dos militares ao poder, segundo os infelizes desmemoriados que estão na organização de tal evento.
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Curioso é que, exatamente esse tipo de sentimento, de baderna, de falta de autoridade, de falta de ordem e progresso. Esse desejo de que os militares voltassem ao poder para promover a limpeza de nossa política tão corrompida e conspurcada, ganhou muita evidência e defesa, quando dos movimentos de junho do ano passado e o surgimento dos black blocks, e seu comportamento tão curiosamente contrário à livre manifestação da vontade popular. Especialmente com a presença de alguns personagens de perfil e modos ligados aos "carecas".
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Mas vale, de qualquer forma, procurar se informar sobre os fatos tratados pela Folha e ficar de olho no comportamento do candidato.
Afinal, mesmo com um comportamento tão pouco democrático, ele pode vir a se tornar uma das vítimas do movimento que, sem perceber, trata de fortalecer com suas atitudes.
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